tag:blogger.com,1999:blog-19108045381925815702024-03-16T20:59:17.419-03:00Inquietude GeralArte, cultura & políticaAnfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comBlogger82125tag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-9148776710937487092024-03-16T16:14:00.010-03:002024-03-16T20:58:45.755-03:00OPPENHEIMER, O FILME. Sob o clarão bomba atômica, Ciência, poder e o horror das guerras atuais<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5tvs2PX4Xmd62lB5YTs7i5xgW7GDemeaTniA8G6yA0edgFTifOb2_EE3YVjnTzvcB5Efmq5ypPCgzi3RMhp8heAxBDYMEAzPrMg32XxXJ_qjdQHZKWoE5D6eyxJRPoDz6FiYN7Hd52UeOOZe-EOfX82NE1C7YT6F6EHWxThyphenhyphen7aW5fis9pO9pRCIQ61e63/s1280/oppenheimer1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="341" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5tvs2PX4Xmd62lB5YTs7i5xgW7GDemeaTniA8G6yA0edgFTifOb2_EE3YVjnTzvcB5Efmq5ypPCgzi3RMhp8heAxBDYMEAzPrMg32XxXJ_qjdQHZKWoE5D6eyxJRPoDz6FiYN7Hd52UeOOZe-EOfX82NE1C7YT6F6EHWxThyphenhyphen7aW5fis9pO9pRCIQ61e63/w608-h341/oppenheimer1.jpg" width="608" /></a></div>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="float: left; font-size: 300%;"><span style="color: #c9211e;">B</span></span></span></p><div style="text-align: left;"><span face="Arial, sans-serif">aseado
na biografia <i>American Prometheus: the Triumph and Tragedy of J.
Robert Oppenheimer</i><span style="color: #c9211e;"><sup><b>1</b></sup></span>,
o filme de Nolan pretende cobrir a complexa vida do físico em um
ritmo alucinante, em tensão dramática dilacerante por todo o filme,
quase um videoclipe (de três horas de duração) que mergulha na
mente do protagonista. Um sucesso de bilheteria. </span>O
porquê do sucesso do filme Oppenheimer, grande vencedor do Oscar
2024? Situa-se no contexto belicoso dos últimos três ou quatro
anos: guerras na Ucrânia, massacre na Palestina (que no caso não se
trata de guerra, mas de genocídio da população onde apenas um lado
morre, a dos palestinos), conflito no Iêmen (mais de 200 mil
mortos), guerra na Etiópia, conflitos em Bukina Faso, Somália,
Sudão, Mianmar, Nigéria, Síria, Haiti.</div><span></span><p></p><a name='more'></a><p></p><div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;">No
centro da questão está o horror que um conflito bélico pode causar
para a humanidade, sob a perspectiva de uma terceira guerra mundial,
tal qual a mídia corporativa pró-Otan vem aventando há algum
tempo. Como se este “horror” não fosse algo predicado pelo
próprio stablishment capitalista, por suas imensas contradições,
num momento em a queda da taxa de lucros das grandes corporações e
que os conglomerados financeiros apelam para o rentismo e/ou recorrem
ao nazi-fascismo e a indústria para o belicismo. Para estes setores
a guerra é uma necessidade e um método de destruir as forças
produtivas em excesso (máquinas e pessoas).</div><div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><br /><span face="Arial, sans-serif">Marx
nos estertores do século XIX avaliava que “O desenvolvimento do
capital fixo indica até que ponto o saber social geral,
conhecimento, deveio força produtiva imediata e, em consequência,
até que ponto as próprias condições do processo vital da
sociedade ficaram sob o controle do ‘intelecto geral’ e foram
reorganizadas em conformidade com ele”</span><span face="Arial, sans-serif" style="color: #c9211e;"><sup><b>2</b></sup></span><span face="Arial, sans-serif">.<br /></span><span face="Arial, sans-serif"><br /></span></div><div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span face="Arial, sans-serif">Obvio
o filme não entra neste mérito! Permanece no âmbito gnosiológico
(conhecimento humano) e os destinos a que leva a Ciência: quais seus
limites e objetivos no bem-estar e progresso humano. A Ciência deve
postar-se no campo do extermínio de populações? Fazer frente com,
por exemplo, a Otan/EUA no massacre do povo ucraniano/russo, nos dias
atuais? Para quem desconhece, “qualquer história da ciência do
início do século XX está repleta de socialistas”</span><span face="Arial, sans-serif" style="color: #c9211e;"><sup><b>3</b></sup></span><span face="Arial, sans-serif">,
Oppenheimer não seria diferente: “dificilmente existe uma biografia
dos grandes cientistas desta época que não tenha um índice repleto
de referências ao socialismo, ao Partido Comunista dos EUA (CPUSA)
ou a outros aspectos do semimundo de esquerda” (idem)! As melhores mentes da época eram tidas como “comunistas” e estavam sob constante vigilância por órgãos secretos paraestatais do departamento de estado norte-americano.</span></div><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif">No
caso de Oppenheimer, a burguesia do império (Estados Unidos e
aliados - exceto a URSS) deu-lhe a incumbência ativa a desenvolver
forças nunca antes vistas ou experimentadas na História, em suas
poderosas capacidades destrutivas, de uma energia comparável que
alimenta o sol. A Ciência vem dominando a Natureza, no entanto, ao
postar-se no campo da não-neutralidade, assumiu a capacidade de
destruir a nós mesmos...</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif">Exultante de um dos maiores crimes praticados na história da humanidade, Harry
Truman, presidente dos EUA à época, disse que a bomba atômica foi
“a maior conquista da ciência organizada da história (…) É uma
bomba atômica. É um aproveitamento da energia básica do universo.
A força da qual o sol tira o seu poder foi solta naqueles que
trouxeram a guerra para o Extremo Oriente”.<span style="color: #c9211e;"><sup><b>4 </b></sup></span></span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif">Como
se trata de uma bilionária produção hollywoodiana, comercialmente
palatável, o filme de Nolan não mostra o tenebroso genocídio
promovido sobre Hiroshima e Nagasaki, mas resume-se a uma perturbação
mental do personagem principal: “Eu me tornei morte”<span style="color: #c9211e;"><sup><b>5</b></sup></span>
pronunciou-se na vida real, aos prantos e como o filme o retratou.</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span face="Arial, sans-serif"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzbqPVSmhBz99RxBtrZUj6mJULTlEDZB-t0iE-tWSc3hbQa_Fwn77_3jh1YrAydacQHau1jddz6C2zkjdtabDMwqmbgfJno4Ws2JciXJKMo2jc7ZV0OrC0lz7u-7npMRRN4HYkslSLoQPL1ymGNGv_1dK5Q9DIcy8N8MO2IcGWtl6ts-5Ig0gMkfTXFa8O/s450/general-leslie-grove-fisico-oppeheimer-no-local-explosao-primeira-bomba-atomica-585d20cce2372.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="347" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzbqPVSmhBz99RxBtrZUj6mJULTlEDZB-t0iE-tWSc3hbQa_Fwn77_3jh1YrAydacQHau1jddz6C2zkjdtabDMwqmbgfJno4Ws2JciXJKMo2jc7ZV0OrC0lz7u-7npMRRN4HYkslSLoQPL1ymGNGv_1dK5Q9DIcy8N8MO2IcGWtl6ts-5Ig0gMkfTXFa8O/s320/general-leslie-grove-fisico-oppeheimer-no-local-explosao-primeira-bomba-atomica-585d20cce2372.webp" width="247" /></a></span></div><span face="Arial, sans-serif">Oppenheimer,
no filme é tratado como um guerreiro, um sujeito que está cumprindo
seu papel como balizatório de uma “guerra justa” em nome da
civilização, mostrando seus conflitos pessoais, suas dúvidas e
certezas e seu papel no desenvolvimento da Ciência a serviço dos
poderosos. O grande físico não estava sozinho nesta gigantesca
operação militar, fora aconselhado, auxiliado, corrigido em seus
cálculos matemáticos por diversas outras mentes genais atuantes no
complexo Projeto Manhattan, brigas, dissenções. Descreve
eufemisticamente uma situação extrema na qual cientistas e
operários (quem faziam o trabalho braçal pesadíssimo) eram
submetidos a uma relação de trabalho quase de cunho escravista.</span><div><span face="Arial, sans-serif"><br /></span></div><div><span face="Arial, sans-serif">Por
fim, vários pesquisadores já analisaram que a bomba atômica sobre
o Japão era extremamente desnecessária, pois o país há poucos
dias havia declarado a sua rendição perante os aliados. O que
estava em jogo, na verdade, era a chamada “Doutrina Truman” de
combate ao “comunismo”, ou seja, demarcar campo estratégico em
relação à União Soviética, naquilo que ficou conhecido como a
“guerra fria” de um mundo bi-polarizado (EUA x URSS). Uma
pergunta: por que não há rostos japoneses no filme? Apenas um no
final? Nem os resultados da devastação atômica? Pelo fato da obra
cinematográfica se propor a “entrar na mente” de Oppenheimer não
há porque analisá-la, posto o biografado afirmou certa vez em
viagem para o Japão que não se arrependera substancialmente: “Não
me arrependo de ter algo a ver com o sucesso técnico da bomba
atômica”.</span><span face="Arial, sans-serif" style="color: #c9211e;"><sup><b>6</b></sup></span></div><div><br /></div><div>A
bomba, antes de mais nada, foi uma demonstração de força do nascente imperialismo americano e seus consortes europeus contra a
URSS, uma vez que os nazistas e o fascismo japonês estavam
sistematicamente derrotados. Hitler perdeu a guerra para o Exército
Vermelho, primeiro no território russo, depois na Alemanha!</div><div><br /></div><div>São
reflexões que o filme, apesar de muito bem construído, deixam a desejar.
Mesmo com as limitações, saímos do cinema diferentes, os mais
sensíveis, impactados diante da possibilidade de um holocausto
nuclear despontando no horizonte em nome dos barões da guerra (depois do tráfico de drogas, a mais lucrativa indústria), numa conjuntura internacional marcada pela ascensão do fascismo e do neonazismo!<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><u style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><i><br /></i></u></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><u style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><span style="color: red;"><i>Nota</i>s: </span></u></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 10pt;">1
- (O Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert
Oppenheimer)
</span><a href="https://www.pdfdrive.com/american-prometheus-the-triumph-and-tragedy-of-j-robert-oppenheimer-d193201856.html" style="font-size: 10pt;">https://www.pdfdrive.com/american-prometheus-the-triumph-and-tragedy-of-j-robert-oppenheimer-d193201856.html</a></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;">2
- K. Marx. Grundrisse. São Paulo: Boitempo, 2011, p. 589.</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;">3
-
</span><a href="https://jacobin.com/2023/08/nolan-oppenheimer-review-modernity-physics-art-communism" style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 10pt;">https://jacobin.com/2023/08/nolan-oppenheimer-review-modernity-physics-art-communism</span></a></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;">4
- </span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=w67PfbxjM4E&t=3s" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">https://www.youtube.com/watch?v=w67PfbxjM4E&t=3s</a></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;">5
- </span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=vH_PDtkfVlM&t=1s" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">https://www.youtube.com/watch?v=vH_PDtkfVlM&t=1s</a></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;">6
- Monk, Ray. Inside The Centre: The Life of J. Robert Oppenheimer.
London: Vintage </span><span style="font-size: 10pt;">Books,
2013, p. 648.</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: red;">Na foto</span>: Oppenheimer na vida real, em campo no Projeto Manhatan</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br /></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><u style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><i>Ver
também:</i></u></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><a href="https://inquietudegeral.blogspot.com/2015/08/70-anos-da-bomba-atomica-sobre.html#more" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Inquietude
Geral: 70 ANOS DA BOMBA ATÔMICA SOBRE HIROSHIMA E NAGASAKI Terror
criminoso e bárbaro do imperialismo contra a população civil num
Japão derrotado inaugura nova ordem mundial de ofensiva ideológica
e militar contra a URSS</a></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p><p> </p></div>Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-83028136937892859792024-01-02T09:59:00.010-03:002024-01-02T10:14:07.958-03:00FILME O MUNDO DEPOIS DE NÓS: preocupação com o fim do “american way life” no contexto distópico da sociedade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirO_zMOrKuw0H858PhgqNJp2fYuOKFdA7oLxnvepXRusbM70KizpCk0MCgCxB0th_D9SUJ63o355SiHVQIEfUst0D0hRFf3fOeLL4e6tH1RrlV3EIdt3YD8KgrYnHsbZEXsC8gzFDXt28oRSKxXDDVAeMS6UzIDYi1-v8Ws8V8NoGKDVy0qKaI-iKVXOh2/s700/mundo%20nos.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="700" height="411" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirO_zMOrKuw0H858PhgqNJp2fYuOKFdA7oLxnvepXRusbM70KizpCk0MCgCxB0th_D9SUJ63o355SiHVQIEfUst0D0hRFf3fOeLL4e6tH1RrlV3EIdt3YD8KgrYnHsbZEXsC8gzFDXt28oRSKxXDDVAeMS6UzIDYi1-v8Ws8V8NoGKDVy0qKaI-iKVXOh2/w619-h411/mundo%20nos.jpg" width="619" /></a></div><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">SEM SPOILER — Um filme repleto de suspense, quase tirando o fôlego
do expectador, com uma trilha sonora impactante — ainda mais se
assistido em um <i>system sound</i> 5.1, no qual os sons giram nas
seis caixas de som e nos proporciona uma imersão virtual no mundo
relatado no filme de sustos e incertezas — assim é “O mundo
depois de nós”. Apesar do título em português estar fora de
contexto, por não expressar o real conteúdo da película, há
muitos elementos a serem observados. Em primeiro lugar, claro, o
título em inglês “Leave the World Behind” – deixar o mundo
para trás – tem muito mais a ver com a trama e sua profundidade
dialógica e estética, que podem passar despercebidas a olhares e
ouvidos menos atentos.<span></span></p><a name='more'></a><p></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">Apresenta a direção
e o roteiro de Sam Esmail, ao passo que tem a produção do
ex-presidente dos EUA Barack Obama e Michelle Obama (ex-primeira
dama) entre outros nomes ao lado da Netflix. <b>Prepare-se para experimentar uma</b><b>
a dimensão a qual iremos praticamente </b><b>participar como
observadores, amiúde na condição de protagonista de dúvidas
compartilhadas com as personagens</b><b>!</b></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">Diálogo inicial
quando uma das falas da personagem principal, Amanda, dará o tom da
trama: “Parece que, todo dia, eu só trabalho e nem me dou conta e
você vive tenso com o trabalho por causa dos cortes de orçamento”
e “eu odeio as pessoas”, e anuncia o que está por vir. O filme
divide-se em cinco partes, cada uma em sequência lógica crescente.</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">Durante todo o
filme, se observarmos atentamente, é notória há uma escala
imagética: as câmeras têm uma angulação que fazem com que os
personagens estejam sempre sendo “observados de fora” por outrem,
o que alimenta ainda mais as teorias conspirativas sem que seja
necessário explicitá-las, tanto por parte das personagens como do
expectador.</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">Isto para “observar”
o cotidiano de duas famílias de classe média alta. Uma delas,
apresenta mulher (publicitária) antissocial, rancorosa, fechada para
novas oportunidades; um marido (professor) mais compreensível e até
certo ponto humanizado, mas paradoxalmente recusa embarca na sanha da
antissociabilidade ao recusar ajuda a uma senhora latina perdida no
meio da rua. A outra, um sujeito rico com sua filha (ambos negros) à
espera da esposa e atua como um elemento “intruso” na primeira
família. Insere-se neste meio insólito um vizinho que diante do
caos e das incertezas se isola do mundo com uma atitude agressiva,
individualista e eminentemente bélica.</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">Condições que soam
como metáfora da desconfiança entre TODOS os seres humanos: marido
e mulher, pais e filhos, entre vizinhos, o que coaduna a atual
natureza humana, ou seja, o egoísmo exacerbado nas relações, ou
antirrelações. Há, não obstante, uma crítica velada ao racismo,
uma vez que a mulher branca rejeita inicialmente a família de
negros, melhor colocada na escala econômica, na realidade dona da
casa.</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">Mas, além destas
essencialidades, o filme demonstra o quanto a humanidade está
dependente das tecnologias, o ponto nodal da trama: a afetação na
comunicação mundial, a não funcionalidade dos carros autônomos
(Tesla), satélites, GPS. Nisto, Clay – marido de Amanda - diz “não
sei fazer quase nada sem o meu celular e meu GPS. Sou um inútil!”.
Fica perdido rodando a esmo por horas sem saber onde está numa
região desconhecida em seu carro. Questionam os produtores do filme:
o que seria da humanidade sem a tecnologia?</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">Eis que fica a
pergunta: o que fazer diante de um apagão tecnológico o mundo que
deixamos para trás. Então vem a proposta, apelar para o disco de
vinil, uma boa conversa entre amigos regada a bebida para conhecer as
pessoas em suas almas, se não há serviço de streaming, recorra aos
aparelhos analógicos de DVD, mesmo em relação à atual geração
que desconhece estes meios!</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: red;">MANTRA IDEOLÓGICO
DO <i>AMERICAN WAY LIFE</i></span></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk-zHgwyHJIltJs_rkGxMlxLJcLbx_IgGfUUA0vRAUarNPf4HkjzKnXGLiDYtHQxUIcev75PRjgOgo8t89MkvN-3GJoT13FFaN-0FI3vCd0cMnwXaZkBFucfy3JA42mYcaXgNK5KNnGIXZQeo8RFFf4gY_q8X8Vh5ey3nsM7IHiSL0su5Jtixv2S-Ro26v/s640/mundo%20obama%20guerra%20todos%20os%20dias%20do%20mandato.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Obama e as guerra" border="0" data-original-height="360" data-original-width="640" height="209" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk-zHgwyHJIltJs_rkGxMlxLJcLbx_IgGfUUA0vRAUarNPf4HkjzKnXGLiDYtHQxUIcev75PRjgOgo8t89MkvN-3GJoT13FFaN-0FI3vCd0cMnwXaZkBFucfy3JA42mYcaXgNK5KNnGIXZQeo8RFFf4gY_q8X8Vh5ey3nsM7IHiSL0su5Jtixv2S-Ro26v/w372-h209/mundo%20obama%20guerra%20todos%20os%20dias%20do%20mandato.jpg" width="372" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #2b00fe;"><i>Obama foi o presidente que mais guerras<br />protagonizou em seu mandato</i></span></td></tr></tbody></table>O caráter distópico
da trama coloca em evidência o caos que pode se configurar um suposto colapso
tecnológico, principalmente para os Estados Unidos. Não é à toa
que os produtores do filme são ninguém menos do que Obama e
Michele! Claro, a angulação das câmeras coloca todos os
personagens sob observação. De quem? De um órgão político
secreto (poderia ser a CIA? o Departamento de Estado? Os Falcões do
Pentágono?) desde a abertura da crise. Implicitamente posto no
filme, implica necessidade de um comitê anticrise encabeçado pelos
americanos, sob os olhares atentos da subjetivação de temas como
desunião, famílias em decomposição moral, medo do terrorismo
(árabe), preconceitos e alienação (os adolescentes).<div><b><br /></b></div><div><b>Todos estes
fatores </b><b>caóticos e sem respostas apresentadas</b><b>, sob a
análise externa implícita, levaria uma guerra civil, ao colapso e à
autodestruição da civilização (no caso à empáfia estadunidense
e seu império sanguinário, </b><b>hoje posto como</b><b> guerra
contra os palestinos, os russos, chineses, venezuelanos…) </b><b>em
nome do modo de vida capitalista liberal imperialista </b><b>como
produto da preocupação do Partido Democrata</b><b>.</b> Tomada na
amplitude da obra, esta é a principal mensagem colocada para o
expectador: tudo deve estar sob controle de um comitê de crise
(observação externa) caso deflagre-se porventura uma fragmentação
do mundo civilizado (dos EUA, é claro) e o fim da hegemonia militar
em sua concretude. Sabe-se lá quem jogou a bomba nuclear sobre a
cidade grande, tudo pode, afinal, acontecer… Assista ao filme
atentamente e volte-se às sutilezas estéticas e ideológicas
descritas acima.<p> </p></div>Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-28652129396523333002023-10-12T18:41:00.028-03:002023-10-12T19:40:16.058-03:00PALESTINA versus ISRAEL: Não é guerra civil, mas um povo em defesa de sua libertação, da vida, após quase cem anos de colonialismo e extermínio étnico<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy7zGR4F5uYaIapfTfjcG8JPAk4eFcozP0IaNHU-Yi1AmWrv-ISukB6x4UOurqZHuTy8yPEvDCcdEGLnt-8LPuRGVvweStW3vpO9INVj_AHxNEEPkiwrJh-jXiIO070a7ShvbHR1NlsCoR7Di5DnhA5E0577llHUL_LM07yUMvFwK_ik0Qg1jrgRZrsdf0/s809/pales%20mapa.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="539" data-original-width="809" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy7zGR4F5uYaIapfTfjcG8JPAk4eFcozP0IaNHU-Yi1AmWrv-ISukB6x4UOurqZHuTy8yPEvDCcdEGLnt-8LPuRGVvweStW3vpO9INVj_AHxNEEPkiwrJh-jXiIO070a7ShvbHR1NlsCoR7Di5DnhA5E0577llHUL_LM07yUMvFwK_ik0Qg1jrgRZrsdf0/w640-h426/pales%20mapa.jpg" width="640" /></a></div><p></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="float: left; font-size: 300%;"><span style="color: red;">É</span></span> completamente
falsa a cobertura que a mídia corporativa pró-Estados Unidos vem
fazendo acerca da chamada “guerra” entre o estado nazi-sionista<a class="sdfootnoteanc" href="#sdfootnote1sym" name="sdfootnote1anc"><sup>1</sup></a>
de Israel e o Hamas<a class="sdendnoteanc" href="#sdendnote1sym" name="sdendnote1anc"><sup>i</sup></a>.
Antes de tudo, é preciso afirmar com contundência que Israel surgiu
com a condescendência política das maiores potências econômicas
em 1947-1948, criando facilidades para que o movimento sionista
ocupasse o território palestino (divisão arbitrária do Oriente
Médio). A resistência árabe foi ferrenha, o que provocou a ira nos
futuros enclavistas sob a proteção da ONU: colocaram em prática
uma verdadeira carnificina, a tragédia conhecida como Nakba (projeto
colonialista elaborado pelos sionistas desde finais do século XIX),
quando mais de 500 aldeias palestinas foram varridas do mapa,
provocando a fuga em massa da população civil para a Cisjordânia,
Gaza e países limítrofes, criando campos de refugiados (algo muito
similar aos campos de concentração nazistas). À época árabes
palestinos somavam 1,3 milhões, enquanto os judeus não passavam de
600 mil<a class="sdendnoteanc" href="#sdendnote2sym" name="sdendnote2anc"><sup>ii</sup></a>,
ambos conviviam sem maiores problemas até meados do século XIX,
<b>dentro da Palestina</b>.<span></span></p><a name='more'></a><span></span><p></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">Sob a falsa justificativa bíblica-ideológica “uma terra sem povo
a um povo sem terra”, como ideal do movimento sionista, começa a
ocupação e subjugação EUA/Europa/burocracia soviética do povo
palestino. Sim, havia povo nesta terra, que nela trabalhava e lhe
dava o sustento, simplesmente viviam. No correr dos anos o
colonialismo foi-lhe tomando seus recursos básicos de vida, até
mesmo a água e as terras férteis através de desapropriações e
expulsões. Roubo com a aquiescência primeiramente da Inglaterra e
depois dos Estados Unidos.</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: red;">ENCLAVE
NAZI-SIONISTA DE ISRAEL COMO ESTRATÉGIA MILITAR DOS EUA NO ORIENTE
MÉDIO</span></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQVrhui08ww9B8BtxVDUUYHGJs2O4V8gVZdhHmrdyjRJJB6rimMgQvCv0gLLR5wb9ZBnYYbzRSMYfFLLwM9oCHZ6FnutJfVlizhv6P4m-KwWbpqs32OSkrtHeLIE-4giDdjkWQT0EkwK-UZLCeNqJ2Iobd1xQqoLvBWIaHgrtGPQxIkFc7axMfkj1MEi6P/s748/pales%20nakba.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Nakba" border="0" data-original-height="503" data-original-width="748" height="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQVrhui08ww9B8BtxVDUUYHGJs2O4V8gVZdhHmrdyjRJJB6rimMgQvCv0gLLR5wb9ZBnYYbzRSMYfFLLwM9oCHZ6FnutJfVlizhv6P4m-KwWbpqs32OSkrtHeLIE-4giDdjkWQT0EkwK-UZLCeNqJ2Iobd1xQqoLvBWIaHgrtGPQxIkFc7axMfkj1MEi6P/w320-h215/pales%20nakba.jpg" width="320" /></a></div>No
centro da geopolítica, de
domínio econômico e militar do planeta, estabelecer
uma base militar estratégica que controlasse a região rica em
petróleo que é o Oriente Médio. Para
as potências imperialistas (EUA, França, Alemanha, Inglaterra) era
necessário “viabilizar” este
domínio
militar na região, as quais criaram grupos paramilitares (Irgun
– aportado pela França
e o Haganahque sustentado
pela Inglaterra)
difundiam terror e massacres contra os árabes palestinos, o que
reundou
durante os trágicos processos em
<b>limpeza étnica</b> da
população originária palestina. O
Irgun<a class="sdendnoteanc" href="#sdendnote1sym" name="sdendnote1anc"><sup>i</sup></a>,
por exemplo, exterminou mais de 100 palestinos, entre os quais,
idosos, crianças e mulheres
em uma única ação no vilarejo de Deir Yassin. Em
seis meses de cerco e terror
contra a população, cerca de 500 vilarejos foram varridos do mapa,
20 mil palestinos foram assassinados e 800 mil foram expulsos de suas
terras. Assim foi o nascituro do Estado de Israel sob
terror e extermínio étnico:
“muitas das pessoas massacradas – desde as que foram amarradas às
árvores e queimadas até à morte, até às que foram enfileiradas
contra uma parede e alvejadas por submetralhadoras – eram mulheres,
crianças e idosos.”<a class="sdendnoteanc" href="#sdendnote2sym" name="sdendnote2anc"><sup>ii</sup></a><p></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: red;">ISRAEL,
UM ESTADO PARIDO PELO TERRORISMO DAS GRANDES POTÊNCIAS IMPERIALISTAS</span></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">Só para termos uma ideia de quão brutal fora a criação do enclave
de Israel: “os velhos morrerão e os jovens vão esquecer”, disse
o primeiro-ministro sionista Ben Gurion em frente a um campo de
refugiados palestinos à época.</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWUBDc_IP46ci-cG9_g6SXMtACuqaHq8eZN_SqSlLUTT_0xd7J_pdqMt-Br1sYAP6MpIMcOsHr6QM3dJUqAhEgIxwBYnEIJeqbyr_M49XIZkq3mXRaK4-xDIHvtqdKLbGe45AsYhze91kup54dVLs_zOoDPmVCaczRfBh_hNDGKkZy5Kw1cNOPeApcRG_q/s924/pales%20repressao%201.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="566" data-original-width="924" height="196" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWUBDc_IP46ci-cG9_g6SXMtACuqaHq8eZN_SqSlLUTT_0xd7J_pdqMt-Br1sYAP6MpIMcOsHr6QM3dJUqAhEgIxwBYnEIJeqbyr_M49XIZkq3mXRaK4-xDIHvtqdKLbGe45AsYhze91kup54dVLs_zOoDPmVCaczRfBh_hNDGKkZy5Kw1cNOPeApcRG_q/s320/pales%20repressao%201.jpg" width="320" /></a></div>A selvageria sionista segue cada vez mais brutal em sua guerra de
ocupação e extermínio de gerações inteiras.<b> </b>Após a
enorme resistência dos povos árabes, a Primeira Guerra
Árabe-Israelense, a qual fora apoiada por Egito, Líbano, Síria e
Transjordânia (Jordânia) contra o Estado de Israel, este apoiado militarmente pelos EUA. Com o armistício (derrota) das
forças árabes o território palestino foi sendo ocupado de forma
ainda mais drástica e violenta no contexto das sangrentas guerras
entre Ocidente e Oriente Médio. Em 1956 outra guerra eclode sobre a
região, com a ascendência de Nasser no Egito em razão da
nacionalização do canal de Suez. Israel invade o Egito sob a
logística de França e Reino Unido, alimentando ainda mais as
escaramuças bélicas na região.<div><br /></div><div>Onze
anos depois, os EUA protegendo o sionismo, provoca uma nova guerra, a
dos Seis Dias , em 1967, a que transfigurou completamente o mapa da
Palestina e de todo o
Oriente Médio, em favor de
Israel.<b> </b>“A primeira
consequência evidente da guerra diz respeito a território: Israel
multiplicou seu tamanho tomando a península do Sinai do Egito e as
colinas de Golã da Síria. A Jordânia perdeu a Cisjordânia”<a class="sdendnoteanc" href="#sdendnote1sym" name="sdendnote1anc"><sup>i</sup></a>.</div><div><br /></div><div>Em
1973 deflagra-se nova guerra na região, a de Yom Kippur, envolvendo
Israel, Egito e Síria, como consequência do conflito aberto em
1967, após o qual os
sionistas cercaram militarmente o canal de Suez (a chamada Linha
Bar-Lev), provocando a reação
militar de Egito e Síria.
EUA e Europa uniram-se para
derrotar mais este levante. Sob
a mediação (militar) dos EUA, Egito e Síria depõem armas em favor
de Israel.<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: red;">
O CONTEÚDO
DO MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA</span></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">Como
pudemos constatar até aqui, “Não é uma guerra civil, é um povo
se defendendo contra um governo fascista. Não é uma guerra civil ou
conflito, é um movimento de libertação lutando por justiça. […]
É um povo discriminado lutando por seus direitos. Isso é
história”<a class="sdendnoteanc" href="#sdendnote1sym" name="sdendnote1anc"><sup>i</sup></a>.</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">Por
isso não é possível aceitar a tese de que a ação do Hamas tenha
sigo planejada desde os submundos do Estado Profundo (<i>deep
state</i>) que abarca as
inteligências dos países imperialistas em conluio com a extrema
direita israelense capitaneada por Benjamin Netanyahu<a class="sdendnoteanc" href="#sdendnote2sym" name="sdendnote2anc"><sup>ii</sup></a><span style="color: #202124;">,
com a finalidade de extirpar de vez os palestinos da Faixa de Gaza. </span><span style="color: #202124;">O
objetivo, de fato é exterminá-los, mas trata-se de </span><span style="color: #202124;"><i>fake
news</i></span><span style="color: #202124;">
que o ato do Hamas fora consentido e arquitetado dos bastidores do
</span><span style="color: #202124;">CIA/</span><span style="color: #202124;">Mossad.</span></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #202124;">Não
obstante, trata-se de uma continuidade da ofensiva sionista desde a
operação </span><span style="color: #202124;"><i>cast
led</i></span><span style="color: #202124;">
(chumbo fundido) voltada para confiscar as já parcas reservas
marítimas de gás natural dos palestino</span><span style="color: #202124;">s<a class="sdendnoteanc" href="#sdendnote3sym" name="sdendnote3anc"><sup>iii</sup></a></span><span style="color: #202124;">,
só que agora com o agravante de não apenas tomar este recurso, mas
aniquilar a população: “Israel está prestes a tornar-se um
grande exportador de gás e </span><span style="color: #202124;">de
</span><span style="color: #202124;">petróleo,
se tudo correr como plane</span><span style="color: #202124;">j</span><span style="color: #202124;">ado.
À luz da declaração de guerra de Netanyahu contra o povo da
Palestina, em 7 de Outubro de 2023, Israel tem a intenção de ocupar
a Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que desencadeia a expulsão dos
palestinos da sua terra natal”<a class="sdendnoteanc" href="#sdendnote4sym" name="sdendnote4anc"><sup>iv</sup></a></span><span style="color: #202124;">.</span></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #202124;">J</span><span style="color: #202124;">á
na década de 30 do século passado, Trotsky chegava a seguinte
conclusão: “o conflito entre judeus e árabes na Palestina assume
um caráter cada vez mais trágico e ameaçador. Não acredito que a
questão judaica possa ser resolvida dentro da estrutura da podridão
do capitalismo e sob o controle do imperialismo britânico”<a class="sdendnoteanc" href="#sdendnote5sym" name="sdendnote5anc"><sup>v</sup></a>.</span></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #202124;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #202124;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Duf82qFjoFNQ8Anm6Pjc9qWSd8eOT42-4xiphNVhc0CZoiYdL_P7sgiHNkYPcAQgLzWSvML0AnbpZzfCrSSb9sT07DBemrdJL0WYok9P2jO_c6Y0ozZIExoxmRy8011qT2-ZBW9cXuui8H1zy47XXGO58UuXYx_5qKeizwMBztvisFDMvXnWyv667KoY/s280/pales%20resist.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="180" data-original-width="280" height="413" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Duf82qFjoFNQ8Anm6Pjc9qWSd8eOT42-4xiphNVhc0CZoiYdL_P7sgiHNkYPcAQgLzWSvML0AnbpZzfCrSSb9sT07DBemrdJL0WYok9P2jO_c6Y0ozZIExoxmRy8011qT2-ZBW9cXuui8H1zy47XXGO58UuXYx_5qKeizwMBztvisFDMvXnWyv667KoY/w640-h413/pales%20resist.jpeg" width="640" /></a></span></div><span style="color: #202124;">D</span><span style="color: #202124;">essa
forma, desde que nasceu, o Estado de Israel edificou-se a partir de
um </span><span style="color: #202124;">extremo
</span><span style="color: #202124;">terror
de Estado, do ponto de vista político e do colonialismo no plano
econômico e do regime de apartheid social, onde os palestinos não
são </span><span style="color: #202124;">considerados
em sua humanidade</span><span style="color: #202124;">,
mas como entrave</span><span style="color: #202124;">s</span><span style="color: #202124;">
à ocupação militar e colonial por parte de seus opressores
sionistas da extrema direita </span><span style="color: #202124;">a
serviço do grande capital monopolista e financeiro</span><span style="color: #202124;">.</span><p></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #202124;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #202124;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirsNnOIc7hT5ObN8qv1dfrSpZ42hNpbUfO7sAHtCAJG5xLNegTHSjBe9d96QjfIYN_-mq3BwH2zfxd82Dw7bbJPgJgQR97w7trGFh97c280TLpOuYGzVgOQhCpB1v9U_WxDIXnyZCRCkewtKV_wcigb_wchkAhFSBOL8FWyE02enNq0aTEunolf11iGNh-/s328/palest%20bota.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="328" data-original-width="322" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirsNnOIc7hT5ObN8qv1dfrSpZ42hNpbUfO7sAHtCAJG5xLNegTHSjBe9d96QjfIYN_-mq3BwH2zfxd82Dw7bbJPgJgQR97w7trGFh97c280TLpOuYGzVgOQhCpB1v9U_WxDIXnyZCRCkewtKV_wcigb_wchkAhFSBOL8FWyE02enNq0aTEunolf11iGNh-/w313-h320/palest%20bota.jpg" width="313" /></a></span></div><span style="color: #202124;">F</span><span style="color: #202124;">oi
precisamente contra mais de cem anos — a contar da segunda metade
do século XIX quando o movimento sionista (com Theodor Herzl)
tramava com a Inglaterra um lugar para que pudessem estabelecer seu
domínio, não importando a população local — de <i>status quo</i> de violência
histórica que o Hamas se levantou sob demanda de seu povo! </span><span style="color: #202124;">Enquanto
</span><span style="color: #202124;">este
artigo estava sendo </span><span style="color: #202124;">concluí</span><span style="color: #202124;">do</span><span style="color: #202124;">,
Israel começava a bombardear a Faixa de Gaza com bombas </span><span style="color: #202124;">de
fragmentação </span><span style="color: #202124;">de
fósforo, proibidas pela Convenção de Genebra…</span></div><div><span style="color: #202124;"><div><br /></div><div>“bem no alto da primeira página</div><div>que não odeio os homens</div><div>que eu não agrido ninguém</div><div>mas… se me esfomeiam</div><div>como a carne de quem me despoja</div><div>e cuidado…cuida-te</div><div>de minha fome e minha cólera”. (poema palestino, Mahmud Darwich: “Carteira de Identidade”)</div></span><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #202124;">Enfim, como escreveu </span><span style="color: #202124;">Ghasan Kanafani (1936-1972) – “com sangue nós escrevemos para a Palestina”! São 75 anos de resistência desde a Nakba e a criação do Estado de Israel em 15 de maio de 1948 e o início da limpeza étnica do povo palestino.</span></p><div id="sdendnote1"><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br /></p></div></div><div>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br /></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><a class="sdfootnotesym" href="https://www.blogger.com/blog/post/edit/1910804538192581570/2865212939652333300#sdfootnote1anc" name="sdfootnote1sym">1</a> OBS.: Ao se reportar ao sionismo, de modo algum o analista deve ser confundido com antissemitismo, uma vez que o primeiro <b>é um movimento ideológico</b> de cunho eminentemente classista oriundo de judeus ricos, burgueses: explorar o próximo sem que ele tenha oportunidade de se defender; antissemitismo foi o que propugnavam os nazistas. Antissionista é aquele que se coloca contra a opressão e exploração sionista e luta pelo fim do Estado de apartheid de Israel.
</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br /></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><u><span style="color: #202124;"><span style="text-decoration-line: none;">N</span></span><span style="color: #202124;"><span style="text-decoration-line: none;">OTAS:
</span></span></u>
</p>
<div id="sdendnote1"><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<a class="sdendnotesym" href="#sdendnote1anc" name="sdendnote1sym">i</a>
- <a href="https://www.bbc.com/portuguese/internacional-40200042">Os
seis dias que já duram 50 anos: a guerra que mudou para sempre o
Oriente Médio - BBC News Brasil</a>.
Acesso em 12/10/2023.</p>
</div>
<div id="sdendnote2"><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<a class="sdendnotesym" href="#sdendnote2anc" name="sdendnote2sym">ii</a>
-
<a href="https://www.reddit.com/r/BrasildoB/comments/glayrf/entrevista_completa">https://www.reddit.com/r/BrasildoB/comments/glayrf/entrevista_completa</a><a href="https://www.reddit.com/r/BrasildoB/comments/glayrf/entrevista_completa_com_ghassan_kanafani/?utm_source=share&utm_medium=web2x&context=3">_</a><br />
<a href="https://www.reddit.com/r/BrasildoB/comments/glayrf/entrevista_completa_com_ghassan_kanafani/?utm_source=share&utm_medium=web2x&context=3">com_ghassan_kanafani/?utm_source=share&utm_medium=web2x&context=3</a>.
Acesso em 12/10/2023.</p>
</div>
<div id="sdendnote3"><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<a class="sdendnotesym" href="#sdendnote3anc" name="sdendnote3sym">iii</a><span style="color: #202124;">
-
<a href="https://www.globalresearch.ca/is-the-gaza-israel-fighting-a-false-flag-they-let-it-happen-their-objective-is-to-wipe-gaza-off-the-map/5835310">https://www.globalresearch.ca/is-the-gaza-israel-fighting-a-false-flag-they-let-it-happen-their-objective-is-to-wipe-gaza-off-the-map/5835310</a>.
</span><span style="color: #202124;">Acesso
em 12/10/2023.</span></p>
</div>
<div id="sdendnote4"><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<a class="sdendnotesym" href="#sdendnote4anc" name="sdendnote4sym">iv</a><span style="color: #202124;">
-
<a href="https://www.globalresearch.ca/israel-gas-oil-and-trouble-in-the-levant/5362955">https://www.globalresearch.ca/israel-gas-oil-and-trouble-in-the-levant/5362955</a>].
</span><span style="color: #202124;">Acesso
em 12/10/2023.</span></p>
</div>
<div id="sdendnote5"><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<a class="sdendnotesym" href="#sdendnote5anc" name="sdendnote5sym">v</a><span style="color: #202124;">
- Felicity Arbuthnot. </span><span style="color: #202124;">M.
Ch. Pesquisa Global, 8 de outubro de 2023</span><span style="color: #202124;">.</span></p>
</div>
<div id="sdendnote6"><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<a class="sdendnotesym" href="#sdendnote6anc" name="sdendnote6sym">vi</a><span style="color: #202124;">
- L</span><span style="color: #202124;">eon</span><span style="color: #202124;">
Trótsk</span><span style="color: #202124;">y</span><span style="color: #202124;">,
“Entrevista con corresponsales judíos”, en Trotsky, Sobre la
cuestión judía, p.20.</span></p>
</div><div id="sdendnote1"><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<a class="sdendnotesym" href="#sdendnote1anc" name="sdendnote1sym">i</a>
- <a href="https://www.jewishvirtuallibrary.org/the-altalena-affair">https://www.jewishvirtuallibrary.org/the-altalena-affair</a>.
Acesso em 12/10/2023.</p>
</div><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
</p><div id="sdendnote2"><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<a class="sdendnotesym" href="#sdendnote2anc" name="sdendnote2sym">ii</a>
-
<a href="https://www.aljazeera.com/news/2023/4/9/the-deir-yassin-massacre-why-it-still-matters-75-years-later">https://www.aljazeera.com/news/2023/4/9/the-deir-yassin-massacre-why-it-still-matters-75-years-later</a>.
Acesso em 12/10/2023.</p>
</div><div id="sdfootnote1"><p class="sdfootnote"><a class="sdendnotesym" href="#sdendnote1anc" name="sdendnote1sym">i</a><i>
- Harakat Al-Muqawama Al-Islamiyya</i> ou Movimento de Resistência
Islâmica;</p></div><p>
</p><div id="sdendnote2"><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<a class="sdendnotesym" href="#sdendnote2anc" name="sdendnote2sym">ii</a>
- Ralph Schoenman’s Hidden History of Sionism, edição em inglês,
1988;</p>
</div><p><br /></p><p><br /></p></div>Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-19763705178799308652022-10-08T11:42:00.007-03:002022-10-08T11:50:02.420-03:00PRIMEIRO TURNO ELEIÇÕES/2022: “vitória de pirro” de Lula perante rede de desinformação articulada pelo bolsonarismo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjP3MufQG6O-FDwo7FqnsoIg97Dz7CMjHtSEv9O6FWgHT29Z0ptDF4yJQRh3k0ikYHidjRqVXNPFVlEGNV499-_icfnxeJzNDa5t-hP8Xj0MdfJ06Xn-mX1Ik5LwamE5fJh-l21ubfCq7zQMEZ3yE7878lfzqpEksT0qnvA-ZqrdarDtHDzlE05hgFIWQ/s1024/moro.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="566" data-original-width="1024" height="354" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjP3MufQG6O-FDwo7FqnsoIg97Dz7CMjHtSEv9O6FWgHT29Z0ptDF4yJQRh3k0ikYHidjRqVXNPFVlEGNV499-_icfnxeJzNDa5t-hP8Xj0MdfJ06Xn-mX1Ik5LwamE5fJh-l21ubfCq7zQMEZ3yE7878lfzqpEksT0qnvA-ZqrdarDtHDzlE05hgFIWQ/w640-h354/moro.jpg" width="640" /></a></div><p> O ex-presidente Lula obteve a vitória
neste pleito diante do atual mandatário da cadeira presidencial. No
entanto, trata-se de uma vitória de pirro, pois como contraponto
houve uma impregnação no Congresso Nacional com o que há de mais
abjeto e asqueroso na política do país. Escroques de todo matiz
foram eleitos de forma avassaladora para o Senado e Câmara dos
Deputados. Enquanto que a esquerda avançou em números, porém
continua minoritária. <b>A perspectiva para o segundo turno é uma
possível vitória do candidato petista, mas agora totalmente refém
</b><b>de um Senado e Câmara reacionárias, o que já vinha sendo
apontado desde as eleições de 2014, ou seja, um amplo giro à
direita do eleitorado, situação que permitiu abrir a caixa de
pandora do fascismo e da extrema-direita, cujo desfecho fora o golpe
institucional (com STF e tudo) de 2016</b>, na usurpação do poder
pelo vampiro Temer, o porta-estandarte do bolsonarismo. Mas, quais as
causas do avanço da direita, quando todos imaginavam vitória dos
progressistas em primeiro turno?<span></span></p><a name='more'></a><p></p><p>Alguns
números podem iluminar a questão: dos 27 senadores eleitos pelo
menos 20 ou são bolsonaristas ou têm afinidades; 5 ex-ministros e
um ex-secretário do atual governo federal também vão compor
cadeiras no Senado; o vice-presidente Mourão segue este modelo; sem
esquecer que o “Centrão” obteve porcentagem importante na
configuração da casa. As peças mais escrotas e desprovida de
capacidade política mais elaborada surgem como espectros de um
futuro nada promissor: Sérgio Moro, Damares Alves, Marcos Pontes,
Rogério Marinho, Teresa Cristina, o pseudopastor Magno Malta. Só
para citar os piores… </p><p>Na
Câmara dos Deputados, o PL tem 99 cadeiras num universo de 513
congressistas; o União Brasil (Centrão) elegeu 59 deputados
federais; o PP fez 47 cadeiras, MDB e PSD formaram 42 e o
Republicanos 41. No polo oposto, a esquerda através da Federação
Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) formará a segunda maior
bancada, com 80 parlamentares. Mesmo elevando sua bancada, a esquerda
sempre será vencida ou pelo conservadorismo ou pelo reacionarismo
escancarado da ala bolsonarista. Assim, PL, PP e Republicanos em
nível geral, têm 187 deputados e 23 senadores; enquanto que a
esquerda possuí 125 e 13, respectivamente.</p><p><span style="color: red;">A
CRENÇA NA “LISURA” DA CAMPANHA ELEITORAL</span></p><p>Um
dos vários fatores que levaram à ascensão do reacionarismo ao
poder de forma avassaladora foi o PT e seus aliados terem acreditado
piamente na “justiça” eleitoral e ter aceito acriticamente a
pauta imposta pela mídia corporativa.</p><p>Desde
o início a métrica discursiva do bolsonarismo esteve conduzindo os
“debates”, por meio da difusão de mentiras e deturpações
grosseiras da realidade brasileira, a fim de conquistar sua base de
sustentação política: as igrejas neopentecostais, a classe média
iletrada anti-PT, os rentistas da Faria Lima e o agronegócio
vinculado a variações de um anarco-capitalismo.</p><p>Fluíram
às miríades as chamadas <i>fakenews</i>, sobre as quais o TSE pouco
ou nada atuou em sua contenção. A proibição ficara restrita a uma
intensa campanha de marketing político, muito aquém da rede de
desinformação bolsonarista, ao que podemos caracterizar como a
“hermenêutica” anti-verdade, anticrítica, anti-analítica
introduzida em grupos de “whatsapp”.</p><p><span face="Arial, sans-serif"><b>O
TSE não tem como — nem almeja — adentrar no campo das relações
privadas dos eleitores para coibir falsificações. A imensa rede de
falsificações profissionalizou-se </b></span><span face="Arial, sans-serif"><b>e
banalizou-se</b></span><span face="Arial, sans-serif">: “Nefasto em
98% dos conteúdos, que misturam mentiras e uso de Deus em causa
própria, o bolsonarismo montou uma rede de comunicação para chegar
aos grotões do Brasil mais robusta do que a soma de todas as mídias
hegemônicas que, sabemos, sempre tiveram o seu lado, que não é o
da democracia. Essa rede se ‘profissionalizou’ de 2018 para cá.”
[<a href="https://www.viomundo.com.br/politica/elson-faxina-alerta-as-pesquisas-nao-erraram-nem-houve-voto-envergonhado-o-que-mudou-o-voto-de-6-dos-brasileiros-foi-a-rede-de-mentiras-bolsonarista.html">https://www.viomundo.com.br/politica/elson-faxina-alerta-as-pesquisas-nao-erraram-nem-houve-voto-envergonhado-o-que-mudou-o-voto-de-6-dos-brasileiros-foi-a-rede-de-mentiras-bolsonarista.html</a>]</span></p><p>A
ineficácia proposita do controle sobre as <i>fakenews</i> ficou
patente nos debates ao vivo na Tv, sem que houvesse qualquer freio às
bárbaras mentiras levantadas pela extrema-direita, tais como a dita
“ideologia de gênero”, “fim das igrejas por parte de um futuro
governo Lula”, “implantação do comunismo”, “fraude das
urnas eletrônicas”, a repetição ao extremo de que no atual
governo não há corrupção — cujo método de repetir uma mentira
às centenas acaba virando “verdade”. Só a participação de um
“padre” farsante sem qualquer representatividade social é o
melhor exemplo de permissividade criminosa da justiça eleitoral e da
mídia para desfechar ataque à candidatura de Lula. <b>A tônica
destes pseudodebates foi a calúnia, a desinformação, tomadas como
atrativos para alimentar os índices de audiência e os bolsos dos
patrocinadores (da Globo) </b><b>e que contribuiu para transferir
parte dos votos dos eleitores de Simone Tebet e de Ciro Gomes para o
candidato à reeleição.</b></p><p>Lula,
durante quase toda a campanha atuou na defensiva diante do disparo em
massa de mensagens falsas por todos os rincões do país às vésperas
do pleito nacional. Uma única origem espalhou estas mensagens em
poucos minutos para uma extensa rede de comunicação e mesmo que o
TSE embargue, a “informação” já viralizou como verdade para
imensa população fascista ou não, simplesmente desinformada.</p><p><span face="Arial, sans-serif">Enfim,
a</span><span face="Arial, sans-serif"> estratégia eleitoral da
direita </span><span face="Arial, sans-serif">dirigida pelos órgãos
de inteligência das FFAA </span><span face="Arial, sans-serif">fundamenta-se
na criação de uma onda de desinformação com vistas a aumentar a
rejeição de Lula </span><span face="Arial, sans-serif">e tomar a
religião como um produto a ser vendida para o eleitor (consumidor),
</span><span face="Arial, sans-serif">fator decisivo no incremento de
voto para o genocida de plantão no Palácio do Planalto. </span><span face="Arial, sans-serif">A
professora Maria Fernanda Barros alerta-</span><span face="Arial, sans-serif">nos</span><span face="Arial, sans-serif">
que “A religião está mais à frente da discussão pública e os
valores religiosos estão determinando mais, dando mais forma a como
a sociedade se comporta”
[<a href="https://jornal.usp.br/universidade/monitoramento-das-redes-mostra-como-valores-religiosos-influenciam-a-politica-no-brasil/">https://jornal.usp.br/universidade/monitoramento-das-redes-mostra-como-valores-religiosos-influenciam-a-politica-no-brasil/</a>],
e por isso tem assumido status de programa de governo, indícios cada
vez mais evidentes da época reacionária na qual vivemos </span><span face="Arial, sans-serif">e
traça futuros nefastos</span><span face="Arial, sans-serif">.</span></p><p><span style="color: red;">O
“ERRO” DAS PESQUISAS ELEITORAIS COMO BODE-EXPIATÓRIO</span></p><p>Tal
qual os debates televisivos, as ditas “pesquisas eleitorais” tem
basicamente duas finalidades: em primeiro lugar encher as burras dos
jornalões com a divulgação como furos de reportagem; em segundo,
de viés político, induzir o eleitorado ao erro. Isto porque a
metodologia aplicada está em seu âmago errada, pois desconsidera a
possibilidade da abstenção do eleitor, leva em conta apenas os
“votos válidos”. Lembrando que em 2018 o grande vencedor nas
eleições foi a abstenção (21,3% - 30 milhões de eleitores
aproximadamente, 11 milhões votaram nulo ou em branco), graças a
qual elevou um energúmeno à condição de “presidente” do país.</p><p>Nesta
eleição presidencial os índices estiveram bem próximos da de
2018: foram 32.770.982 de abstenções, totalizando 20% do
eleitorado; 3.487.874 foram nulos, perfazendo 2,8% e 1.964.779
completaram os votos em branco (1,59%). Pode-se afirmar que a
abstenção é um forte aliando do bolsonarismo, pois é uma parcela
da população desencantada com o processo eleitoral e desiludida com
a política burguesa tradicional, fato que prejudicou Lula. Por outro
lado, o eleitor bolsonarista praticamente não se abstém porque além
de ter uma renda maior, participa e se articula em extensas redes de
comunicações sociais, oriundas dos desejos da classe média
anti-PT.</p><p><b>A
ascensão da extrema-direita </b><b>não se deve apenas a um erro das
pesquisas, mas revela quão nefasta é a rede de desinformação
arquitetada desde as eleições de 201</b><b>4, aperfeiçoada em 2018
e agora em escala industrial</b><b>. Foi esta rede imensurável de
mentiras que mudou o cenário esperado de boa parte do eleitorado que
se definiu pelo energúmeno.</b> A mesma dinâmica, infelizmente,
está se configurando para o segundo turno. O PT de Lula, parece que
ainda não se convenceu sobre esta questão crucial, por isso sua
postura defensiva durante toda a campanha eleitoral, o que somente
credita vantagens para seu oponente direto.</p><p><span face="Arial, sans-serif"><b>No
âmago deste contexto, não pode ficar de fora o chamado “orçamento
secreto” </b></span><span face="Arial, sans-serif"><b>para o
“Centrão” </b></span><span face="Arial, sans-serif"><b>que,
graças às imensas quantias de dinheiro público em campanhas não
declaradas, gente de nenhuma expressão política conseguiram se
eleger com milhões de votos</b></span><span face="Arial, sans-serif">.
