quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

FRENTE POPULAR E A TUCANALHA SÃO RESPONSÁVEIS PELA “SECA” Chegando ao fundo do poço ou como o capitalismo especula com a água, um bem universal pertencente à Humanidade


“A Sabesp teve lucro líquido de 13 bilhões de 2003 pra cá. Reinvestiu uma parte, mas mandou a maioria pros investidores”

Não tem mais como a mídia corporativa esconder a chamada “crise hídrica” debaixo do tapete porque antes era um problema que só atingia as periferias pobres! Hoje o colapso envolve até a “nata” do Morumbi e o complexo industrial metropolitano. Não por coincidência, até Minas Gerais “entrou na baila”, claro, principalmente agora que é administrado pelo PT – “a situação é grave, principalmente na região metropolitana e no Norte do estado. Cerca de 50 municípios enfrentam racionamento e quatro estão em colapso iminente. Além disso, outras 100 cidades estão em estado de alerta” (Blog Vi o Mundo, 28/1). O Brasil, que é dono do maior potencial hídrico do planeta está vai passar sede em mais da metade de seus munícipios, aqui incluso 71% da população urbana, cerca de 125 milhões de pessoas. O problema, no entanto, não se concentra apenas na escassez de chuvas ou por mera conveniência eleitoral como querem fazer crer os blogueiros chapa branca – o que é um simplismo diversionista e uma análise grosseira da realidade -, é muito mais profundo e perpassa por claras orientações políticas, quer pelos 20 anos de governos tucanos em São Paulo, quer pelas 12 temporadas do PT na gestão do Estado burguês em nível federal. A questão dos recursos hídricos passa por uma concepção de estratégia de manutenção e aperfeiçoamento de seus recursos naturais como um bem imprescindível para a Humanidade. Assim, tanto a tucanalha como os “gerentes” do Estado capitalista do PT são os responsáveis diretos por uma crise econômica e social de grandes proporções. E não se trata de uma visão catastrofista, pois o drama apenas inicia-se, uma vez que a crise é econômica e política, produzida muito secundariamente em razão de adversidades climáticas. O colapso do sistema de captação e de reservas hídricas estava previsto desde a década de 80, sendo que o primeiro sinal de esgotamento aconteceu em 2003. Os acionistas da Bolsa de Valores de Nova Iorque não estão nem um pouco interessados na falta de água na “república de bananas”, água mais cara é melhor para encher suas burras!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

ENVENENAMENTO DE LENIN?*



L. Trotsky                              

“Stalin havia confessado a Kamenev e Dzerzhinski, seus aliados da época, que seu maior prazer na vida era vigiar atentamente um inimigo, preparar tudo nos mínimos detalhes, vingar-se dele sem compaixão, e depois ir dormir.”

Durante os dez anos do meu atual exílio, os agentes literários do Kremlin vêm se livrando da necessidade de responder adequadamente a qualquer coisa que eu escreva sobre a URSS, fazendo alusões ao meu “rancor” por Stalin. Contudo, Stalin e eu fomos separados por eventos tão inflamáveis que todos os sentimentos pessoais foram consumidos pelas chamas e reduzidos a cinzas. Stalin é meu inimigo. Mas também Hitler é meu inimigo, também Mussolini o é, e também muitos outros. Hoje me restam muito poucos sentimentos pessoais dirigidos a Stalin. É como se se tratasse do general Franco ou do Mikado.

Apresento nesse artigo fatos surpreendentes a respeito de como um revolucionário provinciano se tornou o ditador de um grande país. Todos os fatos que menciono, todas as referências e citações, podem ser confirmados por publicações soviéticas oficiais ou por documentos conservados em meus arquivos.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Lenin Morreu

Leon Trotsky            

22 de Janeiro de 1924

Lenin Morreu. Lenin já não existe. As leis obscuras que regulam o funcionamento da circulação arterial puseram termo a essa existência. A arte da medicina viu-se impotente para operar o milagre que dela se esperava apaixonadamente, que dela exigiam milhões de corações.

Quantos homens haverá entre nós que de boa vontade e sem hesitação teriam dado o sangue até à última gota para reanimar, para regenerar o organismo do grande chefe, de Lenin Ilitch, o único, o inimitável? Mas não havia milagre possível, aí onde a ciência era impotente. E Lenin morreu. Estas palavras caiem sobre a nossa consciência de uma maneira terrível, tal como o rochedo gigante cai no mar. Poderá acreditar-se? Poderá aceitar-se?

