quinta-feira, 4 de maio de 2017

Sonhos fragmentados


Resenha sobre o livro “A Cama na Varanda” - Arejando nossas idéias
a respeito de amor e sexo. - Regina Navarro Lins
                                                                                                                      

By Dóris I. Bonhen*

A
Cama na Varanda é um livro instigante, que retrata a sexualidade humana através dos tempos, nos fazendo compreender, porque somos como somos e qual a “saída” para um dos maiores dramas da atualidade: o relacionamento. A autora aborda a posição de gêneros homem e mulher na relação e consequentemente na sociedade. Apresenta assim, as mais diversas formas de amar, criticando a monogamia, pelo fato de a mesma não apresentar mais mistérios e liberdade, fatores essenciais para um relacionamento satisfatório e dá ênfase ao chamado “poliamor”.

A cama na varanda: arejando nossas idéias a
respeito de amor e sexo: novas tendências /
Regina Navarro Lins. - Ed. rev. e ampliada. -
Rio de Janeiro: BestSeller, 2007.
A sexualidade sempre foi um tabu nas famílias, nas escolas e na sociedade. É na família que surgem as bases das atitudes sexuais, que são mais culturais do que inatas. Na nossa sociedade, os relacionamentos heterossexuais são os mais aceitos, existindo um preconceito enorme referente a outras opções sexuais, promovendo uma verdadeira intolerância, o que verificamos nos meios sociais diariamente.

A sexualidade passa pelo comportamento, pelas atitudes e emoções, sendo perfeitamente aceitável que existam diversas opções sexuais e que as mesmas não deveriam interferir na vida alheia, pois as escolhas são livres, assim como cada indivíduo é único.

Uma relação satisfatória é aquela em que há respeito, compreensão, construção mútua e igualdade, onde tanto homem quanto mulher possam usufruir os mesmos direitos e deveres, sem dominação. Cada ser humano que possui essa compreensão a respeito da sexualidade torna-se um agente transformador da sociedade, tornando-a mais humana e igualitária.

O poliamor ainda é polêmico, pois somos frutos de uma educação conservadora. Por razões de sobrevivência, a monogamia ainda terá um período muito longo na sociedade. De esclarecer também, que os poliamorosos, não combatem contra essa, mas pela liberdade de escolher como e quantas pessoas querem amar, de forma transparente, sem hipocrisias, então não se trata de revolução e sim de um nome novo a um comportamento bem antigo.

Agente transformador da sociedade,
tornando-a mais humana e igualitária
Nesse tipo de relação, podemos ter relacionamentos múltiplos, mas que não deixam de lado as regras, a maturidade, a tolerância e aceitação. A autora defende a ideia de que a atração sexual é algo normal, logo não pode ser oprimido, mas sim vivido. Podemos citar aqui também os espaços virtuais que coletivizam e singularizam simultaneamente os relacionamentos. Cada vez mais se vive o prazer dos momentos, única certeza num mundo de incertezas!

Que cada indivíduo possa se sentir livre para fazer a sua opção sexual, respeitando as diferenças e propagando o amor… O amor sem explicação, mas o amor simplesmente! Que arma poderosa temos em mãos para transformar o mundo…

                                                                  
* Pedagoga formada pela Unisc-RS