</span><span face="Arial, sans-serif">Assim, “Cada deputado
reeleito desse Centrão expandido teve, em média, 42,8 milhões de
reais de orçamento secreto. O montante é 470% acima da média
recebida pelos deputados reeleitos pela coligação do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT, PCdoB, PV, Psol, Rede, PSB, Avante,
Solidariedade, Pros) – 7,5 milhões de reais cada”.
[<a href="https://piaui.folha.uol.com.br/eleicoes-2022/centrao-colhe-os-votos-do-orcamento-secreto">https://piaui.folha.uol.com.br/eleicoes-2022/centrao-colhe-os-votos-do-orcamento-secreto</a>]
</span><span face="Arial, sans-serif">Dados levantados expõem que
“10 dos 13 deputados beneficiados com valores acima de R$ 100
milhões ao longo do mandato foram reeleitos com desempenho melhor
nas urnas do que em 2018. Em três estados, os campeões de votos
também figuram no topo da lista dos mais contemplados com as
chamadas emendas de relator, distribuídas a aliados do governo de
Jair Bolsonaro sem transparência e critérios claros, em troca de
apoio no Congresso.”
[<a href="https://oglobo.globo.com/politica/eleicoes-2022/noticia/2022/10/dez-dos-treze-deputados-campeoes-do-orcamento-secreto-tiveram-mais-votos-do-que-em-2018.ghtml">https://oglobo.globo.com/politica/eleicoes-2022/noticia/2022/10/dez-dos-treze-deputados-campeoes-do-orcamento-secreto-tiveram-mais-votos-do-que-em-2018.ghtml</a>]</span></p><p>Importante
destacar que a ascensão da direita se dá nos marcos de um enorme
retrocesso do movimento operário e das lutas de massas,
diagnosticado há pelo menos 20 anos, aprofundado durante a época de
Lula/Dilma, quando sindicatos praticamente se tornaram organizações
cartoriais chapa branca. Situação que não pode ser deixada para
trás numa análise séria e aprofundada dos últimos anos no Brasil.</p><p><span style="color: red;">ÚNICA
FORMA DE ENFRENTAMENTO COM AS MENTIRAS É GANHAR AS RUAS!</span></p><p>Não
há como superar a virtualidade informativa da direita brasileira
senão recorrer aos “velhos” métodos de intervenção: que o
movimento de massas ganhe as ruas em oposição à generalização do
senso comum e dos aspectos tendenciais de uma “ditadura
teocrática”, o que na verdade é a consubstanciação do capital
na religião (ou vice-versa), cuja expressão mais acabada seria o
anarco-capitalismo completamente antitrabalhador. Estamos diante da
barbárie e da perspectiva de precarização ainda mais grave do
mundo do trabalho. Os recém-eleitos irão aprofundar com ainda mais
profusão os ataques à classe trabalhadora. Mesmo em época
eleitoral, faz-se necessário adentrar pelas ruas em todos os rincões
do país, comícios e manifestações contra a política de
destruição do bolsonarismo e partir imediatamente para a ofensiva.
Mobilização esta deverá ser permanente, mesmo sob o possível
governo Lula, posto que este estará atuando como refém do
reacionário Congresso Nacional e a naturalização dos escândalos
da extrema-direita.</p><br /><p></p>Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-42149513295116152832022-03-13T09:42:00.012-03:002022-03-13T11:28:22.563-03:00GUERRA NA UCRÂNIA: a lógica da economia política imperialista e a nova guerra fria, mais quente que nunca<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgMbJdfA27SziIkttVnMFJqaM9hx196iub5ZtLoSVqTVKhF1PL9azszfgSL_kqqBTSs_E5Yaj2WcSwzT1C7DoVK2wvwIBDjTeeXC2J4A-uAst3fGKSwzCjGK6WXWFlUsyiiPBh_1uS7A9yo-_XD221dvC8SSGS53ty1fms6ODbWqiW_Zp7ORev57u889w=s739" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="415" data-original-width="739" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgMbJdfA27SziIkttVnMFJqaM9hx196iub5ZtLoSVqTVKhF1PL9azszfgSL_kqqBTSs_E5Yaj2WcSwzT1C7DoVK2wvwIBDjTeeXC2J4A-uAst3fGKSwzCjGK6WXWFlUsyiiPBh_1uS7A9yo-_XD221dvC8SSGS53ty1fms6ODbWqiW_Zp7ORev57u889w=w640-h360" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #2b00fe;">Neonazistas ucranianos com a bandeira da Otan combatendo a Rússia</span></i></b></td></tr></tbody></table><p>Após analisar vários artigos científicos e textos jornalísticos acerca da guerra na Ucrânia provocada pelo expansionismo militar da Otan rumo ao leste europeu, podemos arrebatar algumas lições, embora ainda lacunares, mas que podem lançar novos olhares mais críticos sobre o que acontece no mundo real da guerra, dos desígnios da geopolítica e da luta pela hegemonia militar sobre todos os povos do planeta por parte do imperialismo estadunidense. Trata-se de algo que vai além das escaramuças de guerra, da luta de poder entre Estados: a economia política vigente no século XXI, a qual para atingir seus objetivos ressuscita o supremacismo branco da elite econômica capitaneada pela plutocracia americana eugenista, a fim de combater o “meliante” russo. Aqui, economia política na acepção que Marx lhe confere: a ciência do enriquecimento, as necessidades do Homem como algo essencialmente rentável<span style="color: red;"><b>*</b></span>. O que está em jogo ao longo de várias décadas de contendas quentes e frias, são as guerras comerciais insufladas pelo departamento de Estado americano respondendo a demandas de suas oligarquias financistas.</p><p><span></span></p><a name='more'></a><p></p><p><span style="color: red;">A DISPUTA POR MERCADOS NO CENTRO DA BELIGERÂNCIA ESTADUNIDENSE</span></p><p>EUA e Rússia são os maiores produtores de gás natural do planeta, colocando a Europa como consumidora desta <i>commoditie</i>, tendo a Ucrânia como principal via dos gasodutos para o velho continente. Por esta razão, <b>os estrategistas do Pentágono, além de insuflar a indústria da guerra em tempos de queda da taxa de lucro das empresas capitalistas (com exceção da <i>Big Pharma</i>), almejam tomar dos russos estes gasodutos e, assim, dominar a produção e distribuição do gás, concomitante reforçar o seu domínio militar absoluto sobre todas nações do mundo, somado ao poder econômico de mercado. Este é o cerne da questão: o controle do mercado mundial da indústria energética por parte de um capitalismo em sua fase terminal, o imperialismo</b>, cujo método de ação é a conquista violenta de mercados a qualquer preço.</p><p>Não se trata, de modo algum, da disputa entre o “mundo democrático” do <i>american way life</i> versus o autoritarismo putinesco. Ora, Bush, Obama, Trump ou criaram ou se alinharam ao extremismo islâmico (Isis, Dash, Al Qaeda...), dão suporte ao Estado nazi-sionista de Israel, têm como parceiros as retrógradas e ditatoriais monarquias árabes. Para piorar, Biden aliou-se aos neonazistas ucranianos para enfrentar os russos. A guerra tem um só lado agressor: o imperialismo americano em busca de dominar o mercado mundial. A Rússia, apesar de seu potencial bélico, é um país ainda semicolonial após a diluição/destruição da URSS. Desde a política de socialismo em um só país alinhavada por Josef Stalin na década de 30 do século passado, o pragmatismo russo adotou a coexistência pacífica com o Ocidente: não me ataquem que eu não ataco! Mas atacaram!!!</p><p>A beligerância acontece porque no âmbito interno da política americana,<b> três poderosas oligarquias dominam as estruturas do regime político de acordo com o economista norte-americano Michael Hudson: o Complexo Industrial Militar (FIRE: Raytheon, Boeing e Lockheed-Martin), o setor de extração de petróleo e gás (MIC: que compete com o russo) e o de Finanças, Seguros e Imóveis (OGAM: renda da terra), cuja sede é em Wall Street. “Os setores FIRE, MIC e OGAM são os três setores rentistas que dominam o capitalismo financeiro pós-industrial de hoje</b>. Suas fortunas mútuas dispararam à medida que as ações da MIC e da OGAM aumentaram”<b><span style="color: red;">1</span></b>. Destes setores partem as iniciativas de guerra pelo mundo em busca de mercados eliminando mercados!</p><p>A Rússia, neste contexto, representa um obstáculo ao expansionismo imperialista dos plutocratas americanos e suas corporações e trustes, ao lado da China e Irã. Desta forma, o leste europeu, a Ucrânia não pode ficar sob a influência de países não alinhados. Os louros dos lucros devem afluir para os privatistas norte-americanos. A disputa por mercado é a razão da beligerância ianque.</p><p style="text-align: left;">Sob a chefia dos EUA, a Otan carrega de roldão os países europeus à guerra comercial, obrigando-os a comprar o gás dos americanos, não dos russos. O que por si só é elemento gerador de crise entre os países-membros, pois gasodutos são financiados por várias empresas europeias! Até antes da deflagração da guerra por parte de Biden, Alemanha e França, por exemplo, pagavam bilhões de dólares a Rússia. Doravante, para o império, isto tem que acabar, deixar de serem cativos dos russos.</p><p style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg0wvKXZzBtE1PJYIIQy-4c8P3S8mr1YgPrMs2AnylqpAh8q9EWPoAvDO6hP0uJwMLKCkr0nR30LieOfPD2cw_iuriz4tSp84dd_UA0zl6bJzdg8WTNjjmCCYRTCKKy75_fi_0m6Ugk6g1l6AKNH3qQD-n1R1FFMO4h5RxFO_Ww7nF35qmlyD5Uys4Bag=s1200" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1147" data-original-width="1200" height="383" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg0wvKXZzBtE1PJYIIQy-4c8P3S8mr1YgPrMs2AnylqpAh8q9EWPoAvDO6hP0uJwMLKCkr0nR30LieOfPD2cw_iuriz4tSp84dd_UA0zl6bJzdg8WTNjjmCCYRTCKKy75_fi_0m6Ugk6g1l6AKNH3qQD-n1R1FFMO4h5RxFO_Ww7nF35qmlyD5Uys4Bag=w400-h383" width="400" /></a></p><span style="color: red;">OS LIMITES DAS SANÇÕES AMERICANAS À RÚSSIA</span><p></p><p>Eis o porquê dos EUA e seus consortes lambe-botas da mídia corporativa imporem o isolamento político da Rússia. Na realidade dura, implica boicote e sabotagem ao Nord Stream 2<b><span style="color: red;">2</span></b> (gasoduto que vai da Rússia até a Alemanha, passando por baixo do Mar Báltico), sumamente financiado por um consórcio de empresas europeias. Razão pela qual, as sanções exigidas por Biden dificilmente serão cumpridas contra os russos. A Alemanha em especial [ver figura acima], tem uma dependência significativa do gás natural russo: “Para a Alemanha, como o maior consumidor de gás da Europa, o novo gasoduto foi especialmente importante porque Angela Merkel confirmou que o país eliminaria a energia nuclear até 2022 e o carvão até 2038” (idem). O eixo franco-alemão tem muitas divergências com as imposições do governo americano, o que são fontes geradoras de crises futuras na ONU e Otan.</p><p>Um cientista político russo afirma que “As sanções dos EUA afetaram não tanto a Rússia, mas países terceiros que estão sob pressão de Washington… os nossos vizinhos europeus, que restringiram a maioria dos projetos de cooperação nas esferas científica, técnica e energética… afetaram os bancos comerciais chineses que operam na zona do dólar, que preferiram parar de atender clientes russos. O volume de negócios da Rússia com a UE e os EUA diminuiu naturalmente, enquanto com a China aumentou”<span style="color: red;"><b>3</b></span>. A realidade vem demonstrando a ineficácia das sansões.</p><p>O significado da real guerra passa pela existência da economia política em pleno século XXI, ou seja, aquele pragmatismo bélico voltado para resultados econômicos de médio prazo: controlar as rotas de gasodutos de origem russa que alimentam a Europa como parte estratégica de submissão da região. Isto vem sendo instigado desde a chamada “revolução laranja” de 2004 e depois em 2014, quando o presidente ucraniano pró-Rússia fora deposto num golpe dirigido pela CIA e o Pentágono.</p><p>A atual guerra é a continuidade destes movimentos políticos por outros meios, como soe acontecer após os ataques às Torres Gêmeas em 2001, quando os neocons (ultraconservadores americanos) têm dominado o cenário da política externa dos Estados Unidos ao lado dos Hawks (Falcões do Pentágono). Como resultado temos a destruição total do Iraque, Líbia, Afeganistão, Síria e de quem por ventura se colocar contra o império.</p><p><span style="color: red;">A ÁGUIA ELEGE O URSO E O PANDA COMO SEU INIMIGO</span></p><p>O recado de Biden adonado da Otan e a lawfare é bem claro para o mundo: “O Kremlin teme uma OTAN forte, a aliança político-militar mais eficaz da história moderna. Para combater a agressão russa, devemos manter as capacidades militares da aliança afiadas, ao mesmo tempo em que expandimos sua capacidade de enfrentar ameaças não tradicionais, como corrupção armada, desinformação e roubo cibernético. Devemos impor custos reais à Rússia por suas violações das normas internacionais… contra o sistema autoritário cleptocrático do presidente Vladimir Putin”<b><span style="color: red;">4</span></b>. Neste artigo, China, Rússia, Irã são declarados inimigos, já por mim analisado<span style="color: red;"><b>5</b></span>. A Ucrânia, mesmo não sendo membro oficial da Otan, recebeu no curso de vários anos imensa capacitação militar dos EUA<span style="color: red;"><b>6</b></span> (armas biológicas principalmente). </p><p>Enfim, com a guerra posta, <b>o cenário é de configuração de uma nova ordem mundial, uma nova geopolítica está sendo parida, doravante sob uma maior autossuficiência de Rússia e China perante as imposições dos EUA no cenário internacional e em meio a uma provável crise nos países europeus (os maiores prejudicados pelas sanções à Rússia). Considere-se que a Rússia ainda não lançou as suas contrapartidas, ou contra-sanções aos agressores, tais como estatizações de empresas estrangeiras, congelamento de ativos, não pagamento de dívida ativa etc</b>. Nas palavras de Pepe Escobar, “A questão chave para o Sul Global digerir é que o ‘ocidente’ não está cometendo suicídio. O que temos aqui, essencialmente, são os Estados Unidos destruindo deliberadamente a indústria alemã e a economia europeia…”<span style="color: red;"><b>7</b></span>. A Rússia, neste anátema de guerra, poderá sair como a grande vitoriosa e autossuficiente! </p><p><br /></p><p><span style="color: red;"><u>Notas: </u> </span> </p><p>* “a necessidade do dinheiro é, por isso, a verdadeira necessidade produzida pela economia nacional e a única necessidade que ela produz”. (MARX, Karl. Manuscritos. 1844)</p><p></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
1 -
[<a href="https://mronline.org/2022/02/28/america-defeats-germany-for-the-third-time-in-a-century/">https://mronline.org/2022/02/28/america-defeats-germany-for-the-third-time-in-a-century/</a>]
Acesso em 12 de março/2022;</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">2 -
[<a href="https://mondediplo.com/2021/05/09pipelines">https://mondediplo.com/2021/05/09pipelines</a>]
Acesso em 12 de março/2022;</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">3 -
[<a href="https://rentry.co/sanctions-and-sovereignty">https://rentry.co/sanctions-and-sovereignty</a>]
Acesso em 12 de março/2022;</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">4 -
[<a href="https://www.foreignaffairs.com/articles/united-states/2020-01-23/why-america-must-lead-again">https://www.foreignaffairs.com/articles/united-states/2020-01-23/why-america-must-lead-again</a>]
Acesso em 12 de março/2022;</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">5 - [<a href="https://inquietudegeral.blogspot.com/2021/08/estados-unidos-fogem-do-afeganistao-uma.html">https://inquietudegeral.blogspot.com/2021/08/estados-unidos-fogem-do-afeganistao-uma.html</a>] Acesso em 12 de março/2022;</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">6 - [para maiores
informações
<a href="https://ensinarhistoria.com.br/russia-x-ucrania-as-multiplas-faces-de-uma-guerra/?fbclid=IwAR1hWIJECjBpr9zPJ_c5BWNy_ZawXA3RFLWZdHn7NNjX7mr8xwJD1ThBYCM">https://ensinarhistoria.com.br/russia-x-ucrania-as-multiplas-faces-de-uma-guerra/?fbclid=IwAR1hWIJECjBpr9zPJ_c5BWNy_ZawXA3RFLWZdHn7NNjX7mr8xwJD1ThBYCM</a>]
Acesso em 12 de março/2022;</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">7 -
[<a href="https://thecradle.co/Article/columns/7672">https://thecradle.co/Article/columns/7672</a>]
Acesso em 12 de março/2022.</p><br /><p></p>Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-20782132561632753502021-12-26T22:39:00.006-03:002021-12-26T22:50:24.097-03:00RESENHA: Olhe para cima, não tem onde se esconder, negacionistas vocês são o fim da Humanidade!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhF0ynuKyZFfrLXcm4N3hzFw0tyiGjcEcBMuc5xTO0zz3EPtmPwe0sEV6rTRtBQILv8URceziBoCVXQNqeRtscLShbZp1PTkCJOrPaC1_TLuRZWkoY_fNZEWViJ0ZzPS-uC4AhBRZJau-WHFAiKsACLo0hQ2Jp4wcHHPA4VJ3OT8o_C_LfQ5AgINre8ww=s1531" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="968" data-original-width="1531" height="440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhF0ynuKyZFfrLXcm4N3hzFw0tyiGjcEcBMuc5xTO0zz3EPtmPwe0sEV6rTRtBQILv8URceziBoCVXQNqeRtscLShbZp1PTkCJOrPaC1_TLuRZWkoY_fNZEWViJ0ZzPS-uC4AhBRZJau-WHFAiKsACLo0hQ2Jp4wcHHPA4VJ3OT8o_C_LfQ5AgINre8ww=w699-h440" width="699" /></a></div><p></p><p><b>“Não olhe para cima”</b>, pois algo muito, muito severo pode acontecer! É o que anuncia o diretor Adam McKay. A Humanidade pode ser extinta em seis meses. E você pergunta: que Humanidade é essa em que vivemos? Para quê serve o conhecimento científico até hoje alcançado? As nossas estruturas políticas, em particular a classe dominante e o poder dela imanente, estão preparadas para encarar o inesperado? O tão propalado mercado e seus embusteiros higth tech que tudo vê e determina nas consciências dos indivíduos, formando um “ideal” coletivo, estaria interessado em salvar o mundo de uma hecatombe? Generais corruptos e medíocres preocupados em vender bagatelas. O papel da indústria tecnológica, a inteligência artificial e seus algoritmos têm destaque na essência nesta intrigante trama.<span></span></p><a name='more'></a><p></p><p>Estas são apenas umas perguntas dentre as miríades que poderíamos elaborar enquanto e depois que assistimos ao filme da Netflix, “Não olhe para cima”. O drama que aparenta ser mais um clichês de ficção científica, adentra numa seara bem distinta: o fim a que se destina a Humanidade e a oposição entre ciência e política burguesa, a qual se converteu na luta contra os negacionistas. Assume um tom quase que beirando a comédia/sátira até a primeira metade do longo filme. Contudo, vai se tornando algo incomodo para quem o assiste. Este certamente é um recurso para demonstrar com muito deboche e ironia como os detentores do poder reagem perante uma ameaça iminente que não esteja sob seus domínios estruturantes e ideológicos.</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjfEgf5fNZcNhY4L25fRUiDF8eKZ9ndnKNvPq-cHII0oRUSi_dJ6sa-7DbxOr2LVD9SCh3EbOF9q88ZuEmDqS7ZD3j_Vufvp49kVgD0KeoraD4JBgefKR6VdWET7QM2DnkDG6nyHxWDDam7Ri3INaz2Q_IvPPfhFvDORSOFJ6yLOHcqoWnGVsyd50E82w=s2507" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1047" data-original-width="2507" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjfEgf5fNZcNhY4L25fRUiDF8eKZ9ndnKNvPq-cHII0oRUSi_dJ6sa-7DbxOr2LVD9SCh3EbOF9q88ZuEmDqS7ZD3j_Vufvp49kVgD0KeoraD4JBgefKR6VdWET7QM2DnkDG6nyHxWDDam7Ri3INaz2Q_IvPPfhFvDORSOFJ6yLOHcqoWnGVsyd50E82w=w473-h198" width="473" /></a></div>O que poderia ser uma peça orientada para o gosto da despolitização, típica do nefasto período trumpista, cuja presidente dos EUA retratada no filme é uma paródia ao ex-presidente negacionista, ao ridicularizar a dita classe política e seus interesses eleitoreiros, o filme adota o recurso da mobilização popular – claro dentro das concepções próprias da indústria que produziu o filme! - perante o imobilismo irritante do poder executivo (dos Estados Unidos, é claro!). Atenção para o filho da presidente: um imbecil inútil que dita as regras de governo (coincidência?). Com personagens desta envergadura (não tão caricaturais) dá vontade de torcer para o cometa perante os negacionistas encardidos e ideológicos...<p></p><p><span style="color: red;">UMA CRÍTICA AO STABLISHMENT NEGACIONISTA</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhOuuYgLbPiYKtPd9bRB7BAsYb3M1YANKkmsGeE1EVRY3-m5gR8Bs189bav6ciUY5IrOk70W3g1ALwyRmFdPKze8gcXY6D7FBF53aUVUYoNLhK93ZsFKPqGVDlMJuDI_sg9MCXPQeyo0dBz2Ix2USby1P0eX7wTyvf4Ci2ikEpelnC-3eOvfPGIdy8zeA=s2485" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1029" data-original-width="2485" height="189" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhOuuYgLbPiYKtPd9bRB7BAsYb3M1YANKkmsGeE1EVRY3-m5gR8Bs189bav6ciUY5IrOk70W3g1ALwyRmFdPKze8gcXY6D7FBF53aUVUYoNLhK93ZsFKPqGVDlMJuDI_sg9MCXPQeyo0dBz2Ix2USby1P0eX7wTyvf4Ci2ikEpelnC-3eOvfPGIdy8zeA=w455-h189" width="455" /></a></div>Neste mesmo caminho, a mídia corporativa, concomitante, é encarada em toda sua futilidade e programada para entreter idiotas perfeitos, dominada até a cabeça pelos interesses do mercado que, no caso específico, é a cada vez mais “sofisticada” indústria da informação, ou seja, a que produz celulares, agora podendo sentir o que as pessoas estão sentindo: alegria, tristeza, medo. Canal estúpido de TV conectado com os celulares… <b>Tudo nas mãos de um magnata planetário, quem tudo faz, quem tudo decide, inclusive dá ordens ao presidente dos EUA! Ou seja, o capitalismo não apresenta soluções, mas apenas destruição e não aponta para um futuro melhor.</b><p></p><p>No entanto, há neste ínterim, cientistas desesperados em divulgar que uma tragédia de proporções épicas se aproxima do planeta Terra. Ninguém lhes dá ouvidos; ao contrário são motivos de chacotas, de “memes” ridicularizando-os como malucos e, no caso de sua orientanda, mulher que o acompanha na tese, é tomada como surtada. <b>De tão indignados com o descaso que o personagem principal, um astrônomo na pele de Leonardo di Capprio, escreve: o que defendo “o nome é ‘método científico’, e o que criou o computador em que você digita suas teorias conspiratórias imbecis”.</b></p><p>Não se preocupem! Disse o deus mercado. Temos a solução!!! Vamos ganhar dinheiro com a hecatombe, com a colaboração evidentemente do governo americano e de outros mundo afora. Ops! Espere! Algo pode dar muito errado!</p><p>Diante disso, a classe dominante cria seus (pesudo)heróis (um fracassado militar supremacista branco) que beira o ridículo, mobilizar as massas populares para que a presidente dos EUA ganhe as eleições legislativas e a indicação na Suprema Corte (tem algo de conhecido nisto tudo!!). Enquanto isso o perigo cada vez mais paira sobre as cabeças da população mundial. Mas o que importa é ganhar dinheiro… A nação que se opusesse ao projeto do deus mercado (uma espécie de Bill Gates) que tudo controla, seria destruída, dando a dimensão exata, embora metafórica, do que representa o imperialismo no mundo atual.</p><p><span style="color: red;">PARA PENSAR O FUTURO DA HUMANIDADE</span></p><p><b>Nas mobilizações populares uma canção no filme afirma categoricamente: “Deixe de ser pau no cu e acorde/Dê ouvidos aos cientistas qualificados/a gente deu mancada/fodeu com tudo mesmo”</b> contrapondo-se ao que fora imposto de cima para baixo ao povo.</p><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgmLaUIL_KUSOqZmUB3nGjtzy77JZ4Oi503fq5PJMazwmKWXRY6a9Klbm2xftjnrF5dl-zawymTjQDLiJc2gzVqKsg9xbaFwvZiGBnitPJm0TCqvu-u8iWtOdRaeCFcAPF7XtDYwXzxrIgFO72X17zVTduYxl83acymDn6INqvhrurIe_w1cFPG090mUg=s1235" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1043" data-original-width="1235" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgmLaUIL_KUSOqZmUB3nGjtzy77JZ4Oi503fq5PJMazwmKWXRY6a9Klbm2xftjnrF5dl-zawymTjQDLiJc2gzVqKsg9xbaFwvZiGBnitPJm0TCqvu-u8iWtOdRaeCFcAPF7XtDYwXzxrIgFO72X17zVTduYxl83acymDn6INqvhrurIe_w1cFPG090mUg=s320" width="320" /></a></div>Enfim, o filme é uma boa oportunidade para refletirmos acerca da sociedade em que vivemos, suas prédicas, costumes e imposições mercadológicas, bem como a que interesses vigoram regimes políticos fascistizantes (como o trumpismo e o bolsonarismo). Ao longo da película, não é de estranhar um certo desconforto do espectador com o oportunismo, inação e incompetência do poder instaurado e de seus lobbistas econômicos. A Ciência, fez o que pode para impedir o pior. Não levar em conta o que dizem os estudiosos pode ser catastrófico para a Humanidade. A crítica em geral vem detonando o filme, colocando-o como uma produção baixa e retrógrada. O que é, na verdade, uma defesa do stablishment mundial, da mídia e do munda da política burguesa. É, ao contrário, um belo filme, inteligente e instigante, muito atual, embora feito antes da pandemia. As coincidências, neste sentido, são notáveis, quase em tom profético!<p></p><p><b>Faço uma advertência muito importante: o filme não acaba quando termina!!! Assista até que a tela se feche para que tenha o desfrute do saber quem governará o mundo futuro (uma das teses mais importantes apresentadas em plena conexão com a realidade atual). Lembre, a curiosidade é a chama do conhecimento! Vamos olhar para cima, sim e sempre!!</b></p><p><b>#NÃOOLHEPARACIMA</b></p><p><b><br /></b></p>Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-83120046776759023902021-08-21T21:37:00.009-03:002021-08-21T22:04:21.899-03:00ESTADOS UNIDOS FOGEM DO AFEGANISTÃO: Uma virada estratégica do império americano em torno da Ásia para enfrentar Rússia e China<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyyq8Fh8e4ngNK8QgTQtlh0GHRhquXfLsy-evfC0eJWb3nAb_cev4Adv2L3L7alP8wnOoN-psWBbfbAev1Te-zOpFYHQD5Yc2w0lbJ59O7AXMGcO0fy6leyy763FsyFNNLQW_LFcraDrxU/s600/afegan02.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="398" data-original-width="600" height="440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyyq8Fh8e4ngNK8QgTQtlh0GHRhquXfLsy-evfC0eJWb3nAb_cev4Adv2L3L7alP8wnOoN-psWBbfbAev1Te-zOpFYHQD5Yc2w0lbJ59O7AXMGcO0fy6leyy763FsyFNNLQW_LFcraDrxU/w666-h440/afegan02.jpg" width="666" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #2b00fe;">É possível comparar fuga americana do Vietnã com a atual escapada do Afeganistão?</span></i></b></td></tr></tbody></table><p></p><p><span face="Arial, sans-serif">Muitos
analistas internacionais, dentro os quais vários da esquerda,
avaliaram que a saída das tropas americanas do Afeganistão teria
sido um “momento Saigon” (ESCOBAR, 13/8) no dia 12 de agosto,
quando as milícias talibãs tomaram o país. Seria correta tal
caracterização? Em apenas quatro dias tudo fora resolvido sem que
quase não houvesse tiros ou canhonaços, com um número ínfimo de
vítimas. Logo os “estudantes da religião” estavam proclamando
oficialmente as bases do novo governo, o “emirado islâmico do
Afeganistão” já dentro do palácio presidencial. A pergunta que
deve ser feita, teria sido uma evacuação negociada entre o talibã
os EUA e a Otan? Por que esta guerra, para muitos incautos, é
considerada “no fim do mundo”? Qual a importância de um pequeno
país agropastoril para as grandes potências econômicas mundiais?<span></span></span></p><a name='more'></a><p></p><p><span face="Arial, sans-serif"><span style="color: red;">UM
PAÍS ESTRATÉGICO PARA O OCIDENTE CAPITALISTA-CRISTÃO</span></span></p><p><span face="Arial, sans-serif">O Afeganistão, ainda em pleno século
XXI, é um país eminentemente feudal, dividido por inúmeras etnias,
cujas vidas são cimentadas por uma economia agropastoril e/ou nômade
em uma região predominantemente montanhosa. Faz fronteira com países
considerados potências nucleares como Paquistão, China e Irã, além
de outros como Turcomenistão, Uzbequistão e Tajiquistão. Não
possui saída para o oceano, no entanto tem sido há séculos
considerado de suma importância estratégica para o mundo
capitalista no que tange a rotas comerciais rumo à Ásia, merecendo
inclusive comentário de Engels: “A posição geográfica do
Afeganistão e o caráter peculiar do povo investem o país com uma
importância política que dificilmente pode ser superestimada nos
assuntos da Ásia Central” (</span><i style="font-family: Arial, sans-serif;">carta a Marx de 28 de maio de 1857</i><span face="Arial, sans-serif">).</span></p><p>Entretanto, em 1979, após a
“revolução de abril”, durante breve capítulo de
progressividade político-cultural, o país conheceu uma “revolução
pelo alto”, quando foi instaurado um regime político-social laico
de características socializantes apoiado pela antiga URSS. À época,
<b>os novos governantes colocaram em prática um programa de
superação dos limitados costumes medievais (feudais) e de atraso
econômico através da reforma agrária, alfabetização em massa dos
camponeses </b><b>através de um sistema público de ensino</b><b>,
</b><b>emancipação</b><b> das mulheres (historicamente sempre
menosprezadas) </b><b>e dos jovens, projeto ambicioso de
nacionalizações, </b><b>controle do capital financeiro, </b><b>sistema
de cooperativismo no campo</b><b> etc.</b></p>
<p style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span face="Arial, sans-serif"></span></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8VDl92WWd_q4tp1JTcA2VfDLxqqdXPsTIP_Ldd4CXt09Xxk1iVVhKwFN8jkleNBvGM_i5BWaEM6uBSQSD9n7FxjG3mXA7WH-DZBwUAti5LFGgDy-NVZTGXNC3xI6cY_WvA7p63tsl3slf/s906/afegan_mujahedin.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="519" data-original-width="906" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8VDl92WWd_q4tp1JTcA2VfDLxqqdXPsTIP_Ldd4CXt09Xxk1iVVhKwFN8jkleNBvGM_i5BWaEM6uBSQSD9n7FxjG3mXA7WH-DZBwUAti5LFGgDy-NVZTGXNC3xI6cY_WvA7p63tsl3slf/s320/afegan_mujahedin.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #2b00fe;">Mujahideens, antissoviéticos</span></i></b></td></tr></tbody></table><span face="Arial, sans-serif">Os novos ventos que sopravam melhorias
nas condições de vida da população logo despertaram a ira
hidrofóbica do(s) império(s) no Ocidente, no contexto da guerra
fria. O tribalismo patriarcal (VISENTINI, 2013) agropastoril
começaram a reagir com violência contra a renovação laica da
sociedade, convertendo-se em oposição ao governo socializante. Esse
setor tradicionalista uniu-se aos mujahideens (guerrilha conservadora
e religiosa que atuava no interior do país), ambos passaram a ter
gordos aportes em dinheiro (em despacho secreto de Jimmy Carter) e
logística bélica por parte dos EUA, Paquistão, China e Arábia
Saudita. Deste beneplácito contrarrevolucionário é que irá surgir
a Al Qaeda de Osama Bin Laden, treinado diretamente pela CIA,
considerado então como “guerreiro antissoviético” e não
terrorista pelo Departamento de Estado norte-americano. Em um
contexto de guerra fria, foram dez anos de embates entre a URSS e os
EUA (Otan), provocando uma exaustão na economia soviética. Pode-se
afirmar que foi uma autêntica “armadilha de urso” armada pelos
americanos, pois os recursos gastos foram imensos, praticamente
faliram a Rússia brejneviana.</span><div><br /><div>Em crise, a URSS foi obrigada a
retirar suas tropas do Afeganistão sob o comando de Gorbachev em
1988, dando curso a uma selvagem guerra civil que se prolongou até
1996. Do vácuo de poder acentuado no caos, os “estudantes” em
marcha como produto político de vários acordos tribais tomou a
capital Cabul, incentivados por Paquistão e as monarquias árabes.</div><div><br /></div><div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAm5_i4-XNer_8xnbB4lgsLlqDzNkaXLSA4Had4nY9SL0j1GWR9SdbOlLpDnIDGvSF4BCfFMwTdg7WafDEp3jppE0Hn3gOu9Ih98ap4n2W8sqJYizdeO0omRH5x37ajBpTfM7qfJy2bteH/s750/afeg+antisovi.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="501" data-original-width="750" height="251" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAm5_i4-XNer_8xnbB4lgsLlqDzNkaXLSA4Had4nY9SL0j1GWR9SdbOlLpDnIDGvSF4BCfFMwTdg7WafDEp3jppE0Hn3gOu9Ih98ap4n2W8sqJYizdeO0omRH5x37ajBpTfM7qfJy2bteH/w376-h251/afeg+antisovi.jpg" width="376" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #2b00fe;">Os “guerreiros anti-soviéticos” como heróis...</span></i></b></td></tr></tbody></table>Doravante, as grandes potências
capitalistas ocidentais passaram a considerar o país como o “eixo
do mal” que abriga terroristas de todas os matizes, tendo à cabeça
Bin Laden. O talibã tornou-se o senhor do país afegão. “Em um
país economicamente devastado socialmente fustigado e politicamente
decepcionado com a continuação da guerra civil pelos partidos
tradicionais, o surgimento desses ‘puros’, em 1994, que pregavam
a unidade, a ordem e o fim da guerra pareceu uma esperança…”
(VISENTINI, 2013 , p.335).</div><div><br /></div><div>Em 2001, após os ataques às Torres
Gêmeas, os EUA junto com a Otan desencadeou uma operação de guerra
contra o Afeganistão em busca de Bin Laden. Sob o subterfúgio de
“guerra ao terror” invade o Afeganistão, sabemos que os
objetivos eram outros. Foram 20 anos de destruição da
infraestrutura anteriormente já débil, perseguições
indiscriminadas a cidadãos, assassinatos de civis em verdadeiro
banho de sangue. O ódio à ocupação militar ocidental era latente
e incontrolável desde as inúmeras tribos existente no país.</div><div><br /></div><div><span style="color: red;">VIRADA ESTRATÉGICA NO CAMPO DA GEOPOLÍTICA NORTE-AMERICANA</span></div><div><br /></div><div>Durante a violenta ocupação militar
americana, analistas e o próprio governo gabavam-se que o talibã
estava dominado. Ledo engano: as células talibãs estavam apenas
adormecidas, em cerco às principais cidades, incluindo Cabul. Foi só
dar sinal pela inteligência paquistanesa que os ocupantes estavam
enfraquecidos que elas despertaram! O exército afegão sucumbiu.
Haja vista o cercamento, os comandantes das tropas invasoras trataram
de negociar com o talibã, agora donos da situação, a retirada sem
combate, com uma revoada de aviões e helicópteros, feito galinhas
em vergonhosa fuga!</div><div><b><br /></b></div><div><b>Não
houve confrontos, portanto, não foi conquista. Isto de idealizar um
embate anti-imperialista é um tremendo equívoco: os EUA debandaram
e levaram de roldão a Otan. O objetivo da revoada das galinhas é
abrir espaços para a CIA ocupar e assim, em pacto com o talibã,
atacar o a Rússia, a China e o Irã, estabelecendo bases militares e
paramilitares no Paquistão, país outrora centenário nas epígrafes
contrarrevolucionárias na Ásia Central desde a revolução
bolchevique de 1917.</b><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span face="Arial, sans-serif"></span></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; font-weight: normal; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLlB29FLBMVpn4QCNCqSWyLQN1nipVPpLLLWdrkl3m-frgoCRuZAG084qMezRoULE7MWlnLABQN1TJA8O3QbhqcEM9npAvur_iEh5Ilbgq893dfTRPgiaG9gzr19kiOJ-K_Em1zZh7XI8U/s566/afegan_presidencial-cabul.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="313" data-original-width="566" height="194" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLlB29FLBMVpn4QCNCqSWyLQN1nipVPpLLLWdrkl3m-frgoCRuZAG084qMezRoULE7MWlnLABQN1TJA8O3QbhqcEM9npAvur_iEh5Ilbgq893dfTRPgiaG9gzr19kiOJ-K_Em1zZh7XI8U/w352-h194/afegan_presidencial-cabul.jpg" width="352" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #2b00fe;">Talibã ocupa rápido o palácio presidencial</span></i></b></td></tr></tbody></table><span face="Arial, sans-serif">Esta guerra no “fim do mundo” tem
o objetivo de abocanhar o petróleo abundante no entorno do
Afeganistão passando por cima do Irã e Rússia. Portanto, a
evacuação, segundo alguns documentos secretos revelados pela
Rússia, tem objetivos estratégicos para a região por parte do
imperialismo norte-americano e seus consortes ocidentais como a
Inglaterra, Alemanha, França, Arábia Saudita, Egito etc.</span></div><div><br /></div><div>Não há nada de progressivo ou de
positivo o pseudo-abandono do Afeganistão por parte da Otan, além
do mais entrega de bandeja o poder ao que há de mais reacionário no
mundo. Equiparar a atual situação afegã com a estupenda vitória
vietnamita na década de 70 é no mínimo falsear a realidade, pois
triunfou a teocracia fundamentalista, acordada com o ex-presidente
Trump em 2020: “Biden estava simplesmente ratificando o processo de
paz iniciado por Trump, com o apoio do Pentágono, que viu um acordo
assinado, em fevereiro de 2020, pelos EUA, Talibã, Índia, China e
Paquistão. O sistema de segurança americano sabia que a invasão
havia falhado: o Taleban não poderia ser subjugado, não importa
quanto tempo permanecesse. A noção de que a retirada precipitada de
Biden de alguma forma fortaleceu os militantes é bobagem” (TARIQ
ALI, 2021).</div><div><b><br /></b></div><div><b>O
Pentágono, como analisado acima, planejava abandonar o Afeganistão
desde o governo Obama, no entanto, só agora levado a cabo após
inúmeras negociações políticas com os altos dirigentes do talibã.
Os altos custos (U$$ 1,3 trilhões) para manter a ocupação falaram
mais alto, provocando uma alteração no plano geopolítico dos
militares americanos; não havia mais como manter um governo títere
e seu exército de esfomeados contra uma força guerrilheira
organizada em todo o país.</b></div><div><br /></div><div>A outrora ocupação militar do
Afeganistão teve como objetivo de obter um ponto estratégico de
controle do império entre a Ásia Central e a Ásia do Sul,
unindo-se à ocupação do Iraque, à sudoeste. A “perda”, hoje,
do Afeganistão faz parte de um reposicionamento do imperialismo na
região, em uma nova concepção de geopolítica e de dominação
colonial ora sob o comando Democrata: acabou a desculpa esfarrapada
de “guerra ao terror” (da Era Bush/Obama), para em seu lugar
surgir a contenda em isolar a Rússia e evitar a expansão comercial
da China na Ásia e no mundo inteiro. Não por acaso, Rússia e China
já declararam apoio ao novo regime do talibã! A guerra é sempre o
melhor recurso do capital para eliminar seus concorrentes diretos,
por isso, paz não está no horizonte nesta e em outras regiões
estratégicas do planeta, o sistema de guerra permanente é a razão
de ser do Ocidente.</div><div><b><br /></b></div><div><b>Para lograr este intento, vale
fomentar o caos neste amplo perímetro </b><b>asiático</b><b>,
confusões que vão desde a guerra híbrida </b><b>(lawfare) </b><b>até
conflitos armados tribais </b><b>localizados</b><b>. </b><b>Sim, em
essência não deixa de ser uma derrota para o império, mas deve ser
entendida dentro de um contexto político mais amplo, o de retrocesso
em todos os níveis em todo o planeta </b><b>ainda </b><b>imerso numa
pandemia.</b> Como foi dito, tratou-se de uma importante derrota dos
Estados Unidos e da Otan, mas no âmbito de barbárie, não pode ser
considerada como positiva, ou de conquista para os trabalhadores.</div><div><br /></div><div><span style="color: red;">FINAL PREVISÍVEL E MANUTENÇÃO DA BARBÁRIE</span></div><div><br /></div><div>Há anos avaliava-se que esta
“derrota” era iminente: “Sempre que os líderes ocidentais se
perguntam, por que estamos no Afeganistão, eles vêm essencialmente
com a mesma resposta: ‘para evitar que o Afeganistão se torne um
estado falido e refúgio para terroristas’. No entanto, há muito
pouca evidência de que o Afeganistão está se estabilizando. Pelo
contrário, os combates estão se intensificando, as baixas estão
aumentando e o Taleban está se tornando mais confiante” (RACHMAN,
2010).<p style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span face="Arial, sans-serif"></span></p><span face="Arial, sans-serif"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgES7iaUtz4JZWrF0Ck4-W2gtnQLHYNuj6xkGd_RXwQoOWECwUFwR7wPIZr_FfoiNDgA7y0Y7CDyOnaosYGCsNOvv3ijwVCTE9naxO9qcJkdL6JPuX_4yFvY-FfTQA2rUAJ4VMiPk3JmGlA/s1052/afegan01.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="1052" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgES7iaUtz4JZWrF0Ck4-W2gtnQLHYNuj6xkGd_RXwQoOWECwUFwR7wPIZr_FfoiNDgA7y0Y7CDyOnaosYGCsNOvv3ijwVCTE9naxO9qcJkdL6JPuX_4yFvY-FfTQA2rUAJ4VMiPk3JmGlA/s320/afegan01.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #2b00fe;">EUA e sua política de terra arrasada</span></i></b></td></tr></tbody></table>Na verdade, o que fizeram os Estados
Unidos no Afeganistão foi a política de terra arrasada: não
quiseram solver a crise da guerra civil; ao contrário, foram
responsáveis pela morte de aproximadamente 100.000 afegãos, com
milhões de feridos, 11 milhões de refugiados, enfim, deixou o país
destroçado e largado à míngua, à sorte dos traficantes de heroína
(papoula 90% da economia) e das reacionárias tribos rivais entre si.
Poucas regiões ainda resistem ao talibã, como a província de
Panshir, onde várias famílias e populares aderiram à resistência.
<b>Afirmar que o talibã possui bases populares e apoio das massas é
um delírio de quem não tem a menor noção da brutal realidade que
abarca o país tomado pelo reacionarismo teológico. </b><b>Aqui,
pode de fato, configurar-se uma nova guerra civil, e sim sangrenta
como até agora não o fora.</b></span><div><br /></div><div>Como “segurança”, os EUA
anunciaram que vão estacionar suas tropas invasoras no Kuwait, de
prontidão para atacar os afegãos “rebeldes”, bombardear, matar,
destruir, enquanto os “vitoriosos” russos, iranianos, chineses e
paquistaneses não desejam de modo algum a guerra em comum acordo com
o talibã. A “guerra no fim do mundo” mostrou-se que está mais
próxima de nós como nunca imaginávamos e, infelizmente, novos
massacres estão por vir, muito embora o império tenha se retirado
do Afeganistão e o talibã tenha se “modernizado” com
tecnologias de alto padrão técnico.<p style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</p>
<p style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span face="Arial, sans-serif"><span style="color: red; font-size: x-small;"><u><i>Bibliografia
consultada: </i> </u></span></span></p>
<p style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;">Afeganistão:
a história de um país em ponto estratégico apelidado de ‘cemitério
de impérios’.
</span><a href="https://www.bbc.com/portuguese/internacional-57516844" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">https://www.bbc.com/portuguese/internacional-57516844</a></p>
<p style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 10pt;">ALI,
Tariq.
</span></span><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 10pt;"><a href="https://newleftreview.org/sidecar/posts/debacle-in-afghanistan?fbclid=IwAR1gsgokboGEq9ahNVFHtyV56TyD-RAOYkY7yrKYL6kGx8dmJ6NuQTkQizs">https://newleftreview.org/sidecar/posts/debacle-in-afghanistan?fbclid=IwAR1gsgokboGEq9ahNVFHtyV56TyD-RAOYkY7yrKYL6kGx8dmJ6NuQTkQizs</a>.
</span></span><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 10pt;">Acesso
em agosto de 2021.</span></span></p>
<p style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 10pt;">ESCOBAR,
Pepe. </span></span><a href="https://asiatimes.com/2021/08/a-saigon-moment-looms-in-kabul/"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 10pt;">https://asiatimes.com/2021/08/a-saigon-moment-looms-in-kabul/</span></span></a> 13 de agosto.</p>
<p style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 10pt;">IDEM.
</span></span><a href="https://www.unz.com/pescobar/how-russia-china-are-stage-managing-the-taliban/?email=daily&__cf_chl_jschl_tk__=pmd_q7y8hyTzbEREZoOitvFFAAW8kn_PlRGSNI1pd509KaA-1629555728-0-gqNtZGzNAiWjcnBszQiR"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 10pt;">https://www.unz.com/pescobar/how-russia-china-are-stage-managing-the-taliban/?email=daily&__cf_chl_jschl_tk__=pmd_q7y8hyTzbEREZoOitvFFAAW8kn_PlRGSNI1pd509KaA-1629555728-0-gqNtZGzNAiWjcnBszQiR</span></span></a></p>
<p style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 10pt;">H</span></span><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 10pt;">USAIN</span></span><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 10pt;">,
Fahd.
<a href="https://www.dawn.com/news/1640212/red-zone-files-telling-the-pakistan-story">https://www.dawn.com/news/1640212/red-zone-files-telling-the-pakistan-story</a>
August 12, 2021</span></span></p>
<p style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;">R</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;">ACHMAN,</span><i style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">
</i><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;">Gideon</span><i style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">. Financial
Times</i><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;">, 26 de junho de 2010.</span></p>
<p style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;">VISENTINI,
Paulo, G. Fagundes et ali. Revoluções e regimes marxistas.
