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guerra contra o
Paraguai, iniciada no 13 de dezembro de 1864, foi o maior e mais sangrento conflito
militar da América Latina. Diferente do que a historiografia positivista (e os
neopositivistas ou antimarxistas encabeçados por Francisco Doratioto) que
compartimentaliza a História, a abordagem desse artigo será sob a perspectiva
do materialismo histórico, a que coloca a guerra dentro de um
movimento universal – embora nem sempre consciente – de desenvolvimento do
capitalismo em âmbito mundial. Ou seja, das colônias latino-americanas, das
independências, da guerra propriamente dita, tudo como resultado de um novo
modo de produção que emergia através das guerras napoleônicas na Europa ainda
transitoriamente “feudal”, destacando de soslaio o processo da guerra civil
norte-americana. Neste viés, as guerras assumem não mais apenas o papel de
saquear povos e nações, mas serviriam para abrir forçosamente mercados e
instaurar governos “sátrapas” ao redor do globo terrestre, naquilo que se
converteu na “era dos impérios” que começou pela Índia e a China nas chamadas “guerras
do ópio”.
NA ATUAL ÉPOCA DE REACIONARISMO E RETROCESSO IDEOLÓGICO
“RESTAURACIONISMO HISTORIOGRÁFICO” VERSUS MARXISMO
A vertente deste modo de encarar a História parte do
professor Francisco Doratioto. Na sua obra “Maldita Guerra: Nova História da
Guerra do Paraguai” fica bem explícita nas primeiras páginas: “Entre 1740 e
1974, o planeta teve 13 bilhões de habitantes e assistiu a 366 guerras de
grande dimensão, ao custo de 85 milhões de mortos. O resultado dessas guerras
parece ter sido um premio à agressão, pois em dois terços delas o agressor
saiu-se vencedor e, quanto a duração, 67% terminaram em prazo inferior a quatro
anos. A Guerra do Paraguai faz parte, portanto, da minoria, pois o agressor, o lado paraguaio, foi
derrotado, e a luta se estendeu por cinco anos”1. Para ele o
Paraguai foi o responsável por sua destruição e pelo massacre de seu povo, pois
“havia certeza da sua responsabilidade,
quer no desencadear da guerra, ao invadir o Mato Grosso, quer na destruição de
seu país, pelos erros na condução das operações militares e na decisão de
sacrificar os paraguaios...”2. Este ganhou o gáudio da mídia
corporativista e dos setores que tem triunfado sobre as hostes da
contrarrevolução cultural não só no Brasil como no mundo.
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Para os historiadores neopositivistas Solano López foi o agressor |
No correr do livro reforça ainda mais sua ideia quando afere
que a Guerra iniciou-se a partir do sequestro do navio Marquês de Olinda e a
invasão do Mato Grosso por tropas paraguaias, o que vai ao encontro da
historiografia oficial/positivista, permeada de preconceitos políticos, sociais
e de classe. Põe irresolutamente para baixo do tapete as inúmeras contradições
existentes entre as nações envolvidas na região platina, como as várias
intervenções do Estado imperial escravista brasileiro na Argentina e Uruguai na
condição de agente intermediário (subimperialista) da Inglaterra desde a
segunda metade do século XIX.
Semelhantes teses, do início da década de 2000, delineadas
na “Era” do governo Fernando Henrique Cardoso, hoje ganham partidários com as
análises neoliberais do brasilianista britânico Leslie Bethell quem nega a
participação da Inglaterra no conflito sul-americano: “O governo britânico não
tinha praticamente nenhum interesse no
Paraguai e nenhuma vontade de piorar as disputas existentes no Rio da
Prata, e muito menos de promover a guerra... As autoridades britânicas, em sua
maioria, estavam a favor dos aliados, mas a
Inglaterra se manteve oficialmente neutra durante a guerra e utilizou sistematicamente
sua influência a favor da paz”.3 Para ele Brasil, Argentina e
Uruguai entraram na guerra por suas próprias forças e pela beligerância
agressiva e indomável de Solano López!
A VIA PARAGUAIA DE DESENVOLVIMENTO ENFRENTA A “CIVILIZAÇÃO”
EUROPEIA
Uma abordagem séria acerca da Guerra contra o Paraguai passa
necessariamente por aplicar o método do materialismo histórico, ou seja, o modo
como a civilização se desenvolve em todos os seus aspectos e as superestruturas
jurídicas que dela despontam. E aqui cabe resgatar a análise dos autores
marxistas e descartar como reacionária as visões historiográficas supracitadas.
