segunda-feira, 28 de junho de 2021

QUEIMA DE ARQUIVO: Quais segredos “terríveis” que Lázaro Barbosa leva consigo após ser executado pela polícia do bolsonarista Caiado?


A

envergadura da operação para capturar UMA pessoa no meio do mato revela um submundo até então desconhecido (ou nem tanto) e perguntas sem respostas: Lázaro Barbosa estaria a serviço de algum latifundiário (ou de alguns) da região? Por que tanto empenho do comando da PM em prender o sujeito? O que significam as palavras do arquirreacionário bolsonarista Ronaldo Caiado (ligado a grupos de extermínios a soldo dos latifundiários), governador de Goiás quem disse “Goiás não é Disneylândia de bandido”, por que os soldados comemoraram tanto sobre o corpo ensanguentado de Lázaro? E o genocida-mor ter declarado “CPF cancelado”? Acrescente-se o fato da polícia ter aterrorizado a população pobre da região, muito mais do que o próprio bandido: invasão ilegal de casas, destruição de terreiros de umbanda; não podemos esquecer o fato de a mídia corporativa estar insuflando com seu sensacionalismo barato e irresponsável o “serviço” da polícia. Claro que o agronegócio tem seus interesses imediatos e é quem paga os anúncios na TV, afinal o “agro é pop”! Agregado a este massacre midiático a imprensa televisiva em seu roteiro hollywoodiano de criminalização lançou uma campanha pelo armamento da população, ou seja, dos ricos e da classe média. Além de ser um ótimo mote diversionista em relação aos escândalos de corrupção do governo Bolsonaro e sua quadrilha de bandidos.

300 homens e um aparato de guerra da mais alta tecnologia para capturar um “mateiro”? E o clima de festa quando atiraram o corpo crivado de balas (38 extraoficialmente) na ambulância? Foi como tivessem abatido um animal e depois coloca-lo na parede como troféu. Isso é modus operandi de milícia.

Que segredos “terríveis” Lázaro guardava que teve que ser trucidado pela polícia a mando de um governo terrivelmente bolsonarista? A operação montada desde o Palácio das Esmeraldas denota um método claramente miliciano, cuja estratégia é única e exclusivamente matar e matar. Investigar e prender jamais. A versão de morte em confronto é uma balela que ninguém engole. A ação foi criticada até mesmo pelo tenente-coronel da reserva da PM de São Paulo: “A operação foi uma catástrofe, para ser o mais educado possível. Um horror e um atestado de que não vivemos em um estado democrático de direito. Um atestado de que a polícia não sabe seu papel em uma sociedade democrática... não era uma operação policial, era uma caçada” [https://www.diariodocentrodomundo.com.br/operacao-foi-uma-catastrofe-diz-tenente-coronel-critica-pm-de-goias-no-caso-lazaro/].

Lázaro poderia, muito provavelmente, ser membro de uma quadrilha que atua para tomar chácaras, pequenas e médias propriedades em benefício de poderosos grileiros/latifundiários. Por que nem se cogita fazer perícia no local do abate (foi abatido como um animal)? Muitos fácil, simples e cômodo criminalizar um sujeito pobre, sem eira nem beira, enquanto o maior criminoso e genocida permanece impune, livre, leve (nem tanto!) e solto, comandando a sua necropolítica e entrega do patrimônio público ao grande capital financeiro internacional.