Rupturas, experiências e impacto internacional. Ed. Leitura XXI. 1ª
reimpressão. 2013, pps. 328-337.</span></p></div></div></div>Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-55540018807952604782021-07-31T21:51:00.028-03:002021-08-06T13:09:03.090-03:00ASTROLOGIA E ASTRONOMIA: O amor primordial que estava escrito nas estrelas!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif87egi0o8ZiBC8YJPlpGhNhAw0y1Z-N421ChjhcmMK2RtN04tIk9qJCVlHK_2c23rwvMZR6QW8SlE5RM2Des_ssfTsd08pXuCClQAtzTaerWcWF0OIeXjWfgmXhKJ1VJTCwKrqKVEsMIx/s1380/astrol_astron.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="633" data-original-width="1380" height="407" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif87egi0o8ZiBC8YJPlpGhNhAw0y1Z-N421ChjhcmMK2RtN04tIk9qJCVlHK_2c23rwvMZR6QW8SlE5RM2Des_ssfTsd08pXuCClQAtzTaerWcWF0OIeXjWfgmXhKJ1VJTCwKrqKVEsMIx/w886-h407/astrol_astron.jpg" width="886" /></a></div><div style="text-align: center;"><i><span style="color: #660000;">O nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, no meio de toda essa imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve de nós mesmos. (...)</span></i></div><div style="text-align: center;"><i><span style="color: #660000;">[Carl Sagan]</span></i></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Havia pelo menos 45 séculos um interessante e profícuo caso de amor entre dois amantes! Refiro-me às relações positivas entre a astrologia e a astronomia, cujos fins se confundiam, mas aceitavam-se e completavam-se em vitalidade. À época, solertes sacerdotes da Mesopotâmia antiga atuavam como renomados e reconhecidos astrônomos, suas observações acerca do movimento das estrelas, do Sol, da Lua e dos planetas, proporcionaram descobrir suas relações com o clima, o ano e as estações. Acreditavam, concomitante, que tais fenomenologias poderiam incontinenti influenciar atos e decisões no mundo dos humanos. A convergência biunívoca astrologia/astronomia congregava-se a cortes de reis e imperadores que exigiam “previsões” para os tempos de guerra, plantações e colheita, sendo necessário muitos cálculos matemáticos para seus governos. As constelações, planetas, a lua e o sol sempre estiveram no centro de interesse dos mais diversos povos na história antiga: sumérios, babilônios, caldeus, egípcios, assírios, gregos, romanos, incas, maias, chineses etc. Elas praticamente modularam suas sociedades em conformidade à ordem cósmica concernente aos ciclos lunares e solares, dando os primeiros passos para o seu desenvolvimento material e, consequentemente, aos processos civilizatórios da Humanidade.<span><a name='more'></a></span></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><span style="color: red;">BASE EPISTEMOLÓGICA COMUM E DE MÃOS DADAS COM O EMPIRISMO</span></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT1GlXrtubYIKzDXd9mfM3L1G9a653SV7lwKp_9O-Ju1AA1oDy_7j4PbzQBugyTUiaFI1VjRTgLWAkKcRJ3AimJ-ghg3jAzFe2s74gZNoG6jO1WyBPNsBtlrSWIjxcmUzqMG2xC9W83fpP/s1488/astron+sumer.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1488" data-original-width="1227" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT1GlXrtubYIKzDXd9mfM3L1G9a653SV7lwKp_9O-Ju1AA1oDy_7j4PbzQBugyTUiaFI1VjRTgLWAkKcRJ3AimJ-ghg3jAzFe2s74gZNoG6jO1WyBPNsBtlrSWIjxcmUzqMG2xC9W83fpP/s320/astron+sumer.jpg" width="264" /></a></div>Assim, surge o que conhecemos atualmente como astrologia, na região da antiga Mesopotâmia há cerca de 4 mil anos, ainda na Idade do Bronze, intimamente associada à matemática e ao perene movimento dos astros no firmamento. Por se repetir ficou anexado à mentalidade humana para determinar e prever eventos. Sacerdotes ou sábios de então, apropriaram-se deste enorme saber para estabelecer relações com a vida das pessoas, vinculando a dinâmica celestial a previsões, presságios para guerras, colheitas etc.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Religiosos e gnósticos passaram a observar com maior acuro e sistematicidade esta dádiva de interpretações das luzes divinas avistadas no céu. Do “crescente fértil” os imagéticos passaram para os sacerdotes egípcios (através dos comandos vizires), para os quais a astrologia era considerada como ciência sagrada e dali para a antiga Grécia que a associou à medicina e à arte. Carl Jung (cit. Paracelso)1 chegou a dizer que “o médico não deve ser apenas alquimista, mas também astrólogo” (2012c, p. 26). Aos poucos, ao longo dos séculos, este conhecimento foi sendo assimilado por vários povos e civilizações (algumas sem contatos entre si).</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Do amálgama astrologia/astronomia originado na antiguidade emerge um determinado tipo de conhecimento, doravante chegando à civilização grega e a sua exuberante filosofia, a qual ocidentalizou estes saberes primordiais, tornando-se parte da cultura cotidiana, integrante da medicina, da magia e de vários outros cultos existentes no mundo egípcio e greco-romano, beirando a Era cristã. Previsões eram feitas a reis e rainhas a fim de postular seus futuros políticos. Já ao nível individual colocava-se para nobres e senhores ricos que pudessem pagar e dispostos a “ver o que o futuro lhes reservava”.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6_ud6Y4K5A11kHNBJyFq5OS5kFEwA3oTEU_BzWd3YlcSgfLrW6skVZgRm-VKUnmSohQZI6TH315JG_rixBRDHjzabQe_vJzE8bcvcqoi17NXk5yEVhmAjmoX4VG6ViM6OuIs08S4zlqI9/s1280/paracelso.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6_ud6Y4K5A11kHNBJyFq5OS5kFEwA3oTEU_BzWd3YlcSgfLrW6skVZgRm-VKUnmSohQZI6TH315JG_rixBRDHjzabQe_vJzE8bcvcqoi17NXk5yEVhmAjmoX4VG6ViM6OuIs08S4zlqI9/s320/paracelso.jpg" width="320" /></a></div>Em suma, a astrologia amalgama-se com a filosofia natural remanescente da clássica cultura grega (Epicuro/Demócrito), assimilando a “técnica” da adivinhação. Os filósofos jônicos (Tales de Mileto), os atomistas (Demócrito), pitagóricos (Pitágoras), medicina (Hipócrates) foram os representantes do pensamento natural. Nesta trilha, na literatura seguiram os poemas de Homero (Ilíada e Odisseia) resultantes da expressão estético-cultural mais cabal deste sincretismo.</div><div style="text-align: left;">Trata-se precisamente de um amálgama interdisciplinar. Ou seja, os princípios ocultistas da astrologia e a alquimia estavam em conexão direta com a astronomia. Confuso? Vamos simplificar: os alquimistas tinham relação de proximidade com os astrólogos medievais, por exemplo, e de modo algum eram charlatões, mas perspicazes experimentadores que cimentaram os alicerces da moderna ciência. Médicos, de acordo com a posição da lua ou das estrelas podiam receitar tratamentos a seus pacientes, ao passo que grandes astrônomos contemporâneos como Galileu e Kepler faziam prognósticos/horóscopos como fonte de renda. As universidades existentes tinham a astrologia como disciplina de especialidade, situação que viria a mudar apenas com o advento da Razão iluminista a partir do século XVII.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Como podemos constatar, a base de ambos os conhecimentos é a mesma, uma vez que os dois estudam os corpos celestes e seus movimentos. O que os distingue são seus métodos e objetivos!</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">A astrologia estuda os aspectos mitológicos e simbólicos do Universo, o qual marca a personalidade do indivíduo ao nascer sob determinada característica do céu (o psicoterapeuta Carl Jung foi um entusiasta da astrologia!). Por isso estuda a posição dos astros. Baseia-se, para tanto, no “Zodíaco”, que se divide em 12 signos, cada qual vinculado a um círculo de planetas. Para se chegar a um resultado, estuda-se para traçar um mapa astral (posição dos planetas em relação à Terra no momento do nascimento de alguém) da pessoa.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Embora com origem comum, a astronomia vai passo a passo se divorciando da astrologia.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><span style="color: red;">SEGUINDO POR DISTINTAS VEREDAS CÓSMICOS-EPISTEMOLÓGICAS!</span></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIHxqtpQy321yri0kvLq89Eso5ZBHccLl3Mw6kExuKHNs8OMtiH1xcj1Tkm5ORTTJBm0zmypQ4UQcWxDPUwAcix3lNyBkCtr4wMEoZ7YtW0AU1t3LZaP2_w4f4V7TXfo-JMVedlG_7o9be/s1780/astron+copernico.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1780" height="194" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIHxqtpQy321yri0kvLq89Eso5ZBHccLl3Mw6kExuKHNs8OMtiH1xcj1Tkm5ORTTJBm0zmypQ4UQcWxDPUwAcix3lNyBkCtr4wMEoZ7YtW0AU1t3LZaP2_w4f4V7TXfo-JMVedlG_7o9be/s320/astron+copernico.jpg" width="320" /></a></div>A astrologia, a magia, a astronomia, a medicina, eram consideradas ciências empíricas. E assim seguiu-se até a revolução copernicana. A partir daí a astrologia baseada no modelo geocêntrico (a Terra como centro) encontra a resistência da teoria heliocêntrica (o Sol como centro do universo) no século XVII. Neste tempo a astrologia fora rechaçada pelo cristianismo e pelo racionalismo científico como sendo um sistema de superstição. Por esta razão passou a conquistar seu lugar a partir do contexto da subjetividade individual (os interesses psicológicos do indivíduo) e tenta uma recolocação no seio da sociedade, não mais como religião ou princípios sagrados, mas na condição de ser ostentador de saberes afins, pretendendo ser uma ciência (logia, logos = saber, ciência).</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Afasta-se, de certo modo, da ciência e do sagrado. O cristianismo a considera profana. A ciência compreende-a como mística. Porém, os astros agora não predizem o futuro, mas revelam-nos a mecânica de nossas vidas! Deste cisma podemos dizer que surge a Astronomia, ou seja, a mecânica dos astros (nomia = lei).</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Tudo começou, sem medo de errar, a partir da publicação do livro De Revolutionibus Orbitum Coelestium, de Nicolau Copérnico em 1530, no qual preconizava “a rejeição da teoria geocentrista do Universo, segundo a qual a Terra seria o centro de tudo, em torno da qual os elementos giram”2, criticando duramente o modelo ptolomaico/cristão vigente (a Terra e o divino como centro do Universo: “depois dos planetas, os anjos e deuses”). Concluindo que “...ao longo de todos os anos de estudos: os movimentos dos astros são uniformes, eternos, circulares ou uma composição de vários círculos; o centro do universo é o Sol e não a Terra; perto do Sol, em ordem, estão Mercúrio, Vênus, Terra, Lua, Marte, Júpiter, Saturno, e as estrelas fixas; a Terra apresenta três movimentos: rotação diária, volta anual, e inclinação anual de seu eixo...”3. Ou seja, todos os planetas giram em torno do Sol. Claro, alguns de seus postulados ainda eram ainda imperfeitos.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Posteriormente nomes como Galileu, Giordano Bruno, Isaac Newton com sua elegante teoria da gravitação in Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, elaboraram a primeira síntese física dos elementos do Universo. No século XVIII a ciência ganhava corpo na filosofia, matemática, na astronomia, na química, fisiologia, zoologia e botânica, geografia e geologia como se fosse uma “explosão” do saber, ainda que dentro dos parâmetros mecanicistas da revolução industrial!</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">No entanto, na chamada “Era Científica”, no século XIX empreendeu-se o maior salto, ao estudarem-se os fenômenos do calor e energia, a termodinâmica, a análise espectral, o eletromagnetismo, a teoria atômica etc. Foram notórios os avanços em termos de avanços interdisciplinares à astronomia nos estertores do século: a descoberta dos raios catódicos e elétrons, a radioatividade (a fantástica Marie Cure), ondas eletromagnéticas, a elaboração da teoria da relatividade (Einstein), e os poderosíssimos telescópios e o espectroscópio.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBXdcw3K8QbxWtV_PThova9tL-Y6gVaxFARZBjYRR04gFleRTtOvCFE1WQ3GtGpcXfIvZwYh6iUZ0il1Wzm7HSrAQ7pcJPdr1AArPT664ocsqdkuRObHarf_-ATtX-UXMmpR0goS6UBM8O/s646/sagan.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="536" data-original-width="646" height="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBXdcw3K8QbxWtV_PThova9tL-Y6gVaxFARZBjYRR04gFleRTtOvCFE1WQ3GtGpcXfIvZwYh6iUZ0il1Wzm7HSrAQ7pcJPdr1AArPT664ocsqdkuRObHarf_-ATtX-UXMmpR0goS6UBM8O/w259-h215/sagan.jpg" width="259" /></a></div>São estes os baluartes do que atualmente chamamos de astronomia4, contudo ela ramificou-se em astrofísica (física aplicada), cosmogonia (origem - a tão contestada teoria do “Bigbang”, composição e futuro do Universo). A própria astronomia vai muito além da mera observação dos astros do sistema solar: graças aos avanços da técnica chega-se a nebulosas, podemos analisar com extrema precisão a evolução estelar de corpos distantes milhões de anos luz, o possível início daquilo que conhecemos como Universo. Astrofísicos analisam não apenas estrelas, planetas, mas todos os corpos celestes (cometas, meteoritos, meteoros, buracos negros etc.) que navegam pelo espaço interestelar.</div><div style="text-align: left;">Faço minhas as palavras de Carl Sagan: “O método científico é comprovado e verdadeiro. Não é perfeito, é apenas o melhor que temos. Abandoná-lo, junto com seus protocolos céticos, é o caminho para uma idade das trevas.” O método científico (observação controlada, verificação de hipóteses, conclusões, teoria), portanto, é o que diferencia a astrologia da astronomia nos dias atuais. Salientando que a astronomia tem seus métodos (matemáticos) também!</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Enfim, nesta vida somos nós fruto das flutuações quânticas5 existentes no Universo, uma vez que o Homem é criado no âmbito da matéria, em determinados momentos do Universo e nesse campo são definidos seus papéis sociais e históricos (uma verossimilhança inegável com a astrologia)!</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><u><span style="color: red;">Notas: </span></u> </div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: x-small;">F</span>ig 1: Na Mesopotâmia desenvolveu-se o binômio astrologia/astronomia</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Fig 2: Paracelso: eminente astrólogo/astrônomo “ocultista-mágico” medieval</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Fig 3: Com Copérnico a ciência como objetivo</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Fig 4: Carl Sagan, um dos maiores defensores da popularização da astrofísica</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><p style="text-align: left;">1 Paracelso foi médico, astrólogo e alquimista nascido na Suíça em 1493.</p><p style="text-align: left;">2 https://inquietudegeral.blogspot.com/2016/02/apos-dois-mil-anos-nicolau-copernico.html Acesso em 02 de julho/2021</p><p style="text-align: left;">3 Idem</p><p style="text-align: left;">4 O livro do professor Kepler é bem interessante para quem se interessar pelo assunto: Astronomia e Astrofísica http://astro.if.ufrgs.br/livro.pdf Acesso em 02 de julho/2021</p><p style="text-align: left;">5 https://inquietudegeral.blogspot.com/2018/04/o-universo-politico-de-stephen-hawking.html Acesso em 02 de julho/2021</p>Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-9675800010231236532021-06-28T18:34:00.005-03:002021-09-18T23:18:04.184-03:00QUEIMA DE ARQUIVO: Quais segredos “terríveis” que Lázaro Barbosa leva consigo após ser executado pela polícia do bolsonarista Caiado?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIzDyD75OuIdubvqVXpqK6prP5bj_9gvtcSw-bCXyZySfd6W4WPfZG4FSEzJ-W6XRvKXIlyr7fZ7kQPah2lUL0qrSaT-wLr3DsusU8zzFPbxqIoZ3mMeDMFgnTu6bdVEdfnKdYDbe1hDBF/s800/lazaro.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="800" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIzDyD75OuIdubvqVXpqK6prP5bj_9gvtcSw-bCXyZySfd6W4WPfZG4FSEzJ-W6XRvKXIlyr7fZ7kQPah2lUL0qrSaT-wLr3DsusU8zzFPbxqIoZ3mMeDMFgnTu6bdVEdfnKdYDbe1hDBF/w640-h400/lazaro.jpg" width="640" /></a></div><p><br /></p><p></p><div>
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody><tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm; padding: 0cm;" valign="top">
<p class="MsoNormal" style="break-after: avoid; line-height: 46.3pt; margin-bottom: 0cm; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;"><span style="font-size: 61pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-text-raise: -4.0pt;">A<o:p></o:p></span></p>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<p class="MsoNormal">envergadura da
operação para capturar UMA pessoa no meio do mato revela um submundo até então
desconhecido (ou nem tanto) e perguntas sem respostas: Lázaro Barbosa estaria a
serviço de algum latifundiário (ou de alguns) da região? Por que tanto empenho
do comando da PM em prender o sujeito? O que significam as palavras do
arquirreacionário bolsonarista Ronaldo Caiado (ligado a grupos de extermínios a
soldo dos latifundiários), governador de Goiás quem disse “Goiás não é
Disneylândia de bandido”, por que os soldados comemoraram tanto sobre o corpo
ensanguentado de Lázaro? E o genocida-mor ter declarado “CPF cancelado”?
<b>Acrescente-se o fato da polícia ter aterrorizado a população pobre da região,
muito mais do que o próprio bandido: invasão ilegal de casas, destruição de
terreiros de umbanda; não podemos esquecer o fato de a mídia corporativa estar
insuflando com seu sensacionalismo barato e irresponsável o “serviço” da
polícia.</b> Claro que o agronegócio tem seus interesses imediatos e é quem paga os
anúncios na TV, afinal o “agro é pop”! Agregado a este massacre midiático a
imprensa televisiva em seu roteiro hollywoodiano de criminalização lançou uma
campanha pelo armamento da população, ou seja, dos ricos e da classe média. Além
de ser um ótimo mote diversionista em relação aos escândalos de corrupção do
governo Bolsonaro e sua quadrilha de bandidos.<span></span></p><a name='more'></a><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">300 homens e um aparato de guerra da mais alta tecnologia para
capturar um “mateiro”? E o clima de festa quando atiraram o corpo crivado de
balas (38 extraoficialmente) na ambulância? Foi como tivessem abatido um animal
e depois coloca-lo na parede como troféu. Isso é modus operandi de milícia.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Que segredos “terríveis” Lázaro guardava que teve que ser
trucidado pela polícia a mando de um governo terrivelmente bolsonarista? <b>A
operação montada desde o Palácio das Esmeraldas denota um método claramente
miliciano, cuja estratégia é única e exclusivamente matar e matar. Investigar e
prender jamais. A versão de morte em confronto é uma balela que ninguém engole</b>.
A ação foi criticada até mesmo pelo tenente-coronel da reserva da PM de São
Paulo: “A operação foi uma catástrofe, para ser o mais educado possível. Um
horror e um atestado de que não vivemos em um estado democrático de direito. Um
atestado de que a polícia não sabe seu papel em uma sociedade democrática...
não era uma operação policial, era uma caçada” [<a href="https://www.diariodocentrodomundo.com.br/operacao-foi-uma-catastrofe-diz-tenente-coronel-critica-pm-de-goias-no-caso-lazaro/">https://www.diariodocentrodomundo.com.br/operacao-foi-uma-catastrofe-diz-tenente-coronel-critica-pm-de-goias-no-caso-lazaro/</a>].<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Lázaro poderia, muito provavelmente, ser membro de uma
quadrilha que atua para tomar chácaras, pequenas e médias propriedades em benefício
de poderosos grileiros/latifundiários. Por que nem se cogita fazer perícia no
local do abate (foi abatido como um animal)? Muitos fácil, simples e cômodo
criminalizar um sujeito pobre, sem eira nem beira, enquanto o maior criminoso e
genocida permanece impune, livre, leve (nem tanto!) e solto, comandando a sua
necropolítica e entrega do patrimônio público ao grande capital financeiro
internacional.<o:p></o:p></p>Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-82474476310737167202020-07-11T08:00:00.000-03:002020-07-11T08:00:01.308-03:00ENSINO A DISTÂNCIA E TECNICISMO: uma reflexão necessária acerca do privatismo do ensino em meio à pandemia do Covid-19<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSTdhCo58wT-HW9EvKpkArgJsM8yjKy8ASVEx54LYC5W0XdSaUgntzEBcM4rAVvE9FrBH0-e9duQf9sInOttZb2DS8N-ErcCZfgjBS7_MLUHqWwn4NaSMiHB26x0Z2FzrKHB1ga60_dzSc/s1600/ead_100.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="538" data-original-width="1024" height="336" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSTdhCo58wT-HW9EvKpkArgJsM8yjKy8ASVEx54LYC5W0XdSaUgntzEBcM4rAVvE9FrBH0-e9duQf9sInOttZb2DS8N-ErcCZfgjBS7_MLUHqWwn4NaSMiHB26x0Z2FzrKHB1ga60_dzSc/s640/ead_100.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 40.25pt; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: red; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 51.5pt;">U<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal">
ma temática que tem sido muito propagada pelos meios de
comunicação nestas tristes conjunturas de crise sanitária, econômica e política
é aquela referente aos caminhos que o sistema de ensino tende a percorrer com a
suspensão das aulas presenciais. A mídia corporativa e os grandes grupos
econômicos privados, principalmente os da rede privada de ensino, vêm fazendo
do ensino a distância uma panaceia para todos os males. No entanto, sabemos o
que representa o “arsenal” exposto por estes segmentos em um país semicolonial
(que se encaminha para neocolonial) com profundas desigualdades sociais. Senão
vejamos uma análise mais fina relativa às implicâncias desta nova “escolástica”
em seus aspectos mais emblemáticos e, porque não, filosóficos acerca do
tecnicismo aplicado à educação.</div>
<a name='more'></a><br />
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Para tanto, problematizar é o melhor método a fim de tornar
possível a compreensão do processo com o qual toda a comunidade escolar está
envolvida em tempos de pandemia e diante dos pressupostos organogramas do
ensino a distância. Faz jus discutirmos o papel da escola na história, a
sociedade como um todo e, principalmente as representatividades de poder dela
imanentes, para então inseri-la no campo da ciência e da ideologia - Paulo
Freire ensinara-nos que a educação, além de humanamente política [<span style="color: red;">1</span>], é eminentemente ideológica (ou do opressor ou do
libertador![<span style="color: red;">2</span>] - nos meandros da política
educacional no regime capitalista. Por fim, as ambivalência da relação
professor/aluno em suas ressignificações filosóficas. Célere é o pensamento de Condorcet “A função da educação pública é criar um povo insubmisso e difícil de governar”! Por isso, atualmente o desmanche da educação é um projeto político!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">TECNOLOGIA E HUMANIDADE</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O coeficiente tecnologia responde a uma simples e grosseira
questão evolucionista, ou que segue seu curso linear inevitável rumo a um
futuro positivo, tendo, portanto que ser aceito acriticamente? Claro que não!
Muito embora o avanço tecnológico seja uma parte inerente da humanidade é
preciso ter a dimensão do que ele representa em sua aplicabilidade no ensino e
como fundamento do trabalho social humano. Marx, no século XIX, já advertia que
“tudo que a classe operária produz a ela pertence”, até mesmo a imaterialidade da
alçada cultural!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mais latente, nesta perspectiva, num país de imensas
desigualdades como o Brasil, torna-se imperativo dar os passos iniciais para a
distensão às noções de poder e suas implicações nas estruturas educacionais.
Vale, de forma mais contundente, ressaltar o papel da técnica no capitalismo,
no qual a subsunção do trabalho assalariado à técnica seria uma de suas
premissas (PATTO, 2013 e ZUIN, 2006).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Trata-se da subtração da capacidade produtiva do trabalhador
como sujeito, alimentando via maquinário a exigência de incrementar a produção
com mais-valor. Neste âmbito não há neutralidade possível, sobre a qual Marx
diz que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“a tecnologia sequestra a
capacidade total do trabalhador, a redução do tempo de trabalho pela
produtividade é uma abstração murchada (...) faz do trabalhador um autômato
dotado de vida. (...) o trabalhador tornou-se um componente vivo da oficina”</b>
[<span style="color: red;">3</span>], ou seja, converteu-se em uma forma de
dominação da subjetividade humana, alterando sobremaneira o ritmo, o tempo e a
força dos corpos, pouco espaço sendo-lhe reservado para sua autonomia.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A Natureza não cria
máquinas, computadores, energia; são produtos da vontade humana de agir sobre a
Natureza, “São órgãos do cérebro humano criados pela mão humana; força
objetivada do conhecimento”</b> [<span style="color: red;">4</span><span style="color: red;">]</span>, apesar da
alienação do trabalhador em relação à rotina fabril. Nesta perspectiva, a
técnica, muito além de humanizar o indivíduo, acorrenta-o de uma forma ainda mais
incisiva ao <i>establishment</i>, em processo contínuo de alienação e coisificação.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">BARATEAR O TEMPO COMO PREMISSA</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-3F8Q_I6xC1-lfeTT6QRj_A0pKZzo1YQ0nCoDMz2C9qeMu_tnHbd0StYrk4zv0qxKVBiBFuN5UhYqGiDEg2nK2ATwKGDkpG6nEjs5rd8iUnifv8ewFh_h3Ujv-TPBGJNeGSX-2FOWl7zA/s1600/ead_inundada.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="332" data-original-width="472" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-3F8Q_I6xC1-lfeTT6QRj_A0pKZzo1YQ0nCoDMz2C9qeMu_tnHbd0StYrk4zv0qxKVBiBFuN5UhYqGiDEg2nK2ATwKGDkpG6nEjs5rd8iUnifv8ewFh_h3Ujv-TPBGJNeGSX-2FOWl7zA/s400/ead_inundada.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Escola pública cada vez mais precarizada</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
Colocar em pauta a tecnologia de forma crítica não significa
postar-se contra sua assunção. Longe disso, como dito acima, é parte indissolúvel
do trabalho humano em desenvolvimento das forças produtivas! <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O que se tem a destacar é a noção de poder
em meio às desigualdades dentro da lógica exploratória capitalista: aquela que
fragmenta a sociedade em categorias hierarquizadas de classes sociais,
concomitante tem a finalidade de acelerar o tempo sem o compensar em pagamento
efetivo (o mais-valor).</b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Esta aceleração em modo constante, em se tratando de sua
aplicabilidade na educação, não se volta para formar inteligência, nem
sensibilidades, uma vez que sem compensação caracteriza-se pela
desvirtualização do tempo. A partir desta incongruência destaca-se em sua
essência o propósito de barateamento do tempo sob quaisquer circunstâncias!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Aonde queremos chegar? Vejamos: referimo-nos a barateamento
de custos. Por exemplo, ministrar uma aula com UM professor para milhares de
alunos, tendo à disposição uma câmera, uma louza e internet, dispensando pelo
menos a necessidade de um número considerável de docentes presenciais.
Revela-se uma tendência este movimento que o mercado quer impor, solapando as
já precárias escolas públicas.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Que formação
derivar-se-á deste sistema a distância? Ela basicamente acontecerá em nível da
individualidade e em caráter isolacionista. Ou seja, estará relacionada à
formação do Ser unidimensional, cuja expressão mais acaba vem sob a forma
acrítica, cimentada sob bases tayloristas (o funcionamento de máquinas e
intermediados por elas) e fundamentalmente homogeneizado.</b> Os planos
existenciais do indivíduo estariam submetidos aos desígnios pragmáticos
impostos de cima: hostilidade à formação plena, o enfraquecimento do ensino
pela subsunção da técnica, a (des)qualificação para o mercado como mão de obra,
em geral, barata. Com um aparelho educacional voltado para o sistema, este
atuaria como máquina de moer carne, pois não estaria formando consciências, nem
conhecimento crítico, uma vez que não há formação de SUJEITO (sociabilidade e
ideia de coletivo). Fica a pergunta: é possível avaliar o processo de
aprendizagem de alguém apenas por intermédio de testes e provas escritas e sem
contato com o tutor??? Teremos dispostas como “oferta de mercado” meras
avaliações quantitativas, claro, mais rápidas e mais fáceis de serem
consideradas em menor tempo possível. É pegar ou largar, preconiza o ágil
mercado de diplomas...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
As mudanças escolares tem a sua derivação desde a Revolução
Industrial e a revolução burguesa, quando premiam-se novas necessidades
materiais pela sociedade emergente: o capitalismo exige mão de obra para
trabalhar nas fábricas e propriedades rurais agropastoris. Mas ainda havia o
domínio cultural da Igreja e, por conseguinte, a limitação da expressão burguesa.
O Iluminismo veio a solapar esta recalcitrante hegemonia política, forjando as
bases da revolução burguesa primeiramente na Inglaterra (econômica em 1688) e
depois a política na França (1779) colocando o absolutismo na guilhotina. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Novas necessidades materiais advieram, pois
para exercer seu poder deveriam expandir seu domínio econômico, seu meio seriam
as escolas de massas para formar mão de obra. A ciência deveria ser elevada ao
nível do desenvolvimento das forças produtivas e da técnica, superando-as num <i style="mso-bidi-font-style: normal;">continuum</i> de precisão.</b> Houve, no
entanto, resistências à mecanização das lavouras, do processo artesanal.
Máquinas foram destruídas até que se tornasse algo aceito e disseminado quer
como cultura quer por via repressiva do Estado burguês incipiente.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Segue-se, em suma, estes mesmos parâmetros até os dias
atuais em se falando de modelo de escola. As resistências perante as
tecnologias aplicadas à educação estão em similitude às da implantação do
maquinário durante a revolução industrial numa Europa assaz eivada de
preconceitos (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">lato sensu</i>) medievais.
Contudo, plataformas da tecnologia da informação e seus pertencimentos destinadas
ao ensino têm que ser postas em análise, principalmente num país como o Brasil.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">LOCUS</i> DO ENSINO A
DISTÂNCIA</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Como acima frisado, a tecnologia surge para modificar as
relações tempo/espaço no sentido de facilitar a vida humana e na tendência do
menor esforço. Por outro lado, traz consigo o fetichismo e a reificação [<span style="color: red;">5</span>]como espírito de um tempo, evidenciando a
exasperação de sua cultura mesma: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">as
pessoas conectam-se à internet de um modo completamente solitário, o que não necessariamente
pode ser caracterizada como comunicação, uma vez que ela se dá através de sua
virtualidade e de forma indireta, não primária. O que isto significa?</b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Este é o ponto fulcral desta reflexão. A comunicação pelos
meios técnicos hegemoniza-se sobre a primária, posto que revela uma proximidade
virtual entre os interlocutores cuja troca de experiências é bastante diversa à
daquela exercida pelo convívio direto, tendo-se como substrato a economia de
tempo. Consome-se tempo como atributo do ser e princípio da matemática da
economia.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Desde 2005 o Ministério da Educação vem colocando em pauta o
projeto de Universidade Aberta do Brasil [<span style="color: red;">6</span>] e
nele postulando o conceito de polo presencial [<span style="color: red;">7</span>],
as universidades se encarregariam de elaborar os cursos, da formação dos
professores e formular seus Projetos Políticos Pedagógicos. O governo, à época,
acreditava assim aumentar o número de vagas nas universidades federais,
democratizando-as. O projeto referia-se às zonas mais remotas do país, como
muitas áreas do Alto Amazonas, na qual o EAD seria a solução mais adequada,
pois o acesso físico à escola seria praticamente impossível. Mas fica nisso,
praticamente desregrada e totalmente deturpada nas Eras golpistas de
Temer/Bolsonaro. Parece muito mais um monstro da educação livresca, desprovida
da força das paixões humanas e das exigências sociais, onde o sujeito (aquele
que sofre a ação) se abstêm de autonomia.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">FRAGMENTAÇÃO, PRECARIEDADE E COISIFICAÇÃO</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Os rumos a que tem se destinado o ensino neste período de
pandemia do coronavírus são os mais diversos e esdrúxulos possíveis. De um lado
governos querem impor ensino a distância em escolas públicas cuja maioria dos
estudantes não tem acesso à internet, nem no ensino básico, tampouco no nível
superior.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBPXctAT8cR1HKDOj1-vmutlp2gTAcAnWSjquFqtMWIpv6mC1l6cQK9X3dcFDMgsVm61cS_-Rkryvkwxi1938larKQoKCuEyDGsFBZs_S5DPw-VwG8K-izRRNThJlox9ZS0Dii98i0vYiV/s1600/ead1.png" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="696" data-original-width="1600" height="174" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBPXctAT8cR1HKDOj1-vmutlp2gTAcAnWSjquFqtMWIpv6mC1l6cQK9X3dcFDMgsVm61cS_-Rkryvkwxi1938larKQoKCuEyDGsFBZs_S5DPw-VwG8K-izRRNThJlox9ZS0Dii98i0vYiV/s400/ead1.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Instituições privadas que "robotizam" o ensino</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
Num quadro de extrema crise por que passa a educação no
Brasil, bem como a economia, a adoção do ensino a distância tem se tornado um
recurso de mercado e de controle por parte da Bigdata de dados dos
“consumidores”. Responde à lógica de “reengenharia” nas instituições de ensino,
especialmente as privadas: “Há uma lógica de redução de gastos, economia e
certa otimização de processos por parte dessas instituições que vêm ofertando
numa escala cada vez maior de cursos a distância. Infelizmente, a tendência
para o futuro é termos registros de cursos um pouco mais precarizados e mais
aligeirados” [<span style="color: red;">8</span>]. A comunidade acadêmica passa à
condição de coisa, sendo o professor um simples prestador de serviço e o
estudante um consumidor desses serviços. A qualidade do ensino tende a decair
em razão da não formação docente para este objetivo. Um “coach” ou “youtuber”
palpiteiro poderia ser contratado para este fim. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Acrescente-se o fato, os maiores interessados nesta
modalidade de ensino são as instituições e institutos privados que têm como
meta exclusiva a lucratividade imediata, tendo a tecnologia como aliada a
“alteração do tempo e do espaço” na “produtividade” acadêmica, ou seja,
(de)formar o mais rápido possível os alunos, com UM ou DOIS professores
ensinando milhares de estudantes via plataformas digitais igualmente
empresariais (Google, Youtube, Facebook e afins). Custos, este é o nó górdio da
questão, haja vista que o aluno teria um custo de três mil reais durante todo o
curso, já os dos cursos presenciais teriam um custo de aproximadamente dez mil
reais. “Aqui, há um que pensa e outro que consome, eis o que é a fragmentação
hierárquica do processo educativo. De acordo com o professor Cesar Minto “...há
um que pensa, o outro que passa as atividades, outro que grava, outro acompanha
a evolução do aluno. Vira uma linha de formação fabril” [<span style="color: red;">9</span>]. Em seu fundamento, trata-se da neoliberalização
total do ensino, na qual cada um está por si e para si em seus isolamentos
culturais (não pandêmicos).<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
Só um exemplo bem cristalino acerca do “deixar a boiada
passar”, quando o embusteiro Luciano Huck afirma com o maior cinismo que ““essa
pandemia veio para acelerar o processo de digitalização da educação” [<span style="color: red;">10</span>]. Nesta mesma vereda, a Fundação Lemann, a Fundação Roberto
Marinho, Banco Itaú etc. foram as principais lobistas da BNCC, aprovada a toque
de caixa e por compra de deputados no governo Temer [<span style="color: red;">11</span>].</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvK_-nM5CbyGFBpjCjGxoJtn5Bif7GB2uMiRW6yLZ5d9G8Fp63k71JiMxnZNGcj36jMtDeL3K1dcoYqw418SseNKW5J4rPG-aAX6u9qGssuPMyXSMwXRyrSwRuPT1K08b9CRoeu_iAJdkZ/s1600/ead10.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="322" data-original-width="405" height="317" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvK_-nM5CbyGFBpjCjGxoJtn5Bif7GB2uMiRW6yLZ5d9G8Fp63k71JiMxnZNGcj36jMtDeL3K1dcoYqw418SseNKW5J4rPG-aAX6u9qGssuPMyXSMwXRyrSwRuPT1K08b9CRoeu_iAJdkZ/s400/ead10.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Pior ainda quando o ensino transmuta-se em robôs, tal como
faz a rede de ensino Laureate para corrigir trabalhos dos alunos através de uma
plataforma de inteligência artificial (a “blackboard”). “Os alunos não sabem, e
assim somos orientados: não podemos informá-los e devemos responder a todas as
demandas como se fossemos nós, professores, os corretores” [<span style="color: red;">12</span>]. Em fase de implementação, o sistema com notas
pré-programadas (algoritmos) quando pronto provocará a demissão em massa de
professores, anunciada por e-mail [<span style="color: red;">13</span>]. Robôs ensinando
os estudantes a serem robôs...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">PLATAFORMAS PÚBLICAS, PROJETOS COLABORACIONISTAS E FORMAÇÃO</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O assunto é bem vasto - e não menos acalorado. Aqui fiz
apenas algumas considerações teóricas, portanto, não se encerra. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Não podemos nos colocar contrários à técnica,
pois como tratamos acima, ela é produto da ação humana, mas é preciso ter claro
a quem ela pertence de fato e quem a controla: aos donos dos meios de produção
(os capitalistas).</b> A crítica mais profunda a fazer é quanto ao tecnicismo
pedagógico comercial. Lembrando que o tecnicismo (darwinismo social e
hierarquia racial) nas décadas de 30 e 40 do século passado conduziu a Alemanha
ao Nazismo, cuja Ciência fora usada ideologicamente para gentrificação e
eugenia da população!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Resumindo: ensino a distância seria para pobre, enquanto o
presencial estaria reservado à elite, à classe média e burguesa; recrudesce-se como sinônimo de
exclusão, mesmo paradoxalmente se estando dentro da Universidade cada vez mais
elitizada. Assim, adotar os modelos privados de EAD significa tapar o sol com a
peneira, não soluciona o problema e ainda alimentará a evasão escolar, além de
servir apenas para engordar a conta bancária das grandes corporações da
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Impor EAD em meio à crise do coronavírus significa alimentar
ainda mais os índices de evasão escolar, pois cerca de 90% deste sistema está
nas mãos de instituições privadas. Mesmo que seja colocada por prefeituras e
estados, mais de 60% dos estudantes não têm acesso à internet, ao mesmo tempo
professores não possuem formação para esta finalidade, além de terem que usar
seus próprios pacotes de dados para ministrar suas aulas em verdadeiras
“gambiarras” e improvisos desgastantes.<br />
<br />
À guisa de conclusão, prossigo com o filósofo pré-burgues, Condorcet, um dos influenciadores da Revolução Francesa, anticlerical fervoroso e defensor do progresso como produto da perpétua ação humana: “Pela primeira vez o sistema geral dos conhecimentos humanos foi desenvolvido. O método de descobrir a verdade tornou-se uma arte que se pode aprender, a razão enfim encontrou o seu caminho. O gênero humano não cairá mais na obscuridade. Não está mais em poder de homem algum apagar esta chama” [<span style="color: red;">14</span>].</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para não cairmos nas arapucas das corporações privadas há a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">urgência dialógica com as escolas e a comunidade, formular a partir daí
um método, o propósito e a supervisão estatal e pública de um futuro sistema de
educação a distância, dentro de uma perspectiva colaboracionista das
plataformas, plano de dados estatal, público e gratuito para discentes e
docentes, ou seja, uma clara arquitetura pedagógica que ilustrasse não os
interesses privatistas imediatos, mas um ensino focado na autonomia do sujeito,
não como substitutivo dos elementos presenciais</b>. Enfim, EDUCAÇÃO não se
resume a ensino, muito menos aquele a distância! É um fenômeno muito mais
complexo, muito além de decorar textos e fórmulas: implica convívio, conflito,
afetividades, efetividades, movimentos de massa relativos a greves, cultura,
aprendizados de vida, despertar de paixões, não possíveis no contexto solitário
das conexões virtuais!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u><span style="color: red;">Notas <o:p></o:p></span></u></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<span style="font-size: 10.0pt;">1 FREIRE, Paulo. A Educação é um ato político.
Cadernos de Ciência, Brasília, n. 24, p.21-22, jul./ago./set. 1991;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<span style="font-size: 10.0pt;">2 ___________. Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire -
Paz & Terra, 36.ª ed. 2003; 1.ª ed. 1970;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">3 MARX, Karl. </span><a href="http://thenewobjectivity.com/pdf/marx.pdf"><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">http://thenewobjectivity.com/pdf/marx.pdf</span></a><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<span style="font-size: 10.0pt;">4 Idem;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<span style="font-size: 10.0pt;">5 Processo inerente às sociedades capitalistas que
supervaloriza a produção, em detrimento das relações humanas e sociais, podendo
ocasionar a perda da subjetividade, da autonomia e da autoconsciência,
atribuindo ao ser humano uma natureza inanimada e automática, como coisas ou
mercadorias. Valorização excessiva de coisas, em detrimento de pessoas;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<span style="font-size: 10.0pt;">6 </span><a href="http://portal.mec.gov.br/uab"><span style="font-size: 10.0pt;">http://portal.mec.gov.br/uab</span></a><span style="font-size: 10.0pt;">;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<span style="font-size: 10.0pt;">7 </span><a href="http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=346-uab&category_slug=documentos-pdf&Itemid=30192"><span style="font-size: 10.0pt;">http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=346-uab&category_slug=documentos-pdf&Itemid=30192</span></a><span style="font-size: 10.0pt;">;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<span style="font-size: 10.0pt;">8 </span><a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2020/01/especialistas-sao-cautelosos-ao-avaliar-ensino-a-distancia-ck4u857ti01lu01nv2f6cnjbf.html"><span style="font-size: 10.0pt;">https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2020/01/especialistas-sao-cautelosos-ao-avaliar-ensino-a-distancia-ck4u857ti01lu01nv2f6cnjbf.html</span></a><span style="font-size: 10.0pt;">;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<span style="font-size: 10.0pt;">9 </span><a href="https://revistaforum.com.br/noticias/os_dilemas_do_ensino_a_distancia/"><span style="font-size: 10.0pt;">https://revistaforum.com.br/noticias/os_dilemas_do_ensino_a_distancia/</span></a><span style="font-size: 10.0pt;">;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<span style="font-size: x-small;">10 <a href="https://cpers.com.br/a-rede-estadual-nao-precisa-de-caridade-precisa-de-investimentos-publicos-e-valorizacao/">https://cpers.com.br/a-rede-estadual-nao-precisa-de-caridade-precisa-de-investimentos-publicos-e-valorizacao/</a>
acesso em 11 de julho/2020.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
11 Idem<span style="font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<span style="font-size: 10.0pt;">12 </span><a href="https://apublica.org/2020/04/laureate-usa-robos-no-lugar-de-professores-sem-que-alunos-saibam/"><span style="font-size: 10.0pt;">https://apublica.org/2020/04/laureate-usa-robos-no-lugar-de-professores-sem-que-alunos-saibam/</span></a><span style="font-size: 10.0pt;">;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<span style="font-size: 10.0pt;">13 </span><a href="https://www.diariodocentrodomundo.com.br/demissoes-a-distancia-professores-vao-a-justica-contra-cortes-na-uninove-por-cida-de-oliveira/"><span style="font-size: 10.0pt;">https://www.diariodocentrodomundo.com.br/demissoes-a-distancia-professores-vao-a-justica-contra-cortes-na-uninove-por-cida-de-oliveira/</span></a><span style="font-size: 10.0pt;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<span style="font-size: 10.0pt;">14 FERREIRA, Pedro Peixoto. Religião e progresso em
Condorcet: gênio, técnica e apocalipse. 2002<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; text-indent: -14.2pt;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 10.0pt;"><u><span style="color: red;"><br /></span></u></span></i>
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 10.0pt;"><u><span style="color: red;">Bibliografia básica e marco teórico </span> </u><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10pt;">PATTO, Maria Helena Souza. O
ensino a distância e a falência da educação. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 39,
n. 2, p. 303-318, abr./jun. 2013. Acesso em 25 de junho 2020 </span><a href="http://www.periodicos.usp.br/ep/article/view/58619/61686"><span style="font-size: 10.0pt;">http://www.periodicos.usp.br/ep/article/view/58619/61686</span></a><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">ZUIN, Antonio A. S. <span class="fontstyle01"><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; mso-ansi-font-size: 10.0pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Educação a distância ou educação distante? O
programa universidade aberta do Brasil, o tutor e o professor virtual. Educ.
Soc., Campinas, vol. 27, n. 96 - Especial, p. 935-954, out. 2006. Acesso em 28
de junho 2020 </span></span></span><a href="https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302006000300014&script=sci_arttext"><span style="font-size: 10.0pt;">https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302006000300014&script=sci_arttext</span></a><span class="fontstyle01"><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-16474209680298201212020-07-06T23:25:00.000-03:002020-07-07T13:21:27.085-03:00VINICIUS DE MORAES: 40 anos sem o “Poetinha” que o tempo não pode esquecer<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 212.65pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">“Se eu tivesse/se eu tivesse/muitos vícios/o meu nome/o
meu nome/era Vinicius/se esses vícios/fossem muito imorais/eu seria o Vinicius
de Moraes!”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZNeYKiJXhVrHo95IB4Kw2IWzGSaHKiWTguIPYBtylGi2JIYSgFzgR597Osy09h-p48EgG_IEWlrnkQcN5_3-J4qXXTp3n8yLP3Fubab_owOJvp3aIbzSY4l0btPCc6JJDdJhf5l49y1Gd/s1600/vinicius1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="800" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZNeYKiJXhVrHo95IB4Kw2IWzGSaHKiWTguIPYBtylGi2JIYSgFzgR597Osy09h-p48EgG_IEWlrnkQcN5_3-J4qXXTp3n8yLP3Fubab_owOJvp3aIbzSY4l0btPCc6JJDdJhf5l49y1Gd/s320/vinicius1.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 41.35pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 55.0pt;">N<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">o dia 9
de julho de 1980 falecia Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes. Nascido no
seio de uma família de músicos do bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, Vinicius
de Moraes, o “Poetinha”, assim carinhosamente chamado por seus amigos.
Inveterado boêmio, foi na noite que conheceu seus principais parceiros de
música, de copo, teatro, paixões, amores e onde aperfeiçoou seus dotes poéticos
mais líricos. D</span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">esde criança demonstrou grande habilidade para as letras e a
música, tanto que aos dez anos já participava do coral da escola e começa a montar
pequenos escretes teatrais. </span>Sempre presentes, amor e a saudade são ingredientes dialeticamente
inseparáveis em boa parte das criações de Vinicius de Moraes, que deixou a vida
e fincou bandeira na eternidade no dia 9 de julho de 1980, com uma obra
riquíssima, cativante e transformadora. Uma vida imersa na boemia, das profundezas da sua alma trouxe-nos a sua poesia na mais ampla magnitude, em sonetos de perfeita métrica! Soube como ninguém transformar a sua poesia em música</div>
<a name='more'></a><o:p></o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;">TRAJETÓRIA
DE AUTOCONHECIMENTO</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Em 1930
ingressa na Faculdade de Direito do Catete, para a qual dizia não ter a menor
vocação, porém teve a oportunidade de conhecer o escritor Otavio Faria que lhe
formou para o mundo das artes literárias e travou conhecimento com os
“modernistas” Manuel Bandeira, Mário e Oswald de Andrade e até Plínio Salgado
que também fazia parte do movimento. Neste ínterim, atuou como censor
cinematográfico, crítico de cinema sob a companhia de Manuel Bandeira, Cecília
Meireles e Afonso Arinos de Melo Franco. Em 1943 foi aprovado em concurso para
o Ministério das Relações Exteriores, sendo empossado embaixador em Los
Angeles, onde exerceu o cargo por quatro anos. Pouco depois foi deslocado para
Paris, período mais profícuo para desenvolver o trabalho de... poeta!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dx6VGfcvH07N0OzG2TQPUkoBKHTlkXUgIhUZWkyaBF6Z3u3GYPNWoLTzlUb-8aNXI-aMDxmF11d3ZnkimXmGw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><i><span style="color: blue;">Vínicius fala de si</span></i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Os anos
50 marcaram o “debut” de sua veia musical mais aprofundada ao conhecer um jovem
pianista em suas “andanças” pelos cabarés e noites cariocas, Tom Jobim. Na
década seguinte, sua singeleza musical chamou a atenção de gênios da música do
quilate de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Baden Powell e tantos outros autores
de nossa arte. No entanto, após o golpe militar contrarrevolucionário de 1964
foi afastado do Itamaraty com a criação do AI-5 sob o estapafúrdio argumento de
que sua “vida boêmia era incompatível com a carreira diplomática”, o que na
verdade implicava a deculturação do país imposta a ferro e fogo pelo regime
gorila. A trajetória de vida de Vinicius de Morais marcou o auge da produção
artística no Brasil, dos anos 50 aos 80, mas após a queda do Muro de Berlim e
da URSS, o imperialismo e sua mídia venal trataram logo de esmagar as tradições
culturais de raiz, impondo não só a barbárie no campo social como no âmbito das
artes em todo o planeta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbAtjTcXsZ7iUbKLnqeET9nLyqnzc7IUxUQIFRScq5M2fqLRApBws2K6H3MsYJBstdGyh9aso9vMMWZoUDI-NS4xqlG1K3BV-e8c4tB8QpH7dggN2wFXuPjGbZyDgelqFB7fHsijlvbulS/s1600/vinicius_neruda.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="483" data-original-width="827" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbAtjTcXsZ7iUbKLnqeET9nLyqnzc7IUxUQIFRScq5M2fqLRApBws2K6H3MsYJBstdGyh9aso9vMMWZoUDI-NS4xqlG1K3BV-e8c4tB8QpH7dggN2wFXuPjGbZyDgelqFB7fHsijlvbulS/s400/vinicius_neruda.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Com Pablo Neruda</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><span style="color: red;">O POETA
AMADURECE</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Importante
destacar foi a evolução estético-política do “Poetinha” em sua trajetória de
vida. De simpatizante do integralismo e com uma obra eminentemente cristã na
juventude, o convívio direto e aberto com a nata da intelectualidade boêmia
abriu-lhe os olhos para amadurecer em todos os aspectos. Seu primeiro livro
publicado, “Forma e Exegese” (1935) e “O Caminho para a Distância” refletem bem
o início místico-religioso de sua carreira, porém não demora a romper com o
arcaísmo quando em 1936 publica os versos profanos e sensuais de “Ariana, a
mulher” desaguando em uma elaboração de forte conteúdo popular. Em uma turnê
pelo nordeste do Brasil, em 1942, ao lado do escritor americano Waldo Frank
muda radicalmente seus conceitos políticos, tornando-se um antifascista,
sentimento este aprofundado ao conhecer Pablo Neruda em 1945 de quem foi grande
amigo. Colaborador do quinzenário “Para Todos”, de Jorge Amado, publica aí o
poema “O Operário em construção” no ano 1956 como desfecho desta nova visão de
mundo e inaugura a parceria com Tom Jobim, escalado para compor a música da
peça teatral “Orfeu da Conceição” e quase concomitante, com João Gilberto junto
a quem daria início a chamada “Bossa Nova”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">A bossa
nova surgiu precisamente junto com o processo de urbanização e industrialização
das grandes cidades brasileiras, respondendo às especificidades ideológicas e
objetivas da época, tanto é verdade que jovens de classe média emergente do
pós-guerra foram seus proponentes e refletia suas aspirações espirituais e
humores. Vinicius, com João Gilberto, lança o LP “Canção do amor demais” em
1958, mostrando ao mundo a batida ritmada e inovadora da “bossa”, acompanhada
da cantora Elizeth Cardoso, disco chave para se compreender a estética refinada
do movimento. Um ano depois lança outro LP, “Por toda a minha vida” com letras
suas e Tom Jobim. No início da década de 60 começa a compor com Carlos Lyra e
Pixinguinha, em uma fase que dá os primeiros passos para a superação da “bossa
nova”, cujo desenvolvimento aconteceu quando se aproximou de Baden Powell,
dando origem aos “afro-sambas” (“Berimbau”, “Canto de Ossanha”, “Samba da
Bênção”...).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><span style="color: red;">RUPTURA
COM A BOSSA NOVA</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKqlwMotnDfI3MBKQ00T1sKnXNR0olBec1JGaAKZie8iF8Tgaf3vvsKlasZJB6HRbIhkx_JwFvRscYBReCfmfAwEMtAuxPEYYvV37kHwARfRQ40znYN4-KgYh3jkkG5phwNf5DhRHrSmk0/s1600/viniciusBaden.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="436" data-original-width="472" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKqlwMotnDfI3MBKQ00T1sKnXNR0olBec1JGaAKZie8iF8Tgaf3vvsKlasZJB6HRbIhkx_JwFvRscYBReCfmfAwEMtAuxPEYYvV37kHwARfRQ40znYN4-KgYh3jkkG5phwNf5DhRHrSmk0/s320/viniciusBaden.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Com Baden Powell, ruptura com a "Bossa Nova"</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Em 1962
compõe com Carlos Lyra a peça “Pobre menina rica” lançando Nara Leão como
cantora, já rompendo com os dramas da classe média. Em 1966 lançou o LP “Os
afro-sambas”, evidenciando uma clara ruptura com a estética e os lamentos
pequeno-burguês da bossa nova. A parceria com Toquinho iniciou-se dois anos
depois de ser afastado do cargo de embaixador, em 1970, e com quem grava vários
discos na Itália, Paris (1972-77) e no Brasil. No final dos anos 70, com o
esgotamento político do regime militar, chegou a declamar poemas no sindicato
dos metalúrgicos de São Bernardo dos Campos a convite do então presidente da
entidade Luis Inácio da Silva. Várias músicas de sua autoria foram censuradas
pelos militares, como “Paiol de Pólvora”, “Valsa do Bordel” (nos shows dizia
ser a “Valsa da Puta”) por “afrontarem e desrespeitarem o regime político”
vigente diziam os autos do processo contra o Poetinha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">No dia
9 de julho de 1980 o coração do Poetinha parou de bater, após um derrame
cerebral ocorrido três meses antes, cujas sequelas provocaram um edema
pulmonar, deixando inconclusas e perdidas as obras “Roteiro lírico e
sentimental da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro” e “O dever e o
haver”. Seu último poema soa como uma balada triste, uma despedida: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">“Trago a doçura dos
que aceitam melancolicamente./E posso te dizer que o grande afeto que te
deixo/Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas/Nem as
misteriosas palavras dos véus da alma.../É um sossego, uma unção, um
transbordamento de carícias/E só te pede que te repouses quieta, muito quieta/E
deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático
da aurora” (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Vinicius de Moraes - Poesia
completa e prosa</i>).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">O rumo
tomado por Vinicius de Moraes comprova mais do que nunca a máxima segundo a
qual a arte deve estar fortemente enraizada no popular e voltada para a vida,
caso contrário tende a definhar gradativamente ou para o campo da reação ou
para a extinção pura e simples. Vinicius foi um dos poucos intelectuais que
viveu verdadeiramente como poeta, para a arte, a liberdade de criação, manifestadamente
engajado em seu próprio tempo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><span style="color: red;">A ARTE
NA SOCIEDADE</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">São as
sábias palavras de um velho militante que enfatiza o papel do artista dentro do
capitalismo e a luta pelo socialismo: “(...) ao defender a liberdade de
criação, não pretendemos absolutamente justificar o indiferentismo político e
longe está de nosso pensamento querer ressuscitar uma arte dita ‘pura’ (...).