Evidente que Pomer e Chiavenatto exageraram em algumas colocações, mas não
elimina o essencial: a consolidação do imperialismo em nível mundial.
A “via independente” tomada pelo governo paraguaio logo após
a Independência (1814) é fundamental para compreender os passos da beligerância
de poderosas nações contra um minúsculo país. Muito se deve à política de Jose
Gaspar Rodrigues de Francia, nomeado com o título não pejorativo de “Ditador Supremo
da República do Paraguai” – e em 1816 “ditador perpétuo.
Notória sempre fora a sua preocupação em manter o país fora
dos domínios das potências estrangeiras, principalmente com as pretensões
argentinas de recompor o Vice-Reinado do Rio da Prata. A Igreja, principal
fonte de problemas intervencionistas, foi expropriada e nacionalizada; a
oligarquia fora combatida em seu poderio; formara o primeiro exército
permanente (próprio) do continente. Nesta senda, levou adiante forte aliança
com o campesinato.
Não por acaso, em 1823,
efetiva a primeira grande reforma agrária da América do Sul e nacionaliza o
sistema financeiro. Isso já num quadro de isolamento total por parte das caóticas
oligarquias reacionárias de Argentina e Brasil que viam com maus olhos a ascensão
do regime paraguaio e sua aproximação com a população pobre. Para acirrar
ainda mais os ânimos, de Francia incrementou a agricultura, a pecuária o
artesanato e a indústria têxtil e desempenhou tremendos esforços para
desenvolver a educação no jovem país emergente! Durante seu governo de 26 anos
forjou duramente a nação paraguaia, um sentimento que não havia em lugar nenhum
da América Latina, ou seja, a ideia de um povo, nação. No entanto, por ter
desapropriado a classe dominante colonialista fora taxado inapelavelmente de
assassino, bárbaro, terrorista, precisamente por não estar preso ao tacão do
imperialismo inglês.
VOZES DO COLONIALISMO PREDATÓRIO DETERMINAM QUE O POVO
PARAGUAIO MERECE SER ESMAGADO
Carlos Antonio López sucedeu de Francia na condição de
primeiro presidente constitucional da República em 1844. Não só deu
prosseguimento ao que de Francia havia construído como aperfeiçoou o modelo
econômico autônomo-estatal: procurou de todas as formas negociar com o Uruguai
uma passagem para o mar, deu vazão aos excedentes produzidos para incrementar a
indústria e a infraestrutura investindo na formação de jovens talentos. Em pouco tempo investia em ferrovias e
indústrias siderúrgicas; enquanto Brasil e Argentina estavam importando... alfinetes
e botões da Europa!!!! Um Paraguai cujo trabalho assalariado predominava
perante um Brasil escravista! Esse era o grande espectro que assustava os
“povos civilizados”...
Após sua morte, o filho, Francisco Solano López, assume as
rédeas do Estado em 1862. Leva adiante o projeto do pai: articula apoios na
Europa, contrata profissionais para modernizar os meios de produção e, ao mesmo
tempo, negocia tratados de paz com Brasil e Argentina. Porém, a “paz” almejada
não passava pelos países em voga, mas pela potência do outro lado do Oceano!
A diplomacia britânica começa a insuflar os ânimos
valendo-se da ideologia colonialista: “…Insignificante em si mesmo, o Paraguai
pode impedir o desenvolvimento e o progresso de todos os seus vizinhos. Sua
existência é nociva e sua extinção como nacionalidade deve ser proveitosa para
seu próprio povo e para todo o mundo”.4 Bartolomeu Mitre, presidente
da Confederação Argentina, logo adere à provocação: “A República argentina está
no imprescindível dever de formar aliança com o Brasil a fim de derrubar essa
abominável ditadura de López e abrir ao comércio do mundo essa esplêndida e
magnífica região...”.5
Entretanto, a intervenção mais sórdida, eugenista e odiosa
foi a do diplomata norte-americano Charles Washburn falando em nome do
liberalismo enquanto sistema econômico mundial: “Por sua torpeza e cegueira,
junto com outros pecados, o povo
paraguaio merece o completo extermínio que o aguarda. O mundo terá justo
motivo para congratular-se quando não houver uma só pessoa que fale o
endiabrado idioma guarani”.6 Em outras palavras, longe de ser a
“ditadura” de López o grande problema, era a “livre circulação de mercadorias e
matérias-primas” que determinava o desenrolar político da questão platina na
época da Inglaterra vitoriana.
