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á 51 anos, a madrugada do dia 31 de março marcou um dos episódios mais cruéis e macabros da história recente do Brasil: o golpe militar de 1964. Para compreendermos o real significado deste fato que não só aniquilou com o regime democrático-burguês como também cumpriu um papel fundamental no que concerne ao acirramento da luta de classes no país. E é precisamente neste último aspecto que nos deteremos na análise, deixando pré-entendido que o regime que se seguiu logo após o golpe foi o prolongamento do anterior, por outros meios, uma ditadura de classe com a finalidade de expandir o processo de acumulação capitalista no Brasil a custa do sacrifício e repressão sobre os trabalhadores e intelectuais.
O MILITARISMO E O DESENVOLVIMENTO DAS FORÇAS PRODUTIVAS NO BRASIL
O período pós-guerras (Primeira e Segunda Guerras Mundiais) foi caracterizado por várias rupturas sociais e políticas: em primeiro lugar a Revolução Russa de 1917, a qual se expandiu posteriormente pelo Leste europeu; depois a Revolução Chinesa (1949); e em 1959 a Revolução Cubana, esta no “quintal” do imperialismo ianque. Estes são os sinais indeléveis de uma profunda crise de esgotamento do sistema colonial capitalista em todo o mundo, tendo como contraponto o crescimento e desenvolvimento de Estados operários onde antes dominavam os imperialismos ianque e o europeu. Logo, os Estados Unidos deveriam reagir a esta “perda de hegemonia” econômica e militar até então monopolizada pelas grandes potências capitalistas (Inglaterra, Alemanha nazista, França etc.), tanto que de início viam com bons olhos a ascensão nazista como contraponto aos países do chamado “mundo comunista”. Cada vez mais, os estrategistas do Pentágono passam a ter como inimigos frontais os regimes comunistas, dispondo em todos os terrenos suas escaramuças da Guerra Fria.