Não, nós temos um conceito muito elevado da função da arte para negar sua influência
sobre o destino da sociedade... No entanto, o artista só pode servir à luta
emancipadora quando está compenetrado subjetivamente de seu conteúdo social e
individual, quando faz passar por seus nervos o sentido e o drama dessa luta e
quando procura livremente dar uma encarnação artística a seu mundo interior” (Trotsky
& Breton.<i> Manifesto por uma Arte Revolucionária Independente</i>, 25/7/1938).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKX3HsG_6BdQrp8YhgzJi6BTDiSk7OAkWnbsaS-Ri4W9BEgrhNc5iqhubmQcyc5SpOA-HoArRQ8m0r3y8kOv4tPEDFoeqhF0CmF5tHoeV_JT9vu6rjNFilTZJsfnIseQauNsqJopWvfYW9/s1600/vinicius_toquinho.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="778" data-original-width="1024" height="243" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKX3HsG_6BdQrp8YhgzJi6BTDiSk7OAkWnbsaS-Ri4W9BEgrhNc5iqhubmQcyc5SpOA-HoArRQ8m0r3y8kOv4tPEDFoeqhF0CmF5tHoeV_JT9vu6rjNFilTZJsfnIseQauNsqJopWvfYW9/s320/vinicius_toquinho.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Toquinho, outro grande parceiro da poesia</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
</div>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">E nesta
época de profundo retrocesso ideológico imposto pelo imperialismo e as trevas
do bolsonarismo mais encardido, a arte revolucionária deve unir-se à luta pela
emancipação dos trabalhadores e proclamar bem alto seu apelo à resistência
cultural contra a banalização e a idiotização consumista, os padrões de
comportamento e de estética empurrados goela abaixo pela mídia corporativa e os
senhores do dinheiro. Hoje o que domina o cenário musical é o “sertanejo”,
muito mais urbano do que do campo, sem qualquer indício de arte reflexiva ou
alguma estética mais elaborada. Simplesmente feita para consumir, descartar e
consumir outra num processo intermitente.<o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 5.0cm;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;">No
documentário produzido em 2006 por Miguel Faria e sua filha a cineasta Suzana
de Moraes, sobre a vida de Vinicius, foram colhidos vários depoimentos de
parceiros ainda vivos do “poetinha”. No testemunho dos antigos companheiros de
“farra e de música”, como o de Toquinho e Chico Buarque, ambos tiveram pelo
menos a honestidade intelectual de reconhecer que “no mundo atual não haveria
espaço para Vinicius”. A “observação” vinda de dois ícones da MPB não foi à
toa, tanto Chico como Toquinho se converteram ao atual “mundo do politicamente
correto”, onde a arte e a vida não tem nenhum compromisso com a crítica à realidade social. Realmente seria inimaginável pensar hoje no maior ídolo de
nossa música e poesia entrar em um estádio lotado de operários em greve e
declamar seu poema: “O operário em construção”, sob a admiração e respeito dos trabalhadores e dos ativistas progressistas em plena luta contra a ditadura militar.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 163.05pt;">
<br />
“...Ah, homens de pensamento</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 163.05pt;">
Não sabereis nunca o quanto</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 163.05pt;">
Aquele humilde operário</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 163.05pt;">
Soube naquele momento</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 163.05pt;">
Naquela casa vazia</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 163.05pt;">
Que ele mesmo levantara<br />
Um mundo novo nascia...”<br />
[<i>Operário em Construção</i>, trecho]</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 163.05pt;">
<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbHfVtzQyqXkQ_M9_X0U38eIAMkzBqAy2r3mAjYfy0riyHpqkU1w0au3sEx91UfkXGIQCX2hoITH3BKCBnAD8_OuuzWtM8MdAUwZoVKYsQX9o9hpH9Na1IAMPV6qm52-vfOfoQZDPa3-t3/s1600/viniciusTom.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="493" data-original-width="630" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbHfVtzQyqXkQ_M9_X0U38eIAMkzBqAy2r3mAjYfy0riyHpqkU1w0au3sEx91UfkXGIQCX2hoITH3BKCBnAD8_OuuzWtM8MdAUwZoVKYsQX9o9hpH9Na1IAMPV6qm52-vfOfoQZDPa3-t3/s320/viniciusTom.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Tom Jobim marcou a harmonia musical do poeta</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Mas o
melhor viria depois, logo após sair do estádio de Vila Euclides, no ABC,
cercado por operários foi comemorar o triunfo da greve metalúrgica em um
botequim das redondezas regado com muita cachaça e cerveja. No entanto, muitos dos companheiros de viagem de Vinicius, que no passado tanto contribuíram por uma arte
engajada (como Chico Buarque), hoje não honram a memória do “grande mestre”,
encontrando-se atolados em campanhas publicitárias reacionárias ou servindo a
governos capitalistas de turno. O legado da vida e obra de Vinicius permanecerá
vivo para as futuras gerações, ainda que embotado por elogios e reverências
demagógicas de uma elite social e artística completamente decadente. Num meio em que prevalecem o mal-chamado "sertanejo" e o funk, é importante resgatar as memórias culturais de um país que está sendo arrasado em todos os aspectos, político, social, econômico e cultural.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-49453765582093087422020-05-12T12:51:00.002-03:002020-05-12T13:38:01.984-03:0013 DE MAIO - DIA DA LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS: Em meio à fanfarronice filofascista do bolsonarismo é necessário comemorarmos a vitória abolicionista como uma conquista seminal!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja7cmvs64QZskQCYTDzRrAAnfUnHFgkvz6oKpj-FnoDBJEG6bMEMCexnZjj-dE5wTFIFOc51WJoSCaaKRmU5zX-UYHHEL9H9dRLrPoSUraAhS_yeINhQEwkZfgSoDrdcA1UDEAsuaIFeiu/s1600/13maio_festa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1039" data-original-width="1500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja7cmvs64QZskQCYTDzRrAAnfUnHFgkvz6oKpj-FnoDBJEG6bMEMCexnZjj-dE5wTFIFOc51WJoSCaaKRmU5zX-UYHHEL9H9dRLrPoSUraAhS_yeINhQEwkZfgSoDrdcA1UDEAsuaIFeiu/s640/13maio_festa.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 40.25pt; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: red; font-size: 55.0pt;">N<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal">
este momento de severa pandemia e ataques às comunidades
negras pela bazófia bolsonarizada, devemos comemorar o 13 de Maio? Isto quando os
filofascistas tem em seus representantes os nomes certos para destruir o que
resta das populações quilombolas no país, particularmente no Maranhão: famílias
residentes há mais de 300 anos na região de Alcântara estão para serem expulsas
de suas terras para dar lugar à base militar norte-americana (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">1</span></b>). Na
atual conjuntura, o governo federal implementa a destruição total das políticas
públicas, quaisquer que possam proteger estas comunidades, pondo em evidência o
seu caráter sobremaneira racista. O asqueroso terraplanista Sérgio Nascimento
de Camargo, Presidente da Fundação Palmares, afirmou que a “escravidão foi benéfica”
e que o dia da consciência negra “precisa ser combatido incansavelmente até que
perca a pouca relevância que tem” (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">2</span></b>) e tantas outras aberrações são a marca
indelével de quem assenta-se no Planalto. As campanhas institucionais cada vez
mais se permeiam por programas de forte conteúdo nazista e dão o tom
lumpen-burguês do atual governo.</div>
<a name='more'></a><br />
<div class="MsoNormal">
<o:p> </o:p><span style="color: red;">RACISMO ESTRUTURAL E ATRASO ECONÔMICO</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Brasil foi uma das
primeiras nações do mundo a instituir o escravismo e, como produto de sua
continuidade sistêmica, a última a aboli-la! De toda a existência brasileira,
em seus 520 anos, 350 foram sob o domínio escravocrata português.</b> Apenas
170 anos vigoraram juridicamente sem o povo escravizado em razão de sua raça e
fonte de um modo de produção que o legitimava a partir de sua superestrutura
ideológica. Neste devir histórico, qual o significado da Abolição da
escravatura, a Lei Áurea de 1888?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUOWgo5paDdTCCVWXU9oBotCKMo9u7W-JjFC8YgfXYJ7iw8gW0YlcI0fpg-U277P6AEQdM9Yy6Jem47NUHRUAlmK_3YmgBuZWAXi0V0QUt7tBBnNyGyXMej2I9byxzoosk43FXwz9VtjkQ/s1600/13maio_capa2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1174" data-original-width="1401" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUOWgo5paDdTCCVWXU9oBotCKMo9u7W-JjFC8YgfXYJ7iw8gW0YlcI0fpg-U277P6AEQdM9Yy6Jem47NUHRUAlmK_3YmgBuZWAXi0V0QUt7tBBnNyGyXMej2I9byxzoosk43FXwz9VtjkQ/s320/13maio_capa2.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Três séculos de brutalidades no Brasil colonial</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
Devemos ter um ponto de partida para compreendermos esta
questão. Trata-se da “conspiração do silêncio” levantada pelo professor Mario
Maestri: “...a operação recebe o apoio do movimento negro brasileiro que, ao
contrário, deveria desdobrar-se na celebração do 13 de Maio e na discussão de
seu significado histórico, destruindo interpretações apologéticas a ele” (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">3</span></b>). É
preciso desbravar mais um mito criado, no sentido de que a Abolição pelas mãos
da monarquia fora algo passivo/pacífico, produto da “bondade da princesa” e
que, portanto levou à edificação de uma sociedade desigual. Rompamos com este
pensamento euclidiano e a visão da sociedade como uma reta, posto que a verdade
nos conduz à memória de gênese da nossa formação histórica ainda ladeada por um
retrógrado racismo estrutural.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Almeida ressalta que “...pensar o racismo como parte da
estrutura não retira a responsabilidade individual sobre a prática de condutas
racistas e não é um álibi para racistas. Pelo contrário: entender que o racismo
é estrutural, e não um ato isolado de um indivíduo ou de um grupo, nos torna
ainda mais responsável pelo combate ao racismo e aos racistas” (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">4</span></b>).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">O BRANCO COMO CABEÇA DE PONTE? DESMEMORIZAÇÃO DE INTENSA
PUGNA!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEzo1RnPdO24EYRnGiZFQHk30NUQbK_v-TYNFZeOogzntEA7vVq4_2MVLmaNAPWZlKTAKx_qS-xevOFDpOxP7_Un0EAkign-ZiNeNBLlDz2sRIUV0tTHtZolP6NRfLkm1uM-SBayaTjqaR/s1600/13maio_alencar.png" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="577" data-original-width="428" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEzo1RnPdO24EYRnGiZFQHk30NUQbK_v-TYNFZeOogzntEA7vVq4_2MVLmaNAPWZlKTAKx_qS-xevOFDpOxP7_Un0EAkign-ZiNeNBLlDz2sRIUV0tTHtZolP6NRfLkm1uM-SBayaTjqaR/s320/13maio_alencar.png" width="237" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">José de Alencar,<br />ferrenho anti-abolicionista</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
Historiadores e sociólogos, especialmente nos anos 60 do
século passado lançaram névoa acerca do significado do 13 de Maio. Florestan
Fernandez, Octávio Ianni, Fernando Henrique Cardoso expuseram suas teses cujo
protagonismo abolicionista concentrava-se nos brancos, aos cativos coube o
papel sem grandes destaques.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Na década seguinte, em seus estertores, o movimento negro
adapta esta concepção para formar novas teses, objetivando desqualificar o ato
governamental da Abolição, haja vista que fora conduzida sem indenizações,
tinha como meta criar mão de obra barata, as condições materiais de vida
pioraram (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">5</span></b>).
O amálgama cepalino freyreano estava pronto, formando o todo negacionista,
apesar das boas intenções do movimento negro!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Assim, postulando no campo crítico pelo pesquisador, o
movimento negro se opondo à legitimidade da princesa Isabel e dos brancos,
propõe descartar o 13 de Maio e adotar o 20 de Novembro como data referência da
consciência negra, data na qual o maior líder do Quilombo dos Palmares fora
assassinado. Na verdade, tal concepção encerra um equívoco epistemológico, pois
passa a desconsiderar o longo passado de enfrentamentos e lutas até o “ato de
bondade da princesa”! Milhares de formas de resistências são jogadas no limbo
do esquecimento...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">APENAS UM PROBLEMA METODOLÓGICO?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Veremos que não se
trata de erro de interpretação, mas uma fina visão de mundo, aquela que
açambarca as ideias das classes proprietárias e reticentes quanto aos feitos
das massas escravizadas. Parece uma análise dura, sectária, mas é a
quintessência do esquecimento do processo abolicionista de um dos
acontecimentos mais importantes da história do Brasil!<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por muitos anos o fato histórico fora comemorado
acriticamente pelas comunidades negras. Nas últimas décadas passou a vingar o
proselitismo anti-abolição, o qual acabaria na perda de um importante memorial
das massas oprimidas, principalmente a afro-descendente.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Numa outra situação, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">não
podemos ignorar a importância que a Abolição causou na consciência e na vida
dos cativos. Era o fim dos horrores macabros de um povo escravizado (algo em
torno de um milhão). À época fora celebrada como uma vitória do povo negro!
Opor-se a esta lição de vida significa alienar-se plenipotencialmente de uma
extensa experiência e memória popular, tal como advoga a classe dominante e sua
ideologia, ainda mais o que hoje propugna o filofascista governo federal.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh26x95sek6LjRpy1qToGFigf7P6zPmxGBcNcXco0mPAq7elWNn_wqSU54xaFxJro4j2V34uiXnqOVJytoOjLV9u7c45TJuA3QGgFZdRjFckdN0fG6Pc8eR6Gs57Ymw-8zd9QXwT4wgsqvr/s1600/13maio_quilombo.gif" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="1200" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh26x95sek6LjRpy1qToGFigf7P6zPmxGBcNcXco0mPAq7elWNn_wqSU54xaFxJro4j2V34uiXnqOVJytoOjLV9u7c45TJuA3QGgFZdRjFckdN0fG6Pc8eR6Gs57Ymw-8zd9QXwT4wgsqvr/s400/13maio_quilombo.gif" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">O 13 de Maio como segmento do Quilombo de Palmares!</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
É preciso deixar cristalino que Palmares não está em
oposição ao 13 de Maio, por mais que seu povo desse sua vida por ele,
considerando que “...a epopeia palmarina jamais se propôs... a destruição da
instituição servil” (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">6</span></b>). A heroica Palmares, com milhares de vítimas
dos canhões portugueses, fora derrotada; a Abolição, por outro lado, consumou
uma vitória, igualmente à custa da resistência histórica do povo cativo em meio
a um modo de produção <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sui generis</i>,
diferente dos demais existentes na América espanhola ou dos Estados Unidos, o
chamado “escravismo colonial” (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">7</span></b>).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">A PERMANÊNCIA DA MONARQUIA FOI A DURAÇÃO DO ESCRAVISMO
COLONIAL</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A agonia do regime monárquico fora intensificada pela
falência do modo de produção, paradoxalmente medieval na colônia (Brasil) e
pré-capitalista na metrópole (Portugal). Fuga de cativos, execução de feitores
e senhores, exigência do fim do tráfico negreiro por parte da Inglaterra (em 1845
- <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Slave Trade Supression Act</i>),
profundo atraso das forças produtivas (plantations), tudo solapava as bases
coloniais do “Império” brasileiro. O abolicionismo desenvolvia-se rapidamente
por um Brasil cada vez mais pobre. D. Pedro II tentou até o fim de seu
desespero colonial manter o instituto escravista, uma vez que suas bases de
apoio político estavam à beira de falir (a oligarquia cafeeira e mineira).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Contudo, a derrocada da monarquia não teve como causa única
o fator econômico: a questão subjetiva (desejo e reivindicação de liberdade)
deve ser considerada numa análise materialista, porque senão cairíamos numa
simplificação não-histórica. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A luta de
classes, embora “em si”, era feroz e repercutia intensamente no mundo colonial
escravista. O movimento abolicionista, de certa forma, era a expressão
distópica das resistências dos cativos. Tomou para si a função programática que
visava unir os cativos, os caboclos, os posseiros, os sem terra num continuum
crescente.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipE72YQSeXOapfyHeXm3ntLfsgoGMoHBoOBGA_XnnhEgmSErHMWX5HlhQcFSkJzZHyeZ1s09rnCb8EjwEc-8kMaiivMbpVgluhtXcReRpTBEvGWYpxZKVq0yWokofg38pjDm6ohB9DJHdW/s1600/13maio_comemoracao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1203" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipE72YQSeXOapfyHeXm3ntLfsgoGMoHBoOBGA_XnnhEgmSErHMWX5HlhQcFSkJzZHyeZ1s09rnCb8EjwEc-8kMaiivMbpVgluhtXcReRpTBEvGWYpxZKVq0yWokofg38pjDm6ohB9DJHdW/s400/13maio_comemoracao.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Manifestação popular diante da Câmara Municipal do Rio de Janeiro</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
</div>
<div class="MsoNormal">
O abolicionismo não foi exclusivamente acadêmico-literário,
pois desde sua origem sempre esteve sob a contenda do establishment, dadas as
sólidas raízes com os cativos e pobres da sociedade agropastoril brasileira:
sujeito à violência policial, prisões, assassinatos, desmandos cruentos. Contudo,
em 1889, este fluxo fora drasticamente contido com o golpe militar que
instituiu a “República” e perseguiu os abolicionistas, estancando o caráter
revolucionário dos mesmos. Neste sentido, podemos afirmar que a Proclamação da
República, um ano após a Abolição, cumpriu um papel objetivamente
contrarrevolucionário.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Assim Maestri resume a questão: “Desconhecer o sentido
revolucionário da Abolição é olvidar a essência escravista de dois terços de
passado brasileiro e o caráter singular da gênese do Brasil contemporâneo,
através da destruição do escravismo. Tal desconhecimento ignora a contradição
essencial que regeu por mais de trezentos anos o passado brasileiro -
escravizadores contra escravizados” [2005]. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O negacionismo é uma revisão histórica que distorce a realidade
pretérita. Os abolicionista não foram formados apenas pela classe média em
ascensão à época: havia uma forte base popular que congregou negros
escravizados, negros livres, e até mesmo brancos desde os anos 1880. Os abolicionistas
reuniam-se nas chamadas “ruas e bairros livres”, espécies de “quilombos”
urbanos.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ferrari nos dá uma perspectiva alentadora: “Um robusto
movimento abolicionista, com sua contrapartida escravista, também teve papel
histórico central durante os 20 anos (1868-1888) que precederam a Lei Áurea” (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">8</span></b>).Graças
a esta verve, a abolição fora uma conquista, não uma dádiva, nem resultado
mecânico de uma exaustão econômica, um marco da incipiente classe operária
brasileira. Enterneceu até mesmo o romancista Raul Pompeia: “a ideia de
insurreição indica que a natureza humana vive. A maior tristeza dos
abolicionistas é que essas violências não sejam frequentes e a conflagração não
seja geral.” (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">9</span></b>).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">QUE HISTÓRIA QUEREMOS FORMULAR?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Necessário compreender que a Abolição mexia
consideravelmente na ordem escravista imposta, nas hierarquias sociais e na
cultura até então vigentes, tanto é verdade que não fora um processo consensual
entre a classe dominante. Alonso capta muito bem este sentimento ao considerar
que “O Império era fundado na escravidão, não só na economia. A hierarquia
social era baseada na posse de bens que davam poder e prestígio, e os bens mais
importantes eram os escravos. A escravidão sustentava também o sistema
partidário, porque o eleitorado era definido com base na renda.” (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">10</span></b>). A
perda deste domínio apavorava a classe proprietária e seu porta voz
antiabolicionista, o romancista Jose de Alencar se queixava em 1867: “Um sopro
bastará para […] lançar o Império sobre um vulcão” [Idem].</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5ya7ILvJaBikSw_UBCxGyT0RXKn3AUNCJ8OTMrkWExtWCEXqu6kOTl9OXrrWiZvFyhJPea_Wv1Uh486uXX_BV7qh7nBOcWbFHgcbObx6GtjoMYoY93u0QjDHtVToWIT_g7i1XZfHZrlVP/s1600/13maio_classe.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="338" data-original-width="480" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5ya7ILvJaBikSw_UBCxGyT0RXKn3AUNCJ8OTMrkWExtWCEXqu6kOTl9OXrrWiZvFyhJPea_Wv1Uh486uXX_BV7qh7nBOcWbFHgcbObx6GtjoMYoY93u0QjDHtVToWIT_g7i1XZfHZrlVP/s400/13maio_classe.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">A consciência negra na perspectiva da luta de classes</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
“A Revolução Abolicionista permitiu a gênese de um Estado
liberal antidemocrático - a República Velha (1889-1930) - , apoiado agora na
exploração do trabalho livre, onde o produtor direto vendia sua força de
trabalho e não era mais propriedade de seu explorador” (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">11</span></b>). Conrad (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">12</span></b>) chegou à conclusão que os
abolicionistas almejavam não exclusivamente o fim da escravidão, mas defendiam
um projeto de modernização do país: reforma eleitoral, reforma educacional e
distribuição de terras. Óbvio, programa diametralmente oposto ao que pregava a
rústica oligarquia brasileira. Entretanto, esta condição permaneceu dentro do
campo do racismo estrutural, o qual perdura até os tempos atuais: ex-cativos
sofrem discriminação racial, ocupam terras devolutas, vão trabalhar nas
fazendas sob cota miserável, muitos tornam-se indigentes, outros vão atuar como
estivadores em portos.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O impacto na subjetividade dos ex-cativos foi enorme, tanto
que Domingues (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">13</span></b>)
(<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">14</span></b>)destaca
que as comemorações do Dia 13 de Maio eram quase que um ritual sagrado nas
comunidades: Clube 13 de Maio dos Homens Pretos, em São Paulo, Federação
Paulista dos Homens de Cor, o Centro Cívico 13 de Maio e a Sociedade
Beneficente Isabel a Redentora etc. As festas convergiam neste início de século
XX para a “fraternidade brasileira”, muito além da questão racial. “...Nas
ruas, nas praças, nos cantos, recantos e arrabaldes de São Paulo, a Lei Áurea
era sustentada com alegria, energia e fervor, por meio de batuques, sambas e
jongos, principalmente” [Idem], em todos os seus significados polissêmicos.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em outras palavras, a Abolição foi um fato objetivo e essencialmente
subjetivo. Suas demandas e militância atearam fogo no Brasil oligárquico! Como
afirmado acima, foi um processo inconcluso, porque não atingiu a emancipação
dos explorados devido a contrarrevolução desencadeada pela "República". Muitas teorias surgiram, balizadas pelo descarte da luta de
classes (muitas teses oriundas do Departamento de Estado americano,
principalmente disseminadas pelo Partido Democrata). Trilharam, não obstante,
para as políticas identitárias, amiúde racialistas e passionais a serviço da
classe dominante, que hoje vigem na esquerda mundial. O identitarismo, muitos
convertidos em seitas, tomam para si a autoridade para estudar e analisar, no
nosso caso, o negro escravizado, como se fossem os proprietários da História de
um povo e não raro romantizam-na de forma quase infantil e/ou sectária sob o
signo da “representividade”.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Enfim, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">devemos
compreender todo o processo acima descrito sem simplismos, de um dia, o 13 de
Maio; mas sim como uma revolução exposta durante trezentos anos no território
brasileiro: a única revolução triunfante em nossa história que, graças a ela
toda uma estrutura jurídica e social fora transmutada!<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<u><span style="color: red; font-size: 10.0pt;">Notas:<span style="mso-spacerun: yes;">
</span></span></u><u><span style="color: white; font-size: 10.0pt;">:</span></u><u><span style="color: red; font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></u></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
* <i>Foto de capa: grande comemoração pós-Abolição, missa campal</i><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">1 Resolução número 11 do Comitê
de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">2 <a href="https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/11/presidente-da-fundacao-palmares-nomeado-por-bolsonaro-diz-que-brasil-tem-racismo-nutella.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/11/presidente-da-fundacao-palmares-nomeado-por-bolsonaro-diz-que-brasil-tem-racismo-nutella.shtml</a>,
acesso em 10 de maio/2020.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">3 <a href="https://www.lainsignia.org/2005/mayo/ibe_028.htm">https://www.lainsignia.org/2005/mayo/ibe_028.htm</a>.
acesso em 9 de maio/2020.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">4 ALMEIDA, Silvio. Racismo
Estrutural. [S.l.]: Pólen Livros. 10 de julho de 2019 p. 46. ISBN
978-85-98349-91-6.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">5 FREYRE, Gilberto. Casa
grande & Sensala. 48º Ed. Global Editora. 2003 <a href="https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/229314/mod_resource/content/1/Gilberto%20Freyre%20-%20Casa-Grande%20e%20Senzala.pdf">https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/229314/mod_resource/content/1/Gilberto%20Freyre%20-%20Casa-Grande%20e%20Senzala.pdf</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">6 MAESTRI, Mario. 13 de maio:
A única revolução social do Brasil. La Insignia. Brasil, maio de 2005. <a href="https://www.lainsignia.org/2005/mayo/ibe_028.htm">https://www.lainsignia.org/2005/mayo/ibe_028.htm</a>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">7 GORENDER, Jacob. O
escravismo colonial. Ed. Ática, 1985.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">8 FERRARI, Márcio. A batalha
da Abolição. <a href="https://revistapesquisa.fapesp.br/2016/02/19/a-batalha-da-abolicao/">https://revistapesquisa.fapesp.br/2016/02/19/a-batalha-da-abolicao/</a>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">9 POMPEIA, Raul. O Ateneu. <a href="http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000297.pdf">http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000297.pdf</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">10 ALONSO, Angela. Flores,
votos e balas. Editora Companhia das Letras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">11 MAESTRI, Mário. Revolução
e Contrarrevolução no Brasil, p.71.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">12 CONRAD, Robert. Os últimos
anos da escravidão”. Civilização Brasileira (1978, 2ª edição).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">13 DOMINGUES, Petrônio. Salve
o 13 de Maio: as comemorações da abolição da escravatura. Anais do XXVI
Simpósio Nacional de História – ANPUH - São Paulo, julho 2011<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">14 __________________.“A
redempção de nossa raça”: as comemorações da abolição da escravatura no Brasil1.
Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 31, nº 62, p. 19-48 - 2011. </span><a href="https://www.scielo.br/pdf/rbh/v31n62/a04v31n62.pdf">https://www.scielo.br/pdf/rbh/v31n62/a04v31n62.pdf</a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-63337668746566881482020-04-27T11:18:00.001-03:002020-04-27T11:36:53.263-03:00SÉRGIO MORO: o “ex-ex”, a serviço do grande capital financeiro, é convencido a deixar o Ministério da Justiça<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnYS00iQkaUNt2H6izs8sdYB9Cz7g0-XG4iv4XnK4dTHmzB3q6facDQLawnHdzblq96iDUTHn8x-6Pk0h61wZFJZp7rOy7aZ1LpX3eeb1a6JzrELOIKMJ4JaqR_BG763DNyhYEu3mOdqDY/s1600/pontes01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="420" data-original-width="740" height="362" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnYS00iQkaUNt2H6izs8sdYB9Cz7g0-XG4iv4XnK4dTHmzB3q6facDQLawnHdzblq96iDUTHn8x-6Pk0h61wZFJZp7rOy7aZ1LpX3eeb1a6JzrELOIKMJ4JaqR_BG763DNyhYEu3mOdqDY/s640/pontes01.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 37.9pt; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 46.5pt;">U<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">ma questão
que toda a mídia corporativa oculta e faz questão de dissimular em relação ao
ex-ex Sérgio Moro: a sua promíscua relação com o Departamento de Estado dos
Estados Unidos! Há documentos que comprovam o envolvimento do ex-ex na política
do governo americano, expostos pelo site WikiLeaks onze anos atrás [1], que
comprovam a sua participação em cursos doutrinários, cujo nome fora dado como
programa <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Bridges Project</i> (Projeto
Pontes) a fim de “<em><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">consolidar
o treinamento bilateral [entre Estados Unidos e Brasil] para aplicação da lei</span></em>”
[2]. Vários juristas brasileiros participaram, porque, segundo alegaram não
tinham capacidade para se valer do Código Penal e enfrentar a corrupção e os
esquemas de lavagem de dinheiro no Brasil. Como veremos adiante, foi a porta de
entrada para a intervenção americana nos assuntos brasileiros: espionagem e
doutrinação jurídica.</span></div>
<a name='more'></a><br />
<o:p></o:p>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXST-D4erah4bo9v7OPD3UeXMBXZq4EPu4d5Ts_LkbAzbTDjW8lk8Ipj2b4y4tdTN6bJaP7laNg7UBHInrEInqOBrLvj7uuIudhUumBta2k6v01mDbQhJx_1crMRYQ-Da87Pacez-8_udz/s1600/pontes1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="501" data-original-width="787" height="253" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXST-D4erah4bo9v7OPD3UeXMBXZq4EPu4d5Ts_LkbAzbTDjW8lk8Ipj2b4y4tdTN6bJaP7laNg7UBHInrEInqOBrLvj7uuIudhUumBta2k6v01mDbQhJx_1crMRYQ-Da87Pacez-8_udz/s400/pontes1.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Gráfico adaptado de (AMARAL; VIANA, 2011).<br />O modelo original é referente aos documentos<br />dos Arquivos Kissinger (1973-1976),<br />que, junto com os Arquivos Carter (1977-1979)<br />e os Cablegate (2003-2010), formam a PlusD,<br />disponível em: wikileaks.org/plusd.</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><span style="color: red;">LAWFARE</span></span></i><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><span style="color: red;"> TREINANDO JUÍZES FEDERAIS E ESTADUAIS
[3]</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">O “Projeto
Pontes” [4], organizado pela “embaixadora” norte-americana Lisa Kubiske consistia
basicamente em “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">...</i><em><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-style: normal;">assegurar treinamento a juízes federais e estaduais no Brasil para
enfrentar o financiamento ilícito de conduta criminosa</span></em>” [5]. Tal
estratégia poderia ser <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“s</i><em><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-style: normal;">er de longo prazo e coincidir com a formação de forças-tarefa de
treinamento... em São Paulo, Campo Grande ou Curitiba</span></em><i style="mso-bidi-font-style: normal;">”</i>. Liliana Ayalde, embaixadora dos EUA
no Brasil disse que “com a criação do Projeto Pontes, a embaixada ‘estava
agarrando a oportunidade de fazer parcerias com diversas entidades brasileiras
de aplicação da lei para o combate às crescentes ameaças transnacionais que
surgem no Brasil’” [6]. Em âmbito mundial, a Secretária de Estado de então,
Condoleezza Rice, enviava aportes financeiros para várias nações do mundo via Agência
para o desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID), sob o
subterfúgio de “combate ao terrorismo”, na verdade inaugurando a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">lawfare</i> em nível mundial.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">O artigo da
Anpuh-RJ relata: “Ao longo do encontro, os participantes discutiram questões
como ‘cooperação internacional formal e informal’, ‘confisco de bens’, ‘métodos
de prova’, ‘delações premiadas’ e ‘uso do interrogatório como ferramenta’. E,
ao final da conferência, a delegação brasileira solicitou reiteradamente ‘treinamento
adicional’ relativo à ‘coleta de evidências’, ‘interrogatórios e entrevistas’, ‘práticas
em tribunais’ e, enfaticamente, o ‘modelo de força-tarefa’”. (p.5). Nada mais
claro!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJX_4aeA6kAghyXp8gZnleS6-a3tlhb_826cgAutI-KovteC-ehiYPW414kWhU8FrGib-DPtYcQ9-eSKtTT0TE3QR5blaq-foJJGmZML_g4cILArT8LDvvDX6McTBavywP2z0FUwwoEfMh/s1600/pontes_procuradores.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="282" data-original-width="637" height="176" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJX_4aeA6kAghyXp8gZnleS6-a3tlhb_826cgAutI-KovteC-ehiYPW414kWhU8FrGib-DPtYcQ9-eSKtTT0TE3QR5blaq-foJJGmZML_g4cILArT8LDvvDX6McTBavywP2z0FUwwoEfMh/s400/pontes_procuradores.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Os procuradores da Lava Jato chefiados por Moro</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><b>Não por
coincidência, cinco anos depois da conferência no Rio de Janeiro, e poucos
meses após a descoberta de espionagem contra a Petrobras, foi deflagrada a
Operação Lava Jato, então com o Poder Judiciário já capaz de levar adiante os
ensinamentos doutrinários do Departamento de Estado americano nas investigações
de Caixa 2 e na lavagem de dinheiro.</b> Vários diretores da estatal brasileira
foram presos. Concomitante atuava, os lavajatistas causaram um baque econômico
no Brasil, com o desmonte operativo da Petrobras e das indústrias a ela
vinculadas, elevando a taxa de desemprego e falências no Brasil, instabilidade
institucional e econômica que interessava diretamente aos EUA!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Não podemos
esquecer, o governo Dilma foi alvo de espionagem feita pela NSA (Agência de
Segurança Nacional Norte-Americana), informações vazadas em 2013. Em 2015, o
Ministério Público ganhou aval dos Estados Unidos para rastrear em nível
internacional depósitos da construtora Odebrecht no exterior, alvo de supostos
pagamentos de propinas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Praticamente
esfacelada a economia brasileira, o caminho para o golpe institucional
(“legal”) para a derrubada de Dilma Rousseff estava limpo para o vampiro Temer.
Este tratou logo de vender ativos da Petrobras e entregar o pré-sal a empresas
americanas e europeias! (Kanaan, s/data).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxF9DPzs3N6hI-ZjBk2up4QoOeqbabB89va12ZXslYBlmUf-PBoOhwetbF31jMbHdNERzZmH8bW-eUJ0PVt-nfw2Er-JHmb9hsBFRcAI5fPjnsZku08oJMjvtHRt_0MLCx70UeZgwA630S/s1600/ponte+petrobras-2-2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="454" data-original-width="680" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxF9DPzs3N6hI-ZjBk2up4QoOeqbabB89va12ZXslYBlmUf-PBoOhwetbF31jMbHdNERzZmH8bW-eUJ0PVt-nfw2Er-JHmb9hsBFRcAI5fPjnsZku08oJMjvtHRt_0MLCx70UeZgwA630S/s400/ponte+petrobras-2-2.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">A Petrobrás foi a porta de entrada da lawfare no Brasil</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Se alguém
ainda achar que se trata de teoria da conspiração, então vamos aos fatos: basta
olhar o currículo lattes do ex-ex [7] que lá estará a doutrina americana para
os judiciários de todo o mundo. Em 2007, participou do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">International Visitors Program</i>, organizado pelo Departamento de
Estado Norte-Americano, e fez visitas a agências e instituições dos EUA
encarregadas da prevenção e do combate à lavagem de dinheiro (Kanaan, s/data).
Seu chão sempre fora os Estados Unidos! No auge do lavajatismo dava palestras
em Washington e Pensilvânia, na condição de ser o “homem mais influente do
mundo”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><span style="color: red;">“SIMULAÇÃO E
PREPARAÇÃO DE TESTEMUNHAS”</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Vários
brasileiros que operam a vara federal especializada em crimes contra o sistema
financeiro participaram dos cursos iniciados em 1998, cujo principal tema foi <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“</i><em><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-style: normal;">simulação de preparação de
testemunha e interrogatório direto”, conforme revela o documento do WikiLeaks.
Procuradores e investigadores presentes ficaram extasiados com os
“ensinamentos” advindos dos treinamentos.<o:p></o:p></span></em></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<em><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-style: normal;">Assim resumindo: “Os
participantes elogiaram a ajuda em treinamento e solicitaram mais treinamento
para coleta de provas, interrogatório e entrevista, habilidades em situação de
tribunal e o modelo de força-tarefa. (…) vários comentaram que desejavam aprender
mais sobre o modelo proativo de força-tarefa; desenvolver melhor cooperação
entre procuradores e polícia e ganhar experiência direta no trabalho sobre
casos financeiros complexos de longo prazo.”<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<em><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-style: normal;">Para os agentes americanos “(…)
há necessidade continuada de assegurar treinamento a juízes federais e
estaduais no Brasil, e autoridades policiais para enfrentar o financiamento
ilícito de conduta criminosa. (…) Idealmente, o treinamento deve ser de longo
prazo e coincidir com a formação de forças-tarefa de treinamento. Dois grandes
centros urbanos com suporte judicial comprovado para casos de financiamento
ilícito, especialmente São Paulo, Campo Grande ou Curitiba, devem ser
selecionados como locação para esse tipo de treinamento.”<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<em><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-style: normal;">Segue o documento: “Assim sendo,
as forças-tarefas podem ser formadas e uma investigação real poderá ser usada
como base para o treinamento que sequencialmente evoluirá da investigação à
apresentação em tribunal e à conclusão do caso. Com isso, os brasileiros terão
experiência em campo do trabalho de uma força tarefa proativa num caso de
finanças ilícitas e darão acesso a especialistas dos EUA para orientação e
apoio em tempo real.”<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<em><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-style: normal;"><span style="color: red;">NÃO HOUVE DIVERGÊNCIA DE CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO COM BOLSONARO</span><o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeXvcjzqTdASd74L5BNeKtzjsDWgF7a8F7Z0KBsR1Aai2_0tzN4kCgAs6bNx47bP-b9LxyVtYn7g7Um8In6j8USZTfDIUW5whf2KiwG451PZ5_BsH_i6XcocnzahRQ45r6ByCJVCIvowax/s1600/pontePbozoNoiro.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeXvcjzqTdASd74L5BNeKtzjsDWgF7a8F7Z0KBsR1Aai2_0tzN4kCgAs6bNx47bP-b9LxyVtYn7g7Um8In6j8USZTfDIUW5whf2KiwG451PZ5_BsH_i6XcocnzahRQ45r6ByCJVCIvowax/s400/pontePbozoNoiro.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Muito se tem
falado, inclusive muitas correntes de esquerda, encantadas com o conto de
sereia da Rede Globo e apaniguados, que o ex-ex saíra por cima de supostas
pugnas internas no governo Bolsonaro. Sérgio Moro (contumaz admirador de Mussolini), antes de mais nada foi, em
nível interno, o principal elemento que propiciou a eleição do outro ex
(capitão) e ‘ex’ (Presidente!), na condição de chefe da Lava Jato e de
destruidor das forças produtivas do país, facilitando a queda do governo
federal conduzido pelo PT. Verdadeira tragédia edípica, com o filho se
revoltando contra o pai!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">O que se deve considerar é o papel que Moro vinha desempenhando desde que assumiu o
Ministério da Justiça, muito mais como prêmio pelo fato de ter tirado Lula da
corrida presidencial. <b>Por que, durante quase toda a pandemia do coronavírus o
ex-ex praticamente sumira do cenário político? Nenhuma palavra para condenar
(ou referendar) os atos fascistas pró-AI-5. Tratou-se de retirada estratégica
para elaborar a sua saída do ministério! Vinha sendo orientado, palavra por
palavra pelo Departamento de Estado norte-americano, como deveria ser conduzido
o seu apeamento do pangaré adoentado! </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A princípio,
Moro estava na condição subalterna de “advogado de defesa do Bolsonaro”, à
espera cômoda da sua tão almejada cadeira no STF, mesmo assim resistia em
saltar fora do cargo. Outrossim, fora convencido por determinação dos EUA, em
nome do capital especulativo e seus agentes que passam doravante a tutelar o
general Mourão como elemento executor de suas ordens, ao lado do cada vez mais
militarizado governo federal, em face a um modelo ultraneoliberal de economia
já claudicante. Não fosse esta deliberação do capital financeiro internacional,
o ex-ex ainda estaria como sabujo do bolsonarismo e lambendo botas dos generais
de pijama, ora substituindo de fato o ex-'ex'.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Por todas
estas questões elencadas acima, seria muito ingênuo imputar o aspecto eleitoral
para que o ex-ex fosse demitido pelo ex-‘ex’, ou que o primeiro eclipsava o
segundo! O enredo estava mais para uma briga de gangsteres do que disputa
republicana pelo poder. Ungido como peça chave no bolsonarismo, o império começou
a descartar o outro ex-‘ex’, para tanto Moro teria que deixar o governo cada
vez mais boçalizado e conduzido pelo gabinete do ódio olavista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Temer,
Bolsonaro e o que vier pela frente são marcas indeléveis do continuísmo
tendencial golpista patrocinado pelos órgãos de inteligência do império
norte-americano a partir da deposição do governo Dilma, na busca de uma solução
que não seja a assunção de uma lumpen-burguesia desmoralizada para administrar
o país, mas que seja profundamente associada aos grandes grupos corporativos do
capital financeiro internacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<u><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Notas:<o:p></o:p></span></u></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">1
<a href="https://wikileaks.org/plusd/cables/09BRASILIA1282_a.html">https://wikileaks.org/plusd/cables/09BRASILIA1282_a.html</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">2
“Apresentadores norte-americanos discutiram vários aspectos relacionados à investigação
e ao processo de casos de finança ilícita e lavagem de dinheiro, incluindo
cooperação internacional formal e informal, ocultação e desvio de patrimônio,
métodos de prova, esquemas pirâmide, delação premiada, uso de interrogatório
direto como ferramenta e sugestões de como lidar com ONGs que se suspeite que
sejam usadas para financiamentos ilegais”. in <a href="https://wikileaks.org/">https://wikileaks.org/</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">3
<a href="https://inquietudegeral.blogspot.com/2016/03/yes-nos-temos-bananas-subornos.html">https://inquietudegeral.blogspot.com/2016/03/yes-nos-temos-bananas-subornos.html</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">4
<a href="https://inquietudegeral.blogspot.com/2016/03/operacao-car-wash-arquitetada-pelos.html">https://inquietudegeral.blogspot.com/2016/03/operacao-car-wash-arquitetada-pelos.html</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">5
KANAAN, Gabriel Lecznieski. O Brasil na nira do Tio Sam: O Projeto Pontes e a participação
dos EUA no golpe de 2016. Anais do Encontro Internacional e XVIII Encontro de
História da Anpuh-RJ: História e parcerias. s/data <a href="https://www.encontro2018.rj.anpuh.org/resources/anais/8/1530472505_ARQUIVO_KANAAN,GabrielLecznieski.OBrasilnamiradoTioSam%5bANPUHRJ%5d.pdf">https://www.encontro2018.rj.anpuh.org/resources/anais/8/1530472505_ARQUIVO_KANAAN,GabrielLecznieski.OBrasilnamiradoTioSam[ANPUHRJ].pdf</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">6
KANAAN: Havia trabalhado intensamente nos golpes de estado em Honduras (2009) e
no Paraguai (2012). “Temos sido cuidadosos em expressar nosso apoio público às<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">instituições
democráticas do Paraguai – não a Lugo pessoalmente”. A intervenção foi
executada via "Projeto Umbral" no Paraguai. pp.3-4 <a href="https://wikileaks.org/">https://wikileaks.org/</a> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">7
<a href="https://www.escavador.com/sobre/4481508/sergio-fernando-moro">https://www.escavador.com/sobre/4481508/sergio-fernando-moro</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-83960226458615760082020-04-15T22:47:00.003-03:002020-04-16T13:28:20.541-03:00CORONAVÍRUS: Como o neoliberalismo forjou a crise da saúde pública mundial desde suas bases macroeconômicas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbvo787fi1G6AeBY5nfu0h5RP-ECpTBRp-pS21MlBUQozqzcV1D4iLtY8VvKmusdo5ReZD1IuhIZIyR39mqkjfR4Z5I5QL0MFOzdk8kxaw9WhnvrK0ltS3pVXgp6mGOEMn3uYg0Xg4iF6h/s1600/neoliberalismo01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="900" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbvo787fi1G6AeBY5nfu0h5RP-ECpTBRp-pS21MlBUQozqzcV1D4iLtY8VvKmusdo5ReZD1IuhIZIyR39mqkjfR4Z5I5QL0MFOzdk8kxaw9WhnvrK0ltS3pVXgp6mGOEMn3uYg0Xg4iF6h/s640/neoliberalismo01.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 40.25pt; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: red; font-size: 54.5pt;">A<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal">
crise sistêmica pela qual o planeta, em seu modo capitalista
de produção, está passando foi acionada pela disseminação do coronavírus, não é
um fenômeno recente. É preciso entende-la em sua historicidade e ideologia.
Trata-se do regime político-econômico surgido ao final dos anos 70 no Reino
Unido e nos Estados Unidos como contraponto às economias planejadas do bloco
soviético: o neoliberalismo. Despontou com o objetivo de minar o Estado
provedor de bem-estar-social erigido no pós-guerra para conter o avanço da URSS
(a responsável direta pela derrota nazista) na Europa e sua influência política
mundo afora. Nos anos 80 os países do “bloco comunista” sob a égide do
gorbachevismo começavam a agonizar, dado caráter parasitário de sua burocracia
dirigente, enquanto o bloco capitalista investia mais e mais em protecionismos
e no belicismo. O resultado não poderia ser outro senão o triunfo do grande
capital monopólico sobre as economias planificadas sem o padrão dólar. O final
da década de 80 prenunciava o fim da bipolarização do mundo (EUA <i style="mso-bidi-font-style: normal;">versus</i> URSS), com a reunificação
capitalista da Alemanha (derrubada do Muro de Berlim por yuppies), marca
indelével do processo contrarrevolucionário que dissolveu a URSS proclamado em
dezembro de 1991.</div>
<a name='more'></a><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">NECESSIDADE DE ACABAR COM O ESTADO DE BEM-ESTAR-SOCIAL</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O baluarte ideológico do neoliberalismo foi o chamado
“Consenso de Washington”, quando diversos economistas definiram metas para
países semicoloniais no ano de 1989, quando instituições financeiras reunidas
em Washington DC, como o FMI, Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos Estados
Unidos definiram propósitos para “países em desenvolvimento”, sujeitando-os a
receituários macroeconômicos para se redimirem de suas crises. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Chile do genocida Pinochet foi o tubo de
ensaio do receituário neoliberal com os “Chicago Boys” (dos quais o hoje
ministro Paulo Guedes é caudatário e dogmático defensor). Poucos anos após foi
estendido ao Reino Unido pela “Dama de Ferro” Margaret Thatcher e Ronald Reagan
no início dos anos 80.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-nhsulIOkJDXP11OTz9mjNQI_cjT776kBohzpuOaH8abc6jjp-K6oFkbCxYPo1LquagYDYL91312feAqHguYqLRAAbV7Gx7XtdJUNhszSnUo268nVtBPxfJJnYigGeh3vkLLO_kzovKwz/s1600/neoliberal_thatcher.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="534" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-nhsulIOkJDXP11OTz9mjNQI_cjT776kBohzpuOaH8abc6jjp-K6oFkbCxYPo1LquagYDYL91312feAqHguYqLRAAbV7Gx7XtdJUNhszSnUo268nVtBPxfJJnYigGeh3vkLLO_kzovKwz/s400/neoliberal_thatcher.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Thatcher e Reagan acabaram com o estado de bem-estar-social</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
Da teoria do “Consenso” surgiu a prática. Seus executores
tinham como objetivo a liberação econômica via privatizações a qualquer custo,
controle fiscal, desregulamentação da economia, livre comércio, corte de gastos
governamentais, arrocho salarial e fim de benefícios sociais para trabalhadores
em aquiescência ao mercado de capitais. A nova ordem mundial urgia que o
capitalismo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">laissez-faire</i> assumisse a
forma neocololialista: diferente da que ocorrera no século XIX, agora se desenvolvem
não mercados específicos, físicos, mas seu oposto, cujo caráter evolutivo
assume a forma de bolha especulativa insuflada por dívidas bancárias (que
estourou na crise de 2008), uma economia mundial cada vez mais financeirizada
sem base real produtiva. Só capital que produz capital, não mais suscita bens
materiais de consumo ou industrial.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O thatcherismo pode ser considerado como pioneiro em taxar a
pobreza e acabar com benefícios sociais, seguido pelo reaganismo: aumento de
impostos e cortes de despesas estatais como saúde e previdência,
terceirizações, precarização das relações de produção, abertura de mercados
(não os seus, claro!), altos juros de mercado (especulativo) etc<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">. Em outras palavras, tratou-se do ortodoxo
desmonte do Estado por governos de ocasião. TODOS os investimentos deveriam ser
canalizados para os interesses de empresas privadas, as quais apenas buscavam o
lucro, sem quaisquer aproximações com o social.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">AO ARCOÍRIS SEGUE A TEMPESTADE. NA CRISE É CADA UM POR SI E
QUE O RESTO SE EXPLODA...</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A pergunta é a que fica: por que os países da Comunidade
Europeia foram os mais atingidos, junto com as estatísticas norte-americanas?
Itália, Espanha, França e Reino Unido por lá, e os Estados Unidos por aqui<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">. Precisamente foram os países que
implementaram os mais duros ajustes neoliberais em suas respectivas regiões! Os
EUA, a maior potência imperialista do planeta vem demonstrando total
incapacidade de encontrar soluções para a coronacrise de seu sistema de saúde
em sua ineficiência estrutural.</b> Trump, havia pouco cortado inadvertidamente
verbas para os Centros de Controle de Doenças como medida de austeridade
antiestatal, importante divisão de saúde no combate a doenças infecciosas.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjMnwRlTmiKxCu05Cg6DzLMAPAlADzv-c1AH0DA7MODDx_b0iA7lLtjIWtD6N3T1mC7eIuFqxqHmAI0Kc2LYuBYhi7S7nYdv9euFL42e_CRuQXISQbBaPcS6QnjvKGTeqPGg4yEtgvgmrT/s1600/neoliber_trump.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="174" data-original-width="290" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjMnwRlTmiKxCu05Cg6DzLMAPAlADzv-c1AH0DA7MODDx_b0iA7lLtjIWtD6N3T1mC7eIuFqxqHmAI0Kc2LYuBYhi7S7nYdv9euFL42e_CRuQXISQbBaPcS6QnjvKGTeqPGg4yEtgvgmrT/s400/neoliber_trump.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Trump agiu somente após milhares de mortes</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
O senso comum coloca o sistema de saúde americano como um
exemplo para o mundo. Nada mais falso! Está incondicionalmente voltado para o
lucro, às companhias de seguro e à indústria farmacêutica, a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">big pharma</i>. Em se tratando da população,
os resultados de assistência são no mínimo medíocres: não possui testes
necessários para diagnosticar o Covid-19; os pacientes que conseguem acesso ao
teste têm que pagar 3 mil dólares, situação que deveria ser gratuita, mas é
consequência de um Estado e seu regime político que fracassou. Todo o ônus da
crise é despejado sobre os ombros do povo trabalhador. Kimberley avalia que “O
alto preço dos cuidados de saúde é um impedimento para o trato de todas as
espécies de doenças. O homem a quem o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">establishment</i>
do Partido Democrata quer que seja o próximo presidente alardeia que vetaria
qualquer esforço para proporcionar cuidados gratuitos de saúde para todos. Não
é de admirar que os americanos fiquem atrás em todas as medidas de boa saúde e
de pânico quando surge uma nova doença comunicável” [<a href="https://mronline.org/2020/03/12/freedom-rider-corona-virus-and-the-failed-american-state/">https://mronline.org/2020/03/12/freedom-rider-corona-virus-and-the-failed-american-state/</a>].