URUGUAI SUBJUGADO DÁ INÍCIO À OFENSIVA CONTRA SOLANO LÓPEZ
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O vapor brasileiro Marquês de Olinda |
Neste contexto é que Solano López aprisionou o navio brasileiro
Marquês de Olinda e, em consequência D. Pedro II acendeu o pavio da guerra contra
o Paraguai. A Inglaterra através de empréstimos financeiros ao Brasil defende
cooptar Argentina e Uruguai também com gordos empréstimos e assim deflagrar a
guerra dos três países à nação guarani. A Tríplice Aliança foi formada em 1º de
maio de 1865.
GUERRA PARA EXTERMINAR UM POVO INTEIRO DESDE O VENTRE
MATERNO!
No início da guerra o Brasil nem exército possuía, a maioria
dos soldados era composta por escravos; na Argentina não era muito diferente,
pois formavam tropas mercenárias; o Uruguai apenas funcionava como baliza.
Pensavam, outrossim, que a guerra seria breve. Durou seis anos!
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O Duque de Caxias veio para implantar a "disciplina" nos aliados |
De 1865 até 1867 foram inúmeras as derrotas dos “exércitos”
da “tríplice” aliança. Quando então se dão conta: “O Exército paraguaio é
numeroso relativamente ao seu povo porque não se distingue do povo. Cada
soldado defende seu próprio interesse e o bem-estar de sua família, na defesa
que faz do seu país”.7 Cônscios de sua inferioridade militar os
aliados tratam de “profissionalizar” o comando, colocando à cabeça o “Duque de
Caxias”, temido por seus “métodos” selvagens de guerra. Os recrutamentos para a
guerra eram coercitivos. Para a conformação da Tríplice Aliança, o “império”
brasileiro incutia através de seus diplomatas a estapafúrdia ideia de que a
“guerra não era contra o povo paraguaio, mas a Solano López”.8
A incorporação dos “combatentes” era extremamente violenta:
na Argentina, jovens eram acorrentados uns aos outros para serem conduzidos aos
acampamentos militares; no Uruguai povoados inteiros foram desfeitos para
servirem à guerra; no Brasil os “voluntários da pátria” eram caçados ipsis
litteris como bichos. Deserções e motins eram frequentes no seio dos aliados.
Muitos crimes de guerra foram praticados: logo no inicio da
guerra o grotesco Venâncio Flores ordenou a degola de 1.400 prisioneiros
paraguaios já dominados e rendidos. A guerra era para ter sido encerrada em
janeiro 1869 com a tomada de Assunção, saqueada pelos brasileiros. Mas não. Em
agosto de 1869 foi a vez do comando brasileiro praticar atrocidades: o Conde
d’Eu, um bandido a serviço da monarquia brasileira, lançou a ordem de degolar
todos os paraguaios após a batalha pela posse do forte Peribebuy e incendiar o
único hospital da região. Os que tentavam escapar eram empurrados para as
chamas... Quatro dias depois, na batalha de Acosta Ñu 20 mil soldados aliados
lutam contra apenas 500 veteranos paraguaios e 3.500 crianças com no máximo 10
anos de idade! “O maior massacre bélico do mundo, não existindo antecedentes de
outros exércitos integrados completamente por crianças”.9 Ninguém
fora poupado e para completar o Conde d’Eu mandou que o matagal fosse
incendiado para matar as mulheres, mães das crianças, e os feridos. A população
civil não escapou incólume, sofreu agressões, torturas, estupros, saques e
roubos de gado, além de prisões em massa.
A insanidade do alto comando não parou nisto. O “pai” do
exército brasileiro, o Duque de Caxias, em nome da “civilização” decidiu
contaminar as áreas ribeirinhas com cólera10 como “estratégia” de
guerra e assim dizimar a resistência da população paraguaia; o general Mitre,
da Argentina, entusiasmou-se com a ideia da guerra bacteriológica e tratou de
enviar soldados portadores de varíola, que ao serem capturados disseminavam a
moléstia entre os “inimigos”. Seguiam à risca a orientação do Duque de Caxias,
segundo quem, seria necessário “matar até o último paraguaio no ventre de sua
mãe”.
