quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

BRUMADINHO, MARIANA: retratos catastróficos de um Brasil colonial em pleno século XXI aportado pelo “dejeitos” intelectuais do bolsonarismo!


Os carniceiros desolaram as ilhas./Guanahaní foi a primeira/nesta história de martírios./Os filhos da argila viram/partido/seu sorriso, ferida”, assim iniciam os versos de Pablo Neruda em seu antológico Canto Geral. Lamento elegíaco que se aplica infelizmente à perfeição no Brasil atual. A catástrofe de Brumadinho é mais uma consequência da devastação ambiental e social promovida pelas mineradoras, as quais têm como único objetivo alçar lucros astronômicos na especulação bursátil providos pelos mais baixos custos possíveis no processo de extração de minérios. Estes irão abastecer as grandes potencias mundiais, em especial, claro, os Estados Unidos, principalmente a indústria bélica. Depósitos de rejeitos são produtos destrutivos mais acabados, vão se acumulando, sendo um após o outro “descartados”, porém continuam recebendo toneladas de produtos tóxicos, ou seja, ficam sem manutenção, mas ainda recebendo chorume. Isto porque a Vale S.A. decidiu ampliar a capacidade do córrego do Feijão em 88%, medida que foi aprovada pelo governo do estado em dezembro do ano passado, então nas mãos do petista Fernando Pimentel, que simplificou o processo de concessão ambiental para a mineradora como se fosse uma exploração de médio porte, mas na verdade, era exatamente o contrário, havia grande potencial destruidor. Deu vazão - sem trocadilho - ao príncipe da privataria tucana. Para tornar claro o significado da tragédia resultante da pilhagem colonialista o artigo versará por alguns pontos fundamentais de forma bastante sintética sem, contudo, cair em simplificações exageradas.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

NEOFASCISTAS QUEREM EXILAR PAULO FREIRE MAIS UMA VEZ: obscurantismo anti-intelectual no Brasil bolsonarizado


N
a etapa obscurantista que está aberta no Brasil, o que mais se têm ouvido (ninguém escreve ou teoriza) na grande mídia patronal é o verso acerca da “doutrinação marxista” nas escolas públicas, do ensino fundamental (!?!) à Universidade. Fábula sem quaisquer fundamentos, pois seus “articuladores”, Bolsonaro e seus filhos nunca leram uma linha sequer do que elaborara o grande mestre da educação, Paulo Freire. Trata-se precisamente de uma ideologia anticomunista, antissocial, antieducação para o povo que tem como método de difusão, os fakenews. Destilam todo seu ódio descabelado contra algo que não tem capacidade cognitiva de apreender e ter ciência, o método de alfabetização do renomado pedagogo. Ficam no senso comum da “convicção” (sem provas) ideológica. De uma primeira abordagem, veremos que o conjunto programático freireano apresenta encontros dialógicos e desencontros com o marxismo, sutilmente tangenciais por sinal. Na relação simbiótica (não-comensalista) entre Freire e Marx destaca-se o profundo desconforto que ambas as práxis causam nas classes dominantes, a unidade dialógica existente entre os “esfarrapados”, seus educadores e a realidade social.