Os ricos estão se refugiando em bunkers subterrâneos, como se estivessem sob a
ameaça de um bombardeio aéreo, enquanto a população das favelas morre à mingua...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O ultraneoliberalismo americano (Artigo XIII da Constituição),
[<a href="http://corvobranco.tripod.com/dwnl/constEUA.pdf">http://corvobranco.tripod.com/dwnl/constEUA.pdf</a>]
faz um retorno à era da escravidão: coloca o seu imenso sistema prisional (o
maior do mundo, com negros e imigrantes na maioria) a confeccionar equipamentos
de proteção, ao invés de colocar empresas a desempenhar esta função em época de
pandemia. Concomitante, corta investimentos públicos, mas preserva seu regime
cimentado no lucro. Trump há algum tempo chamou os países mais próximo
geograficamente como “shithole countries”, ou seja, países buracos de merda [<a href="https://www.theatlantic.com/politics/archive/2019/01/shithole-countries/580054/">https://www.theatlantic.com/politics/archive/2019/01/shithole-countries/580054/</a>],
revelando o quanto dá importância à colaboração com outras nações e seu caráter
eminentemente racista.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O despreparo e ineficiência das instituições americanas, nas
palavras de James Petras, “...estamos entrando numa depressão, não uma simples
recessão” [<a href="https://www.lahaine.org/mm_ss_mundo.php/estamos-ante-una-crisis-capitalista">https://www.lahaine.org/mm_ss_mundo.php/estamos-ante-una-crisis-capitalista</a>
]. À custa de muitas vidas, Trump admitiu a existência mortal do coronavírus no
país. Como foi dito em artigo anterior [<a href="https://inquietudegeral.blogspot.com/2020/03/coronacrise-fagulha-do-virus-acende.html">https://inquietudegeral.blogspot.com/2020/03/coronacrise-fagulha-do-virus-acende.html</a>],
a maior potência imperialista do mundo adota medidas de cunho medieval para
remediar erros políticos anteriores, a de isolamento social! A burguesia
plutocrática exige que o Estado agora assuma os prejuízos econômicos! Nova Iorque é o novo epicentro do surto do coronavírus, onde 50% dos testes confirmaram positivo para a doença (221 mil) segundo o <i>The New York Times</i> [<a href="https://www.nytimes.com/2020/04/14/us/coronavirus-updates.html#link-7edf39e3">https://www.nytimes.com/2020/04/14/us/coronavirus-updates.html#link-7edf39e3</a>]</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Importante frisar,
TODAS as grandes potências capitalistas, diferente do que a mídia corporativa
afirma, tratam de encontrar soluções por si mesmas, não há cooperação
interburguesias nacionais; ao contrário, praticam o bioterrorismo e a pirataria
para tomarem para si equipamentos de proteção. O lema é cada um por si.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">INCAPACIDADE DO NEOLIBERALISMO GLOBAL E SEU MODO DE PRODUÇÃO</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipewsP-FzvH5TxxpSwJ3zDwqdVsO2JgGJ-DCht5qDSPsjlQPuj1TVjCM2CyTJpvqjXzfCMtxxS6WolXKnFEsJytLIKcZjq4U1v0U8hyphenhyphenPdZVYtjMRcE_ODCFECCcVvB6xqc5mv04g9DClk1/s1600/neolibera2.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="348" data-original-width="620" height="222" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipewsP-FzvH5TxxpSwJ3zDwqdVsO2JgGJ-DCht5qDSPsjlQPuj1TVjCM2CyTJpvqjXzfCMtxxS6WolXKnFEsJytLIKcZjq4U1v0U8hyphenhyphenPdZVYtjMRcE_ODCFECCcVvB6xqc5mv04g9DClk1/s400/neolibera2.jpeg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Algumas lições podemos abstrair a partir da atual crise.
Podemos afirmar que estamos diante do fim da globalização neoliberal nos marcos
em que vinha sendo praticado, uma vez que os EUA estão mergulhando em uma
depressão econômica sem precedente nos últimos 100 anos; a União Europeia
também se ressente do baixo dinamismo do comércio internacional. A infraestrutura
produtiva altera suas superestruturas: denota-se uma derrota ideológica do
liberalismo político e sua prédicas de consumo supérfluo ininterrupto e
crescente dentro da Humanidade. O princípio programático de consumo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ad aeternum </i>tem provocado profundos desequilíbrios
no ecossistema da Terra, imensa desigualdade social, precarização no sistema de
saúde em praticamente todos os países, nos quais pratica-se o descarte do ser
humano como principal força produtiva. Sobre esta condição humana, temos o
excelente artigo do historiador Achille Mbembe, quem atribui ao Estado
neoliberal a morte em massa de segregados assumido como método sistemático de
extermínio da pobreza pela necropolítica, das chamadas “massas supérfluas” [<a href="https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/article/view/8993/7169">https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/article/view/8993/7169</a>].</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A pandemia do coronavírus vem por colocar em evidência a
vulnerabilidade produtiva da atual sociedade capitalista nos moldes
ultraneoliberais. A decadência do império americano é o substrato desta
vulnerabilidade que o tem conduzido a uma crise de hegemonia enquanto motor
tecnológico do planeta. Por outro lado, enrijece seu poderio militar diante do
crescimento chinês e russo: fortalece o Comando Sul para conter influências
asiáticas na América Latina, organiza grupos de extrema direita mundo afora
(Steve Bannon e o escândalo da Cambridge Analytica) [<a href="https://oglobo.globo.com/mundo/as-figuras-chave-do-escandalo-da-cambridge-analytica-22512997">https://oglobo.globo.com/mundo/as-figuras-chave-do-escandalo-da-cambridge-analytica-22512997</a>]
e a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">lawfare</i> contra inimigos
políticos.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
De 2015 até os dias atuais, período de recessão mundial que
antecedeu à depressão e a pandemia, o marco da maioria dos países foi a
efetivação da aliança neoliberal com todos os tipos de fascismos, cuja
estratégia era exercer com mão de ferro o poderio econômico do capital
financeiro sobre a classe trabalhadora, deixando-a sem qualquer proteção
social.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0y2kYpsGOQA-vD8uJp6IdFKXL65Gn1aJ5iF2WNKWH-LoAWq56Cmwg_Am8_fWXk_K4jYu1J6riTc70Bg4lY7ZCgfnov4FnyudEqWMBUJFEbHGbGcaXjZU0-UtYtsnhAg7FTr59HLkNC6m-/s1600/neoliberl_guedes.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="305" data-original-width="460" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0y2kYpsGOQA-vD8uJp6IdFKXL65Gn1aJ5iF2WNKWH-LoAWq56Cmwg_Am8_fWXk_K4jYu1J6riTc70Bg4lY7ZCgfnov4FnyudEqWMBUJFEbHGbGcaXjZU0-UtYtsnhAg7FTr59HLkNC6m-/s320/neoliberl_guedes.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Guedes é o representante da necropolítica no Brasil</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
É o que vem ocorrendo no Brasil com a ascensão de uma “lumpenburguesia”
[<a href="https://inquietudegeral.blogspot.com/2017/05/lumpen-burgueses-dependurados-pelo.html">https://inquietudegeral.blogspot.com/2017/05/lumpen-burgueses-dependurados-pelo.html</a>]
desde a implementação do golpe institucional que apeou o governo Dilma Rousseff
do poder, colocando a figura asquerosa de Temer em seu lugar. O segundo mandato
do golpe, através do tragicômico e nefasto governo Bolsonaro, vem por
aprofundar a destruição das bases econômicas e despedaçar o que resta de Estado
minimamente social: impedimento de gastos sociais por 20 anos, reforma da
previdência e trabalhista, sucateamento da saúde (desmonte do SUS). As milhares
de vítimas provocadas pela pandemia são o fruto podre deste regime de
destruição e aniquilamento de direitos sociais. E estamos apenas no começo...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">CARÁTER IMPERATIVO DE UMA ECONOMIA PLANIFICADA</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Resta a dúvida, por que alguns países ou chegaram a uma
solução rápida à pandemia ou têm escassos casos na população? A reposta pode
ser complexa, mas pode ser resumida pela orientação política de seus
governantes. Vejamos um exemplo de alguém insuspeito em defender os países
capitalistas, o ex-presidente Jimmy Carter, que fez uma avaliação muito lúcida
acerca das razões que levaram os EUA à crise atual e o que o diferencia das
soluções da China, em diálogo com Trump: “Desde 1979, você sabe quantas vezes a
China esteve em guerra com alguém? Nenhuma. E nós ficamos em guerra. Os EUA ...
desfrutaram apenas 16 anos de paz em seus 242 anos de história, tornando o país
a nação mais bélica da história do mundo... gastaram, eu acho, US $ 3 trilhões
em gastos militares... A China não desperdiçou um único centavo em guerra, e é
por isso que eles estão à nossa frente. Em quase todos os aspectos” [<a href="https://www.newsweek.com/donald-trump-jimmy-carter-china-war-infrastructure-economy-trade-war-church-1396086?fbclid=IwAR1GJd7O5-8VkyemBmUwYRrkIi2AJ--M1dLAyUhRwndNqGwkx3W6wYSTvcU">https://www.newsweek.com/donald-trump-jimmy-carter-china-war-infrastructure-economy-trade-war-church-1396086?fbclid=IwAR1GJd7O5-8VkyemBmUwYRrkIi2AJ--M1dLAyUhRwndNqGwkx3W6wYSTvcU</a>].</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Enfim, todo projeto que esteja vinculado aos interesses do
lucro imediato, ou ao mundo neoliberal, estará fadado ao fracasso, com milhões
de vítimas inocentes da necropolítica. Muito se tem falado que o mundo depois
da pandemia será diferente. Não é bem assim, pois quem detém a propriedade dos
meios de produção ainda é a burguesia, o imperialismo. A tecnologia, o poder
militar de coerção ainda estão concentrados nas garras do Pentágono. Os rumos
tendenciais é que os países acabem por se fechar ainda mais em barreiras
alfandegárias, cada um defendendo seus interesses comerciais e, claro, os povos
ditos periféricos ficarão ainda mais espoliados e pobres, cabendo-lhes o papel
de exportadores de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">commodities</i> de
baixo valor agregado. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O pós-coronacrise
será indubitavelmente marcado por severas crises, desemprego em massa, as
desigualdades sociais estarão mais evidenciadas, a luta pela sobrevivência
adquirirá aspectos cada vez mais selvagens e brutais pelo lado do capital
financeiro, a taxa de mais-valia (exploração) sobre os trabalhadores atingirá
marcas históricas.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mais do que nunca, uma sociedade baseada em economia
planejada a partir de seus trabalhadores é que tem possibilidades de êxito
diante de uma pandemia mundial de tal gravidade, onde se tenha o pleno controle
da produção e distribuição dos benefícios à maioria da população. E isto só
poderá acontecer sob um novo modo de produção que não o capitalista!<br />
<br />
#coronavírus<br />
#covid-19<br />
#forabolsonaro</div>
<br />Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-45584590974044744762020-04-03T11:21:00.002-03:002020-04-03T11:29:04.599-03:00FILME “O POÇO”: Imersão do indivíduo em seus processos (des)civilizatórios na sociedade de consumo ultraneoliberal e a intrépida jornada de Goreng<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6nA6FRMx1Jk-pfUaxB8RghKkKwGAjzyRAXn277a55hy3_RUa3kzXA90tYHUecIHKkmEmrlM03rC1fqPYrmnYfJUXcDZLBT3y6cOiwD2qQT9J_NBa5AxfGXC8QNRgQclBivAnMMzqTzAtO/s1600/po%25C3%25A7o10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="477" data-original-width="848" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6nA6FRMx1Jk-pfUaxB8RghKkKwGAjzyRAXn277a55hy3_RUa3kzXA90tYHUecIHKkmEmrlM03rC1fqPYrmnYfJUXcDZLBT3y6cOiwD2qQT9J_NBa5AxfGXC8QNRgQclBivAnMMzqTzAtO/s640/po%25C3%25A7o10.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 40.25pt; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #00b0f0; font-size: 53.5pt;">O<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal">
diretor espanhol Galder Gaztelu-Urrutia, autor de perturbantes obras cinematográficas do quilate de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A
boca do lobo</i> (2004), <i>O caixão de cristal</i> (2016)<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><sup><span style="color: red;">1</span></sup></b>, criou uma instigante
metáfora em tempo mais do que presente da realidade que nos emoldura presa ao
insano social do consumo capitalista: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O
Poço</i>, filme concluído em 2019. Uma narrativa sombria que reflete a condição
humana sensitiva imposta pelo ultraneoliberalismo como um todo, e nos
transparece como um fardo ao assisti-la. O autor faz com que <span class="f">submerjamos
num mundo distópico dominado pelo instinto primário de sobrevivência,
sobejamente metafísico-delirante, cruel, cujos personagens não têm rumo, nem
esperanças, tampouco futuro, exceto um, o excelente </span>Iván Massagué (o
Goreng), protagonista da trama. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Logo no
início Urrutia deixa claro seu método e como deve ser compreendido o filme:
“Existem três tipos de pessoas: as que estão em cima, as que estão embaixo e as
que caem”.</b> São paradoxais as inúmeras cenas ao longo do filme, as quais
encerram profusão de cinismo, profunda arrogância acrescida de desprezo pelos
de baixo expresso na atuação de Zorion Eguileor (o Trimagasi), individualismo e
selvageria contumazes que, por fim, amalgamam-se em perigosas amizades (Emilio
Buale, o Baharat), única e mais fiel a aliar-se com o nosso protagonista.</div>
<a name='more'></a><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">EXACERBAÇÃO DOS INSTINTOS COMO SUBSTRATO DA “FRUSTRAÇÃO
CULTURAL”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwcfNP97Gsqj76ji9CeMmkUmhSA0V60XFSBJFdNG_l10GOWuwfOuoZXJEc1Wf6OqjBrrX6eLFGi6qpmgGAdCLeVy9zh_Yl7M8jpuU-yK4ghVHWkbeLRyxjZVJS_TNP7QPw-Cd8STBklcLb/s1600/po%25C3%25A7o_diretor.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="670" data-original-width="1200" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwcfNP97Gsqj76ji9CeMmkUmhSA0V60XFSBJFdNG_l10GOWuwfOuoZXJEc1Wf6OqjBrrX6eLFGi6qpmgGAdCLeVy9zh_Yl7M8jpuU-yK4ghVHWkbeLRyxjZVJS_TNP7QPw-Cd8STBklcLb/s320/po%25C3%25A7o_diretor.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">O diretor do filme: Galder Gaztelu-Urrutia</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
Mergulhamos nos 90 minutos do filme no estado instintivo
humano a se tomarmos como ponto de partida Sigmund Freud em sua obra “O
mal-estar da civilização”<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><sup><span style="color: red;">2</span></sup></b>. Contudo, em efeito contrário! Freud
abordou a sociedade civilizada como inibidora dos comportamentos, permitindo
que vivamos em comunidade, acomodando instintos mais primitivos como uma
característica inata aos seres humanos. Para sobreviver em comunidade, segundo
o mestre da psicanálise, temos que reprimir os instintos violentos naquilo que
convencionou como “id”, ou onde são “depositados” no inconsciente em
beneplácito de seu “alterego” os sujeitos de ação externa. Tanto que os
civilizados trazem consigo uma insatisfação <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ad
aeternum</i> na sua busca da felicidade e conforto, mas esta se manifesta na
totalidade do grupo, não enquanto individualidade. Eis suas palavras: “... a
civilização é construída sobre uma renúncia ao instinto, o quanto ela pressupõe
exatamente a não-satisfação de instintos poderosos. Essa ‘frustração cultural’
domina o grande campo dos relacionamentos sociais entre os seres humanos... é a
causa da hostilidade contra a qual todas as civilizações têm de lutar... como
pode ser possível privar de satisfação um instinto... se a perda não for
economicamente compensada, pode-se ficar certo de que sérios distúrbios
decorrerão disso.” (FREUD, p. 178, 1978). Enfim, a civilização é em última
instância o produto relacional entre indivíduos, o que de fato o filme
representa total distopia em relação a este entendimento!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">“UM CONVITE À REFLEXÃO SOBRE A INJUSTA PARTILHA DA RIQUEZA
NA SOCIEDADE”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiER6gMB3TkcU_2ve3Fes-7pxBrKg3wIUUUBBkRaeeVf-UzkLA5avua77vqWTzd3CWO3LugdxCp2KZ8RsAQFgdTDI78s_EYm16JdiTnuRXRVbkl3jAbAvlydqDM6SQVqGee4-L7bzq6hc2I/s1600/po%25C3%25A7o_trimigasi.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="251" data-original-width="600" height="166" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiER6gMB3TkcU_2ve3Fes-7pxBrKg3wIUUUBBkRaeeVf-UzkLA5avua77vqWTzd3CWO3LugdxCp2KZ8RsAQFgdTDI78s_EYm16JdiTnuRXRVbkl3jAbAvlydqDM6SQVqGee4-L7bzq6hc2I/s400/po%25C3%25A7o_trimigasi.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">O instinto e a violência psicótica</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
Afora os aspectos culturais e a psique humana, o que mais
nos revela o filme de Urrutia é o modelo de sociedade à qual pertencemos. Os de
cima controlam e os de baixo sobrevivem cada qual em seu extrato piorado em
seus níveis do poço. Desde de cima a sociedade estratificada a partir dos que
obedecem e os que mandam, metaforizados na produção da excelência em comida. Os
de baixo têm como exclusiva preocupação quase instintiva, “o que comer?”,
obtendo como resposta “o que sobra de cima” e quanto mais baixo for o nível
menos se tem o que comer. Nestes aspectos relacionais entre “humanos” o
objetivo é comer, não importando a “renúncia ao instinto”. E mais, é um lugar
em que tudo “é óbvio” e inquestionável. Goreng penetra neste mundo irracional
com um livro na mão e logo vai percebendo que quem lê não é muito bem aceito e
não sobreviverá em meio a pessoas psicóticas. Quem questiona é tido como
“comunista” no diálogo entre Trimagasie e Goreng. O cínico e sádico Trimagasi (amigo?)
postula que uma faca é o único instrumento que pode salvá-lo da morte, como
instinto violento não reprimido. Ao abordar a elite esbanjadora “de cima” e os
pobres “de baixo”, o autor chama atenção para a luta de classes e a situação
criada pelos de cima e a inquestionabilidade aceita pelos de baixo.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Contudo, Urrutia diz que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“o filme é um convite à reflexão sobre a injusta partilha da riqueza na
sociedade. É um dos problemas mais importantes, o filme se enfrenta com o
espectador nos limites de sua própria solidariedade. Você seria solidário
quando seu próprio bem-estar dependesse dessa solidariedade? Não é um filme
contra os de cima, ou contra os de baixo. Coloca o espectador em um estado de
bonança ou de pobreza e lhe convida a pensar o que você faria.”<sup><span style="color: red;">3</span></sup></b> </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKHKCLvgat2tFfP6VDvINPdy0ug6Nh4qWfKa_I7p6HcbIbd3xHVDHjJr0GXnxOnrH_cPGzuer3QTSQZFpWxupzZl8s59WJGmkE4NOw-EVXfYjT_nAIGhgxgqOSKRctqYGzTwxcvo21tWwm/s1600/po%25C3%25A7o1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="356" data-original-width="640" height="222" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKHKCLvgat2tFfP6VDvINPdy0ug6Nh4qWfKa_I7p6HcbIbd3xHVDHjJr0GXnxOnrH_cPGzuer3QTSQZFpWxupzZl8s59WJGmkE4NOw-EVXfYjT_nAIGhgxgqOSKRctqYGzTwxcvo21tWwm/s400/po%25C3%25A7o1.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Corpos que caem e a descivilização da sociedade burguesa</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
O processo descivilizatório fica <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ipsis litteris</i> cristalino quando Trimagasi e Goreng descem ao nível
171 (começaram no 48), onde o cínico dá sua cartada: “é melhor comer do que ser
comido”. Defronta-se com a mulher que vive a descer (Alexandra Masangkay, a
Miharu) para devorar os de baixo, a mais pura representação da barbárie e
primitivista que se alimenta de pessoas e até de um cãozinho. Em outro nível
conhece outra mulher (Antonia San Juan, a Imoguiri), esta mais racional e
sensível, embora crente na “administração” (elite ou burguesia) que tenta
convencer os de baixo a comer apenas o suficiente e poupar para os mais abaixo,
acreditando na pseudotese da conformação de um centro vertical de autogestão.
Percebe que é inútil o convencimento. Isto na metade do filme. Goreng,
inconformado com a resistência em acatar sugestões parte para a ameaça de
“cagar na comida”. Chocada, Imoguiri pergunta: e os de cima? Goreng retruca:
“não consigo cagar para cima!”. Tudo como se a “frustração cultural” fosse a
causa das hostilidades (FREUD, 1978), tendo o eu como presernte do subjuntivo,
suas idiossincrasias presas às recusas de mudanças e aos distúrbios decorrentes
da perda econômica [FREUD, 1978], no caso a comida.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">OS MEIOS JUSTIFICAM O FIM, A IDEIA DE LIBERDADE E ESPERANÇA
CONTRA A OPRESSÃO</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Dispomo-nos diante de um claro dilema freudiano: “Quando,
com toda justiça, consideramos falho o presente estado de nossa civilização;
quando, com crítica impiedosa, tentamos pôr à mostra as raízes de sua
imperfeição, estamos indubitavelmente exercendo um direito justo, e não nos mostrando
inimigos da civilização” [FREUD, p. 170], precisamente onde se encaixa Goreng.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">No correr do filme
Goreng procura uma razão para viver: a liberdade! Sua trajetória para é algo
bem peculiar: é preciso descer, adotar a violência (armada) para atingir seus
objetivos anticonformação, como se os meios justificassem o fim!</b> Ninguém
lhe dá ouvidos, salvo Baharat, não por acaso um homem negro e religioso que os
de cima cagam em sua cara e, incentivado por seu guia espiritual que lhe mostra
o caminho a seguir. Goreng e Baharat tomam a decisão de descer até o final do
poço, o quase infindável caminho para se chegar a uma solução que encerrasse
suas agonias: entregar uma mensagem aos de cima, no nível superior.
Surpreendentemente Goreng, a quem o diretor deu uma forma poética, encontra
como avisar que sobreviveu no último nível de existência: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“nenhuma mudança é espontânea”</b>, afirma o personagem, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">pondo a termo o caráter distópico e
descivilizatório vivenciados com todos os seus horrores ao longo do filme. Tem
que haver um fio condutor que acenda a chama da utopia, a qual mesmo em solidão
pode ser o caminho para a liberdade ao encontrar a semente para a transformação!</b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 9.0pt;"><span style="color: red;"><b>Notas:</b></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 9.0pt;">1 <a href="https://www.youtube.com/watch?time_continue=14&v=Mwj50ZJDGjs&feature=emb_logo">https://www.youtube.com/watch?time_continue=14&v=Mwj50ZJDGjs&feature=emb_logo</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 9.0pt;">2 FREUD, Sigmund. Mal-Estar da
civilização. Rio de Janeiro: Abril, 1978. Coleção “Os pensadores”. (pp.
133-194). Original de 1929, 1930.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 9.0pt;">3 <a href="https://www.eitb.eus/es/cultura/cine/detalle/6802686/entrevista-galder-gazteluurrutia-pelicula-el-hoyo-/">https://www.eitb.eus/es/cultura/cine/detalle/6802686/entrevista-galder-gazteluurrutia-pelicula-el-hoyo-/</a>.
Acesso em 2 de abril de 2020.<o:p></o:p></span></div>
<br />Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-12326855459131275322020-03-24T14:14:00.002-03:002020-03-25T12:26:01.593-03:00CORONACRISE: A “fagulha” do vírus acende a chama que começa a consumir o capitalismo pelo centro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUXtFVNXPr_bm74pLCrL-aq44K8UHP4JC2IOTPPtKJZcvD5_rCcA9IfMGN3bsFr35Z3TMLkXFJyyRd5qLAcGfdqjQUuw05_YykNAzSErbooGBp2prfyAYzd3oKbo117RV-bKWW7RFsDyIO/s1600/corona1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="720" height="420" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUXtFVNXPr_bm74pLCrL-aq44K8UHP4JC2IOTPPtKJZcvD5_rCcA9IfMGN3bsFr35Z3TMLkXFJyyRd5qLAcGfdqjQUuw05_YykNAzSErbooGBp2prfyAYzd3oKbo117RV-bKWW7RFsDyIO/s640/corona1.jpg" width="740" /></a></div>
<br />
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 40.25pt; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: red; font-size: 55.0pt;">D<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal">
esde os últimos dias de dezembro do ano passado, quando teve
início a propagação do coronavírus na China e depois para o planeta, agora se faz
necessária uma análise alicerçada na política a partir do vislumbre
eminentemente técnico. Em pauta, como sustar a pandemia numa conjuntura na qual
a maioria dos países afetados são proponentes encardidos do ultraneoliberalismo
(ou neoliberalistas), muitos fascistizados, que medidas adotaram e como ficam
os trabalhadores dentro de uma crise sistêmica sem precedentes do capitalismo?
Qual o significado de “ficar em casa” como prevenção pandêmica? O papel da
mídia ao espalhar a torto e direito um amplo processo de hiperinformação sobre
a população, isto é positivo? O Brasil bolsonarizado vai ter capacidade técnica
ou vontade que seja para superar a crise? Numa etapa em que os Estados Unidos
deflagram a chamada “guerra híbrida” como não ser seduzido por “teorias da
conspiração” e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">fakenews</i>? São
perguntas cruciais que surgem diante de tamanho desafio e podem indicar a
resolução dos problemas levantados. Qual o alcance da crise atual e o que
despertou a queda brusca de mercados bursáteis, tem a ver com o coronavírus?</div>
<a name='more'></a><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">CERTO DIA TRANQUILO DE OUTUBRO DE 2019, EM NOVA YORQUE, UM “ENSAIO
GERAL”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Num calmo e ensolarado dia 18 de outubro de 2019 reuniam-se
em Nova Yorque banqueiros, empresários de grandes grupos econômicos e
instituições financeiras que têm sede em todo o mundo. O evento chamou-se “Event
201”, organizado pela agência Bloomberg<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><sup><span style="color: red;">1</span></sup></b> cujo objetivo era discutir possível crise
econômica derivada de um “surto intercontinental grave e altamente
transmissível”. No programa estava o simulacro de pandemia feito como exercício
de alto nível, no Hotel The Pierre em Manhattan. O exercício consistia em criar
um vírus fictício, ora difundido pela internet pelos organizadores do evento
(assista ao vídeo: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=BfRWJN1aSpY">https://www.youtube.com/watch?v=BfRWJN1aSpY</a>).
Tudo com um realismo marcante sob a forma de uma “brincadeira” feita para os
donos do mundo!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbLgO7XX-7vcBn_CuyH-JH7Jgr2kfhvBCyniRX5dysKhkPtDehWGndENJQAjXLaFEwUDL5o7BhRf1yn9epdcDC9MJorB14Oazz7_CKWENdqjgC_RPn5UPzWBdx57hhVVuHkwj0tvPa02Zb/s1600/corona_bloomberg.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="572" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbLgO7XX-7vcBn_CuyH-JH7Jgr2kfhvBCyniRX5dysKhkPtDehWGndENJQAjXLaFEwUDL5o7BhRf1yn9epdcDC9MJorB14Oazz7_CKWENdqjgC_RPn5UPzWBdx57hhVVuHkwj0tvPa02Zb/s400/corona_bloomberg.jpg" width="381" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Os organizadores foram ninguém menos do que o Centro John
Hopkins para a Segurança da Saúde, em associação com o Fórum Econômico Mundial
e a Fundação Bill e Melinda Gates [<a href="https://www.bloomberg.com/press-releases/2019-10-16/johns-hopkins-center-for-health-security-world-economic-forum-and-bill-melinda-gates-foundation-host-pandemic-exercise-and">https://www.bloomberg.com/press-releases/2019-10-16/johns-hopkins-center-for-health-security-world-economic-forum-and-bill-melinda-gates-foundation-host-pandemic-exercise-and</a>].
“Alto nível”, como podemos perceber!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O encontro tinha perfil semiclandestino, pois não era
permitida a divulgação. Apesar de enfadonho, vale a pena elencar a nata da
economia mundial participante: Ryan Morhard, assessor em matéria de saúde e
economia do Fórum Econômico Mundial; Chris Elias, presidente da Divisão de
Desenvolvimento Mundial da Fundação Bille Melinda Gates; Tim Evans, ex diretor
de saúde do Banco Mundial; Avril Haines, ex-subdiretor da CIA; Sofia Borges, em
representação das Nações Unidas; Stanley Bergman, presidente e CEO da Henry
Schein (empresa distribuidora mundial de fornecimentos médicos e dentais,
inclusive vacinas, produtos farmacêuticos, serviços financeiros e
equipamentos); Paul Stoffels, diretor científico da Johnson & Johnson;
Matthew Harrington, diretor de operações globais da Edelman (uma das maiores
firmas do mundo de consultoria de marketing e relações públicas) e outros.
Morhard em tom “profético” afirmou “Criar eventos como este custa mais de um
ano de planificação e um investimento de centenas de milhares de dólares, mas
as lições aprendidas são incalculáveis” (idem).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Um mês após o encontro surgiu o primeiro caso de COVID-19,
de acordo com o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">The Guardian</i>
(7/11/2019): “O primeiro caso de alguém que sofria de Covid-19 remonta a 7 de
Novembro, segundo informações dos meios de comunicação sobre dados não
publicados do governo chinês”. Antes mesmo, a agência Bloomberg publicaria um
áudio alertando para o despertar da pandemia [<a href="https://www.bloomberg.com/news/audio/2019-11-04/preparing-for-the-next-pandemic-audio">https://www.bloomberg.com/news/audio/2019-11-04/preparing-for-the-next-pandemic-audio</a>]:
“Preparando-nos para a próxima pandemia: à medida que o surto de coronavírus se
aproxima de uma pandemia, os líderes mundiais e os funcionários de saúde lutam
por conter as consequências. Isso provocou quarentenas e outras ações de
emergência em todo o mundo. É um cenário que foi planejado há apenas alguns
meses, numa reunião de líderes em finanças globais, políticas e cuidados
médicos. Janet Wu, da Bloomberg, esteve ali e nos traz esta informação”. No dia
11 de março de 2020 mais de 200 corporações do mundo todo se reuniam para discutir
sobre a crise, sendo que as principais são as empresas que participaram do
Event 201!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">CORONACRISE SERIA ESTAFA DO MODELO ECONÔMICO?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDtt1pzGTNu6hcMlXSqvj1bmdhLJpY6uxl8yCFoNTs4Rkk0RzOGGljSmdXimf4f1xeGu9ejfm739rHDvI6P-_1oPxXtoXnltW8XLMPyPEKeMpxyoz7qODFrrzd98eNGhzDOmzZ5XYqoNoE/s1600/coronavirus-29022020142732939.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="305" data-original-width="460" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDtt1pzGTNu6hcMlXSqvj1bmdhLJpY6uxl8yCFoNTs4Rkk0RzOGGljSmdXimf4f1xeGu9ejfm739rHDvI6P-_1oPxXtoXnltW8XLMPyPEKeMpxyoz7qODFrrzd98eNGhzDOmzZ5XYqoNoE/s320/coronavirus-29022020142732939.jpeg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Wuham o epicentro de propagação do coronavírus para os cinco
continentes conforma sem sombra de dúvidas uma crise epidemiológica
concomitante à econômica. No entanto, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">a
atual crise é completamente diferente das que a precederam no cenário
internacional, pois marca os caminhos da recessão econômica em nível mundial:
ela tem início na esfera produtiva, enquanto a de 2008 originou-se nos
subprimes (bolha especulativa creditícia) e foi paliativamente suprida pelos
bancos centrais injetando recursos públicos nas instituições financeiras,
adiando temporariamente iminente colapso do sistema financeiro mundial.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Colhemos hoje, os frutos podres amealhados das soluções
contábeis advindas da crise de 2008. A coronacrise vai interferir na
interdependência produtiva em escala planetária, incidindo principalmente sobre
o petróleo e sobre as fontes energéticas. Aqui, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">os gigantescos esforços dos bancos centrais para manter em pé os
mercados irão se bater com a constante queda da taxe de lucro das empresas
multi e transnacionais, haja vista a predominância da volatibilidade do capital
face à disfunção existente entre os mercados.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
As ações assimiladas ao Event 201 em defesa do capital expuseram
como solução o distanciamento social, o que agrava sumamente a queda da demanda
real ou reprimida, ou seja, fizeram com que os fluxos de capital ficassem
paralisados, obrigando que o Estado “compre” títulos privados sem valor (moedas
podres). Para os neoliberais, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">o Estado
deve arcar com os prejuízos ao estatizar os fluxos de renda, o que em resumo
significa os trabalhadores é que vão assumir os ônus da crise em todos os
sentidos, vão empobrecer mais e mais, ficar doentes e morrer praticamente à míngua.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por exemplo, nos EUA 60 milhões de pessoas não têm qualquer
assistência médica, ainda mais considerando-se que um teste para verificação de
contaminação custa em média mil dólares! Ao iniciar a crise o governo Trump não
colocou qualquer medida de contenção, só há pouco quando tornou-se endêmica.
Chega a ser paradoxal que a maior potência militar e econômica do mundo seja o
elo mais fraco no enfrentamento ao coronavírus.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">DESMISTIFICANDO SIGNIFICADOS: O VÍRUS NÃO FOI RESPONSÁVEL
PELA QUEDA DAS BOLSAS</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg23Cj4wDyisJURZRuvt2hjpHYdK4N5OSWangQo13fd-SEKJ_xrDe6-geUFh_8X51Xm-eD6CazQwDvOF_dF_GX_56jmebdZCJEv9s7fqbaRAlTI23HmhOwa-3x7ds_orJkVSX2tMfXtrSiF/s1600/coronacrise.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg23Cj4wDyisJURZRuvt2hjpHYdK4N5OSWangQo13fd-SEKJ_xrDe6-geUFh_8X51Xm-eD6CazQwDvOF_dF_GX_56jmebdZCJEv9s7fqbaRAlTI23HmhOwa-3x7ds_orJkVSX2tMfXtrSiF/s320/coronacrise.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
De acordo com o professor Eric Toussaint, “a grande mídia
afirma de maneira ultrassimplificadora que esta queda generalizada das bolsas
de valores é provocada pelo coronavírus e esta explicação é retomada amplamente
nas redes sociais. Ora, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">não é o coronavirus
e sua expansão que constituem a causa da crise, a epidemia é apenas um elemento
detonador. Todos os fatores de uma nova crise financeira estão reunidos há
vários anos, pelo menos desde 2017-2018”</b> [<a href="http://www.cadtm.org/Non-le-coronavirus-n-est-pas-le-responsable-de-la-chute-des-cours-boursiers">http://www.cadtm.org/Non-le-coronavirus-n-est-pas-le-responsable-de-la-chute-des-cours-boursiers</a>].
Em suas palavras, foi apenas a “fagulha” que acendeu o fogo da crise econômica.
Em decorrência da desaceleração da economia mundial, a queda brusca das bolsas
já era prevista antes do surgimento do coronavírus, uma vez que os títulos de
dívida aumentaram desproporcionalmente ao aumento real da produção, causando
uma concentração de renda quase incomensurável (os 1% mais ricos cada vez mais
ricos, o grande Capital). Empresas privadas passaram a vender estes títulos
desvalorizados, provocando um declínio em suas cotações e, consequentemente, a
queda das bolsas. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Há cerca de 30 anos os
neoliberais deixaram de investir na produção, passando a privilegiar o rentismo
exacerbado e o caráter essencialmente volátil do capital. O resultado disso é a
financeirização da economia capitalista</b>. Toussant alerta: “As crises
bancárias e bolsistas ressurgiram quando os governos deram todas as liberdades
ao Grande Capital para fazer o que quisesse no setor financeiro” (Idem), cujos
lucros estavam voltados ao capital fictício (especulativo) que não repousa em
bases materiais nem na exploração direta do trabalho humano e nos produtos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">in natura</i>.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Enfim, o coronavírus tem sido apenas o detonador da crise
mundial, a qual deve a causas bem mais profundas. Em 2019 o mercado mundial
praticamente estagnou, fazendo com que governos adotassem medidas austeras de
contenção de despesas, destruindo qualquer bem-estar para os trabalhadores.
Razão pela qual despontaram tantos regimes neofascistas pelo mundo que colocam
em prática o desmonte dos serviços públicos. Neste ínterim, entra a coronacrise,
como um elemento que entrou pelas fissuras expostas do sistema capitalista em
sua ineficiência social!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2OowNWPKm1ew_4cJwrDGNQPMFHGQBu47c9No6MZA3hL0dY3IDysxZghuTCoxH5BkGvdKcydDd1Dw0-C7AQxgeWUcL_FPyk8XnINWkO5ZOiCOWQ3fmSxA2LsYTA1NAHvYCurIRze4f435i/s1600/boz.png" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="990" data-original-width="1458" height="217" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2OowNWPKm1ew_4cJwrDGNQPMFHGQBu47c9No6MZA3hL0dY3IDysxZghuTCoxH5BkGvdKcydDd1Dw0-C7AQxgeWUcL_FPyk8XnINWkO5ZOiCOWQ3fmSxA2LsYTA1NAHvYCurIRze4f435i/s320/boz.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Governo federal não sabe o que fazer perante a crise</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">NUM BRASIL BOLSONARIZADO NÃO HÁ NENHUM APORTE ECONÔMICO PARA
SUSTAR A CRISE</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Os impactos imediatos da pandemia mundial numa sociedade
tremendamente desigual como a do Brasil, cujos trabalhadores estão imersos na
informalidade e no desemprego estrutural podem ser devastadores. 40% da mão de
obra está na informalidade ou no trabalho precarizado; 12% está desempregada. A
nossa moeda é uma das mais fracas do mundo, a qual já foi desvalorizada em
relação ao dólar cerca de 30% em apenas três meses. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">As premissas futuras são aprofundamento do desemprego, maior
vulnerabilidade social, queda de arrecadação, colapso do sistema de saúde,
sobrecarda absurda sobre os profissionais da saúde, redução das pesquisas desde
a PEC do fim do mundo do governo Temer</b>.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Neste quadro de calamidade, a equipe econômica (nem se fala
do Bolsonaro) não dispõe de dinheiro novo no combate à pandemia, apenas faz
remanejos aleatórios de verbas. OLIVEIRA avalia “Se em todo o mundo foram
apresentados ousados pacotes fiscais, no Brasil o crédito extraordinário no
valor de R$ 5,099 bilhões não representa recursos novos, mas remanejamento
orçamentário dentro do Ministério da Educação e do Ministério da Saúde”<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><sup><span style="color: red;">2</span></sup></b>.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Assim, decisões técnicas estão indissoluvelmente atadas a
uma concepção política, sendo que esta última predomina. Por pura ortodoxia
ultraneoliberal (ou incapacidade real) do ministro da economia, Paulo Guedes.
Nem na área da saúde, nem na economia há decisões firmes; ao contrário, são
claudicantes e visam salvaguardar somente um lado: o capital. Tal orientação e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">modus operandi</i> ficaram cristalinos na
edição da MP 927 (permitindo demissões em massa de trabalhadores), expedida na
calada da noite de domingo (22/03) e revogada logo em seguida, limitada
conscientemente pela reacionária LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal, sancionada
por FHC em maio de 2000).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sem superação do quadro recessivo aberto em 2015, cujas
forças retrógradas atuaram para depor a presidenta Dilma Roussef [<a href="https://inquietudegeral.blogspot.com/2016/10/do-mensalao-as-jornadas-de-junho-de.html">https://inquietudegeral.blogspot.com/2016/10/do-mensalao-as-jornadas-de-junho-de.html</a>]
via golpe institucional capitaneada pela FIESP, o PIB brasileiro hoje é 3%
menor do que o de 2014. Antes da crise, previsões davam-nos uma taxa de
crescimento de 2%, mas recém-revista para algo próximo de 0,5% em 2020.
OLIVEIRA vem completar esse raciocínio: “Grande parte das medidas anunciadas
pelo governo não tratam de injeção de novos recursos na economia. São meros
adiamentos de pagamentos que as empresas deveriam fazer ou adiantamentos de
recursos que o governo já iria fazer para as famílias ou para as empresas”
[Nota do Cecon]. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O governo federal
decisivamente não sabe o que fazer, muda de tom a toda hora, pois não querem ir
além do arcabouço de austeridade e ideologia ultraneoliberais, mesmo perante um
quadro de extrema gravidade e que tende a piorar nos próximos dias, alimentado
pela mídia corporativa com suas hiperinformações praticamente 24 horas por dia,
o que causa ainda mais confusão no grande público.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">AS PANDEMIAS EXISTIAM MUITO ANTES DA GLOBALIZAÇÃO E A
NOMINAÇÃO DO “FICAR EM CASA”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi26qR4Mmshg8dJTQIpHUUi6OC_fA2E3y-uMb042dKAGGPkCGNVA45HPBWzH_fAojXbsFSorH3-NcSeEnTcmJW5j-k7p-Kh0f6t0RwyP3O4uU5bxKxS8CQy1eK5fgM6tGJTForfkUjuytQt/s1600/coronavirus_pandemia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="380" data-original-width="670" height="181" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi26qR4Mmshg8dJTQIpHUUi6OC_fA2E3y-uMb042dKAGGPkCGNVA45HPBWzH_fAojXbsFSorH3-NcSeEnTcmJW5j-k7p-Kh0f6t0RwyP3O4uU5bxKxS8CQy1eK5fgM6tGJTForfkUjuytQt/s320/coronavirus_pandemia.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Ficar em casa esperando que Bolsonaro nos 'salve'?</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
Na segunda metade do século XIV, na Europa, o bacilo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Yersinia pestis</i>, a peste negra quase
devastou o continente e impôs uma crise sem igual em termos econômicos,
políticos e sociais. Tanto que causou revoltas camponesas, a Guerra dos Cem
Anos, o declínio da cavalaria medieval e prenunciou o fim do feudalismo.
Durante a ocupação espanhola da América a varíola fez estragos que dizimaram
civilizações inteiras, a Febre Amarela no Haiti em 1801, a Peste Bovina
provocada pela expansão colonial europeia na África entre 1888 e 1897, a gripe
espanhola ao fim da primeira guerra mundial que provocou a morte de 50 milhões
de pessoas. Só para citar algumas. As soluções apresentadas por governos era o
isolamento e/ou confinamento, evidenciando um claro método medieval de
contenção de pragas.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É possível imaginar isso em pleno Século XXI? Quando estamos
adentrando na era da tecnologia quântica? Eis as palavras do autor de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Sapiens</i>, Yuval Noah Harari, em um
belíssimo e frondoso artigo: “a história indica que a proteção real vem do
compartilhamento de informações científicas confiáveis e da solidariedade
global. Quando um país é atingido por uma epidemia, deve estar disposto a
compartilhar honestamente informações sobre o surto, sem medo de uma catástrofe
econômica...” [<a href="https://time.com/5803225/yuval-noah-harari-coronavirus-humanity-leadership/">https://time.com/5803225/yuval-noah-harari-coronavirus-humanity-leadership/</a>].
Mandatários de poder vêm fazendo o oposto, espelhando-se no mais ignóbil
exemplo de Trump e seu comensal da morte Bolsonaro, negando a ciência e a
cooperação mundial. Empresas realinham seus negócios preparando-se para vender
seus produtos (respiradores, produtos médicos etc.) a Estados e empenham-se
nesta perspectiva e em demitir trabalhadores. O lucro ainda é a meta em meio à
crise que assola não mais um país, mas a Humanidade!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A resposta do
capital, “ficar em casa”, resume a incapacidade de governos em atender a
demanda da doença na rede pública. Recurso medieval, mas que ainda se faz
necessário diante da escassez de recursos técnicos e inoperância da burguesia
mundial</b>, numa fase em que se desenvolve a tecnologia 5G e se pensa
conquistar o espaço interestelar! Como podemos constatar, a incursão do
coronavírus no planeta vai muito além da questão de “saúde pública”, implica
gestão de crise e está intimamente relacionada com o deflagrar da guerra
híbrida no plano militar, político, econômico e ideológico [<a href="https://inquietudegeral.blogspot.com/2020/02/coronavirus-e-geopolitica-colocar-china.html">https://inquietudegeral.blogspot.com/2020/02/coronavirus-e-geopolitica-colocar-china.html</a>]
e à anarquia do sistema capitalista que nos rege a vida. Mais do que nunca,
está colocada a máxima: “socialismo ou barbárie”. Somente nesta perspectiva é
que as demandas de vida poderão ser atendidas em benefício de TODA Humanidade e não para
um punhado de ricaços capitalistas.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-size: 10.0pt;">Notas:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">1 Bloomberg L.P. é uma
empresa de tecnologia e dados para o mercado financeiro e agência de notícias
operacional em todo o mundo com sede em Nova York.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">2 OLIVEIRA, Ana Luíza Matos
de et ali. A Coronacrise: natureza, impactos e medidas de enfrentamento no
Brasil e no mundo. Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica -
IE/UNICAMP. Nota do Cecon, n.9, março de 2020.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-90653585834500800282020-02-29T14:48:00.003-03:002020-02-29T14:54:34.543-03:00CORONAVÍRUS E GEOPOLÍTICA: colocar a China nas cordas através da guerra híbrida como suposta medida de força dos EUA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisMfDIoHNMYXZ7mxNG8ANAlP3-Vzb3m0jNIN6NiIR2hgar7nuL0puc_6FTJfrniUCuZT5JNgAcmKihnEBhgOVO0edcBaSJscdXIgkrz20_5cGtFoR2WB76Cp7QTcJCbxqIGH6RM-9c1qiw/s1600/bio_guerra1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="422" data-original-width="750" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisMfDIoHNMYXZ7mxNG8ANAlP3-Vzb3m0jNIN6NiIR2hgar7nuL0puc_6FTJfrniUCuZT5JNgAcmKihnEBhgOVO0edcBaSJscdXIgkrz20_5cGtFoR2WB76Cp7QTcJCbxqIGH6RM-9c1qiw/s640/bio_guerra1.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 40.25pt; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: red; font-size: 54.0pt;">U<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal">
m fato muito relevante vem balançando o mundo: a atual
crise global do capitalismo agravada por causa do “surto” do coronavírus. No
entanto, esta verdadeira histeria deve ser compreendida dentro do contexto da
geopolítica e das políticas estratégicas, principalmente por parte dos Estados
Unidos trumperizado e substancialmente fascistizado pelos neocons. Neste
aspecto sobremaneira salientado, não podemos descartar a possibilidade de ser a
expressão moderna do século XXI de uma guerra híbrida: os ataques e cercos
militares convencionais por terra, água e ar, a <i>lawfare</i> ( justiça como intervenção - Lava Jato no Brasil), guerra
comercial que vão ao encontro da alta tecnologia da guerra biológica. Hipótese
(veja bem, <b>hipótese </b>dentro de um
enredo muito conhecido em relação às agências de inteligência como a CIA) vai
muito além de reles e nada científica teorias da conspiração, a qual pode ser
adotada inclusive pela extrema direita mundial. <b>Deve-se levar em conta o grau de atrito hoje existente entre potências
capitalistas, principalmente expresso pelo binômio EUA X China, muito mais
grave do que aquela do século XIX no pré-guerra mundial. Para superar o rival,
ou inimigo, a resposta do império da águia se dá através da barbárie militar,
para a qual não há qualquer escrúpulo ou limite ético em suas ações terroristas.</b></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"></b></div>
<a name='more'></a><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">CORONAVÍRUS, NEOLIBERALISMO FASCISTIZAÇÃO DE REGIMES
POLÍTICOS</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOLEo90Ca7qkpHS9NACmSPHG2oJHyjvTw3LnpnCsa-zugqCPXUyCpIzLxVzdMum4lSaMyTAMtp8D-PV4h75acZ2wi_wPPxcv8rebutjxk6nCywl3lxUDqvbXIHJ2uv9iwJ9NnqpTBtBfdm/s1600/bio_trump.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOLEo90Ca7qkpHS9NACmSPHG2oJHyjvTw3LnpnCsa-zugqCPXUyCpIzLxVzdMum4lSaMyTAMtp8D-PV4h75acZ2wi_wPPxcv8rebutjxk6nCywl3lxUDqvbXIHJ2uv9iwJ9NnqpTBtBfdm/s320/bio_trump.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Política belicista de Trump acirra guerra contra a China</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
No centro das atenções dos Estados Unidos, muito embora a
grande mídia tente a todo custo esconder, está a contenção do avanço chinês no globo
(por mais que queiram afirmar ser plano!) e a geopolítica russa na eurásia. O
fato do coronavírus ter se originado na China é no mínimo suspeito, malgrado os
desmandos da burocracia do PCC. A tecnologia chinesa tem gradualmente se
mostrado superior a dos EUA, tanto é verdade que ela é a cabeça de ponte da
tecnologia 5G na telefonia móvel, uma das razões para as escaramuças da guerra
comercial contra o país asiático. Dando vazão a esta situação, recentemente a
Rússia exibiu ao mundo o seu míssil hipersônico cuja velocidade supera em muito
a do som, já disponibilizado para a China. Para os estrategistas militares americanos
esta tecnologia ainda é completamente desconhecida, o que alimenta a sede dos
falcões do Pentágono por mais desenvolvimento bélico e aprimoramento de armas
biológicas como contraponto a sua incapacidade de equiparar-se a seus rivais.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Cabe lembrar que a
crise provocada pelo vírus acontece num período em que o mundo está sob o surto
não menos destrutivo do neoliberalismo e da extrema-direita, cuja principal
referência se dá a partir da figura grotesca de Trump. São regimes políticos de
cunho fascistizantes que têm características neomalthusianas (concentração
absurda de renda, demolição do Estado, descarte da pessoa e descivilização planejada).</b>
Orientação que vem desde o final da década de 70 do século passado (Reagan/Thatcher)
e aprofundada com maior intensidade no pós-11 de Setembro de 2001 (ataques às
torres gêmeas nos EUA). Assim, a crise do SARS, também na China, não por acaso,
aconteceu logo em seguida, em 2002! Chama atenção o epicentro da crise do coronavírus<span style="mso-bidi-font-family: Arial;">, Wuhan! Simplesmente é o centro político e econômico, cultural e educativo da China, um centro principal de rodovias, ferrovias que conectam todo o país. Aqui, não tem cobra, morcego que justifique um “surto natural”, pois a disseminação a partir desta cidades seria rápida e fulminante que paralisaria o país inteiro.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">ARMAS DESENVOLVIDAS EM LABORATÓRIO DESDE OS NAZISTAS</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
As armas biológicas têm-se desenvolvido nos Estados Unidos
desde a década de 60 no século passado como expressão da Guerra Fria estabelecida
contra a URSS. Conhecido é o laboratório de Fort Detrick, situado Maryland, o
qual realiza experiências microbiológicas com animais de grande ou pequeno
porte a fim de expandir agentes infecciosos como atividades bélicas. De lá para
cá, as pesquisas foram aprofundadas com imensos recursos e aportes financeiros
em mais de 100 bilhões de dólares. Convenções mundiais proibiram como arma de
ataque, mas foi camuflado como “propriedade de defesa” e não de guerra
(Departamento de Defesa), o que lhe torna inimputável sob a ótica do direito
internacional. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Seu uso poderia liquidar
rapidamente a população mundial e funciona como elemento de barganha contra
seus adversários, claro, além das milhares de bombas atômicas dispostas
estrategicamente por todo o planeta. O Fort Detrick atua desde 1943 e detém
todos os bancos de dados referentes às armas bacteriológicas dos nazistas,
dando corpo ao chamado Instituto de Enfermidades Infecciosas do Exército (USAMRIID)
como fachada legal.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcRQkQ3OjWANWkkRoDe_26Sw52dzXA_b6cpfFNIlBkujvbfOaeShf4eP7FT_74zHsC990-TUP55wJlBK1AW7vlB0h-8yVqldcZgF3fhJ97Ybpq22hFbC6WDzIPNGcoXX8HYjuEkQMRNNFz/s1600/bio_laboratiorio.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="315" data-original-width="512" height="196" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcRQkQ3OjWANWkkRoDe_26Sw52dzXA_b6cpfFNIlBkujvbfOaeShf4eP7FT_74zHsC990-TUP55wJlBK1AW7vlB0h-8yVqldcZgF3fhJ97Ybpq22hFbC6WDzIPNGcoXX8HYjuEkQMRNNFz/s320/bio_laboratiorio.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">O laboratório da morte nos EUA</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
Denúncias surgem afirmando que Fort Detrick inoculou vírus
HIV/AIDS, Ébola, peste bubônica, antraz e, mais criminosamente ainda, o
desenvolvimento de inúmeros tipos de câncer que podem matar selecionadamente um
“inimigo” do “american way life” (Hugo Chávez provavelmente teria sido vítima
destes experimentos). Outro laboratório militar, o Plum Island<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><sup><span style="color: red;">1</span></sup></b>,
funciona como “executivo” das estratégias secretas: matar personalidades,
espionar, manipular grupos de extrema-direita e trabalhar com agentes
biológicos. Enfim, a guerra suja dos EUA contra a China tem uma infinidade de
agentes e executores, o que não se descarta a possibilidade do coronavírus
também ser obra a indústria bélica biológica.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O artigo de Pepe Escobar elucida muito bem o atual estado da
guerra fria entre EUA e China: “O único concorrente econômico dos Estados
Unidos dedica-se agora a reconectar a maior parte do mundo a uma versão para o
século XXI de um sistema de comércio articulado em rede cujo auge durou mais de
um milênio: as Rotas da Seda Eurasianas. Como seria inevitável, esse estado de
coisas é algo que os setores interconectados das classes dominantes dos Estados
Unidos simplesmente não poderiam aceitar.”<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><sup><span style="color: red;">2</span></sup></b> Desta forma, acrescenta: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“Baseando-se em décadas de pesquisa em
guerra biológica, o Deep State dos EUA está totalmente familiarizado com todas
as implicações de armas biológicas. De Dresden, Hiroshima e Nagasaki à Coreia,
Vietnã e Fallujah, os registros históricos mostram que o governo dos Estados
Unidos não pisca quando se trata de lançar armas de destruição em massa em
civis inocentes.”</b> (Idem). Acrescente-se as bombas de fósforo despejadas
sobre a população palestina nos dias atuais.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red;">GUERRA BIOLÓGICA COMO OFENSIVA DE GUERRA</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O Dr. Boyle, o insuspeito criador da Lei antiterrorismo
biológico, afirmou que o coronavírus foi uma arma criada em laboratório: “parece-me
que o Wuhan BSL-4 é a fonte do coronavírus. Meu palpite é que eles estavam
pesquisando o SARS e o aumentaram ainda mais, dando a ele um ganho de
propriedades de função, o que significa que poderia ser mais letal.”<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><sup><span style="color: red;">3</span></sup></b>.