NECESSIDADE DE DESTRUIR UM SÍMBOLO DE DESENVOLVIMENTO
AUTONÔMO
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Corpos paraguaios jazem pelo terreno após duras batalhas |
Derrotado o Paraguai, o genro de D. Pedro II, que
substituíra Caxias no comando, baixou ordens para que a artilharia bombardeasse
todas as fundições e máquinas paraguaias, represas foram dinamitadas e TODOS OS
SOBREVIVENTES foram fuzilados! Para os
vencedores não bastava o holocausto de sua população, era preciso aniquilar o
emblema do progresso e da independência nacional. Para que não restassem
lembranças, apenas ruínas. “Esta guerra foi uma coisa tão indecente e
vergonhosa que só durante o conflito que se soube que, no pacto da Tríplice
Aliança, havia uma cláusula que previa que ela só terminaria com a morte de
López e a troca de poder no Paraguai, não se poderia assinar armistício”11.
Em 1º de março de 1870, Solano López e seus cem soldados
remanescentes foram descobertos em Cerro Corá e executados. Só assim, para os
aliados, a guerra chegara a seu término, após mais de dois anos de massacres
injustificados, cuja população fora dizimada em 75%; quase toda população
masculina morrera em combate; o Paraguai teve tomado 140 mil quilômetros
quadrados de seu território como “indenização de guerra”; todas as suas
riquezas saqueadas e distribuídas entre os aliados. As dívidas de guerra com o
Brasil perduraram até 1943, as quais foram abolidas apenas sob o governo de
Getúlio Vargas!
Claro está que não cabe nenhuma “divinização” acrítica dos
dirigentes paraguaios, principalmente Solano López. Eles, sem sombra de
dúvidas, incorreram em inúmeros erros de estratégias, como ao se imiscuir nas
pugnas internas da Confederação Argentina em 1859 como “árbitro”. Dois anos
depois, unificada, a Argentina lançou-se contra o Uruguai e em seguida ao
Paraguai. No plano militar, a Batalha de Riachuelo foi um fracasso. Em uma
guerra não há lugares para flores e embelezamentos românticos e ideais. O
lopismo foi antes de mais nada uma reação às inúmeras oligarquias submissas ao
império colonial inglês que cercavam o Paraguai, o qual respondeu à altura, não
sendo, óbvio nenhum santo. No entanto, coube ao queridinho da mídia
corporativa, Francisco Doratioto – como levantamos no início do artigo –
igualar Solano López à sanha psicopata dos militares argentinos e brasileiros
em seus hediondos crimes de guerra e dono de uma incompetência inata. Na
realidade, apesar de seus erros, Solano López foi a expressão política do
enfrentamento de um país minúsculo, extremamente pobre e atrasado
economicamente com forças extremamente desproporcionais dos gigantes Argentina
e Brasil instados argutamente pelo liberalismo do império britânico.
CRONOLOGIA DO CONFLITO
18 de junho de 1864 - Enviados do Brasil, Argentina e Inglaterra se reúnem para mediar o
fim da guerra civil no Uruguai, com representantes tanto do governo oficial, de
Atanásio Aguirre, quanto do chefe da rebelião, Venâncio Flores. Não há acordo e
a guerra civil continua.
Agosto de 1864
- Governo brasileiro ameça intervir militarmente no Uruguai, caso o governo não
puna os responsáveis pela violência contra brasileiros no país. Em nota enviada
a diplomatas brasileiros, governo do Paraguai protesta contra qualquer invasão
do território do Uruguai.
30 agosto de 1864 - Uruguai rompe relações diplomáticas com o Brasil.
12 de outubro de 1864 - Brasil invade o Uruguai.
12 de novembro de 1864 - Em retaliação à invasão brasileira ao Uruguai,
Paraguai apreende o vapor brasileiro Marquês de Olinda.
13 de dezembro de 1864 - O líder paraguaio Solano López declara guerra ao
Brasil.
27 e 28 de dezembro de 1864 - Exército paraguaio ataca o forte Coimbra,
atualmente na região de Mato Grosso do Sul
Janeiro de 1864
- Exército paraguaio invade Corumbá, Miranda e Dourados.
7 de janeiro de 1865 - Decreto nº 3.371, do Império do Brasil, cria os Corpos de Voluntários
da Pátria. São prometidas recompensas para quem se voluntariar à luta.
21 de janeiro de 1865 - Decreto nº 3.383, do Império do Brasil, convoca a
Guarda Nacional para se juntar ao Exército. Era composta por cerca de 440 mil
homens, mas pouco mais de 40 mil participaram do combate. Na época, o
alistamento na Guarda tinha a função de mostrar status social.
