sábado, 16 de março de 2024

OPPENHEIMER, O FILME. Sob o clarão bomba atômica, Ciência, poder e o horror das guerras atuais

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aseado na biografia American Prometheus: the Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer1, o filme de Nolan pretende cobrir a complexa vida do físico em um ritmo alucinante, em tensão dramática dilacerante por todo o filme, quase um videoclipe (de três horas de duração) que mergulha na mente do protagonista. Um sucesso de bilheteria. O porquê do sucesso do filme Oppenheimer, grande vencedor do Oscar 2024? Situa-se no contexto belicoso dos últimos três ou quatro anos: guerras na Ucrânia, massacre na Palestina (que no caso não se trata de guerra, mas de genocídio da população onde apenas um lado morre, a dos palestinos), conflito no Iêmen (mais de 200 mil mortos), guerra na Etiópia, conflitos em Bukina Faso, Somália, Sudão, Mianmar, Nigéria, Síria, Haiti.

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

FILME O MUNDO DEPOIS DE NÓS: preocupação com o fim do “american way life” no contexto distópico da sociedade

SEM SPOILER — Um filme repleto de suspense, quase tirando o fôlego do expectador, com uma trilha sonora impactante — ainda mais se assistido em um system sound 5.1, no qual os sons giram nas seis caixas de som e nos proporciona uma imersão virtual no mundo relatado no filme de sustos e incertezas — assim é “O mundo depois de nós”. Apesar do título em português estar fora de contexto, por não expressar o real conteúdo da película, há muitos elementos a serem observados. Em primeiro lugar, claro, o título em inglês “Leave the World Behind” – deixar o mundo para trás – tem muito mais a ver com a trama e sua profundidade dialógica e estética, que podem passar despercebidas a olhares e ouvidos menos atentos.

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

PALESTINA versus ISRAEL: Não é guerra civil, mas um povo em defesa de sua libertação, da vida, após quase cem anos de colonialismo e extermínio étnico

É completamente falsa a cobertura que a mídia corporativa pró-Estados Unidos vem fazendo acerca da chamada “guerra” entre o estado nazi-sionista1 de Israel e o Hamasi. Antes de tudo, é preciso afirmar com contundência que Israel surgiu com a condescendência política das maiores potências econômicas em 1947-1948, criando facilidades para que o movimento sionista ocupasse o território palestino (divisão arbitrária do Oriente Médio). A resistência árabe foi ferrenha, o que provocou a ira nos futuros enclavistas sob a proteção da ONU: colocaram em prática uma verdadeira carnificina, a tragédia conhecida como Nakba (projeto colonialista elaborado pelos sionistas desde finais do século XIX), quando mais de 500 aldeias palestinas foram varridas do mapa, provocando a fuga em massa da população civil para a Cisjordânia, Gaza e países limítrofes, criando campos de refugiados (algo muito similar aos campos de concentração nazistas). À época árabes palestinos somavam 1,3 milhões, enquanto os judeus não passavam de 600 milii, ambos conviviam sem maiores problemas até meados do século XIX, dentro da Palestina.

sábado, 8 de outubro de 2022

PRIMEIRO TURNO ELEIÇÕES/2022: “vitória de pirro” de Lula perante rede de desinformação articulada pelo bolsonarismo

 O ex-presidente Lula obteve a vitória neste pleito diante do atual mandatário da cadeira presidencial. No entanto, trata-se de uma vitória de pirro, pois como contraponto houve uma impregnação no Congresso Nacional com o que há de mais abjeto e asqueroso na política do país. Escroques de todo matiz foram eleitos de forma avassaladora para o Senado e Câmara dos Deputados. Enquanto que a esquerda avançou em números, porém continua minoritária. A perspectiva para o segundo turno é uma possível vitória do candidato petista, mas agora totalmente refém de um Senado e Câmara reacionárias, o que já vinha sendo apontado desde as eleições de 2014, ou seja, um amplo giro à direita do eleitorado, situação que permitiu abrir a caixa de pandora do fascismo e da extrema-direita, cujo desfecho fora o golpe institucional (com STF e tudo) de 2016, na usurpação do poder pelo vampiro Temer, o porta-estandarte do bolsonarismo. Mas, quais as causas do avanço da direita, quando todos imaginavam vitória dos progressistas em primeiro turno?

domingo, 13 de março de 2022

GUERRA NA UCRÂNIA: a lógica da economia política imperialista e a nova guerra fria, mais quente que nunca

Neonazistas ucranianos com a bandeira da Otan combatendo a Rússia

Após analisar vários artigos científicos e textos jornalísticos acerca da guerra na Ucrânia provocada pelo expansionismo militar da Otan rumo ao leste europeu, podemos arrebatar algumas lições, embora ainda lacunares, mas que podem lançar novos olhares mais críticos sobre o que acontece no mundo real da guerra, dos desígnios da geopolítica e da luta pela hegemonia militar sobre todos os povos do planeta por parte do imperialismo estadunidense. Trata-se de algo que vai além das escaramuças de guerra, da luta de poder entre Estados: a economia política vigente no século XXI, a qual para atingir seus objetivos ressuscita o supremacismo branco da elite econômica capitaneada pela plutocracia americana eugenista, a fim de combater o “meliante” russo. Aqui, economia política na acepção que Marx lhe confere: a ciência do enriquecimento, as necessidades do Homem como algo essencialmente rentável*. O que está em jogo ao longo de várias décadas de contendas quentes e frias, são as guerras comerciais insufladas pelo departamento de Estado americano respondendo a demandas de suas oligarquias financistas.