Assevera ainda: “esses laboratórios do BSL-4 são dos Estados Unidos, Europa,
Rússia, China, Israel, todos estão lá para pesquisar, desenvolver, testar
agentes de guerra biológica. Não há realmente nenhuma razão científica legítima
para ter laboratórios de BSL-4. Essa quantia eu dei U$$ 100 bilhões, isso foi
por volta de 2015, eu acredito. Eu havia analisado os números e descobri esse
número nos Estados Unidos desde o 11 de setembro... Basicamente, trata-se de
armas biológicas ofensivas levantadas pelo governo dos Estados Unidos e com sua
assistência no Canadá e na Grã-Bretanha.” (Idem). E arremata: “os laboratórios
BSL-4, temos muitos deles aqui nos Estados Unidos, são usados para desenvolver
armas ofensivas de guerra biológica com engenharia genética de DNA...” (Idem).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O que provoca ainda
mais questões e dúvidas foi que o surto começou logo após o assassinato do
General iraniano Qassem Soleimani por drones comandados por Trump.</b> O Irã
tem apoio de Rússia e China. E mais: agora é um dos países mais afetados pelo
vírus (43 pessoas já morreram). A Coreia do Norte vai ser o próximo alvo. Nenhum
acaso acontece neste cenário de guerra aberta pelo histriônico comandante do
imperialismo americano. Acontece que ninguém tem para si o controle da ameaça
biológica, pode-se perder-se na anarquia do capitalismo, atingindo proporções
colossais.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<u><span style="color: red;">Notas: </span></u></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
1 <a href="https://www.nytimes.com/2016/09/15/nyregion/plum-island-home-to-top-secret-lab-faces-uncertain-future.html">https://www.nytimes.com/2016/09/15/nyregion/plum-island-home-to-top-secret-lab-faces-uncertain-future.html</a>.
Acesso em 28 de fevereiro/2020.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
2 <a href="https://www.strategic-culture.org/news/2020/02/21/no-weapon-left-behind-the-american-hybrid-war-on-china/">https://www.strategic-culture.org/news/2020/02/21/no-weapon-left-behind-the-american-hybrid-war-on-china/</a>.
Acesso em 28 de fevereiro/2020.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
3 <a href="http://www.informationclearinghouse.info/53001.htm">http://www.informationclearinghouse.info/53001.htm</a>.
Acesso em 26 de fevereiro de 2020.</div>
<br />Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-74611104954648066072019-12-26T13:44:00.000-03:002019-12-26T13:48:22.238-03:00PESSOAL DO CEARÁ: Vida, amor e liberdade acima do Sul, onde nasce Terral, o “luxo da aldeia”!!!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFPg7WiWfXcShTBqX0x0Wl9f98-uqbFrMj0DtM9wA-_rybaRH-llrvkyUxkqCsqTBQWsirICiS5kGw06FvgBpYVX_3AdGv9Ar5xUOT3ENaj_STdyjnApeiG41qHLD0QNWnj5UxrHQmIGY7/s1600/pessoal_ceara.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="327" data-original-width="1000" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFPg7WiWfXcShTBqX0x0Wl9f98-uqbFrMj0DtM9wA-_rybaRH-llrvkyUxkqCsqTBQWsirICiS5kGw06FvgBpYVX_3AdGv9Ar5xUOT3ENaj_STdyjnApeiG41qHLD0QNWnj5UxrHQmIGY7/s640/pessoal_ceara.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">By Reggis de Oliveira<br /> & André Fava<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div>
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 37.9pt; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #943634; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 47.5pt;">F<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">oi um
movimento cultural brasileiro surgido em meados da década de 1960, sendo um dos
mais importantes movimentos da música contemporânea cearense. O movimento
começou após surgir no Ceará um grupo de artistas e intelectuais que pensavam,
criavam, recriavam todas as questões que inquietavam o país na época. Entre
seus integrantes existiam filósofos, físicos, químicos, arquitetos, músicos,
poetas, cantores e atores. Eis seus nomes: Ednardo, Manassés, Petrúcio Maia,
Ricardo Bezerra, Cirino, Manassés; letristas Fausto Nilo, Augusto Pontes e
Brandão; as cantoras Téti e Amelinha e na poesia Patativa do Assaré. O artigo
aqui pretende apenas dar uma visão geral deste movimento bastante profícuo que
influenciou geração de músicos e guardou em nossas memórias afetivas canções
inesquecíveis. Para uma pesquisa mais aprofundada, elenco nas referências uma
bibliografia e videografias básicas para consultas.</span></div>
<a name='more'></a><o:p></o:p><br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh15Tylr4w6noH0KodhyB3O7d9tQBY-04tGPIlqgBMEx6IXBlzx4SVWX-jcvT6VL40Sow4EknaQSvEfsrY7KW6C-Kg8y_GJWdb5PlCUzYl2wkKH3XY-Wjhqr7dG_fV67bmL4_e_YDB23jb/s1600/pessoaldoceara.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="395" data-original-width="500" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh15Tylr4w6noH0KodhyB3O7d9tQBY-04tGPIlqgBMEx6IXBlzx4SVWX-jcvT6VL40Sow4EknaQSvEfsrY7KW6C-Kg8y_GJWdb5PlCUzYl2wkKH3XY-Wjhqr7dG_fV67bmL4_e_YDB23jb/s320/pessoaldoceara.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Encarte do disco "Pessoal do Ceará"</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Contudo, não
se resumia ao regionalismo cultural cearense, havia um alcance mais abrangente
como ressalta Costa (2012): “outros nordestinos parceiros em composições e
gravações: os piauienses Jorge Mello, Clodo, Climério e Clésio; os músicos
Hermeto Paschoal (alagoano), Robertinho de Recife, Naná Vasconcelos e
Dominguinhos (pernambucanos); os letristas Capinam (baiano) e Ferreira Gullar (maranhense);
os compositores pernambucanos Alceu Valença e Geraldo Azevedo e os paraibanos Zé
Ramalho e Vital Farias. De outras regiões, a cantora Nara Leão (capixaba) e os
letristas Abel Silva e Ronaldo Bastos (cariocas)”.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Em 1971 houve
o IV Festival Universitário, e o cantor Belchior ganhou o primeiro lugar do
festival com a com a música “Hora do Almoço”. A vitória do Belchior mostrou ao
Brasil, e ao próprio Ceará, que a música cearense concorria com a nacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Anos depois,
ele e Belchior, se reencontraram em São Paulo e foram convidados a fazer um programa
de entrevistas na TV Cultura, chamado “Proposta”, que contava ainda com Ednardo
e Téti. Semanalmente, os quatro eram provocados a compor e apresentar durante
as gravações canções que estivessem ligadas ao assunto abordado com o
entrevistado. Um dos entrevistados do programa foi o produtor musical Walter
Silva, que quis produzir um disco com eles. Assim foi elaborado e construído o
LP Pessoal do Ceará – Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem. Belchior
e Fagner não entraram no disco porque já tinham projetos solos encaminhados. O
disco, não obstante, chegou a incomodar os militares à época em função de seu
conteúdo fortemente libertário: “...Ednardo foi chamado à Polícia Federal,
(...) a frase ‘braços, corpos suados / a praia fazendo amor’ [Terral] seria uma
apologia e incitação à sexualidade”. Foi obrigado a alterar a letra para “falando
amor”, como hoje conhecemos em Terral (<a href="https://bit.ly/2Qq9Knk">https://bit.ly/2Qq9Knk</a>).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIAI5Cz-8ELtseaiIOk6RHeld_DaWHmKIsIQhnatzLUbwNA5qQsZVcJqm-UyRfIjSN0fEQy0BDU5SNkPMH1Ho1KfU0eI0CJuGV1oZNC3Fg6JSV4epvA8Kp9BnixPKlFXRFPbi2bl9me2k0/s1600/belchiorfagner.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="652" data-original-width="1086" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIAI5Cz-8ELtseaiIOk6RHeld_DaWHmKIsIQhnatzLUbwNA5qQsZVcJqm-UyRfIjSN0fEQy0BDU5SNkPMH1Ho1KfU0eI0CJuGV1oZNC3Fg6JSV4epvA8Kp9BnixPKlFXRFPbi2bl9me2k0/s320/belchiorfagner.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i style="background-color: white;"><span style="color: blue;">Belchior e Fagner não participaram<br />diretamente do movimento, pois já dispunham<br />de contratos comerciais</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">O marco deste
movimento aconteceu em 1972, quando a gravadora Continental lançou o belíssimo
e viajante disco <b>“Pessoal do Ceará – Meu
Corpo Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem” </b>(<a href="http://twixar.me/XzwT">http://twixar.me/XzwT</a>),
que introduziu novos compositores cearenses no mercado fonográfico. A ideia de
criar o “Pessoal do Ceará” partiu de Augusto Pontes, tendo como base os
movimentos Tropicália e Clube da Esquina. O resultado final foi graças a
Ednardo, Rodger Rogério e Téti. Pouco depois, outros dois cearenses fizeram
seus LPs: Fagner (“Manera Fru Fru, manera”, 1973) e Belchior (“A palo seco”,
1974). Desta forma, o “Pessoal do Ceará” encontra-se inserido no contexto
sócio-cultural dos movimentos musicais daquela época, marcado pela atmosfera
dos festivais e pelo engajamento político". Em 1974, o “Romance do pavão mysterioso”,
de Ednardo, veio coroar o movimento em sua expressão nacional, sendo tema de
novela em horário nobre da Rede Globo de televisão.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">O movimento
iniciou-se entre estudantes da Universidade Federal do Ceará, então centro das
discussões intelectuais de Fortaleza. Os jovens ouviam de forró a bossa nova,
Tropicália e Beatles. Essa mistura de influências começou a resultar em sons
nunca ouvidos no lugar. Tudo com letras inspiradas, que reproduziam o anseio
por mudanças estéticas, muito embora o movimento nunca tenha adquirido uma
centralidade, a exemplo do que acontecia com o “Clube da Esquina” de Milton
Nascimento (COSTA, 2012). Tinha muito mais a ver com uma frente estética do que
um movimento plenamente constituído, haja vista que as diferenças entre os
sujeitos (os agentes no sentido freireano) advindos do movimento cultural
universitário cearense. Fagner, que não fazia parte do grupo, sensibilizado
pela dinâmica dos jovens artistas, foi a ponte para que o Pessoal do Ceará
aportasse no cenário musical em nível nacional, a fim de resgatar a identidade
e tradições populares nordestinas, a tematização autor/lugar de origens e seus
devaneios amorosos, a nostalgia de infância e a incorporação da poesia
concretista adaptada à realidade a qual estavam vinculados regionalmente.
Rodger Rogério disse acerca dos aspectos aqui realçados: “Se era um movimento
eu não sei, mas era uma movimentação muito livre e à vontade. A gente queria
era cantar e não tinha ideia de mercado” (RESISTÊNCIA E REINVENÇÃO, 2017). O
nome, Pessoal do Ceará, surgiu ao acaso: “Em uma das primeiras entrevistas o
repórter não conseguiu lembrar o nome de nós todos e assim começou a nos chamar
de pessoal do Ceará e a gravadora resolveu usar” (idem).</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0r1POF9mBFX733hWSOO8fJV7HLrjOHvIZ8VQlq0d8_cRKY74DbLmXL-B36MyBcbfYWkD29g1LeFRSLLnv0C7x6RaRUAlOhcDsjJg5MwB_t_rjPQ4YUE-djPG-0EXw93saYmk6CjYbFbZ6/s1600/meu+corpo+minha+embalagem.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="587" data-original-width="599" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0r1POF9mBFX733hWSOO8fJV7HLrjOHvIZ8VQlq0d8_cRKY74DbLmXL-B36MyBcbfYWkD29g1LeFRSLLnv0C7x6RaRUAlOhcDsjJg5MwB_t_rjPQ4YUE-djPG-0EXw93saYmk6CjYbFbZ6/s320/meu+corpo+minha+embalagem.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">O disco de lançamento do "Pessoal do Ceará"</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">O “Pessoal
do Ceará” não era um conjunto vocal, era um grupo de mensageiros onde cada
integrante passava a sua mensagem, da sua forma. Antes de tudo, em meados da
década de 60, a repressão da ditadura militar fomentava a turma de artistas que
circulavam na Faculdade de Arquitetura e Bar do Anísio, em Fortaleza. A
resposta para a pouca liberdade e tempos de tortura foi a arte, a música, a
poesia, o teatro, as ramificações onde a alma descreve e liberta do calabouço
do sistema que tentava desesperadamente calar os gritos revolucionários que
escapavam da censura. O caldeirão multicultural impulsionou do “Pessoal do
Ceará”. O mar do Mucuripe, na Beira Mar de Fortaleza, inspirou a safra
artística que arrumava espaço em meio a repressão” (MOVIMENTO). Em 1979 o grupo
- ou o Pessoal! - tentou se reagrupar no “Massafeira Livre”, show que ocorreria
no Teatro José de Alencar e posteriormente registrado num disco duplo.(<a href="https://url.gratis/x2FyY">https://url.gratis/x2FyY</a>).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Surgiam
harmonicamente maracatus, toadas, sertanejos, rocks e canções psicodélicas de
vários compositores locais. Nosso trabalho foi todo feito com o mesmo amor e
carinho como se tecem os lindos bordados que esta capa estampa, apresentava o
texto do disco. A música Terral resumia o movimento: Eu sou do luxo da aldeia /
Eu sou do Ceará.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/iHkGHEPUt14/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/iHkGHEPUt14?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<u><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">Referência
bibliográficas:<o:p></o:p></span></u></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">DA
COSTA, Nelson Barros. Cordas vocais de aço – a música cearense da década de 70.
2012 <a href="http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/31818/1/2012_eve_nbcosta.pdf">http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/31818/1/2012_eve_nbcosta.pdf</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">DE
CASTRO, Wagner José Silva. No tom da canção cearense: do rádio e TV, dos lares
e bares na era dos festivais (1963-1979). Fortaleza, 2009 <a href="http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/3389">http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/3389</a>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">Disco
PESSOAL DO CEARÁ – Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem. <a href="https://www.youtube.com/watch?v=qPUfpBKnl0Y">https://www.youtube.com/watch?v=qPUfpBKnl0Y</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">MOVIMENTO.
Pessoal do Ceará que incomodou e encantou o Brasil. 2017. <a href="https://jangada.online/cultura/musica/pessoal-do-ceara-que-incomodou-e-encantou-o-brasil/">https://jangada.online/cultura/musica/pessoal-do-ceara-que-incomodou-e-encantou-o-brasil/</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">PONTES,
Augusto. Massafeira. Coordenação musical Rodger Rogério, Petrúcio Maia e Stélio
Valle. Direção artística Ednardo. <a href="https://www.youtube.com/watch?v=HwZdLdgLCHg">https://www.youtube.com/watch?v=HwZdLdgLCHg</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">Resistência
e Reinvenção do “Pessoal do Ceará” na Bienal da UNE. 2017. <a href="https://une.org.br/noticias/resistencia-e-reinvencao-do-pessoal-do-ceara-na-bienal-da-une/">https://une.org.br/noticias/resistencia-e-reinvencao-do-pessoal-do-ceara-na-bienal-da-une/</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">TERRAL,
videoclipe. <a href="https://www.youtube.com/watch?v=iHkGHEPUt14">https://www.youtube.com/watch?v=iHkGHEPUt14</a>
<a href="https://www.youtube.com/watch?v=iHkGHEPUt14">https://www.youtube.com/watch?v=iHkGHEPUt14</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<u><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">ANEXOS<o:p></o:p></span></u></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;"><u>I) Disco Pessoal do
Ceará – Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem</u><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">Lado
A<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">1.
Ingazeiras (Ednardo ) – voz: Ednardo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">2.
Terral (Ednardo ) – voz: Ednardo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">3.
Cavalo Ferro (Fagner/Ricardo Bezerra) – voz: Ednardo, Tétty e Rodger<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">4.
Curta-metragem (Rodger Rogério/Dedé) – voz: Tétty<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">5.
Falando da vida (Rodger Rogério/Dedé) – voz: Rodger Rogério<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">6.
Dono dos teus olhos (Humberto Teixeira) – voz: Tétty<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">Lado
B<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">1.
Palmas para dar ibope (Ednardo/Tânia Araújo) – voz: Ednardo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">2.
Beira-mar (Ednardo) – voz: Ednardo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">3.
Susto (Rodger Rogério) – voz: Rodger Rogério<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">4.
A mala (Rodger Rogério/Augusto Pontes) – voz: Tétty<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;"><u>II) Massafeira</u><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">Disco
1<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">1.
Aurora (Ednardo / Belchior) Intérpretes: Ednardo e Belchior<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">2.
Como as primeiras chuvas do caju (Ângela Linhares/Ricardo Bezerra) Intérprete:
Ângela Linhares<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">3.
Pé de Espinho (Rogério / Stone / Pinoquio) Intérpretes: Régis e Rogério<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">4.
Viravento (Vicente Lopes) Intérprete: Vicente Lopes<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">5.
Aviso aos navegantes (Lúcio Ricardo) Intérprete: Lúcio Ricardo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">6.
O que foi que você viu ? (Stélio Valle /Chico Pio / Nertan Alencar) Intérprete:
Chico Pio<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">7.
Brejo (Régis / Rogério / Ednardo) Intérprete: Régis<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">8.
Atalaia (Ferreirinha / Graco / Caio Sílvio) Intérprete: Ferreirinha<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">9.
Frio da Serra (Petrúcio Maia / Brandão) Intérpretes: Ednardo, Fagner e Marta
Lopes<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">10.
Isopor (Wagner Costa) Intérprete: Wagner Costa<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">11.
Buenos Aires - Citroen (Sérgio Pinheiro / Stélio Valle) Intérprete: Sérgio
Pinheiro<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">12.
Senhor Doutor (Patativa do Assaré) Intérprete: Patativa do Assaré<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">Disco
2<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">1.
O Sol é que é o quente (Alano Freitas) Intérpretes: Ednardo e Ana Fonteles<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">2.
Em cada tela uma história (Lúcio Ricardo) Intérprete: Lúcio Ricardo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">3.
Cor de Sonho (Mona Gadelha) Intérprete: Mona Gadelha<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">4.
Vento Rei (Zé Maia / Calé Alencar) Intérprete: Calé Alencar<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">5.
O Rei (Tânia Cabral) Intérpretes: Teti e Tânia Cabral<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">6.
Jardim do Olhar (Fausto Nilo / Stélio Valle) Intérpretes: Coro Massafeira<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">7.
O Sol Acordou (Ednardo) Intérprete: Ednardo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">8.
Estradeiro (Rogério Soares) Intérprete: Rogério Soares<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">9.
Pelos Cantos (Graco) Intérprete: Graco<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">10.
Não haverá mais um dia (Pachelli Jamacarú) Intérprete: Pachelli Jamacarú<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">11.
Último raio de sol (Rodger Rogério / Clodo / Fausto Nilo) Intérpretes: Ednardo
e Teti<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt;">12.
Reisado (Graco / Stélio Valle / Augusto Pontes) Intérprete: Ednardo<o:p></o:p></span></div>
<br />Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-54775182799987267962019-08-05T20:47:00.002-03:002019-08-05T20:56:55.050-03:00A ERA DO PÓS-VERDADE: O pântano do misticismo subverte a razão – Trump/Bolsonaro e a 'ciência' do não-saber<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjist1CzOkHZ1legPgB6yuFqLRh4kXkJXHvsrvhioAoG2v4kD7PlBELNeP8npRjybAXFf4YWLI7Edm7laQLe6OYhkZdivFKRvDjBZ3LK4GT5HW4I0-TRPli3da0yuMy8k8ehprwhp6uqq7w/s1600/matrix2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="625" data-original-width="1000" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjist1CzOkHZ1legPgB6yuFqLRh4kXkJXHvsrvhioAoG2v4kD7PlBELNeP8npRjybAXFf4YWLI7Edm7laQLe6OYhkZdivFKRvDjBZ3LK4GT5HW4I0-TRPli3da0yuMy8k8ehprwhp6uqq7w/s640/matrix2.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 37.9pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #984806; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 47.5pt;">M</span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 47.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">uitas perguntas têm instigado
cientistas sociais e filósofos a se questionarem ao longo dos tempos acerca de
qual a nossa relação com a realidade que nos permeia. O que, concretamente, ela
é? Existe o fato objetivo? É possível determinar como realidade concreta o
intricado mundo das relações sociais em cada fato posto? Na atualidade, qual o
papel da informação, nesse sentido, como ela nos coloca dentro, perante (ou
fora) dos acontecimentos e como descrevê-los da forma mais correta possível
para que se atinja ou se encontre a Verdade lógica numa conjuntura politica e
social através da qual o sujeito dotado de irracionalidade está cada vez mais
individualizado, quase que submerso em sua solidão social, cuja consequência
hoje presenciamos em fenômenos de ascensão da extrema-direita em todo o mundo
(trumpismo e bolsonarismo, por exemplo). Para chegar a um denominador comum,
trabalharei com duas hipóteses, uma nietzschiana e outra marxista,
aparentemente opostas, mas que têm princípios cognitivo-epistemológicos
bastante interessantes. O primeiro expõe; o segundo explica!</span></div>
<a name='more'></a><br />
<o:p></o:p>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqMCl0WxgGoZas0Q55TQiskiv_kYH1krl8RO502L5J2tpAsBEowSiGvOrwWzfUXTEDC3YniIWKPOi5sP1G8rfx25qtxihO_8z_aIlzbxbDcnGg97z7DX6uMz8CTyY6UXZQPzwypwgCQWv7/s1600/Nietzsche1.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="359" data-original-width="480" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqMCl0WxgGoZas0Q55TQiskiv_kYH1krl8RO502L5J2tpAsBEowSiGvOrwWzfUXTEDC3YniIWKPOi5sP1G8rfx25qtxihO_8z_aIlzbxbDcnGg97z7DX6uMz8CTyY6UXZQPzwypwgCQWv7/s320/Nietzsche1.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Friederich Nietzsche e sua metáfora da realidade</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><span style="color: red;">NIETZSCHE <i style="mso-bidi-font-style: normal;">versus</i> MARX, OPOSTOS QUE SE COMPLETAM</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Algumas respostas
elencadas pelas inquietações acima expostas Nietzsche pode nos dar uma
dimensão, partindo de seu extenso manancial sistêmico de ideias, do qual
podemos extrair em poucas palavras, “não há fatos, apenas versões” (NIETZSCHE,
1887). Sob a ótica da moral, avalia que os Homens “...estão profundamente <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">imersos
em ilusões</i></b> e imagens de sonho, seu olho resvala às tontas, pela <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">superfície</i></b>
das coisas e vê ‘formas’, sua <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">sensação</i></b> não conduz em parte alguma
à realidade, mas <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">contenta-se</i></b> em receber estímulos e como que dedilha um teclado
às costas das coisas” (NIETZSCHE, 32, 1987 – grifos meus).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Assim, para o filósofo,
a captação do real é uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">ilusão</i></b> e, portanto, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">superficial</i></b>
adquirida por <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">sensação</i></b> (sentido), de acordo com a qual o sujeito <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">contenta-se</i></b>
e assimila-a como bem entende, logo para este sujeito contente trata-se de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Verdade. </b>Em se tratando de um longo
processo de alienação e de realçar postura acrítica, tal pode ilustrar muito
bem o período pela qual passamos no Brasil e boa parte do planeta dominados
pelo neofascismo (Polônia, Áustria, Hungria, Filipinas, EUA, Brasil, Inglaterra
etc.). Nietzsche, contudo, está muito mais para a metafísica do que para o
materialismo, ou seja, a sua teoria do conhecimento é essencialmente
contemplativa, todavia pode exemplificar o que passa com o alienado. Não
obstante, suas metáforas servem para definir com propriedade o significado de
alienação, que conhece a existência da matéria, mas não a distingue da
consciência e das sinapses neurais do cérebro humano, isto é, a forma como
percebemos e analisamos as coisas. Em síntese, Nietzsche tem seu enfoque
filosófico convertido em “verdade metafórica”, cuja principal evidência
cognitiva é a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">indiferença que o sujeito
possui de seu não-saber</b>, pois é muito mais confortável para si, para seu
inconsciente. Desconhecer pode ser um dos primeiros postulados que levam ao
misticismo e às crenças, a não-verdade, à mentira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBDJ61xYigtx54uLvJHGyoGjxJbWwqpkIdTDu2GFRSHKNCF7ESjp7H-pVBtCOF9GaRLHkrmzkjUZyARy5-fApWFoeDpMux0E8hwns7BVbtaiFI5rDbVfmN_UxmhtkZekTY5XMnp5xlq566/s1600/marx.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1224" data-original-width="1600" height="244" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBDJ61xYigtx54uLvJHGyoGjxJbWwqpkIdTDu2GFRSHKNCF7ESjp7H-pVBtCOF9GaRLHkrmzkjUZyARy5-fApWFoeDpMux0E8hwns7BVbtaiFI5rDbVfmN_UxmhtkZekTY5XMnp5xlq566/s320/marx.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Karl Marx: o que determina o Ser é sua praxis</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Anos antes de Nietzsche,
Marx trabalhara com o conceito de Verdade, aquele que faz a correspondência
entre a representação consciente do objeto e o objeto em si, a partir da
observação do mesmo e vai além: “A questão de saber se ao pensamento humano
pertence a verdade objetiva não é uma questão da teoria, mas uma questão <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">prática</i></b>.
É na práxis que o ser humano tem de comprovar a verdade, isto é, a realidade e
o poder, o carácter terreno do seu pensamento. A disputa sobre a realidade ou
não realidade de um pensamento que se isola da práxis é uma questão puramente <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">escolástica</i></b>”
(MARX, 1969). Simplificando este pensamento, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">só pode conhecer quem age e não contempla! Diferente de Nietzsche, Marx
afirma que há sim verdade objetiva, uma vez que ela deve ser posta à prova dos
acontecimentos, o que dela incide sobre o Homem e a sociedade. A realidade, ou
a verdade, não é uma mera metáfora arbitrária desprovida de razão e lógica. É o
Homem em sua totalidade, a experiência histórica, pessoal/coletiva que dará luz
ao farol de sua consciência.</b> Engels iria dar sequencia a este pensamento em
um artigo de 1886: “...o que Feuerbach acrescenta de materialista, tem mais de
engenhoso do que profundo. A refutação mais contundente destas extravagâncias,
como de todas as demais extravagâncias filosóficas, é a prática, ou seja, o
experimento e a indústria” (2019).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><span style="color: red;">A FENOMENOLOGIA “PÓS-VERDADE”
É UMA REALIDADE OBJETIVA?</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Mas o que é
“pós-verdade”? É o que “se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos
objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à
emoção e a crenças pessoais”, segundo o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Oxford
Dictionaries</i>. Quer dizer, na atualidade tem mais peso as opiniões e não os
argumentos fundamentados em bases científicas, há o predomínio da crença
(religiosa ou até objetiva) sobre a razão. Não por acaso concepções
criacionistas, terraplanistas e o neopentecostanismo estão ganhando evidencia e
destaque “intelectual”, ou que o nazismo era de esquerda, vacina causa demência
e outras aberrações vêm ganhando terreno dentro do senso comum das massas e de
“autoridades” governamentais enterradas em sua ignorância querem impor censura
a cientistas que divulgam suas pesquisas (Bolsonaro segue à risca o que Trump
faz e determina a seus subalternos).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzNiapBU4JTR6-aoFmE03jkcob9cmvWrgISyUw5c3GTxG5eNYrDOmTp5QcUzwgrEH4sfIO5ufzVA4S08gSMQ9KmaSLPMniBjtmBfLm9ARwvTYiZfYbqn7gNqQC8U_1fRbnm7rvB_wdMQJE/s1600/trump_fomeAfrica.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="393" data-original-width="550" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzNiapBU4JTR6-aoFmE03jkcob9cmvWrgISyUw5c3GTxG5eNYrDOmTp5QcUzwgrEH4sfIO5ufzVA4S08gSMQ9KmaSLPMniBjtmBfLm9ARwvTYiZfYbqn7gNqQC8U_1fRbnm7rvB_wdMQJE/s320/trump_fomeAfrica.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Mídia corporativa e a miséria<br />humana como pano de fundo</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">O obscurantismo veio ascendendo
na cultura mundial principalmente após os ataques às Torres Gêmeas em 2001, em
Nova Iorque, e a ulterior perseguição ideológica a quem pensasse diferente do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">american way life</i>: a guerra
antiterrorismo desencadeada por todo o planeta por parte de G. Bush filho.
Acirraram-se ainda mais o proselitismo cristão, do homem branco, ocidental ao
estourar a grande crise econômica de 2008 que consumiu várias potencias capitalistas,
inclusive a americana, desembocando em profundas crises políticas em inúmeras
partes do mundo. A guerra de informações falsas estava declarada (Iraque
possuía armas de destruição de massas)! A espionagem ganhou força, a procura de
pessoas engajadas em questões sociais para prendê-las ou amedronta-las, amplia-se
a coleta de dados pessoais para, conforme seus desejos nas redes sociais,
melhor manipulá-las com logaritmos digitais (os Big Data) e assim convencê-las
de uma suposta necessidade ou verdade criada. Aqui a ideia clássica de verdade,
que nega fatos objetivos por conta de crenças políticas individualizadas
paradoxalmente dentro de uma coletividade (o bolsonarismo exemplifica com bastante
clareza este fenômeno).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A individualização da
sociedade remete-nos ao pensamento nietzschiano: a indiferença do não-saber
traz-nos como triunfo o predomínio da crença (não necessariamente religiosa).
Os fatos objetivos têm menor peso que a crença pessoal, isto é, o emocional
sucede sobremaneira o racional, tendo-se como substrato diversos apelos à fé
(política ou religiosa). Neste sentido, Copérnico foi queimado na fogueira pela
Inquisição e Galileu teve que renunciar a suas ideias. Há décadas o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">establishment</i> vem plantando as sementes ideológicas
nas cabeças das pessoas incutindo à exaustão a ideia de que se preocupar com o
coletivo é coisa de comunista. Os meios de comunicação (manipulação) de massas
e as redes sociais são a demonstração das tendências mais reacionárias que vive
a Humanidade. Muitos dizem a “verdade”, então só pode ser verdade mesmo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglYAcLQXwYJOYxP4rOsQ1pwsWYRyHWRKlHHXPvdshp8FQL1LvgCzbOzttkt2rx3U9FzJWCUuSMSJ48WN58U-SXE9FAbDEmMsfrfJSs63oJOR8QVF8iHNMAhA4pCs6i4zd0_F6dKXjDwRs5/s1600/yeltsin.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1500" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglYAcLQXwYJOYxP4rOsQ1pwsWYRyHWRKlHHXPvdshp8FQL1LvgCzbOzttkt2rx3U9FzJWCUuSMSJ48WN58U-SXE9FAbDEmMsfrfJSs63oJOR8QVF8iHNMAhA4pCs6i4zd0_F6dKXjDwRs5/s320/yeltsin.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Boris Yelstsin dirigiu o golpe militar<br />que destruiu a URSS</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Em uma análise mais
fina, o termo pós-verdade evoluiu objetivamente na História. Logo após a
derrubada contrarrevolucionária dos Estados operários da URSS e do Leste
europeu em 1992 fora utilizado pela primeira vez. O anticomunismo assumiu
contornos paranoicos a partir daí, quando nos anos 2000 massificou-se através
das grandes corporações midiáticas e empresariais. Dentro dessa “nova” noção
qualquer pensamento fora de padrão é considerado inimigo de Estado e,
consequentemente, respondendo a estes estímulos, a grande mídia corporativa
logo trata de difundir apelos a preconceitos e ódios anteriormente contidos
ainda pela força das referências mundiais num contexto político bi-polarizado
da guerra fria. Com o fim contrarrevolucionário da URSS o caminho para o
não-saber estava aberto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Por
outro lado, pode-se falar em crença na Verdade? Este é o mesmo lado da moeda
dos ditos pós-verdadeiriistas. Como práxis, definida por Marx, a Verdade, na
ciência jamais pode ter uma via de mão única, caso contrário seria a expressão
mais acabada do individualismo subjetivista, marcado por uma profunda (e
lamentável) desumanização do Ser, uma vez que implica não a cooperação entre os
vários indivíduos, mas a competição desanuviada, no campo da obscuridade
anti-intelectual.</span></b><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"> O
resultado do credo em verdades – que se converte em mentira – transforma o
sujeito (pessoas) em sua recusa a aprender, em absolutização da teimosia
sináptica. Claro, para o marxismo, o pós-verdade é sim uma realidade, pois a
mentira é uma elaboração (des)humanizadora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><span style="color: red;">O REAL CONCRETO COMO
PANO DE FUNDO E INDIVIDUALIZAÇÃO</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Não se pode negar, os costumes
após 2001, 2008 e 2016 (eleição de Trump) mudaram tanto politica como
culturalmente de uma forma bastante significativa com o advento e a
massificação da internet ao lado das crises econômicas e politicas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Nos anos 80 o filme <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Blade Runner</i> (SCOTT, 2019) foi o emblema
estético do pós-modernismo. Nos dias mais atuais toma-lhe este lugar a trilogia
de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Matrix</i>, um mundo de sonhos criado
por computador que simula uma realidade de uma humanidade adormecida e sem
consciência do que se passa a seu redor. Nele, o personagem Cypher, outrora
batalhador e defensor das liberdades, profetiza no seu novo mundo: “a
ignorância é uma benção” (WACHOWSKI, 2019), pois não quer acordar para
realidade (novamente Nietzsche!). O que importa é estar bem, sem sofrer, mesmo
que isto acarrete trair amigos, corromper-se. Verdadeira sinopse dos novos
tempos!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A
individualização (descoletivização desumanizadora) toma a realidade como mero
pano de fundo de suas vidas, toda ela imersa inapelavelmente em amores,
trabalhos e amizades. Problemas alheios não lhes convêm, nem interessa.
Conflitos, guerras, pobreza são ilustrações apresentadas pela mídia apenas para
ser consumida, não entendida.</span></b><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">
A dura realidade torna-se uma alegoria distante, enquanto isto, a vida segue...
Não questionar, não refletir seguem uma tendência cultural e política em face
da contemporaneidade dos fatos, miríades de informações são jogadas quase que
ao infinito nas mentes das pessoas. A tecnologia tornou o mundo pequeno em
termos de comunicação, cujo contraponto manifesta-se através da desinformação e
da ignorância como uma natureza paradoxal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga5DRL9KAMZYaFsZVCYiNjc4D3315_rkQyzVU5tqtNWslEZffdq6Qr7rROnH6o5W3bvgcnqn8prxdo84ajZ_Z7qSH6X5iMH4_BjSxMh-nyKsZ81MU1wmLDGONgonjEaVmqnT4cSTHwjj-o/s1600/trump_guerra.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="541" data-original-width="1000" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga5DRL9KAMZYaFsZVCYiNjc4D3315_rkQyzVU5tqtNWslEZffdq6Qr7rROnH6o5W3bvgcnqn8prxdo84ajZ_Z7qSH6X5iMH4_BjSxMh-nyKsZ81MU1wmLDGONgonjEaVmqnT4cSTHwjj-o/s400/trump_guerra.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Com o culto ao não-saber, guerras passam ao largo da população</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">É do escritor Evan Davis
a avaliação sobre o pós-verdade, reforçado com o trumpismo: “...a política da ‘pós-verdade’
é como o ‘populismo’ ao sugerir que essas mudanças inesperadas ocorreram <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">porque
a razão havia sido subvertida</i></b>. Enganados por demagogos implantando
novas tecnologias da informação, os eleitores desconsideraram argumentos e
evidências em favor de emoções manipuladas e notícias falsas . <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">A
ideia de verdade foi perdida em um pântano de relativismo, e os políticos que
controlaram o governo por décadas foram abruptamente desalojados do poder”</i></b>
(GUARDIAN, 2017). “Mentiras políticas, giro e falsidade não são exatamente as
mesmas que a pós-verdade. O que é novo não é a mendacidade dos políticos, mas a
resposta do público a ele. Mentir é considerado a norma, mesmo nas democracias”
(idem), disse Matthew d'Ancona reforçando o opróbio disseminado pelo
neoliberalismo, afinal a exacerbação individualista e o pós-verdade são produtos
imediatos do pensamento neoliberal dogmático mais rasteiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Tudo se perde, afunda
neste pântano relativista, lugar em que não há uma verdade objetiva. Ocupam
este vazio as fake news, as deep fake (inteligência artificial que manipula
filmes e vozes), o pseudonacionalismo (neofascismo), o populismo de
extrema-direita como resultado do não-saber nietzschiano. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A visão formalista e individualista/pragmática aliada ao materialismo
consumista que cresceu vertiginosamente nas últimas décadas conduziu a um
crescente processo de desumanização dos indivíduos, à exacerbação de
sentimentos e atos violentos contra setores vulneráveis da sociedade. Os
interesses pessoais acima dos fatos sociais, eis o real significado do
pós-verdade, num contexto em que a mentira nasce de uma forma organizada e
sistemática nas estratégias midiáticas de manipulação em massa em benefício de
determinado governo.</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Ao perderem-se as noções
do real, cai-se em profundo cinismo niilista: a recusa em acreditar na verdade
de qualquer coisa. Por exemplo, no Brasil equivale a dizer que os políticos são
todos corruptos, desconsiderando as enormes diferenças entre eles. Tudo é
farinha do mesmo saco, dizem como indústria do niilismo. A pós-verdade é tomada
aqui como não-verdade. Um caminho para desatolar do pântano foi aberto por
Marx: “A vida social é essencialmente <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">prática</i></b>. Todos os mistérios que
seduzem a teoria para o misticismo encontram a sua solução racional na práxis
humana e no <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">compreender</i></b> desta práxis” (Thesen 8, grifos meus). O que
fazemos e como fazemos é o que pode nos definir como seres humanos
(humanizados) e tornar possível compreender o que acontece ao nosso redor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<u><span style="color: red; font-family: "arial" , "sans-serif";">Referências
bibliográficas e cinematográficas <o:p></o:p></span></u></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<a href="https://acasadevidro.com/2018/12/17/a-era-da-pos-verdade-hi-tech-a-ascensao-do-poder-politico-da-mentira-organizada-e-viralizada/"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">https://acasadevidro.com/2018/12/17/a-era-da-pos-verdade-hi-tech-a-ascensao-do-poder-politico-da-mentira-organizada-e-viralizada/</span></a><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">. Acesso em 1 de agosto/2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<a href="https://cinegnose.blogspot.com/2019/07/como-as-pos-verdades-e-deepfakes.html"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">https://cinegnose.blogspot.com/2019/07/como-as-pos-verdades-e-deepfakes.html</span></a><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">. Acesso em 31 de julho/2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<a href="https://www.conjur.com.br/2018-ago-26/josie-barros-pos-verdade-subversao-principio-democratico"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">https://www.conjur.com.br/2018-ago-26/josie-barros-pos-verdade-subversao-principio-democratico</span></a><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">. Acesso em 1 de agosto/2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">ENGELS, Friederich. Ludwig
Feuerbach e o Fim da Filosofia Clássica Alemã. </span><a href="https://www.marxists.org/portugues/marx/1886/mes/fim.htm"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">https://www.marxists.org/portugues/marx/1886/mes/fim.htm</span></a><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">. Acesso em 3 de agosto/2019).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<a href="http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/576912-a-pos-verdade-e-seu-tempo-politico"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/576912-a-pos-verdade-e-seu-tempo-politico</span></a><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">. </span><span lang="EN-US" style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;">Acesso em 30
de julho/2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;">MARX, Karl. Thesen über Feuerbach, in Marx-Engels Werke, Band 3, Seite
5ff. </span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Dietz Verlag Berlin,
1969 </span><a href="http://www.mlwerke.de/me/me03/me03_005.htm"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">http://www.mlwerke.de/me/me03/me03_005.htm</span></a><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"> acesso em 3 de agosto/2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">NIETZSCHE, Friederich.
Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral. 1873, in Os Pensadores, vol 1,
1987.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">___________________. Fragmento
póstumo 7 [60], fim 1886-primavera 1887.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">SCOTT, Ridley. Blade
Runner, o caçador de androides. </span><a href="https://www.netflix.com/br/title/70082907"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">https://www.netflix.com/br/title/70082907</span></a><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">, acesso em 3 de agosto/2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<a href="https://www.theguardian.com/books/2017/may/19/post-truth-matthew-dancona-evan-davis-reiews"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">https://www.theguardian.com/books/2017/may/19/post-truth-matthew-dancona-evan-davis-reiews</span></a><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">, acesso em 1 de agosto/2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;">WACHOWSKI, Lana, Lilly Wachowski. MATRIX. </span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=o6cjiZs2EvU"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">https://www.youtube.com/watch?v=o6cjiZs2EvU</span></a><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">, acesso em 3 de agosto/2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<br />Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-65890785332952278842019-07-19T23:59:00.000-03:002019-07-20T00:02:57.341-03:0050 ANOS DA CHEGADA DO HOMEM À LUA: Um “salto para a humanidade” ou para o “american way life”? A URSS esteve na vanguarda da corrida espacial; não os EUA!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-yZB8yIZxtXK9uQaX2tcob0l6E4E6qMKUqT7Gv8CN4tM_wsdbGuYjLm7iqaJ8AkwjehmPDJh1-sE8zTlgGKwokxj6w3s7mqeu7Bup8OwmDgEEYqVb1VUbbm8Q7C0JTLUfmF3E7CJAddHj/s1600/espaco_gagarin10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="600" height="532" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-yZB8yIZxtXK9uQaX2tcob0l6E4E6qMKUqT7Gv8CN4tM_wsdbGuYjLm7iqaJ8AkwjehmPDJh1-sE8zTlgGKwokxj6w3s7mqeu7Bup8OwmDgEEYqVb1VUbbm8Q7C0JTLUfmF3E7CJAddHj/s640/espaco_gagarin10.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 37.9pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: red; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 47.5pt;">M</span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 47.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">uito além das “teorias
da conspiração” inspiradas no senso comum ou em delirantes mentes que ainda
vivem na Era clássica da Guerra Fria desencadeada pelos Estados Unidos logo após
a União Soviética ter solapado o nazi-fascismo. Rezam tais “teóricos”, o Homem
(que espécie de Homem seria este? Respondendo a que interesses?) nunca pisara
no solo lunar. Inúmeros vestígios podem corroborar objetivamente nesse sentido,
porém não coloca em pauta a bipolaridade política naquela época (a qual nunca
esvanecera), uma vez que não se tratava de proselitismo ideológico em estado
puro na defesa do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">american way life</i>.
Isto é, à publicidade e semiótica capitalista havia o adjunto bélico, voltado
para o controle estratégico de amplas regiões do planeta, para o qual não foram
poupados esforços por parte do Pentágono e da Casa Branca. O dizer nada
improvisado de N. Armstrong esboça este pensamento e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">modus operandi</i> da maior potência militar do planeta: “Um pequeno
passo para o Homem, um salto gigantesco <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">para a Humanidade!</i></b>”.</span></div>
<a name='more'></a><o:p></o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red; font-family: "arial" , sans-serif;">A “HUMANIDADE” TENDO
COMO REDENTOR OS ESTADOS UNIDOS</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq7NSc1jtNZFZip0jnweism_I9yAWg9d6f2XuUTOZMDpO3pgzo22zYtoT3Eer5sZBZ3fJB9FDffGGJaun7syBE8ODr7UILu2Wjtr8os4_URHKQKqvaIllRg2shPA05QyuXJRSc500uqqk1/s1600/espaco_zhukov.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="209" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq7NSc1jtNZFZip0jnweism_I9yAWg9d6f2XuUTOZMDpO3pgzo22zYtoT3Eer5sZBZ3fJB9FDffGGJaun7syBE8ODr7UILu2Wjtr8os4_URHKQKqvaIllRg2shPA05QyuXJRSc500uqqk1/s1600/espaco_zhukov.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">General G. Zhukov enfrentou Stalin</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Um grande trauma
sofreram os mandatários do poder nos Estados Unidos desde o final da Segunda
Guerra Mundial: grandes corporações norte-americanas (e europeias) não só
simpatizavam, mas apoiaram logisticamente os crimes hitleristas e seus bandos
assassinos, os ianques e aliados (a isto se soma a prostração de Stalin) estiveram
a um fio de serem derrotados entre os anos de 1941-2 pelos estrategistas
militares nazistas. Isto só não aconteceu porque o general Georgi K. Zhukov
peitou Stalin chamando-o de idiota e imbecil (só isto demonstra o grau de
desmoralização do burocrata e sua camarilha), afirmando a necessidade dos
soviéticos organizarem uma contraofensiva em cima das SS. A partir desse novo
curso, o heroico povo soviético pôs a correr as aves de rapina de Hitler em
solo russo, avançando à custa de muitas vidas, para o Ocidente com o Exército
Vermelho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Pode-se afirmar que esta
marcha para o Ocidente foi o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">start</i>
para a Guerra Fria nos anos seguintes e que também iria marcar o chamado “Dia D”,
o “Desembarque na Normandia”, ocasião na qual somente quando uma Alemanha
praticamente destroçada pelo Exército Vermelho e seus aliados, o Ocidente
capitalista resolveu criar uma “nova” frente para enfrentar Hitler – diga-se de
passagem, muito mais preocupados com o avanço militar soviético. Quase não
houve resistência por parte dos nazistas. Outra vergonha enfrentada pelos
Estados Unidos foi a Guerra da Coreia, cinco anos após o final da Grande
Guerra, tendo que se retirarem para não desencadear outra guerra mundial, agora
de conteúdo abertamente atômico e com potencial destrutivo milhares de vezes
superior. É sob esta perspectiva que a corrida espacial, na verdade bélica,
deve ser compreendida. E mais, numa guerra o que menos prevalece é a verdade; a
mentira é o método usual nos projetos ultrassecretos de EUA e URSS. O
imperialismo americano derrotado politicamente precisava se redimir desses
erros através da propaganda ideológica contra o comunismo vencedor, assumindo
para si os “anseios da humanidade”, da superioridade capitalista perante o
comunismo em ascensão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><span style="color: red;">ATROPELO TECNOLÓGICO E
PRODUÇÃO INDUSTRIAL COMPARTIMENTADA<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Sabe-se que o raciocínio
acima se completa com o conhecimento que havia no que tange a protótipos de
foguetes, a inteligência técnica-científica nazista fora majoritariamente “cooptada”
pelos serviços secretos americanos (Operação Overcast; depois Operação
Paperclip) a fim de desenvolver foguetes (V-1, V-2), eletro-gravitação, armas
químicas, medicina e psicotrópicos que poderiam ser aplicados em sessões de
tortura e lavagem cerebral em possíveis “inimigos comunistas”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A ala científica dos
nazistas há muito vinha desenvolvendo armas que poderiam atingir grandes
distâncias viajando pela estratosfera terrestre. Miríades de testes foram
realizados com foguetes químicos, cujo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">know-how</i>
fora “assimilado” pelo Pentágono, sendo incorporado inexoravelmente na produção
de foguetes cujo intuito seria chegar ao espaço.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2CORzKCsire1XCD0hSB_j_mJpwFaE5EHN788EP_FcRjitar04Tn015YqUZq1nXnMxGCpSdIVTCNGjWSuuDl04Wl1cxeZnWsZAL1fTroescV35Ai_rVanMlrNzKCZrQs5CL3mt-R02tPSQ/s1600/espaco_laika.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="351" data-original-width="624" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2CORzKCsire1XCD0hSB_j_mJpwFaE5EHN788EP_FcRjitar04Tn015YqUZq1nXnMxGCpSdIVTCNGjWSuuDl04Wl1cxeZnWsZAL1fTroescV35Ai_rVanMlrNzKCZrQs5CL3mt-R02tPSQ/s320/espaco_laika.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Cadela Lika atormenta EUA</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Para desespero dos EUA,
a URSS largou na frente na chamada corrida espacial. Em 3 de novembro de 1957
enviou ao espaço o primeiro ser vivo, a cadela Lika a bordo na nave Sputnik 2;
um mês antes lançara o primeiro satélite artificial a orbitar a Terra. Quatro
anos depois foi a vez de Yuri Gagarin, em 12 de abril de 1961, realizar seu voo
orbital em torno da Terra. Disse: “A Terra é azul... Olhei para todos os lados,
mas não vi Deus”. Os EUA responderam quatro meses depois do Sputnik 1, lançando
o Explorer I; somente em 1961 mandaram um homem, mas em voo sub-orbital muito
em razão da fundação da NASA em 1958. Erros de projetos, a pressa, as
exigências militares excessivas atrasaram sem dúvidas o desenvolvimento técnico
norte-americano na corrida espacial. Para piorar, na visão ianque, os russos
enviam em 1959 a primeira sonda que pousou na Lua deixando por lá uma bandeira
da URSS. Não poderia de ser diferente, os americanos reivindicaram direito de
posse do satélite natural...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiN2QUyUfcUX0JfWAInp2zoOdqCGwEcEwQNErFhcNMStXs_IZFPI08ym59kYVdFWyiKHlk_BSE4H6H5l-bQk04zDcC4SeaQWanzAGKQiBd8MQrPpbKbVHcqe0HtdMZ3Zw0ChNzhzHbNUD4v/s1600/espaco_sputinik.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="351" data-original-width="624" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiN2QUyUfcUX0JfWAInp2zoOdqCGwEcEwQNErFhcNMStXs_IZFPI08ym59kYVdFWyiKHlk_BSE4H6H5l-bQk04zDcC4SeaQWanzAGKQiBd8MQrPpbKbVHcqe0HtdMZ3Zw0ChNzhzHbNUD4v/s320/espaco_sputinik.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Satélite Sputnik inaugura era espacial</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Tais sentimentos e exigências
só iriam aumentar após o discurso de J.F. Kennedy, em 1961, afirmando que os
EUA iriam de qualquer jeito para a Lua! Era o início concentrado da indústria
espacial em solo americano. Vingaram os projetos Mercury (um astronauta para
voo orbital terrestre), Gemini (dois astronautas) e, por fim, o Projeto Apollo
que dispunha lugares para três astronautas e visava atingir a Lua. Na noite de
Natal – a data não é coincidência – a Apollo 8 circum-navegou a Lua com três
astronautas. O pouso tripulado na Lua aconteceria apenas em 20 de julho de
1968, com a Apollo 11. A Lua entra no espírito de propriedade dos americanos,
não da humanidade! É preciso chamar a atenção acerca da forma como foi produzida a Apollo 11: cada segmento, milhares de peças, cada uma produzida em separado por várias empresas terceirizadas. Nunca tiveram em sua mesa o projeto totalizante do foguete, dado o conteúdo ultrassecreto proposto pelo Pentágono. Uma verdadeira produção em série, completamente alienada, pois os operários terem a dimensão exata do que representa o projeto da NASA era um perigo potencial para os ideais imperialistas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><span style="color: red;">OS PIONEIROS DA
EXPLORAÇÃO ESPACIAL FORAM OS SOVIÉTICOS, NÃO OS AMERICANOS!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Com o início da Guerra
Fria, a explosão das duas bombas atômicas sobre o Japão foi a principal
consequência, a URSS ficara momentaneamente atrás dos EUA na corrida bélica.