1º de maio de 1865 - Assinatura do Tratado da Tríplice Aliança por Brasil, Argentina e
Uruguai.
Junho de 1865
- Exército paraguaio invade o Rio Grande do Sul e ocupa Uruguaiana.
11 de junho de 1865 - Batalha do Riachuelo, em que a Marinha paraguaia é derrotada pelas forças
aliadas.
18 de agosto de 1865 - Soldados paraguaios em Uruguaiana se rendem.
16 de abril de 1866 - Exército aliado na Argentina cruza o rio Paraná e invade o Paraguai,
onde inicia marcha rumo à fortaleza de Humaitá.
24 de maio de 1866 - Batalha de Tuiuti, que é considerada a mais importante e uma das
mais sangrentas da guerra. O exército paraguaio atacou os soldados da Tríplice
Aliança que seguiam para Humaitá. Apesar das inúmeras mortes, os aliados
venceram.
12 de setembro de 1866 - López pede encontro com Bartolomeu Mitre,
governante da Argentina. Os dois se reúnem, mas não há acordo para o fim da
guerra.
22 de setembro de 1866 - Exército da Tríplice Aliança ataca fortaleza de
Curupaiti, mas é derrotado pelos paraguaios. Foi a maior derrota aliada.
6 de novembro de 1866 - Decreto nº 3.725-A, do Império do Brasil, liberta
escravos que servissem no exército contra o Paraguai.
Abril e maio de 1867 - Tropas aliadas invadem o Paraguai rumo à fazenda Laguna, mas são
atacadas pelos paraguaios e obrigadas a recuar. Episódio é conhecido como
Retirada da Laguna.
Julho de 1867
- Tropas brasileiras partem em direção a Humaitá, para atacar a fortaleza.
15 de agosto de 1867 - Esquadra do governo imperial segue pelo rio Paraguai e ultrapassa a fortaleza
de Curupaiti, mas não tenta passar por Humaitá. Permanece seis meses entre as
duas fortalezas e, apesar de bombardeá-las, não consegue destruí-las.
3 de março de 1868 - López deixa a Fortaleza de Humaitá e arma quartel-general em San Fernando,
distante cerca de 10 quilômetros.
25 de julho de 1868 -Exército aliado toma posse da Fortaleza de Humaitá.
Dezembro de 1868 - Paraguaios são derrotados nas
batalhas de Itororó, Avaí, e Lomas Valentinas, no que ficou conhecido por
“dezembrada”.
1º de janeiro de 1869 - Tropas brasileiras invadem e saqueiam Assunção.
5 de maio de 1869 - Fundição de Ibicuí, onde eram feitas as armas do exército paraguaio,
é destruída.
16 de agosto de 1869 - Batalha de Acosta-Ñu, em que 20 mil soldados da Tríplice Aliança enfrentam
e vencem as tropas formadas por 6 mil paraguaios, em sua maioria idosos e
crianças. Em homenagem às vítimas, 16 de agosto se tornou o Dia das Crianças no
Paraguai.
1º de março de 1870 - Solano López é morto em Cerro
Corá. O líder paraguaio foi ferido com um golpe de lança pelo brasileiro José
Francisco Lacerda, o Chico Diabo, e foi atingido por um tiro de fuzil. A morte
de López encerra a guerra.
Notas
1 Grifo meu
2 Grifo meu
4 Intervenção
do diplomata inglês, Edward Thornton
5 Júlio José
Chiavenatto, Genocídio Americano, A Guerra do Paraguai
6 Idem.
7 Leon Pomer, A
guerra do Paraguai, A grande tragédia rioplatense
8 MENDES, R.
Teixeira. Benjamin Constant: esboço de uma apreciação sintética da vida e da
obra do Fundador da República Brazileira. 2 ed. Do 1º vol. Rio de Janeiro: Sede
Central da Igreja Pozitivista do Brasil, 1913. Note-se que apenas os
positivistas opuseram-se às agressões ao Uruguai e ao Paraguai. Consultar O
elucidativo artigo de Mario Maestri, Os positivistas ortodoxos e a guerra do
Paraguai.
9 Organización
Campesina del Norte. Em homenagem a este dia, o 16 de agosto foi declarado o
Dias das Crianças no Paraguai.
10 despacho
privado ao imperador Pedro II, datado de 18 de novembro de 1867