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

LENIN SOFRE ATENTADO “Esse golpe traiçoeiro abriu uma nova frente - a mais dolorosa, a mais alarmante no momento atual: a frente onde Vladimir Ilitch luta contra a morte”

O Blog “Inquietude Geral” publica uma série de textos em homenagem ao grande dirigente bolchevique Lenin, às vésperas de se completarem 91 anos de sua morte. É necessário que as novas gerações conheçam a história política do Partido Bolchevique e do justo ódio recebido por parte da pequena burguesia e dos capitalistas,de toda gama de reformistas e revisionistas do marxismo, para que, compreendendo o passado, sejam tiradas as ácidas lições da luta de classes, atuar sobre o presente. Este primeiro artigo é a transcrição de um discurso repleto de emoção feito por Trotsky na sessão do Comité Executivo pan-russo realizado no dia 2 de setembro de 1918 analisando o atentado sofrido por Lenin. No dia 30 de agosto, Lenin após discursar numa fábrica em Moscou, ao sair e antes de entrar no carro, Fanny Kaplan (membro do Partido Social Revolucionário) gritou seu nome. Ao virar, ela disparou três tiros: um atravessou o casaco de Lenin; os outros dois atingiram o ombro e o pulmão esquerdo dele, ferimentos que nunca foram curados e que influenciaram no agravamento da saúde do dirigente bolchevique. Isto tudo durante um gravíssimo momento de crise por que passavam os Bolcheviques no comando do recém-parido Estado: os exércitos brancos cercavam e estavam na iminência de tomar o frágil regime operário erguido na Revolução de 1917, contabilizando que metade do território russo estava nas mãos dos exércitos contrarrevolucionários financiados pelas grandes potencias estrangeiras e, claro, o fracionismo que impregnava as hostes do partido paralisando-o; a produção industrial e agrícola sofriam inúmeras sabotagens por parte dos patrões e kulaks. No contexto desta drástica realidade os bolcheviques assinaram a dura “Paz de Brest-Litovski” e, por questão de segurança e estratégia militar, Moscou se tornou a capital soviética, medidas propostas estrategicamente por Lenin que a História demonstrou estarem plenamente corretas!

Lenin Ferido

Leon Trotsky                               

Lenin
Camaradas, é assim que interpreto as fraternas aclamações que acabo de ouvir: hoje, nestas horas dolorosas e nestes dias difíceis, todos sentimos, como se fôssemos irmãos, uma necessidade profunda de nos unir, de nos ligar de mais perto às organizações soviéticas, de nos agrupar mais estreitamente sob a bandeira comunista. Nestes dias e nestas horas cheias de perigos, enquanto o porta-bandeira do proletariado, o nosso, e, podemos dizer, o do mundo inteiro, se encontra estendido flutuando no seu leito de dor contra o terrível espectro da morte, sentimo-nos mais próximos uns dos outros do que nas horas de vitória...

A notícia do atentado contra o camarada Lenin chegou-nos, a alguns camaradas e a mim, em Svisjsk, na frente de Kasan. Aí, recebíamos golpes, uns vindos da direita, outros da esquerda, outros em pleno rosto. Mas este novo golpe, vindo da retaguarda longínqua, feriu-nos nas costas. Esse golpe traiçoeiro abriu uma nova frente - a mais dolorosa, a mais alarmante no momento atual: a frente onde Vladimir Ilitch luta contra a morte. E quaisquer que sejam ainda as derrotas que possam vir a atingir-nos nesta ou naquela fase da grande batalha - creio firmemente na próxima vitória que obteremos unidos -, para a classe operária da Rússia e do mundo inteiro nenhuma derrota parcial seria tão dolorosa, tão trágica como aquela que nos ameaça, se a batalha travada à cabeceira do nosso dirigente terminar por uma derrota.

domingo, 11 de janeiro de 2015

MUITO ALÉM DAS CHARGES DE MAU GOSTO DO CHARLIE HEBDO “Terror branco”, tática da Casa Branca para eliminar estrategicamente adversários (islâmicos) através das ações de grupos neonazistas na Europa

Como era de se esperar, pelo menos quem já se acostumara ao “modus operandi” da CIA e do Mossad (possíveis emuladores da carnificina a serviço da extrema direita xenófoba francesa), os “culpados”, os irmãos Said e Chérif Kouachi, pelo massacre dos cartunistas do Charlie Hebdo foram hábil e rapidamente “descobertos” pelos “eficientes” órgãos de inteligência da polícia francesa. Tanta “destreza” que os “medonhos” fundamentalistas islâmicos foram devidamente sentenciados: atiradores de elite executaram-nos à bala, impossibilitando qualquer interrogatório dos “suspeitos”, ou seja, quando se tens um problema elimine-os o mais rápido possível. Marx advertira-nos há tempos que quando a história se repete elavem como farsa! Este desfecho lembra o que aconteceu após os atentados da Maratona de Boston (EUA), em 2013, quando dois jovens chechenos muçulmanos imediatamente acusados foram perseguidos e mortos covardemente em uma ação espetacular da racista polícia americana.

Em todos os atentados promovidos pela extrema-direita, em geral neonazistas, os muçulmanos “culpados” sempre a priori são exemplarmente executados, tomados como bodes-expiatórios de ações terroristas, articuladas nas entranhas obscuras de governos e agências de inteligência (CIA, Mossad...), cujo objetivo é inculcar-lhes toda a responsabilidade pela selvageria e brutalidade, como algo intrínseco à sua cultura e religião.