Contudo, quatro anos após, a URSS criaria sua própria bomba, só que ela era
muito mais pesada do que a americana, precisando desenvolver um foguete para
transportá-la, o que acabou por despertar o programa espacial soviético. O
foguete R-7 Semyorka foi desenvolvido pelos cientistas, sendo finalizado em
1957, o primeiro míssil balístico de longo alcance, ulteriormente aperfeiçoado
para a exploração espacial. O Sputnik foi a evolução deste projeto em 4 de
outubro de 1957. Um mês depois, em comemoração ao aniversário da Revolução
Bolchevique de 1917, foi a vez da cadela Lika! A vira-lata Lika dera uma
profunda dor de cabeça aos americanos... Em 12 de abril de 1961 Yuri Gagarin
chegou aonde nenhum ser humano esteve, a bordo da cápsula Vostok, dando uma
volta ao redor da Terra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi23ej5EK9omNIMn_ckR2tPkgLWiuwf2QlY_rSny0ShM0i11spbhG2cGSQRQBqoT4DxwTHSx9hBREC7IgK-53URf7971sMwGQ3NuQbxhmtOBIG5ja182PfiF9-gryFp0NHkB4b6gL3-7jRf/s1600/espaco_mir.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="450" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi23ej5EK9omNIMn_ckR2tPkgLWiuwf2QlY_rSny0ShM0i11spbhG2cGSQRQBqoT4DxwTHSx9hBREC7IgK-53URf7971sMwGQ3NuQbxhmtOBIG5ja182PfiF9-gryFp0NHkB4b6gL3-7jRf/s320/espaco_mir.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Estação MIR, início soviético<br />da colonização do espaço</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
</div>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Entretanto, a URSS optou
por outras prioridades durante a década de 60 do século passado, pois os
recursos econômicos eram escassos: produção de alimentos, resolver o sério e
grave problema de moradias populares, as dissenções políticas no interior da
casta burocrática stalinista. Enquanto isso, no outro lado do mundo, Kennedy
estava disposto a gastar imensas fortunas na corrida espacial, não se
importando se seu povo precisava comer ou morar. Ainda em 1965 a URSS foi a
primeira nação do mundo a colocar um ser humano a caminhar no espaço, fato que
possibilitou uma grande propaganda para o regime e marcou o encerramento da
sanha espacial tripulada. O caminho à Lua estava livre para os estrategistas da
NASA e do Pentágono.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A URSS declina das
viagens à Lua e passa a desenvolver os projetos de colonização do espaço, criar
técnicas de sobrevivência e trabalho fora do ambiente terrestre: as estações orbitais.
Nisso também foram pioneiros! Em 19 de abril lançaram a primeira estação que
abrigaria três astronautas durante três semanas. Em 20 de fevereiro de 1986 foi
ao espaço a primeira estação permanente, a MIR. Afirmar que os russos “perderam”
a corrida para a Lua é uma grande falsificação histórica, difundida pelos
ideólogos da direita internacional e pela mídia corporativa que entra em êxtase
até hoje com a “conquista do espaço pelos Estados Unidos”. Deve-se sim, à URSS
a vitória sobre o nazismo, e também a conquista do espaço, dado seu pioneirismo
e insistência em desenvolver os programas espaciais desde os estertores dos
anos 40 do século passado! Mas como os EUA chegaram à Lua? A tecnologia da
época lhes possibilitou o triunfo? Esta é uma discussão para outro artigo!!!</span></div>
Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-75977152820331398982019-06-14T21:31:00.001-03:002019-06-15T11:34:25.153-03:0014J EM PORTO ALEGRE, ESQUINA DEMOCRÁTICA - Menor do que o esperado, porém pode ser o passo inicial para o fim do neofascismo no Brasil<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='520' height='466' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dy4DAjFfjR0XNFJS81nIz0B-03rcstx0II-e7AQEh9_rI7p6b8FMWxfbs-yhvKZrYbBVTq17OVXjrQ_0Mpovg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Manifestação feita no dia da greve geral de 14 de junho/2019, em Porto Alegre</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='520' height='466' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyrgLjoM4zHrmgMM_hVVXh3gGXFonxPwgWqnYGn72JTlNqKETqZ9YL_Rp_EM1kdnd58_xungMzM7sV9jhc6uw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
Aproximadamente 30 mil pessoas compareceram</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
ao ato de encerramento da greve geral</div>
<br />Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-54661495924293590252019-04-13T22:33:00.001-03:002019-04-13T22:48:18.561-03:00PONTO DE PARTIDA - FILME “JANELA PARA A ALMA”: a mulher como precursora da psicanálise - Sabine Spielrein, o pseudo histerismo e o despertar anti-nerd de Jung!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirIBbEGp7R4TH3RjL_Bq5ULJxt9LArmRJMbZWXRJUGbvOgAiYbsaci8DvhOxCbAumvQ_W22EvkwSOCWZP8tO2ZZqz9VF1bhF9PcZ_ERKUnsRhFjg9Nf2TUIas3URJFzttrK3LXXfSddgTN/s1600/sabine_jung_freud1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="582" data-original-width="1024" height="362" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirIBbEGp7R4TH3RjL_Bq5ULJxt9LArmRJMbZWXRJUGbvOgAiYbsaci8DvhOxCbAumvQ_W22EvkwSOCWZP8tO2ZZqz9VF1bhF9PcZ_ERKUnsRhFjg9Nf2TUIas3URJFzttrK3LXXfSddgTN/s640/sabine_jung_freud1.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 37.9pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: red; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 47.5pt;">N</span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 47.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">este texto não pretendo
elaborar uma resenha do filme “Janela para a alma”, pois há em abundância no
ambiente da internet. Fá-lo-ei apenas a título de referência. O objetivo é
analisar e problematizar os processos dinâmicos
“desinclusão/inclusão/desinclusão sob uma perspectiva sócio-dialética e como a
prática pedagógica pode lidar com as rupturas e inserções num contexto de establishment
dado tal como é apresentado no filme. Assim, utilizando os aspectos pontuais
que o filme elenca no que se refere a métodos clínicos de tratamento de
pacientes acometidos por histeria tidos como loucos e violentos faço uma rápida
síntese desde a Idade Média até os estertores do século XIX, veremos que são
passíveis de inserção ao que se entende como “normalidade” dentro dos padrões
socialmente aceitos. O tratamento e ulterior superação da jovem russa Sabina
Spielrein são os pontos de partida no ensejo de um drama psicológico. À título
de conclusão, o entendimento de como se dão os processos de inserção/inclusão
da pessoa com deficiência nas instituições é dado sumamente pelo caráter
político de um regime de governo, o qual molda a seu modo as resoluções de
Estado.</span><br />
<a name='more'></a><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7s04teBMQMtL-Yj8rIdALwesOtvFr-nnSD2eg6EaAVnmoWoYmwIXhN-WBjLKAfwJB47oEjRp5cC_LfTctk8_p8MGL0S3nhHQfsv8IC6PoVApRfRFT9UyciIUo8qadE9Y7b8U7YYKVzIks/s1600/sabine_loucura.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="302" data-original-width="450" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7s04teBMQMtL-Yj8rIdALwesOtvFr-nnSD2eg6EaAVnmoWoYmwIXhN-WBjLKAfwJB47oEjRp5cC_LfTctk8_p8MGL0S3nhHQfsv8IC6PoVApRfRFT9UyciIUo8qadE9Y7b8U7YYKVzIks/s320/sabine_loucura.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><b><span style="color: red;">O DOENTE MENTAL NA
HISTÓRIA, A CONSTRUÇÃO DO PRECONCEITO NOS MARCOS DA MORALIDADE</span></b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">As doenças mentais
sempre implicaram formas de tratamento e tipos de convívios sociais na história
da civilização ocidental. Na antiguidade clássica, por exemplo, esse tipo de
doença era considerado como vontade e ação dos deuses da natureza e por ser
oriunda de obra divina, os pacientes deveriam ser acolhidos ao menos com
conforto (LOPES, 2001), ou então encarados como castigos impingidos pelos
deuses e por isso tratados com magia, não raro com castigos físicos (ANNES,
2003). Houve casos que foram encarados resultantes de determinadas emoções como
o amor e o ódio como fontes do comportamento humano (a filosofia clássica dos
gregos), os quais foram retomados dois mil anos depois por Freud no Século XIX
(idem). Destacam-se também os métodos científicos de então: a medicina recusava
a pecha da intervenção divina punitiva de pecados, associando os malefícios da
doença a distúrbios da Natureza humana, ou seja, partia do ponto de vista
biológico e que as patologias daí derivavam, o que demonstrara ser bastante
progressista para o pensamento antigo (idem).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Contudo,
foi durante o período de dominação da Igreja católica, manifesta através da Inquisição
medieval, é que os doentes mentais foram encarados como resultado de
intervenção de demônios e, portanto, deveriam sofrer castigos tenebrosos como
“método” de exorcismo. Geraram-se a partir daí o medo e o preconceito em
relação às doenças da alma.</span></b><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">
Quase não havia fronteiras entre o “pecado” e a “loucura”, uma vez que ambos
rompiam com os “mandamentos de Deus”, por isso deveriam ser defenestrados do
convívio aos “tementes do Pai Todo Poderoso”. Nesta linha tênue entre loucura e
pecado, ainda restava pequena chance de salvação para este último, caso se
redimisse; agora, quanto ao louco, restava-lhe o suplício apenas, dispostos em
depósitos de gente, com mínimo amparo humano, haja vista que o sofrimento para
o catolicismo é uma condição para sua libertação. Tudo tende a piorar com a
Reforma luterana (TASCHEN), quando o catolicismo de tipo estoico perde sua
hegemonia no campo da teologia. Se antes havia certa recompensa divina por
cuidar de um doente mental, a partir de Lutero quem apregoava que obras
(caridade) não conduzem ao Paraíso, são considerados indesejáveis e inúteis,
cujo destino foi a segregação pura e degradante, além de cruéis espancamentos, prisões
e correntes, torturas seguidas de bárbaras execuções sumárias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Estas
pechas, “pecado” e “inutilidade” perduraram por muito tempo, em razão dos
preconceitos impostos pela cultura ocidental cristã de claro conteúdo moral-funcional,
não importando o grau da doença, pois até uma simples mania poderia ser
encarada como “loucura” ou mal.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieI1QBL0O0B61DaIHXB6LADnFlwE8T91U3RIlq0sOa7UtpC2IeklBiX3Lr4GCPO-ozToKvIYKKP30_zccaPmIbEFGrWGumwf9Yz59WzhyE0qorM6j3sfnGAlpUlqYPhUGvDSCFioxqAYIP/s1600/sabine10.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="827" data-original-width="576" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieI1QBL0O0B61DaIHXB6LADnFlwE8T91U3RIlq0sOa7UtpC2IeklBiX3Lr4GCPO-ozToKvIYKKP30_zccaPmIbEFGrWGumwf9Yz59WzhyE0qorM6j3sfnGAlpUlqYPhUGvDSCFioxqAYIP/s320/sabine10.jpg" width="222" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Sabine Spielrein, uma mulher<br />além de sua época</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Não por acaso que logo
no início do filme a personagem principal é tratada com extrema violência por
sua família (pai) e logo transposta para o nível institucional (o manicômio).
No início do século XIX a prática comum no “tratamento” da doença mental
passava por submeter o paciente, “educar” para o convívio “acalmando-o” com
banhos frios, chicotadas, sangrias (LOPES, 2001), cujas ideias permaneceriam
até meados do século XX.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">O caso de Sabina Spielrein,
problematizado no filme, é emblemático de sua época, ao tomarmos como sinopse
da Era Vitoriana – a Belle époque – onde o puritanismo e o apelo à moralidade
foram a consequência da Revolução Industrial e do fortalecimento das relações
burguesas e do capitalismo na sua versão imperialista (1839 acontece a Primeira
Guerra do Ópio na China).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A família de classe
média, neste contexto, era a fonte das repressões e exigências morais: pai
ausente e autoritário, mulher submissa como expressão da sociedade patriarcal,
repressora de desejos e impulsos; imperava o moralismo, a disciplina e os
preconceitos relativos ao sexo, cujas certas práticas eram consideradas
repugnantes. A moralidade extrema atingiu praticamente quase todo o Ocidente. A
rainha Vitória chegou ao extremo de cobrir as pernas das mesas do palácio com
imensas toalhas para evitar a conotação sexual das mesmas... Sexo e preguiça
consideravam-se desvios e alvos de repulsa social, sendo que a castidade era
meio e fim de vida. Não obstante, casos de histeria, principalmente feminina
(alvo imediato do puritanismo misógino) apareciam de forma substanciosa neste
período, sob a forma do desejo de morte como solução para sua dor. Sabina foi
internada na Clínica Psiquiátrica de Burghölzli, em Zurique, no mês de Agosto
de 1904, onde conheceu Jung.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Não por coincidência, no
interregno dos séculos XIX e XX a psicanalise teve terreno vasto e fértil para
se desenvolver e surgiu durante esse emaranhado nódulo social aparentemente
inextrincável. Eis então, que sob o signo da repressão sexual, haverá de
surgirem os novos métodos de tratamento das doenças mentais como a histeria,
aos quais o Dr. Jung deu sua contribuição fundamental.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><b><span style="color: red;">PRIMEIRO ACEITAR, LOGO A
NECESSIDADE DE ATENÇÃO, CUIDADO E DOAÇÃO</span></b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Karl Jung, tomando os
ensinamentos de Freud, propõe mudar a forma como se encarava os problemas
mentais, trocando o método repressivo pelo “deixar falar”, modificando
sobremaneira a relação médico são/paciente doente. Assim, a histeria, o desejo
de morte passam a constar como um Universo próprio, que tem origem dada: o pai
repressivo e a religião, no caso judaica, ambos inibidores de desejos. É, antes
de tudo, uma neurose decorrente de relações opressivas num ambiente micro como
a família. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Jung, muito embora não
tivesse em mente a ideia de inclusão conforme a compreendemos hoje, deu os
primeiros passos nesse sentido ao determinar que o terapeuta deve ter um senso
acurado de preocupação com o paciente (o objeto) como uma das trilhas que podem
conduzir à cura.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYjxeVJoZVKMfPWsArvHHYKmAhyphenhyphenj8NtE-mUBETVM4NzxvcAVz9wawG3h5ieNAcfGhNd-JxmjFzxv2kr1GalnmdLj7TT3Ar-uDiu_wY0kSIQS22xrAGBGB1UzUp1E4Yd2-KJOdAX-TWoost/s1600/sabine_jornada.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="250" data-original-width="263" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYjxeVJoZVKMfPWsArvHHYKmAhyphenhyphenj8NtE-mUBETVM4NzxvcAVz9wawG3h5ieNAcfGhNd-JxmjFzxv2kr1GalnmdLj7TT3Ar-uDiu_wY0kSIQS22xrAGBGB1UzUp1E4Yd2-KJOdAX-TWoost/s1600/sabine_jornada.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">O filme, evidentemente
junguiano, trabalhou com o conceito de símbolo, o aspecto dialógico da
consciência com o símbolo. No título, a tradução para o português está
completamente fora de contexto, o que avilta à primeira vista a extensa obra do
eminente psicanalista, já que em italiano o título versa por algo como prender,
doar - “Prendimi l'anima” – como bem é representado no filme quando Jung
entrega um seixo a Sabina, afirmando-lhe ser a sua alma como símbolo de doação
para que ela a protegesse, se tornasse sua guardiã como símbolo de confiança!
Em inglês, segue o mesmo intuito, representa a mesma conotação semântica: “The
Soul Keeper”, guardiã da minha alma! Eis o ponto fulcral metodológico do filme:
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">o aceitar e cuidar </b>(NR: e amar como
desvio ético de método e/ou parte integrante do processo!).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Não só ao médico cabe
encontrar a cura, mas o paciente também exerce influencia sobre com quem o
trata. Um entendimento de Sabina leva a que Jung modifique sua compreensão
acerca do método psicanalítico: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“Quando
eu morrer quero que o doutor Jung receba minha cabeça, somente ele vai abri-la
e disseca-la. Quero que meu corpo seja cremado e as cinzas espalhadas sobre um
carvalho com os dizeres: eu também era um ser humano”</b> (Jornada da Alma). Sentiu-se
profundamente tocado com essa imensa sensibilidade de uma pessoa considerada
“louca” pelas instituições ligadas ao establishment político. A aproximação
humana com o paciente foi tomada como uma forma de melhor compreendê-lo,
entender seu universo e a intensidade de suas emoções mais complexas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Evidente que o método
teve acertos e erros, tanto é verdade que Jung – também portador de certo nível
de transtorno mental, síndrome de pânico na juventude, bipolaridade, sentimentos
de opressão pela personalidade de Freud- desconhecia os limites da aproximação
com o paciente acometido por doença mental, tanto que amiúde envolvia-se
emocionalmente com mulheres em tratamento. Ele mesmo passou a considerar haver
uma tênue fronteira entre o amor e a psicose, haja vista que revela a
intensidade de uma derivação de “loucura”. Posteriormente, em cima das novas
postulações que desenvolvia, rompeu com os princípios (sexuais) freudianos.
Apesar dos percalços de seus envolvimentos, consegue êxito no tratamento de
Sabina e por ela foi essencialmente influenciado ao ensinar-lhe o que é a
paixão, o amor (primeiramente carnal) e a intensidade do que se faz, a sua
reciprocidade, a troca. Houve, na realidade um embate de Sabina com a
personalidade “certinha” de Jung, intensamente condicionada pelo vitorianismo
de então. Ou seja, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Jung lhe ensinou a
necessidade de se cuidar da pessoa; Sabina mostrou-lhe a premência do Amor (não
carnal/carnal) humanitário na psicanálise. Não só Jung, mas Freud modificou suas
ideias acerca do histerismo através dos profícuos artigos científicos elaborados
por Sabina, dos instintos de vida e morte compartilhados com seu mais fiel
discípulo e “filho” </b>(tratamento afetivo detestado por Jung!)<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">. </b>Cabe mencionar, Freud, em suas
insipientes formulações estava ainda impregnado por certo conteúdo misógino,
por exemplo, achava que havia menor capacidade de sublimação das mulheres. A
vida demonstrou quão errado estava Freud: “...transformação sublimatória do
amor a Jung na criação de seu próprio trabalho intelectual, bem como o desejo
de deslocamento do amor por Jung para outro homem, ao mesmo tempo em que a
relação entre os dois sofria picos de encontro e intenso amor erótico, pelo
menos até 1910” (CROMBERG, 2012).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBxGr7U37mrvPJEkZvKizW-APzxTE0nmalI7gCJyOAMTIW6H7mAm6onZlwKJ5yGFAAMGL6F5f1WPwRkdXbaQdhpUcU7wfAD1k3kwMVcsgVtWpWEt-K6IfXMF8MX3fIo1jZSsaPfCQSP1Tn/s1600/sabine_criancaVitoriana.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="173" data-original-width="291" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBxGr7U37mrvPJEkZvKizW-APzxTE0nmalI7gCJyOAMTIW6H7mAm6onZlwKJ5yGFAAMGL6F5f1WPwRkdXbaQdhpUcU7wfAD1k3kwMVcsgVtWpWEt-K6IfXMF8MX3fIo1jZSsaPfCQSP1Tn/s1600/sabine_criancaVitoriana.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Criança da Era Vitoriana:<br />um "problema" sem solução...</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Até poucos anos a obra
de Sabina Spielrein estava no limbo do desconhecimento, seus artigos envoltos
pela poeira dos tempos. Sabina, ao romper com o espírito vitoriano, não pode
ser considerada apenas como “histérica amante” de Jung; em 1912 estava a frente
de Freud ao formular o conceito de pulsão de morte/destruição a partir da
análise profunda da esquizofrenia e da neurose em seu célebre artigo “A
destruição como causa do devir”. Dez anos depois publicou dezenas de obras
sobre psicologia infantil. Portanto, é preciso resgatá-la como <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">uma estudiosa fundadora do método
psicanalítico, uma mulher repleta de desejos não exclusivamente de cunho
sexual, mas os de liberdade e de inclusão de pessoas diferentes como ela o fora.
Nesse sentido, foi a primeira estudiosa a criar uma escola infantil com bases
na psicologia, a chamada “creche branca” em plena Rússia revolucionária de
Lenin e Trotsky </b>– este amicíssimo de Alfred Adler (psicólogo trabalhava com
os aspectos sociais da consciência, o “plano de vida” – rompeu “a tapas” com
Freud)<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">.</b> Acreditando no sonho da
Revolução proferia o sentimento de liberdade para as crianças, a psicoterapia
voltada para os processos de inclusão social, o tratamento de crianças
especiais e pelo amadurecimento crítico e analítico das crianças em geral. Foi
a pioneira na história dos processos inclusivos, para os quais dedicou seu amor
e paixão! O calor da Revolução expandiu a sua paixão e estimulada com fervor
por Trotsky, grande admirador das teorias psicanalíticas e da psicogênese de
Piaget (Sabina colaborou muito com o “pai da psicogênese”). Criou na Rússia
Soviética o Lar Experimental para Crianças ou Casa Branca e assumiu a chefia do
instituto de pedologia (desenvolvimento da infância). As crianças compunham o
primeiro plano dentro das metas da revolução, Sabina estava totalmente engajada
nesse projeto fascinante, muito bem descrito pela historiadora Wendy Goldman no
livro (Mulher, Estado e Revolução - Boitempo Editorial).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><b><span style="color: red;">A MORTE COMO SÍMBOLO
SOPREPUJADA PELA MORTE REAL NO CONTEXTO DA HISTERIA SOCIAL
CONTRARREVOLUCIONÁRIA</span></b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Entretanto, Sabina viria
a sofrer outro tipo de histeria, agora a coletiva: com a morte de Lenin,
abre-se um período de terror na União Soviética, sob o comando de Stalin.
Muitos revolucionários sinceros são assassinados. Em 1936, no auge dos
processos de Moscou, Stalin proíbe a psicanálise em toda a URSS, período
durante o qual o marido de Sabina fora torturado e assassinado. Sabina era
acusada de perverter sexualmente as crianças com sua “concepção burguesa”. Todo
seu longo trabalho em defesa da inclusão fora destruída pela burocracia
estúpida de Stalin e sua camarilha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihv8TGHi6cimCaPHZ2k-bqJv_pn02P8Q8usZ_gWHLkGdOC84CH1MB3bnydrjJxaVlquZmdWQJvqxwFYyyuYEfsZcOa9xKJsLfNdTUvli6SCswxYtCVhhNjN1E3obQwa8ZdQHrwvgT55dmh/s1600/sabineStalin.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1190" data-original-width="1600" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihv8TGHi6cimCaPHZ2k-bqJv_pn02P8Q8usZ_gWHLkGdOC84CH1MB3bnydrjJxaVlquZmdWQJvqxwFYyyuYEfsZcOa9xKJsLfNdTUvli6SCswxYtCVhhNjN1E3obQwa8ZdQHrwvgT55dmh/s320/sabineStalin.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Stalin via educadores soviéticos como "burgueses",<br />foram duramente perseguidos e mortos...</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">O desejo de morte
pré-revolução que acometia Sabina vinha à tona como produto de uma sociedade
extremamente repressora e moralista-burguesa em ascensão. Doravante, superado
esse trauma, graças a proposta inclusiva de Jung, ao trata-la com amor (até
mais do que deveria!), não só se recuperou como passa a elaborar virtuoso
arcabouço teórico no campo da psicopedagogia e sua intensa ligação com seus
sonhos de liberdade alimentados pelos ideais da revolução. A morte como símbolo
estava vencida! Contudo, ela voltaria de forma cruel e ímpia. Com a morte de
Lenin, em 1924, inicia-se o período contrarrevolucionário dirigido por Stalin,
quem instaurou o terror, os <i style="mso-bidi-font-style: normal;">pogroms</i>,
o retrocesso político e cultural, cujo ápice fora o fim da liberdade de
pensamento. Para a camarilha de Stalin, o livre pensar era herança capitalista
não compatível com o socialismo. Assim, creditava que a psicoterapia de Sabina
incentivava a “perversão sexual” das crianças e que outros pensadores russos
como Vigotsky difundiam o pensamento burguês. Foram todos banidos, seus livros
e artigos queimados em praça pública. A sociedade psicanalítica foi extinta em
1929 pela camarilha stalinista, mesmo ano que Leon Trotsky fora expulso da URSS
e Sabina proibida de sair da Rússia. O marido de Sabina, Pavel Scheftel, ao
lado de seus três irmãos, Isaak, Emil e Jeanfora, todos assassinados a mando de
Stalin. O círculo da morte completar-se-ia quando Sabina, aos 56 anos, fora
executada junto com suas duas filhas por grupos paramilitares que ocuparam o
território soviético (SS nazistas) em 1942.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Assim, de “louca” em seu
passado, através de um complexo processo de inclusão, acaba por deixar sua
marca indelével na História, voltada para a colaboração com o bem-estar da
sociedade, traçou seu caminhos mais avançados para o século vindouro! Ainda
bem que sua obra fora desempoeirada em meados dos anos 90, a grande mestre de (vida)
para Jung e Freud que despertou o mundo para a necessidade de pensarmos a
INCLUSÃO no seio da sociedade e a consequente quebra dos preconceitos e dos
tratamentos manicomiais mais agressivos e invasivos (os quais, no Brasil, o
bolsonarismo pretende reviver)! Num ambiente profundamente machista nos estertores
do século XIX e início do XX, uma mulher, aceita no “círculo de Viena”
(sociedade de psicanálise), quebrou paradigmas e criou novas e avançadas perspectivas
sociais, culturais e educacionais para a Humanidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><i><span style="color: #cc0000;">Referências
bibliográficas:</span></i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">ANNES, Sérgio Paulo.
“Psiquiatria para estudantes de medicina”. 03/07/2003 <a href="http://www.annes.com.br/escritos/artigo09.htm">http://www.annes.com.br/escritos/artigo09.htm</a>
acessado em 15 de abril/2018.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">CROMBERG, Renata Udler.
A autoria de Sabina Spielrein. Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes
Sapientiae. São Paulo jun. 2012.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">FILME, Jornada da Alma. <a href="https://youtu.be/HlL5WiKeccE?t=28m4s">https://youtu.be/HlL5WiKeccE?t=28m4s</a>
acesso em 17 de abril de 2018. A versão em italiano é mais fiel: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=psUnwBGU6I0">https://www.youtube.com/watch?v=psUnwBGU6I0</a>;
e ainda a versão original em inglês: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=TwnY5Z8rxpA">https://www.youtube.com/watch?v=TwnY5Z8rxpA</a>
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">LOPES, Maria Helena
Itaqui. Pesquisa em Hospitais Psiquiátricos. 25/08/2001. <a href="https://www.ufrgs.br/bioetica/psiqpes.htm">https://www.ufrgs.br/bioetica/psiqpes.htm</a>
acesso em 15 de abril/2018.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">TASCHEN. Los secretos de
las obras de arte. <a href="http://virusdaarte.net/a-loucura-na-idade-media/">http://virusdaarte.net/a-loucura-na-idade-media/</a>
acessado em 15 de abril de 2018.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<br />Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-70066312449986005992019-01-31T22:26:00.001-02:002019-01-31T22:40:13.372-02:00BRUMADINHO, MARIANA: retratos catastróficos de um Brasil colonial em pleno século XXI aportado pelo “dejeitos” intelectuais do bolsonarismo!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTSJQUOoQmF3GObKCFXVCQfPi6PAsSy3yYlQ4djTXDHHj0mr2dJxgIUKRnmevPoRSADqmILI3xtM3Mjgt_yJu2_6n79gnvPql0ZZHzonuO70dTBgl9PRrzOUwutY1Mk2zA6s6fLy4D5d38/s1600/brumadinho100.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="552" data-original-width="980" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTSJQUOoQmF3GObKCFXVCQfPi6PAsSy3yYlQ4djTXDHHj0mr2dJxgIUKRnmevPoRSADqmILI3xtM3Mjgt_yJu2_6n79gnvPql0ZZHzonuO70dTBgl9PRrzOUwutY1Mk2zA6s6fLy4D5d38/s640/brumadinho100.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 40.25pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: red; font-size: 51.0pt;">“</span><span style="font-size: 51.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-text-raise: -5.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Os carniceiros desolaram as ilhas./Guanahaní foi a primeira/nesta
história de martírios./Os filhos da argila viram/partido/seu sorriso, ferida”,
assim iniciam os versos de Pablo Neruda em seu antológico <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Canto Geral</i>. Lamento elegíaco que se aplica infelizmente à perfeição
no Brasil atual. A catástrofe de Brumadinho é mais uma consequência da
devastação ambiental e social promovida pelas mineradoras, as quais têm como
único objetivo alçar lucros astronômicos na especulação bursátil providos pelos
mais baixos custos possíveis no processo de extração de minérios. Estes irão
abastecer as grandes potencias mundiais, em especial, claro, os Estados Unidos,
principalmente a indústria bélica. Depósitos de rejeitos são produtos
destrutivos mais acabados, vão se acumulando, sendo um após o outro “descartados”,
porém continuam recebendo toneladas de produtos tóxicos, ou seja, ficam sem
manutenção, mas ainda recebendo chorume. Isto porque <b>a Vale S.A. decidiu
ampliar a capacidade do córrego do Feijão em 88%, medida que foi aprovada pelo
governo do estado em dezembro do ano passado, então nas mãos do petista
Fernando Pimentel, que simplificou o processo de concessão ambiental para a
mineradora como se fosse uma exploração de médio porte, mas na verdade, era
exatamente o contrário, havia grande potencial destruidor.</b> Deu vazão - sem trocadilho - ao príncipe da privataria tucana. Para tornar claro o
significado da tragédia resultante da pilhagem colonialista o artigo versará
por alguns pontos fundamentais de forma bastante sintética sem, contudo, cair
em simplificações exageradas.</div>
<a name='more'></a><br />
<o:p></o:p>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHj4HcglTT9n2tJnCTqtXTQrTBwiZQ4Ygfz8I8apFaZP-jkpyVxy9168HCB8e40Ckj_bVHOUjfM8ybbDv7ChPBP2QhB3lzgiFFGN8wgZCPsSpm_jg7587n5HjDS4w5QuZQFwkB4Qmhf0b5/s1600/brumaBarrag.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1440" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHj4HcglTT9n2tJnCTqtXTQrTBwiZQ4Ygfz8I8apFaZP-jkpyVxy9168HCB8e40Ckj_bVHOUjfM8ybbDv7ChPBP2QhB3lzgiFFGN8wgZCPsSpm_jg7587n5HjDS4w5QuZQFwkB4Qmhf0b5/s400/brumaBarrag.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="color: red;">MÉTODO DE EXTRAÇÃO PRIMITIVO, ORIUNDO DO SÉCULO... XVI!</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
O extrativismo predatório é a marca indelével do colonialismo desde
seus primórdios. No capitalismo, contudo, adquire características industriais
de grandes proporções, muito embora em moldes sumamente coloniais tipificados
na mineração de países como México, Bolívia, Chile, Peru, Cuba – estes sob a
ótica do colonialismo espanhol - e, óbvio Brasil (acorrentado por Portugal) no
Antigo Sistema Colonial.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b>Decorridos mais de cinco séculos a América Latina ainda continua à
deriva dos interesses hegemônicos dos países industrializados, os quais auferem
sua busca do lucro sem importar os meios para atingir este objetivo. Tal mentalidade
acentuou-se ainda mais na primeira década deste século, com o aumento das
demandas minerais principalmente da China e Estados Unidos em sua frenética
necessidade de captar produtos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">in natura</i></b>.
De acordo com Gonçalves (2016) “minérios metálicos ferrosos e não ferrosos,
dentre eles o ferro, cobre, bauxita, nióbio, níquel e ouro, presenciaram rápida
exploração e novos investimentos, com impactos na economia e nos territórios de
países como Brasil, Peru, Argentina e Chile”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Empresas transnacionais mergulham de cabeça no chamado mundo das <i style="mso-bidi-font-style: normal;">commodities</i> agrominerais, na verdade
produtos in natura com baixo valor agregado, mas essenciais para a indústria de
alta tecnologia. No Brasil, com seu subsolo privatizado pelos tucanos, atuam
BHP Billinton, Glencore Xtrata, Anglo American, Rio Tinto, Vale S.A, Newmont y
Gold Corporation, Barrick Gold Corporation e AngloGold Ashanti. Estão da mesma
forma agindo em países africanos (só que com massacre militar direto das massas
africanas, principalmente na África Subsaariana, no Congo, sob a égide do
governo Mobutu).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Portanto, devemos partir de um método de análise direto e objetivo: o
ponto nodal do extrativismo mineral está solidamente atado a estratégias de
dominação econômica e militar, nas disputas pelas fontes energéticas e
matérias-primas, ao desenvolvimento de determinação geopolítica de governos e
empresas para aquisição dessas matrizes:<b> “...a existência de vastas jazidas em
processo de exploração, como de cobre no Chile ou de minério de ferro no
Brasil, desperta a atuação das empresas transnacionais interessadas na geração
de lucros em curto prazo</b>, especialmente nos contextos de alta dos preços das <i style="mso-bidi-font-style: normal;">commodities</i> minerais como na primeira
década do século XXI, conforme as oscilações do mercado mundial” (GONÇALVES,
2016).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Concomitante, para cristalizar estes domínios apostam na subalternidade
de governos de países “dependentes” deste modelo exportador primário que tudo
transforma em mercadoria: a terra, as águas, o subsolo, a pessoa, o trabalho,
tudo decomposto em sinergias drenadas para o mercado mundial da informática,
microeletrônica, a química fina e, em pouco tempo, para as inovações quânticas
(a resolução da equação do q-bit está a um passo!). Em outras palavras,
significa que <b>empresas estrangeiras apropriam-se de uma grande parcela do
subsolo a fim de explorá-lo para gerar lucros (e armamentos), não importando o
que há na superfície, relegando a nada a biodiversidade e a questão social da
região praticamente expropriada e sem quaisquer interesses públicos.</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5eO7iU4rp8oESDvonHSIjE3HX9faw_lw6-wHwiyJzLrp_5MjtMMHux-w4DeRHSSwjbkmo9bm_2Zb5MqEDN1XFMFwiJtidark5630tsMl7gg5D1SlkDMT8HbF8Ef_GMANSkEJtSHZTM_Un/s1600/brumaMontante.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="352" data-original-width="482" height="291" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5eO7iU4rp8oESDvonHSIjE3HX9faw_lw6-wHwiyJzLrp_5MjtMMHux-w4DeRHSSwjbkmo9bm_2Zb5MqEDN1XFMFwiJtidark5630tsMl7gg5D1SlkDMT8HbF8Ef_GMANSkEJtSHZTM_Un/s400/brumaMontante.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">O método "Montante", mais barato, porém instável</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;">OS BANDEIRANTES AINDA SÃO A REFERÊNCIA!</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
A maioria das empresas citadas adota como método de mineração o mesmo
que os bandeirantes praticavam no século XVI! Isto é, extração e lavagem do
mineral com água, só que numa escala gigantesca e industrial que implica
imensos volumes de resíduos tóxicos que são depositados em grandes represas,
aliada à dizimação da população nativa. O descarte, lixo tóxico, derivado da
lavagem do mineral é feito pelo sistema “Montante”. De acordo com Cardoso
(2016), consiste no alteamento da barragem com o próprio rejeito mineral:
“Embora este seja o mais utilizado pela maioria das mineradoras, o método de
montante apresenta um baixo controle construtivo tornando-se crítico
principalmente em relação à segurança... método de alteamento à montante
representa um desafio no âmbito geotécnico devido às tensões induzidas, potencial
de liquefação e não consolidação do material utilizado como fundação”. É o mais
barato. Enfim, como demonstra a figura, quanto mais ganha altura, tanto mais
estrangula o lixo tóxico, causando imensa tensão na barragem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;">PRIVATISMO, FRAUDE, BANCADA DA LAMA, INCENTIVO DO PT<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw0Tjk2_Z-e4YvU_Xeq0nLCOVqRc2FOereF7HY3uAiLpNIvhyphenhyphenTK8oc7VIbEuY5nCBeoma46fbmaIDpf_6zru7FJyQ_9qMeDSiiBd3sMMeuOZF81ZtFlmDY3VKfdsnN8tAUJiDEkL50kdVz/s1600/brumaPimental.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="800" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw0Tjk2_Z-e4YvU_Xeq0nLCOVqRc2FOereF7HY3uAiLpNIvhyphenhyphenTK8oc7VIbEuY5nCBeoma46fbmaIDpf_6zru7FJyQ_9qMeDSiiBd3sMMeuOZF81ZtFlmDY3VKfdsnN8tAUJiDEkL50kdVz/s200/brumaPimental.jpg" width="149" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Fernando Pimentel,<br />governador de MG<br />em 2015</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
No âmbito da economia, o rompimento da Vale no Córrego do Feijão, em
Brumadinho é uma consequência lógica do exposto acima. Todas as grandes
mineradoras trilham pelas veredas e oscilações do mercado mundial: quando o
preço dos minérios cai, para manterem seus lucros cortam custos, terceirizam
mão de obra, precarizam a manutenção e segurança de barragens, quando não muito
descartando mesmo. No plano estratégico, as mineradoras intensificam seus
lobbies no parlamento com a finalidade de evitar legislação mais dura em
relação ao extrativismo primário. Compram muitos deputados estaduais, federais
e senadores. Burlam acintosamente a legislação tributária do país: exporta por
empresas coligadas em paraísos fiscais a custos irrisórios, as quais depois
vendem os produtos a preço de mercado, fraudando os tributos devidos no Brasil,
algo em torno de doze bilhões de dólares ao ano. 80% das exportações
brasileiras foram parar nas mãos de empresas com sede na Suíça, nata dos paraísos
fiscais do mundo financeiro e toda cepa de rentistas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Recentemente a chamada “bancada da lama” barrou uma série de medidas
preventivas contra tragédias e crimes ambientais praticados pelas mineradoras.
Os deputados Tadeu Martins Leite (MDB), Gil Pereira (PP) e Thiago Cota (MDB),
afirmando que a possível aprovação do projeto de lei inviabilizaria a mineração
em Minas Gerais. Na Câmara, o deputado Leonardo Quintão (MDB-MG), fiel aliado
de Eduardo Cunha, é o testa de ferro das mineradoras. Não se reelegeu, mas está
com posto chave no governo Bolsonaro. A Vale, em 2014, destinou cerca de R$ 100
milhões para comprar políticos. Em 2015, o governo petista de Pimentel aprovou
o PL2946/15, que favorece a aceleração de concessões de licenças ambientais
para as mineradoras, uma antiga reivindicação das mineradoras no estado,
flexibiliza ainda mais a legislação outrora laxa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Artigo da Carta Capital (29/01) ressalta que “a Vale não devolve o que
deveria para a coletividade que a abriga. A empresa é uma expressão perfeita do
capitalismo neoliberal. A concorrência impõe a lógica do capitalismo sobre cada
empresa: reduzir custos por todos os meios e se apropriar gratuitamente de
recursos coletivos e naturais não renováveis até seu esgotamento. Já o
neoliberalismo exalta a empresa e deslegitima o poder público que poderia impor
regras e custos para as empresas”. O método de ação do ultraneoliberalismo é
esse mesmo, permanecer acima de tudo e de todos em benefício de um punhado de
capitalistas. Só para se ter uma ideia do potencial das minas brasileiras, em
especial o nióbio, conforme o Wikileaks (em 2010), <b>“vazou um documento do
Departamento de Estado dos Estados Unidos, que colocava as minas de nióbio no
Brasil na lista de locais cujos recursos e infraestrutura são essenciais e
estratégicos para os EUA”</b> (Técnico e Mineração, 2014), como resultado de sua
geopolítica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt9vG2xFjdH21ezejW5V4bWXYMJ8mG_4MnHpDO5KIDWNgiaeTQaZJEHa5MMTr6yhaR1WgK-QHN9uzo8BQgZl5L-TbBpkEzJ-QBh1bVsxczNkzR7rcDMs2nWPQmhuXmJs5HuMi6yzOUg9cd/s1600/brumad1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="657" data-original-width="980" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt9vG2xFjdH21ezejW5V4bWXYMJ8mG_4MnHpDO5KIDWNgiaeTQaZJEHa5MMTr6yhaR1WgK-QHN9uzo8BQgZl5L-TbBpkEzJ-QBh1bVsxczNkzR7rcDMs2nWPQmhuXmJs5HuMi6yzOUg9cd/s400/brumad1.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">A ganância capitalista resulta em centenas de corpos</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
A estes criminosos o atual governo mafioso/miliciano se declarou ser
fiel, argumentando que a vida dos empresários é difícil e que a legislação
ambiental e trabalhista impede que eles enriqueçam ainda mais. O poder da Vale
é tão extenso que mesmo após o crime cometido em Mariana, em 2017 mudaram o regime
societário da empresa para novas políticas de mercado e de dividendos, os
lucros, assim, chegaram a valorizar 83% e em 2018 atingiu o seu zênite
econômico de 300 bilhões de reais... As “multas” (que não são pagas) por
desrespeito às frágeis leis ambientais fazem parte da estratégia comercial,
entram no cálculo de custos das empresas: o que é um bilhão de reais perante os
300 bilhões?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
A Vale do Rio Doce, foi criada em 1942, por Getúlio Vargas, com
recursos do Tesouro Nacional, permaneceu durante 55 anos sob controle estatal.
Fernando Henrique Cardoso e sua anturragem plumada acabou com este status quo,
entregou de bandeja a empresas estrangeiras a preços subfaturados e com
dinheiro do BNDES! A “iniciativa privada” não desembolsou um centavo sequer,
pois “pagou” ao Brasil com títulos e moedas podres. FHC, Serra ganharam suas polpudas
propinas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;">CRIMES ERIGIDOS NA LAMA DO ULTRANEOLIBERALISMO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
O modelo privatizado mudou severamente a forma de atuar nas regiões de
mineração, cuja expressão doravante é o autoritarismo e ação muito mais
predatória em relação ao meio ambiente e aos aspectos socioculturais, além do
aumento da produção, da jornada de trabalho dos operários, os quais também
acarretam maior acúmulo de rejeitos. Impera, em sua substância, os interesses
dos acionistas e dos rentistas do mercado financeiro. <b>O real dono da Vale é Benjamin
Steinbruch, que além de devastar os verdes vales mineiros amparado pela lei,
possui dezenas de minas clandestinas, mais precisamente do metal mais
valorizado, o nióbio, absolutamente sem nenhum controle do Estado. Do STF à
Globo, todos protegem este impávido criminoso.</b> A política de Steinbruch beira à
insanidade ao construir a sede da empresa logo abaixo da barragem de lixo
tóxico, condenando à morte cerca de 500 trabalhadores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8_kV_GIAyuQKY_CQk8qnOcvB58aMeqSvkjBHSpRhh3OnkjuGJxIJicvUOcQWSl5nn9f8TPURj8Z9V9xafYim6NnAffGQjDrs2Zr63JNhE5pnf1D0wTITQmtLyKqXf9vD_-iUGKw7uxBsh/s1600/bolsonarosacobosta.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="213" data-original-width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8_kV_GIAyuQKY_CQk8qnOcvB58aMeqSvkjBHSpRhh3OnkjuGJxIJicvUOcQWSl5nn9f8TPURj8Z9V9xafYim6NnAffGQjDrs2Zr63JNhE5pnf1D0wTITQmtLyKqXf9vD_-iUGKw7uxBsh/s1600/bolsonarosacobosta.jpg" /></a></div>
O completo descaso com a vida humana e o ecossistema não são mero
acaso. Faz parte das grandes corporações, que entendem como “acidentes de
percurso”. Nem sequer a sirene foi acionada para avisar a população em
Brumadinho, tal é o interesse do capital em preservar a vida. No rol das
barragens em risco de rompimento estão mais 80 represas (a de Brumadinho nem
constava como de risco...). Bolsonaro e Guedes já anunciaram que vão diminuir a
fiscalização das mineradoras e que a sanha privatista irá seguir (CEMIG,
Eletrobras, Petrobras, aeroportos) incólume, salientando que os “dejeitos” –
emanados de seu cérebro grotesco – da Vale e não têm nada a ver com o governo
federal. Qualifica como “acidente” (tal qual a empresa ultraneoliberal) o crime
praticado pela Vale. Esta politica criminosa somente poderá ser revertida com a
reestatização da Vale, controlada em todos os seus âmbitos pelos trabalhadores
e comunidades, sendo necessária a contraposição ao governo neofascista/milicianista
encastelado no Planalto. Todos os bens da empresa devem ser confiscados para
indenizar as centenas de mortos em Brumadinho. Prisão para Steinbruch, que
desde o desastre criminoso de Mariana, está livre, leve, solto e com os bolsos
cheios de dinheiro, enquanto o povo morre encoberto pela lama tóxica do capital!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<u><i><span style="color: red;">Referências bibliográficas: <o:p></o:p></span></i></u></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: xx-small;">CARDOZO, F. A. C., M. M. Pimenta e A. C. Zingano. Métodos construtivos
de barragens de rejeitos de mineração – uma revisão. In Holos. Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. 2016.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: xx-small;">Carta Capital <a href="https://www.cartacapital.com.br/opiniao/lucro-acima-de-tudo-lama-em-cima-de-todos/?utm_campaign=newsletter_rd_-_30012019&utm_medium=email&utm_source=RD+Station">https://www.cartacapital.com.br/opiniao/lucro-acima-de-tudo-lama-em-cima-de-todos/?utm_campaign=newsletter_rd_-_30012019&utm_medium=email&utm_source=RD+Station</a>
acesso em 28 de janeiro 2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: xx-small;">GONÇALVES, Ricardo J. A. F. Capitalismo extrativista na América Latina
e as contradições da mineração em grande escala no Brasil. In Cadernos
Prolam/USP, v.15, n.29, p.38-55, jul/dez.2016.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: xx-small;">Técnico e Mineração <a href="https://tecnicoemineracao.com.br/tecnicas-de-disposicao-de-rejeitos/">https://tecnicoemineracao.com.br/tecnicas-de-disposicao-de-rejeitos/</a>
acesso em 29 de janeiro 2019.</span><o:p></o:p></div>
<br />Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-34528003456024449582019-01-11T12:35:00.008-02:002021-09-18T23:38:14.961-03:00NEOFASCISTAS QUEREM EXILAR PAULO FREIRE MAIS UMA VEZ: obscurantismo anti-intelectual no Brasil bolsonarizado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizZbZ2w8uR-Rik0n2AP4V3hXvzUHsYOr2bKj3FVfUiDYbNdbG-rvQF11N9wpZXyn2QNSSqmGmqTSWnpMrmwj1_MPeMAU07XtGWOKY2uwY0f6InOWR3BlfsAiw2-VaZG1MP6s4eJVNggkBx/s1200/paulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="788" data-original-width="1200" height="420" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizZbZ2w8uR-Rik0n2AP4V3hXvzUHsYOr2bKj3FVfUiDYbNdbG-rvQF11N9wpZXyn2QNSSqmGmqTSWnpMrmwj1_MPeMAU07XtGWOKY2uwY0f6InOWR3BlfsAiw2-VaZG1MP6s4eJVNggkBx/w640-h420/paulo.jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm; padding: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="break-after: avoid; line-height: 37.9pt; margin-bottom: 0cm; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: red; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 50.5pt;">N</span><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 50.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">a etapa
obscurantista que está aberta no Brasil, o que mais se têm ouvido (ninguém
escreve ou teoriza) na grande mídia patronal é o verso acerca da “doutrinação
marxista” nas escolas públicas, do ensino fundamental (!?!) à Universidade. Fábula
sem quaisquer fundamentos, pois seus “articuladores”, Bolsonaro e seus filhos
nunca leram uma linha sequer do que elaborara o grande mestre da educação,
Paulo Freire. Trata-se precisamente de uma ideologia anticomunista, antissocial,
antieducação para o povo que tem como método de difusão, os <i style="mso-bidi-font-style: normal;">fakenews</i>. Destilam todo seu ódio
descabelado contra algo que não tem capacidade cognitiva de apreender e ter
ciência, o método de alfabetização do renomado pedagogo. Ficam no senso comum da
“convicção” (sem provas) ideológica. De uma primeira abordagem, veremos que o
conjunto programático freireano apresenta encontros dialógicos e desencontros
com o marxismo, sutilmente tangenciais por sinal. Na relação simbiótica (não-comensalista)
entre Freire e Marx destaca-se o profundo desconforto que ambas as práxis
causam nas classes dominantes, a unidade dialógica existente entre os
“esfarrapados”, seus educadores e a realidade social.</span></div>
<a name='more'></a><o:p></o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif";"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "times new roman" , serif;">UM MÉTODO DE
APRENDIZADO POLITIZADO</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">O
trabalho de uma vida inteira de Paulo Freire notabiliza-se por ser muito mais
do que um método. Na <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Pedagogia do
Oprimido</i> oferece-nos todo um sistema filosófico de bases científicas, cuja
aplicabilidade pode ser efetivada em qualquer nível de conhecimento humano no
que se refere ao processo educativo de massas</span></b><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">. Da educação infantil à pós-graduação em se
tratando de seus aspectos formais. Na não-formal pode ser referência nas
ciências da saúde, na assistência social, educação popular, na Cultura etc. Por
seu caráter profundamente elaborado e erudito, pode ser claramente encarado
como uma teoria do conhecimento, ou em palavras mais simples, configura-se em método
de aprender, de conhecer a si e aos outros em seu universo cultural! Teve a
clareza de inserir no conceito de educação o analfabetismo não como um problema
técnico voltado para os tecnocratas de governos de plantão, mas expresso na condição
de grave problema social, produto muitas vezes dessas intervenções de cunho “técnico”
dissociado da realidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">As centenas de
referências teóricas presentes em sua obra derivam de sua essência dialogal com
todos os ramos do saber humano. Tais influências científicas demonstram que
todo ato educativo começa em sua politicidade, a formação de homens e mulheres como
instruções em aberto, inconclusas e permanentes. Ou seja, deixa em aberto o
processo de aprendizagem e atuação em seu meio, rumo à revolução. Por isso, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">a educação não pode ser neutra, dado que a
ação humana sobre a realidade é uma contínua construção e reconstrução de
significados. O princípio da não-neutralidade se dá nos dois polos: na formação
crítica do sujeito e na afirmação do opressor.</b> Em relação a este último,
Paulo Freire usa o termo “hospedeiro do opressor”, graças à “educação
bancária”. Não há possibilidade, nesta perspectiva, da dissociação entre
aprendizagem da leitura, da escrita e a politização em seu meio social: os
alfabetizandos aprendem a “ler o mundo” e a “escrever a sua história”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">A palavra chave para
o aprendizado na visão freireana reside no método da dialogicidade, no quefazer
educativo. De acordo com esse princípio, tanto o educador como o educando se
formam dentro da perspectiva de troca de conhecimentos. Aqui refuta
categoricamente o que chama de “educação bancária”, aquela na qual o educador
seria o único depositante do saber, a fonte inercial de conhecimento que pode
“depositar” na mente (em branco) do educando (analfabeto).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">O aprofundamento
dialógico proposto por Paulo Freire não deriva do improviso, do não pensado; ao
contrário, trata-se de um método científico essencialmente profissional que
abarca etapas de trabalhos bem específicas: a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">investigação temática</b> da comunidade (pesquisa de cunho
sociológico); <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">a tematização</b>
(palavras geradoras do universo cultural desta comunidade) e, por fim, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">a problematização</b> (superação da visão
ingênua pela ótica crítica). O <i style="mso-bidi-font-style: normal;">continuum</i>
nos <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“círculos de cultura”</b> o aperfeiçoamento
deve ser desenvolvido por um grupo de educadores especializados, que podem ser
psicólogos, sociólogos, economistas, médicos etc. É, portanto, um
trabalho, deste a sua origem, cristalinamente profissional. Para Couto (2017) a
alfabetização é “um processo contínuo de aprendizagens e de seu uso social... é
sempre uma ação transformadora, e transformar, nesse sentido, é utilizar o
aprendido para qualificar as intervenções no cotidiano”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdx5qb77kZNA1KN_JKF4UCFCEfvr_XwUYyzqx0xpnAn8ligolt52EshkGDw2vN8FLKsRxIdFNDvCYph9nxQFJzVRqaK9BrIIOOjqZU3Bl6-SJ9pQD50FYqnX_THw9C87hPxVzS6ujHeqD2/s1600/pfbozopastor.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="650" height="107" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdx5qb77kZNA1KN_JKF4UCFCEfvr_XwUYyzqx0xpnAn8ligolt52EshkGDw2vN8FLKsRxIdFNDvCYph9nxQFJzVRqaK9BrIIOOjqZU3Bl6-SJ9pQD50FYqnX_THw9C87hPxVzS6ujHeqD2/s200/pfbozopastor.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: blue;">O reacionarismo em voga</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Os
irracionalistas de hoje (neofascistas e pastores) acusam Paulo Freire de
doutrinador. Contudo, ele sempre se opôs à doutrinação, pois como foi dito
acima, sua prédica é permeada pelo diálogo, o saber científico, a
sensibilidade, o conhecimento técnico nas intervenções culturais, o saber
popular, a diversidade e os direitos humanos</span></b><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">. Gadotti (2018: 9) resume assim o conteúdo do
método freireano: “...politicidade da educação, o reconhecimento da
legitimidade do saber popular, a prática da liberdade como precondição para a
vida democrática, a educação como produção e não meramente como transmissão de
conhecimentos, uma ciência aberta às necessidades populares, a harmonização
entre o formal e não-formal, a recusa ao pensamento fatalista neoliberal e uma
pedagogia comprometida com a cidadania ativa.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";"><span style="color: red;">SERIA PAULO FREIRE
MARXISTA E COMUNISTA?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4hiZci8sUzOkZ8TFpOEA6FkEF2Dl9LJP5C845FvZ6pDqTs73G1ccIoRRHLtlyOJTPQ-3Lk_-Hb1n450vNdxmU8X05YxpDqG48PjdKfs5B6lSucHtF8tv6G11Po6sM6evTxVTyZf_GItE-/s1600/pfmarx.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1410" data-original-width="1290" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4hiZci8sUzOkZ8TFpOEA6FkEF2Dl9LJP5C845FvZ6pDqTs73G1ccIoRRHLtlyOJTPQ-3Lk_-Hb1n450vNdxmU8X05YxpDqG48PjdKfs5B6lSucHtF8tv6G11Po6sM6evTxVTyZf_GItE-/s320/pfmarx.jpg" width="292" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Marx como grande referência de Paulo Freire</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">O “start”
epistemológico de Paulo Freire concentra-se no aspecto bipolar entre
humanização/desumanização. Encontrou em Marx uma fonte inspiradora bastante
sólida, certamente o “Big-Bang” de seu pensamento: “A teoria materialista de
que os homens são produtos das circunstâncias e da educação e de que, portanto,
homens modificados são produtos de circunstâncias diferentes e de educação
modificada, esquece que as circunstâncias são modificadas precisamente pelos homens
e que <i style="mso-bidi-font-style: normal;">o próprio educador precisa ser
educado</i>. Leva, pois, forçosamente, à divisão da sociedade em duas partes,
uma das quais se sobrepõe à sociedade... A coincidência da modificação das
circunstâncias e da atividade humana só pode ser apreendida e racionalmente
compreendia como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">praxis transformadora</i>”
(MARX, 1845, grifos meus).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Converge, não
obstante, dialogicamente com o pensamento de Marx, a de que o Ser Humano é inconcluso,
o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sujeito em si</i>, solto em seu meio.
Somente pode adquirir <i style="mso-bidi-font-style: normal;">consciência para si</i>
quando tomar consciência de sua inconlusão, a consciência de classe perante a
injustiça, exploração e opressão como fatores de sua “humanidade roubada”
(FREIRE 2006: 32) ou <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“ser de menos”</b>.
A luta é travada nestes campos. Porém, a partir daqui os há uma separação
ontológica e política: “Esta luta somente tem sentido quando os oprimidos ao
buscarem recuperar sua humanidade, que é uma forma de cria-la, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">não se sentem idealisticamente opressores,
nem se tornam, de fato, opressores dos opressores</i>, mas restauradores da
humanidade em ambos. E aí está a grande tarefa humanística e histórica dos
oprimidos – libertar-se a si e aos opressores” (Idem: 33, grifo meu) dentro de
seu próprio espaço e tempo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Claro, tal
elaboração é fruto da época mesma em que foi escrita, no calor dos
acontecimentos da década de 60 do século passado, cujas ideias emancipatórias
brotavam às miríades. A Revolução cubana, a revolução cultural maoísta, a luta
pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, a guerra fria, os
movimentos de contracultura (em oposição à Guerra no Vietnã), a crise do
stalinismo e tantos outros mais. Em mente Freire sempre teve que a violência
parte dos opressores, através daquilo que ele definiu como um longo processo de
“desamor” como fruto da desumanização e coisificação do Homem, “...os
oprimidos, lutando por ser, ao retirar-lhes o poder de oprimir e de esmagar,
lhes restauram a humanidade que haviam perdido no uso da opressão” (FREIRE 2006:
47-8). Neste sentido, completa afirmando que “...os freios que antigos
oprimidos devem impor aos antigos opressores para que não voltem a oprimir <i style="mso-bidi-font-style: normal;">não são opressão daqueles a estes</i>”
(idem: 49, grifo meu), concepção que, na verdade, rompe com o marxismo, uma vez
que este prevê a necessidade da ditadura do proletariado (a maioria oprimida)
sobre a burguesia (minoria opressora) para garantir democraticamente a
exequibilidade de seu poder. Posto que a classe dominante não irá abrir mão
pacificamente de suas propriedades, de seu capital, vai reagir com extrema
violência (guerra civil).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrk-3jQcSBab4UzsQJ1SqCjMrJDp_glG_LsxVmSflp5Zfw2EgS63iDNVn2cPokDokwmUS0ZSnfNz0BsBzL26oCHJ0Akne4_O06DOk37C4e34LgTwZVwtSCfbDdLPVkRoSK_kjNLNB0W7SF/s1600/pfAdorno-horlheimer.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="570" data-original-width="1024" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrk-3jQcSBab4UzsQJ1SqCjMrJDp_glG_LsxVmSflp5Zfw2EgS63iDNVn2cPokDokwmUS0ZSnfNz0BsBzL26oCHJ0Akne4_O06DOk37C4e34LgTwZVwtSCfbDdLPVkRoSK_kjNLNB0W7SF/s320/pfAdorno-horlheimer.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue; font-family: inherit; font-size: small;"><span style="color: blue;">Adorno e </span><span style="background-color: white;">Horkheimer</span><span style="color: blue;">, a Escola de Frankfurt</span></span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Até
pode parecer <i style="mso-bidi-font-style: normal;">latu sensu</i> certa
ingenuidade do grande mestre, mas é que ele trabalha com categorias
sócio-políticas diferentes. Um vale-se do âmbito cultural de tipo
gramsciano-cristão segundo o qual o Homem pode ser bom em algum sentido
(esperança, crença no “Messias”, por exemplo), além das fortes influências da
Escola de Frankfurt (Habermas, Adorno, Marcuse, Erich Fromm) que criara a
Teoria Crítica; o outro a concepção de classe social, cujos interesses são irreconciliáveis
com seus opressores (Marx, Lenin, Trotsky).</span></b><span style="font-family: "times new roman" , "serif";"> A primeira forma acredita que os opressores “não
podem perceber, na situação opressora em que estão, como usufrutuários, que, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">se</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ter</i>
é condição para <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ser</i>... Não podem
perceber que, na busca egoísta do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ter</i>
como classe que tem, se afogam na posse e já não são. Já não podem ser (FREIRE
2006: 51, grifos do autor).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Fica a pergunta, o
opressor não se percebe como classe? É evidente que a burguesia tem consciência
de classe, eis o porque do distanciamento epistemológico freireano em relação
ao marxismo que reclama a participação do partido revolucionário que irá depor
a burguesia pela força armada da classe operária! “A insurreição é uma arte e,
como toda a arte, ela tem as suas leis... Na conquista do poder, ao
proletariado não lhe basta uma insurreição das forças elementares. É preciso
uma organização correspondente, falta-lhe um plano, precisa de uma conspiração...”
(TROTSKY 1930), de militantes que atuem em suas bases, ou células operárias.
Freire recusa o “dirigismo” (2006: 63).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">O arcabouço teórico
freireano não considera a necessidade da repressão democrática sobre o opressor
de outrora, para ele “não é uma troca de lugar”, nem a libertação pode ser
feita por “outros”, tampouco por via de propaganda (programa partidário) a não
ser através da condição dialogal (FREIRE: 60-1).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Enfim,
ontologicamente falando, o sujeito entre ambas as concepções são os mesmos, mas
em seu conteúdo epistemológico/metodológico se separam diametralmente quando
trata da ação prática contra a classe dominante. O marxismo tem como ponto de
partida a luta de classes, o espírito guerreiro, a conspiratividade e o embate
polêmico de ideias vivas. Freire acredita que “os homens se educam em comunhão”
(2006: 79). Mais adiante, na página 91, enfatiza que não é uma discussão
guerreira, baseada na polêmica entre os vários sujeitos que não buscam a
verdade, mas a imposição de um sobre o outro. Necessário enfatizar que marxismo
e as ideias de Freire são campos distintos com o qual este trava um diálogo! <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“A Pedagogia do oprimido representa um
avanço em sua elaboração teórica onde coexistem categorias de origem cristã,
como a ideia de diálogo e influências marxistas, como a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">noção</i> de classe social”</b> (GADOTTI, 2018, grifo meu).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";"><span style="color: red;">BODE EXPIATÓRIO DE
CONSERVADORES E REACIONÁRIOS, PASTORES E GENERAIS. ACABAR COM O QUE NÃO
EXISTE!!!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Desde 2013, quando
se inaugurou a sanha conservadora, os paneleiros-patos que vociferavam “menos
Paulo Freire” contra a presidenta Dilma e o ulterior golpe que a depôs, foi
aberta a caixa de pandora anticomunista. Que numa avaliação fina, constata-se
que esteve muito distante de uma mobilização revolucionária como apontam a
maioria das ufanistas correntes de esquerda no Brasil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAZuE1sPySvYSa90wf6wP3SaHonyyiLldD-oTD2Fpeo1tO4a6vBpsQL5pHU5ruB39TyxNkjv_qdHX10FdqO4CuLO4y_9FKvUxrrMTx4EDMPJcHVIIc_Fiep4EBkOdOSKTrK1tGsMGNZ6g3/s1600/pfpaneleiros.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="370" data-original-width="311" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAZuE1sPySvYSa90wf6wP3SaHonyyiLldD-oTD2Fpeo1tO4a6vBpsQL5pHU5ruB39TyxNkjv_qdHX10FdqO4CuLO4y_9FKvUxrrMTx4EDMPJcHVIIc_Fiep4EBkOdOSKTrK1tGsMGNZ6g3/s320/pfpaneleiros.jpg" width="267" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: blue;">Paneleiros e patos de amarelo e o ódio de<br />classe contra Paulo Freire e a<br />educação libertadora</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Na sua recente
cruzada irracionalista Bolsonaro toma como principal problema da educação
brasileira escolas públicas impregnadas com “ensinamentos marxistas”, os quais
atrapalham o desenvolvimento dos alunos e, por causa disso “vai entrar com um
lança-chamas no MEC e tirar Paulo Freire lá de dentro” (FOLHA, 25/10/2018).
Como se esse fosse o real problema da educação no Brasil e não a precariedade
material das escolas, a falta de verbas, salários aviltados dos educadores, a
imensa corrupção na extensa teia organizativa do sistema educacional, o roubo
da merenda escolar. O rol é quase infinito... Contudo, o problema é a
doutrinação marxista! Bolsonaro empossou vários adeptos do astrólogo Olavo de
Carvalho no MEC<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><sup><span style="color: red;">1</span></sup></b>, sem que tenham qualquer experiência em
gestão escolar em nível nacional. Para o Inep, órgão responsável pelo Enem,
assumiu um sujeito formado em EAD no Youtube por Olavo! Há inclusive um militar
na pasta...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Para piorar o que
já é ruim, aparecem os adeptos e fanáticos religiosos da “escola sem partido”,
segundo o projeto os pais devem ser respeitados e que “seus filhos recebam a
educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções”, cujos
“valores de ordem familiar precedam sobre a educação escolar...” (FOLHA,
08/06/2018). Ou seja, na família a criança deve ser um sujeito; na escola
outro: a escola ensina, a família educa, eis o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">chavão preconceituoso oriundo do senso comum (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">fakenews)</i> presentes nas redes sociais e mídia corporativa, no
intuito de colocar uma mordaça nos professores, destruir a liberdade de cátedra
garantida até mesmo pela Constituição de 1988. Tais ideias não têm
absolutamente nenhum fundamento pedagógico, nenhuma base científica, apenas
preconceito e ódio de classe.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">É de conhecimento
da maioria dos educadores que o sistema educacional brasileiro carece de
influências freireanas, tal como nos diz a professora Andrea Gouvea em
entrevista à Folha (6/01/2019): “Há um desconhecimento e preconceitos [por
parte de quem o ataca], o que impede um debate. Nem há predominância de Paulo
Freire em nenhuma diretriz educacional”. Portanto, a ideia de expurgar Paulo
Freire das escolas já por si só uma aberração, na verdade um recurso
diversionista para quem tem como único recurso privatizar o sistema público de
ensino. A “escola sem partido” revela-se uma fraude para substituir a
recém-criada Base Nacional Comum Curricular da educação infantil e do ensino
fundamental, que nem mesmo cita Paulo Freire. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Expurgar algo que não existe?</b> O professor Júlio Emílio
Diniz-Pereira, da Universidade Federal de Minas Gerais, enfatiza e deixa bem
claro que “A minha experiência empírica é de uma grande ausência de Paulo
Freire nas licenciaturas e nos cursos de formação de professores” (Idem).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Parafraseando o grande
mestre, a única doutrina existente nos dias atuais é aquela exposta pela
“educação bancária” que impõe conteúdos sem que haja uma reflexão por parte do
educando, encarado como mera caixa para depositar conteúdos pré-concebidos em
gabinetes de tecnocratas. O método dialógico-reflexivo fez com que após o golpe
militar de 1964 Paulo Freire fosse expulso do país. Bolsonaro, caudatário das
ideias retrógradas dos militares golpistas pensa em exilar Paulo Freire pela
segunda vez, agora em morte de seu corpo, mas presente em cognoscibilidade,
coração e amor (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">versus</i> as veias do
“desamor” abertas pelos obscurantistas) nas mentes pedagógicas do nosso país.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">É preciso
compreender Paulo Freire a partir do que ele mesmo definiu como
“tridimensionalidade do tempo” e na interdisciplinaridade do diálogo como um “ser
conectivo”<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><sup><span style="color: red;">2</span></sup></b>
(DOCUMENTÁRIO 2006). Os animais vivem e existem num infinito presente, enquanto
os seres humanos existem e são históricos em seu passado, presente e futuro
refletindo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">in continuum</i> sua
criatividade imanente no Universo de seu conhecimento, imersos profundamente
nas três dimensões de seu espaço-tempo na preparação de um novo Ser, educado
para uma sociedade de novo tipo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;"><u><span style="color: #cc0000;">Notas e referência bibliográficas: </span></u><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">1 <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Ministério da Educação de Bolsonaro:</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Ministro
- Ricardo Vélez Rodriguez<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Chefe
de Gabinete - Tiago Tondinelli<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Secretário-executivo
- Luiz Antonio Tozi<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Secretária
de Educação - Básica Tania Leme de Almeida<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Secretário
de Alfabetização - Carlos Francisco de Paula Nadalin<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Secretário
de Educação Superior - Mauro Luiz Rabelo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Secretário
de Educação Profissional e Tecnológica - Alexandro Ferreira de Souza<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Secretário
de Regulação e Supervisão e Educação Superior - Marco Antonio Barroso Faria<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Secretário
de Modalidades Especializadas de Educação Bernardo - Goytacazes de Araújo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Presidente
da Capes - Anderson Ribeiro Correia<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Presidente
do FNDE - Carlos Alberto Decotelli da Silva<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Presidente
do Inep - Marcos Vinícius Rodrigues<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Presidente
EBSERH - General Oswaldo de Jesus Ferreira<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.3333px;">2 </span><a href="https://api.tvescola.org.br/tve/video/paulofreirecontemporaneo" style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 13.3333px;">https://api.tvescola.org.br/tve/video/paulofreirecontemporaneo</a><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.3333px;"> . 2006. Imagens raras e a explanação do método por Paulo Freire, seguidores e alunos. 19:26 a 19:53 min.</span><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">BRANDÃO,
Lucas. A escola de Frankfurt e a Teoria Crítica. </span><span lang="EN-US" style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">In <a href="https://www.comunidadeculturaearte.com/a-escola-de-frankfurt-e-a-teoria-critica/">https://www.comunidadeculturaearte.com/a-escola-de-frankfurt-e-a-teoria-critica/</a>
. Acesso em 03 de janeiro de 2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">COUTO,
Sonia. 20 anos sem Paulo Freire: uma memória atual e necessária. 02 de maio de
2017. In </span><a href="http://www.cartaeducacao.com.br/artigo/20-anos-sem-paulo-freire-uma-memoria-atual-e-necessaria/"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">http://www.cartaeducacao.com.br/artigo/20-anos-sem-paulo-freire-uma-memoria-atual-e-necessaria/</span></a><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;"> Acesso em 03 de
janeiro de 2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">Documentário
Paulo Freire contemporâneo <a href="https://api.tvescola.org.br/tve/video/paulofreirecontemporaneo">https://api.tvescola.org.br/tve/video/paulofreirecontemporaneo</a>
. Imagens raras e a explanação do método por Paulo Freire, seguidores e alunos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">FOLHA
de São Paulo.</span><span style="font-size: 10pt;"> </span><a href="https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2019/01/na-mira-de-bolsonaro-obra-de-paulo-freire-e-pilar-de-escolas-de-elite.shtml?fbclid=IwAR3I0SdEaBRo3bbNu1APBPoA5CKj7YtReB4jmU75bPLEFFPhTsnhbYwS4D8"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2019/01/na-mira-de-bolsonaro-obra-de-paulo-freire-e-pilar-de-escolas-de-elite.shtml?fbclid=IwAR3I0SdEaBRo3bbNu1APBPoA5CKj7YtReB4jmU75bPLEFFPhTsnhbYwS4D8</span></a><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;"> . Acesso em 10
de janeiro de 2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">_________________.
</span><a href="https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/10/na-mira-de-bolsonaro-paulo-freire-nao-esta-no-curriculo-mas-e-referencia-em-escolas.shtml"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/10/na-mira-de-bolsonaro-paulo-freire-nao-esta-no-curriculo-mas-e-referencia-em-escolas.shtml</span></a><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>acesso 10 de janeiro de 2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">FREIRE,
Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro. Paz e Terra. 44ª edição. 2006.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">GADOTTI,
Moacir. Pedagogia do oprimido como pedagogia da autonomia e da esperança <i style="mso-bidi-font-style: normal;">in</i> Revista UniFreire, Ano 6, ed. 6, dez.
2028. </span><a href="https://www.paulofreire.org/download/pdf/Revista_Unifreire_28_12_2018.pdf"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">https://www.paulofreire.org/download/pdf/Revista_Unifreire_28_12_2018.pdf</span></a><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;"> Acesso em 07 de
janeiro de 2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">MARX,
Karl. Teses sobre Feuerbach. 1845 <i style="mso-bidi-font-style: normal;">in</i> </span><a href="http://www.unioeste.br/projetos/histedopr/bibliografia/Teses_Feuerbach.pdf"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">http://www.unioeste.br/projetos/histedopr/bibliografia/Teses_Feuerbach.pdf</span></a><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;"> Acesso em 06 de
janeiro de 2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">TROTSKY,
Leon. A arte da insurreição in História da Revolução Russa. 1930 in </span><a href="https://www.marxists.org/portugues/trotsky/1930/historia/cap43.htm"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;">https://www.marxists.org/portugues/trotsky/1930/historia/cap43.htm</span></a><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10pt;"> Acesso em 04 de
janeiro de 2019.<o:p></o:p></span></div>
<br />Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1910804538192581570.post-38273137166097956642018-07-29T17:43:00.003-03:002018-07-29T17:46:10.345-03:00CRISE NA NICARÁGUA: um barco à deriva não pode ser abandonado sobre as águas turbulentas do Império. Defender sem hesitar o país da Revolução Sandinista contra a intervenção de Trump e dos neocon!!!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinMFnbrEqCZYcaE9Ls-NBOFb126ZcRa5z3Y2FFtqbqvH5c2wSd55V8t-gmUHm3ms6dAkuk0h3LI-AODlhL9dsBEKBjSlyB7doTdqVEYg6_i1H3vPfX09VQ1KnGaWxTE4TvWnDhU50qxltL/s1600/nic_rebeldes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinMFnbrEqCZYcaE9Ls-NBOFb126ZcRa5z3Y2FFtqbqvH5c2wSd55V8t-gmUHm3ms6dAkuk0h3LI-AODlhL9dsBEKBjSlyB7doTdqVEYg6_i1H3vPfX09VQ1KnGaWxTE4TvWnDhU50qxltL/s640/nic_rebeldes.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly;">
<table align="left" cellpadding="0" cellspacing="0" hspace="0" vspace="0">
<tbody>
<tr>
<td align="left" style="padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 40.25pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-element-anchor-horizontal: column; mso-element-anchor-vertical: paragraph; mso-element-linespan: 3; mso-element-wrap: around; mso-element: dropcap-dropped; mso-height-rule: exactly; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid; vertical-align: baseline;">
<span style="color: red; font-size: 55.0pt;">P</span><span style="font-size: 55.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-text-raise: -5.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
assado algum tempo desde que a Nicarágua submergiu nas profundezas da
crise política após o governo Ortega desastrosamente ter tentado implantar verticalmente
uma reforma na previdência por pressão do FMI. Por isso, agora faz jus
aplicarmos um claro método de análise a fim de que possamos aferir a magnitude
dos acontecimentos no país onde triunfou a Revolução Sandinista em 1979 ao
depor pelas armas o ditador e sicário do Império, Anastácio Somoza. Isto porque
até o presente quase todas as correntes da esquerda mundial fazem profissão de
fé que os dissabores do governo sandinista devem-se exclusivamente pela
política equivocada dos ex-revolucionários, descartando a participação dos
órgãos de inteligência e do Departamento de Estado dos EUA. Encampam esta
vertente, como não seria novidade, as correntes morenistas (LIT/PSTU, CST, MES...),
cujas bases programáticas estão solidamente enraizadas na democracia burguesa:
as quais podem assim ser resumidas “Ortega é um ditador sanguinário e
assassino” e, portanto, deve ser apeado do poder, não interessa por quem. Fácil
adentrar nesse terreno; difícil, contudo, é engolir essa patranha! Revela, antes
de tudo, o grau de deterioração desta pseudo-esquerda, amiúde alinhada com a
mídia corporativa ou com a opinião pública pequeno-burguesa, cujo cerne sempre
fora o senso comum direitista. Muito longe desta perspectiva sombria e errática,
o método marxista deve ser aplicado com rigor, orientando a análise para romper
com programa identitário da neo-esquerda antirrevolucionária. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A real situação deve ser abarcada através
do ponto de partida geopolítico, o qual sempre permeou a realidade da América
Central e do Caribe, ou seja, qual o papel cumpriam diante do monstro
imperialista os governos da centro-esquerda burguesas nesses países. A pergunta
correta, nesse sentido, a ser feita é quais os determinantes do Império nesta
região?</b></div>
<a name='more'></a><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p></o:p></b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNtBsLycMI6QP3-8h_8qUfhn2xKYCktas7l4TQQQdLOTWUe80p-U1qOMKz49pv-nP7CcAcbtZEO7LpGcth7ZegTPrHBoQBM9JSSLoTTS3wDctdydGTCdFifz9qz2pNc8LVAZc6YUBAXqxE/s1600/nic_monroe.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="850" data-original-width="1100" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNtBsLycMI6QP3-8h_8qUfhn2xKYCktas7l4TQQQdLOTWUe80p-U1qOMKz49pv-nP7CcAcbtZEO7LpGcth7ZegTPrHBoQBM9JSSLoTTS3wDctdydGTCdFifz9qz2pNc8LVAZc6YUBAXqxE/s400/nic_monroe.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<o:p> </o:p><span style="color: red;">A AMÉRICA NÃO MAIS PARA OS AMERICANOS?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Os EUA foram se solidificando militar, econômica e politicamente
perante o mundo desde os estertores do século XVIII, imediatamente após a o
sangrento processo de independência das 13 Colônias e à custa do massacre de
sua população indígena (a marcha para o Oeste) e o roubo de terras antes
pertencentes à Espanha (México/Califórnia). Nesta caminhada de destruição
prosseguem as ameaças sob a égide do governo Monroe que forja a índole
expansionista doravante rumo ao sul, na declaração que ficou conhecida como a
“América para os Americanos”, a “Doutrina Monroe” que definiu como sua a
América Latina e não aceitaria qualquer ingerência europeia em toda a área. Em
seu próprio território tal prática ia sendo cumprida à risca, como vista
durante a Guerra Civil, nos combates contra os Confederados. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A partir do Norte, rumo ao Oeste e Sul, em
última análise, se desenvolveu um processo de acumulação primitiva de capitais
que conduziu sobremaneira os EUA a sua doutrina e política expansionista sobre
todo o planeta, culminando no início do século XX com os preceitos bélicos do
“Big Stick”</b> de Roosevelt assumindo assim beligerantemente a hegemonia sobre
o continente das Américas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
A abordagem da crise será endógena, quando múltiplos fatores
desencadearam os eventos; e exógena, a mais crucial, que determina os supostos
erros de Ortega e sua violenta repressão aos movimentos de massa, bem como a
caracterização mais precisa da situação política nos últimos dias de embate
social.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Os Estados Unidos sempre cultivaram um sentimento de posse, de
propriedade, seu quintal toda a América Central. A Nicarágua em pelo menos 200
anos não foge a essa regra básica. Seu objetivo sempre foi ter o território
nicaraguense sob seu controle domínio. Desde o mercenário Willian Walker que
invadiu a Nicarágua em 1856, até os anos 1912 e 1933 quando as ocupações
militares foram efetivadas de forma sistemática no país, época durante a qual
aparece o dirigente Augusto Cesar Sandino. Duas centenas de anos não podem ser
subestimadas numa análise histórica das intervenções americanas precisamente na
Nicarágua. Vamos mais longe, como retrata objetivamente documentos do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">WikiLeaks</i>: “no caso da Nicarágua, após o
triunfo de Daniel Ortega em 2007, a Embaixada dos EUA nesse país lançou um
programa de apoio intensivo ao partido da oposição de direita, Alianza Liberal
Nicaraguense (ALN)”<span style="color: red;">1</span>. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Os instrumentos/agentes intervencionistas observam o que reza os
manuais de desestabilização de governos não alinhados ditados pelos organismos
de inteligência dos EUA, muito similar (não idêntico) ao que acontece na
Venezuela, vivenciou o Brasil durante as “Jornadas de Junho”, no Paraguai em
2012 ou, mais longe, a forma como foi aniquilada a Líbia de Ghadaffi, a
proliferação dos bandos neonazistas na Ucrânia em 2013, e ainda as “forças” que
visam isolar Bashar Al Assad na Síria através dos “insurgentes rebeldes”. O
completo domínio do Caribe sempre foi considerado como uma questão de Segurança
Nacional para a América do Norte! Segundo os neo-esquerdistas não o seria mais,
pois Ortega é gente sua! Simples...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Em nível interno, como é possível um país há pouco sem nenhum problema
mais intenso, de uma hora para outra entra em convulsão social? A previdência
(INSS: Instituto Nicaraguense de Seguro Social) vinha se destacando como uma
das mais sólidas de toda a América Latina e muito superior as do istmo; os
baixos índices de criminalidade <span style="color: red;">2</span>, bem abaixo do
restante: Honduras, sob controle direto dos EUA tem uma taxa de 85,7 homicídios
a cada 100.000 habitantes; a Nicarágua, situa-se na casa dos 6 por 100.000!
Portanto, poderia ser considerado um país bastante seguro para se viver.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
No aspecto social também se destacava por certa estabilidade, mesmo que
tenha sido um dos países mais pobres das Américas, acima somente do Haiti. E
quem nos apresenta isso não é nenhum esquerdista ou orteguista; vem dos
balanços financeiros do Banco Mundial: entre 2014 e 2016 a pobreza diminuiu de
29,6 para 24,9%, cujo PIB oscilava em 4%: em 2011, “o crescimento atingiu um
recorde de 5,1%, com uma desaceleração de 4,7 e 4,5 em 2016 e 2017,
respectivamente. Para este ano, o prognóstico situa-se em 4,4%, com o qual a
Nicarágua coloca-se no segundo lugar de crescimento entre os países da América
Central, com perspectivas favoráveis para os investimentos estrangeiros diretos
e o comércio”<span style="color: red;">3</span>. O Banco Centro-americano de
Integração Econômica, relata que o déficit fiscal nicaraguense foi de 2,5%. Só
a título de comparação, o déficit na Argentina foi de 4%! Neste quadro, no
final de 2016, Daniel Ortega foi eleito com 72% dos votos, o que foi o
suficiente para a mídia cloaca mundial denunciar aos quatro cantos a existência
de fraude dando voz à burguesia vernácula inconformada pelo fato do casal
Ortega não levar adiante a sua política neoliberal de privatizações do sistema
previdenciário...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;">OS EQUÍVOCOS NEOLIBERAIS DO CASAL ORTEGA</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGj7WmEnw58eDRyLgaES1zb_gLHTY8uSyAzMGbzmhIkiGXaNThtiQzb3vJ7-RUPozSo9ewAB5v2gUHu7GxX4Bj43WDpqO_lQjRa5NGWNJDeQZzDFK3ypzUf8XQyktgQ77rIRzfRvsdthdH/s1600/NICARAGUA-TERRORISTAS.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="667" height="191" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGj7WmEnw58eDRyLgaES1zb_gLHTY8uSyAzMGbzmhIkiGXaNThtiQzb3vJ7-RUPozSo9ewAB5v2gUHu7GxX4Bj43WDpqO_lQjRa5NGWNJDeQZzDFK3ypzUf8XQyktgQ77rIRzfRvsdthdH/s320/NICARAGUA-TERRORISTAS.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: blue;"><i>Playboys marombados à serviço de Trump</i></span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Daniel Ortega e Rosario Murillo cometeram o erro de aliar-se com a
oligarquia e seus representantes no Congresso, os inimigos históricos da FSLN
que pressionaram o governo a colocar uma reforma previdenciária draconiana em
consonância com o FMI, o que provocou a ira não só dos trabalhadores como do
empresariado fortemente alinhado com Washington, porque estes estavam marcados
para contribuir com uma maior fatia de impostos. Grande parte das conquistas
sociais advindas da Revolução foi pouco a pouco sendo descartada ao longo da
gestão orteguista, hoje alinhada com a reacionaríssima Igreja católica. Dada a
imensa multidão que acorreu ao protesto em Manágua no mês de abril, o governo
recuou quatro dias depois do anunciado. Mas as mobilizações continuaram,
doravante nas mais diversas e remotas regiões do país. Na mesma proporção
aumentou a força do aparato repressivo, o que só alimentou ainda mais o caráter
de frente sediciosa opositora, cujas reivindicações são a renúncia do
presidente e a convocação de novas eleições, conclamando sem dúvida, a um golpe
de estado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;">A GUERRA COMERCIAL CONTRA PEQUIM<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqzTdMPvedOXIBGrN95f4RBkLdiHFGlqWoWf5_TxlS5O7nSNLHcQn5PgHmeApvOyLFmAPoWN_JV-K6dijXpZxQwOrxDzppTWZZUTfY59lagaBmlcPWRCdUtFuwQhZOW3hvAMKIuae9Y2Ej/s1600/nic_canal.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="421" data-original-width="600" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqzTdMPvedOXIBGrN95f4RBkLdiHFGlqWoWf5_TxlS5O7nSNLHcQn5PgHmeApvOyLFmAPoWN_JV-K6dijXpZxQwOrxDzppTWZZUTfY59lagaBmlcPWRCdUtFuwQhZOW3hvAMKIuae9Y2Ej/s320/nic_canal.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Contudo, qual é o elemento causal dos levantes em todo o país? É
necessário voltarmos para o raciocínio inicial acerca dos interesses
geopolíticos ianques na Nicarágua e América Central de forma geral. O grande
sonho americano visa materializar um canal interoceânico em solo nicaraguense
desde o início do século XX. O revés desta política era o medo enfadonho que
uma potência europeia o fizesse - a França começou a construir um canal via
Panamá. Os EUA frustraram a aspiração francesa, ao invadir o Panamá em 1904 e
tomar o projeto para si. Desde então, o Império impede que rotas interoceânicas
alternativas compitam com o Canal do Panamá. Ao longo do século XX e XXI esta
foi a preocupação latente do Departamento de Estado americano. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Para seu desespero, o casal Ortega abre
condições para que um canal seja construído com capitais chineses e apoiado pela Rússia, fato que se
colocado em prática poderia quebrar a estabilidade hegemônica dos EUA no
Caribe, o equilíbrio estratégico estaria bastante alterado. Para o Pentágono a
região caribenha é considerada “Mare Nostrum”,</b> denotando a antiga “Doutrina
Monroe” agora posta sobre a mesa novamente! Para Trump nada poderia ser mais
ameaçador do que a presença chinesa em seu quintal! Uma vez instalados, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">os chineses desempenhariam não apenas um
papel comercial conflitivo com os interesses americanos, como evidentemente
instalaria bases militares nas suas barbas</b>. E então, pode-se aventar que
não há nenhuma participação dos EUA nos protestos antigoverno sandinista? Não
esquecer que Ortega tem grandes e profundas relações de amizade e comércio com
Cuba, Venezuela e os países da ALBA! Washington tem todo interesse em uma
“mudança de regime” tal qual ocorreu no Brasil, por exemplo. Ou seja, há todo
um ambiente armado para um golpe de Estado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibvqApCd8TRRYfH9PZZ17JYKFUyTFsEdgQfH37xCjczqyLma9DT_SiittU2OTediLcqmjGxFnCoESKjZZUHyczTQUBTGj_v8e7FMuVLQf6VWbPrUCLlzVLQVlZTC7NsTCmWDk1iur7gtML/s1600/nic_comandoSul2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="491" data-original-width="361" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibvqApCd8TRRYfH9PZZ17JYKFUyTFsEdgQfH37xCjczqyLma9DT_SiittU2OTediLcqmjGxFnCoESKjZZUHyczTQUBTGj_v8e7FMuVLQf6VWbPrUCLlzVLQVlZTC7NsTCmWDk1iur7gtML/s320/nic_comandoSul2.jpg" width="235" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: blue;"><i>Emblema do Comando Sul dos EUA</i></span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Neste quadro, a Casa Branca vem se valendo de todos os meios para
intervir na crise, a fim de debilitar o governo de Daniel Ortega e por a termo
o acordo com a China. Seu método: um enxame de ONGs “humanitárias”, organizações
da sociedade civil cooptadas, a mídia corporativa e seus factoides. Esses
setores partem para a propaganda ideológica denunciando os “horrores” cometidos
pelos ditadores encastelados em Manágua, tudo sob o incentivo do “Comando Sul
dos Estados Unidos” <span style="color: red;">4</span> e o “Cartel de Lima”. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A intensa campanha tem por objetivo a
convalidação de uma violenta erradicação dos sandinistas do poder através da
“invasão humanitária”, um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">déjà vu</i> dos
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">modus operandi</i> das intervenções efetivadas
em diversas partes do mundo.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">MODUS OPERANDI</i> DA
DESESTABILIZAÇÃO DE REGIMES POLÍTICOS</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Em questão entram de sola os paramilitares, mercenários disfarçados de
estudantes universitários, jovens dispostos a sacrificar-se, matar, incendiar,
destruir. Porém, tem que dar-lhes credibilidade através da opinião pública,
porque senão perde eficácia: é preciso dar vazão aos protestos, cujo emblema
central reside na corrupção desenfreada na cúpula sandinista (coincidência com
o que ocorre no Brasil?). Mesmo que os altos dirigentes sandinistas tenham se
degenerado no correr dos tempos ao promover alianças com seus inimigos
históricos como a Igreja católica e o empresariado associado à Câmara de
Comércio norte-americana e, por isso, a política tenha se concentrado no casal
presidencial como alvo da ira “popular”. Evidentemente, que o desgaste também
está ligado à involução política do sandinismo e o rompimento de seu fio
revolucionário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Todo um aparato de desestabilização foi oportunisticamente montado para
se aproveitar do enfraquecimento do governo e dar louros à “oposição”. Só não
enxerga isso quem realmente não quer ver! A mídia cloaca cumpre seu papel de
difundir as “atrocidades” do governo como se factoides fossem verdades
absolutas e irrefutáveis. ONGs a soldo de Trump contam mais de 400 mortes de
manifestantes desde que se iniciara a escalada de conflitos com a aquiescência
da OEA.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;">“O FILHO DA PUTA É NOSSO”!</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Em uma guerra, Washington não tem o menor escrúpulo moral para atingir
seus objetivos: recruta toda espécie de gente, como playboys marombados e
acéfalos, drogados, narcotraficantes, mercenários, assassinos, lumpens de várias
gamas etc. Rezam que assim virão atrás as jovens gerações que nem sequer sabem
montar um coquetel molotov ou como se organizar politicamente. Basta ver que a
dinastia Somoza contou sempre com os aportes dos EUA já na década de 30 do
século passado. O último Somoza governou a Nicarágua de 1967 a 1979 quando foi
derrubado pelos sandinistas. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O apoio ianque
ao somozismo era total: Roosevelt disse em 1939 que “Somoza pode ser um filho
da puta, mas é o nosso filho da puta!”. Se os EUA recorreram a uma sangrenta
ditadura durante décadas, porque iria abrir mão de seus “investimentos” de uma
hora para outra? Não faz o menor sentido descartar a participação do Império no
processo de desestabilização do governo sandinista</b>. Logo defenestrado o
ditador em 1979, Reagan tratou de criar forças paramilitares e mercenárias em
Honduras para combater os revolucionários, tal é a importância da região para
os interesses geopolíticos americanos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Formada a “oposição”, o grupo conhecido como M19, de extrema direita,
foi a Washington reunir-se com outro grupo, o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Freedom House</i> seita igualmente direitista que defende o Estado
americano. Com esta “ajuda”, foram a D. Trump suplicar que o governo
estadunidense enviasse aportes e forças especiais para combater Ortega. O M19
posou com os neocon do Congresso, foram gentilmente conduzidos para o
Departamento de Estado para clamar por poder bélico através do USAID. Antes, a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">National Endowment for Democracy</i> (NED)<span style="color: red;">5</span> afirmara que milhões de dólares foram enviados para
as “bases insurrecionais” da Nicarágua, planejamento iniciado em 2014. O
orçamento da USAID para a Nicarágua superou os US$ 5,2 milhões para este ano,
“com a maioria dos fundos destinados à capacitação da sociedade civil e as
organizações de mídias” <span style="color: red;">6</span>. “Sociedade Civil”, na
verdade, são as ONGs que maquilam cifras de cunho humanitárias, sempre para
cima, culpando diretamente o governo nicaraguense pelas mais de 448 mortes,
2.800 feridos, 595 desaparecidos, centenas de presos e dezenas de processados,
no intuito de provocar uma quebra da ordem constitucional. Na verdade, são em
torno de 295 os mortos causados pelos bandos fascistas e somam com os óbitos de
ambos os lados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;">A ESQUERDA NO ATOLEIRO “DEMOCRÁTICO” DO IMPERIALISMO</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik92r4Pi7sHF8MwY5GwI0V1gzYBSbA58Rd8YFToqX3gTFgVFCS0_dIWGZdMvKvxebSuIfnmRQqNEdFbDurnYLezh7QH65PnvX-OJh8PcdqwZzQH19T0yqJE86L0492jzBAJitBAPQahdC9/s1600/nic_casalortega.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="405" data-original-width="670" height="193" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik92r4Pi7sHF8MwY5GwI0V1gzYBSbA58Rd8YFToqX3gTFgVFCS0_dIWGZdMvKvxebSuIfnmRQqNEdFbDurnYLezh7QH65PnvX-OJh8PcdqwZzQH19T0yqJE86L0492jzBAJitBAPQahdC9/s320/nic_casalortega.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: blue;"><i>O casal Ortega adotou uma política neoliberal própria</i></span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
A conduta traidora e neoliberal do casal Ortega não justifica de modo
algum o que pregam os morenistas: “Fora Ortega! Fora ditador assassino!”<span style="color: red;">7</span>, negando a participação do império nas mobilizações
da oposição. Conclui de forma equivocada que “O governo Ortega é uma ditadura
sanguinária, exploradora e entreguista do país ao imperialismo. Por isso, toda
a esquerda latino-americana está obrigada a escolher um lado: ou com a heróica
(sic) luta do povo nicaraguense contra a repressão e a exploração ou com uma
ditadura que tenta se esconder atrás de uma falsa fachada progressista <span style="color: red;">8</span>. A Convergência Socialista, hoje LIT/PSTU, já adotou
o foquismo como método de luta em 1979 (ver a “Brigada Simon Bolivar”!), doentiamente
pró-sandinismo (mas foi expulsa pelos sandinistas!); já foi lulista inveterado
até o ano 2000, atualmente se coloca do outro lado da trincheira sem, contudo,
abstrair o conteúdo de classe das transformações políticas dessas organizações
e seus vínculos com o imperialismo, bem como o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">modus operandi</i> deste último. Vai a reboque da opinião pública
mundial pró-imperialista! Outras corrente da esquerda, sem compreender o
substrato das mobilizações contra Ortega, aventam a possibilidade de uma “nova
revolução” como propugna o MES de Luciana Genro <span style="color: red;">9</span>.
Vai mais longe totalmente envolto em delírios um artigo do site <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Esquerda on Line</i>, destacando que “Quem
estava à frente dos protestos: a auto-organização popular”<span style="color: red;">10</span>, isto é, tudo começara com a espontaneidade das
massas, sem direção. Até certo ponto seria possível, mas os organismos de inteligência
logo tomaram para si a efetivação programática do movimento oposicionista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Ignoram, ou fazem vistas grossas
a que o objetivo do governo fascista de Trump é colocar um governo sátapra no
lugar de Ortega, como produto imediato do recrudescimento da guerra comercial
contra a China desencadeada pelo asqueroso plutocrata</b> <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“reality show”.</b> Trump é “o primeiro presidente dos EUA a definir
especificamente a China como ‘rival’ desde a viagem de Richard Nixon à China em
1971”, escreveu Cary Huang, in <i style="mso-bidi-font-style: normal;">South
China Morning Post</i>. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">À Casa Branca,
portanto, não interessa mais um governo sandinista, a exemplo do que fez no
Brasil com o PT há 13 anos no Planalto. Ambos tentaram novos alinhamentos
econômicos, com China e Venezuela e os BRICS, respectivamente. “Não precisamos
mais desse nosso filho da puta”!!! Em suma, a esquerda em sua maioria encampou-se
com o imperialismo na forma de depor Ortega.</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Longe dos trabalhadores alinharem-se inapelavelmente com o
imperialismo, o maior inimigo da Humanidade, os verdadeiros revolucionários devem
cerrar fileiras com Ortega/Rosario Murillo, sempre levando em conta a política
retrógrada da camada dirigente do sandinismo, mas nunca clamando pela deposição
como pregam os verdugos do Pentágono e da Casa Branca dirigidos pelo
idiota-útil Trump. Fora a ingerência americana na Nicarágua e na América
Central!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><u><span style="color: #990000;">NOTAS: </span></u><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">1 The
WikiLeaks Files: The World According to US Empire.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 10.0pt;">2 Dez países com as maiores taxas de
homicídio por 100.000 habitantes do mundo. Honduras, governada por controle
remoto desde 2009 por Washington ostenta a lúgubre honra de ter a maior de
todas: 85,7 homicídios a cada 100.000 habitantes. Seguem-no El Salvador (63,2),
Venezuela (51,7), Colômbia (48,8), Belize (37,2), Guatemala (36,2), Jamaica
(35,2), Trinidad y Tobago (32,8), Brasil (30,5) e República Dominicana (30,2). Em
2017 a taxa nicaraguense chegou a 6 por 100.000!!!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 10.0pt;">3 <a href="http://www.bancomundial.org/es/country/nicaragua/overview"><span style="color: brown; font-family: "arial" , "sans-serif";">http://www.bancomundial.org/es/country/nicaragua/overview</span></a>
. Acesso em 28 de julho de 2018.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 10.0pt;">4 O Comando Sul dos Estados Unidos
(USSOUTHCOM), localizado em Doral, Flórida na Grande Miami, é um dos dez comandos
- Unified Combatant Commands (CCMDs) - no Departamento de Defesa dos Estados
Unidos. E é sua responsabilidade providenciar planejamento de contingência,
operações e cooperação de segurança para América Central e do Sul, o Caribe
(exceto commonwealths, territórios, e possessões dos EUA), suas águas
territoriais, e para a proteção de força de recursos militares dos EUA nas regiões
adstritas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 10.0pt;">5 <a href="https://www.ned.org/%20">https://www.ned.org/</a>
. Acesso em 28 de julho de 2018.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 10.0pt;">6 Idem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 10.0pt;">7 <a href="https://litci.org/pt/mundo/america-latina/nicaragua/abaixo-ortega-fora-ditador-assassino/">https://litci.org/pt/mundo/america-latina/nicaragua/abaixo-ortega-fora-ditador-assassino/</a>.
Acesso em 29 de julho de 2018.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 10.0pt;">8 Idem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 10.0pt;">9 <a href="https://movimentorevista.com.br/2018/04/estamos-na-vespera-de-outra-revolucao-nicaraguense/">https://movimentorevista.com.br/2018/04/estamos-na-vespera-de-outra-revolucao-nicaraguense/</a>.
Acesso em 29 de julho de 2018.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 10.0pt;">10 <a href="https://esquerdaonline.com.br/2018/07/23/ha-90-dias-do-18-de-abril-por-uma-saida-de-classe-e-independente-para-a-crise-nicaraguense/">https://esquerdaonline.com.br/2018/07/23/ha-90-dias-do-18-de-abril-por-uma-saida-de-classe-e-independente-para-a-crise-nicaraguense/</a>.
Acesso em 28 de julho de 2018.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
Anfavahttp://www.blogger.com/profile/01181178905905841572noreply@blogger.com