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m detalhe muito importante que quase ninguém considera nas
atuais escaramuças entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos: o arsenal bélico e o potencial da energia
nuclear norte-coreana são ambas utilizadas como recursos de defesa e soberania
nacional diante do imenso e poderoso cerco militar e econômico capitalista.
Toda força e resistência às constantes provocações ianques reside no caráter
ainda de Estado operário e de nação não-alinhada ao Consenso de Washington e,
principalmente no apoio das massas ao regime de Pyongyang. Para a imprensa à
“murdoch”, a Coreia do Norte alcança o nadir das provocações e eleva o tom
beligerante. Veremos que totalmente falsa essa versão, pois desde 2012 quando o
Democrata Obama concedeu à Coreia do Sul o direito de cobrir com seus mísseis
balísticos todo o território da RDPC (República Democrática e Popular da Coreia),
as provocações e tentativas de intimidação ao Estado operário tem se
intensificado através da doutrina “Ásia para os americanos”. Para Donald Trump
os norte-coreanos devem ser tratados com “enxurrada de fogo e fúria”.
Situação muito diferente àquela apontada por setores
trotsquizantes, segundo a qual Kim Jong-un estaria a frente de uma “brutal
ditadura militar... que leva seu povo ao genocídio pela fome (sic!)... na
condição de semicolônia do imperialismo” (http://www.pstu.org.br/para-entender-a-coreia-do-norte/)
– só não se sabe como conseguiram chegar a esse nível de malabarismo
político-teórico, muito provavelmente por não ser um regime “democrático”! Completamente
distante dessa sórdida elucubração política, a Coreia do Norte leva a cabo uma
luta titânica de sobrevivência em meio extremamente hostil, numa condição de
“equilíbrio” desproporcional na região.
SITUAÇÃO DE OPRESSÃO EXTREMA
Só para mensurar a potencialidade bélica do ocidente
capitalista, o resultado do embate militar é no mínimo ridículo, senão
patético.
A quantificação aproximada se dá do seguinte modo: Israel possui
oficialmente 80 bombas atômicas (o número pode ser bem maior) e dispõe à sua
mesa plutônio para fabricar mais outras 200; a China tem em seu poder 240,
sendo que 180 são balísticas; a Inglaterra domina 225, dessas 160 estão
operativas; a França, terceiro lugar em quantidade no mundo, tem 300; a Rússia,
caudatária da URSS possuí 8.420; maior potência belicista, os Estados Unidos
7.650, porém salientando-se importantes aspectos: único país que tem arsenal
bélico espalhado em regiões estratégicas do planeta, além, é claro, das outras
milhares de bombas químicas e biológicas!
Para agravar a situação, nas áreas fronteiriças e “desmilitarizada”
da península, a Coreia do Sul, na
verdade um enclave militar controlado a mão de ferro pelos estrategistas
militares dos EUA, possuí mais de 40 mil marines para intimidar e partir para
uma iminente invasão da nação oprimida, auxiliados por mais de mil ogivas
nucleares apontados para Pyongyang, além de 200 bombas “arrasa bunkers”.
Ademais da Coreia do Sul, os americanos tem a ilha de Guam
como base militar, onde empossou um sátrapa que governa uma população de 130
mil, a qual convive com mais de 6 mil soldados ianques dispostos
estrategicamente em torno da ilha. A partir daí é possível controlar boa parte
da Ásia: Filipinas, Taiwan, o Japão e até a China.
A Coreia do Norte,
por seu turno, tem em suas mãos, um arsenal superestimado pela Casa Branca e a
mídia corporativa, algo em torno de estupendos e fantásticos... dez ogivas
nucleares, e em fase de testes!
Ilha de Guam, o controle geopolítico e militar da região |
Neste mesmo sentido, causou ira no Pentágono quando os
norte-coreanos lançaram um satélite espacial no ano passado (satélite
Kwangmyongsong-4), pois isso é tratado como “provocação” e um perigo para os seus
500 que orbitam o globo terrestre – ao menos 50 deles são exclusivamente
militares. O Reino Unido e os EUA afirmaram que se tratava de um míssil, o que
desacata determinação da ONU quanto às sanções ao Estado operário. Que mal
apenas um satélite poderia causar ao império? Nada. A questão é ideológica. Em
2002, o então presidente Bush denominou a Coreia do Norte como o “eixo do mal”
e um “posto avançado da tirania”, conceituação muito próxima da esquerda
morenista...
Na nação
norte-coreana, a manipulação da fissão nuclear é antes de tudo voltada objetivamente
para a sobrevivência da população, às necessidades mais prementes de energias
alternativas num país que carece de rios e hidrelétricas. Os poucos que
existem congelam sob o rigor do inverno e têm que se defrontar com os rigores
climáticos em que predominam secas e inundações. Em relação a aplicabilidade
bélica, sua tecnologia ainda é básica, pois miniaturizar ogivas para a
balística é um problema muito complexo e complicado, apesar de passos
importantes nesse sentido estejam sendo dados. O programa de enriquecimento do
urânio segue em desenvolvimento, o que já é suficiente para desencadear uma
campanha de satanização mundial por parte da Casa Branca, haja vista que o alto
nível técnico e científico alcançado pelos trabalhadores da RDPC, com seu
eficiente sistema educativo e planificação econômica. Tudo isso põe em cheque a
eficácia do bloqueio e sanções impostas pelo modo de produção
anárquico-capitalista do Ocidente.
SUPERAR A BUROCRACIA PARA A AUTÊNTICA SOBERANIA E
AUTODETERMINAÇÃO
O desejo do Ocidente capitalista é ter a Coreia do Norte
como um Iraque: as armas de destruição em massa seria o argumento para uma
possível invasão dirigida pela Otan e o esmagamento do Estado operário. Mas
esse intento só será revertido de forma eficiente com a superação da burocracia
de tipo dinástica encastelada nas hostes do Estado, pois esta não inspira
confiança, podendo capitular e trair o povo do norte da Península a qualquer
momento a fim de manter seus privilégios de casta em comum acordo com as
potências capitalistas. As ameaças odiosas de Trump têm a finalidade de
estrangular cada vez mais a Coreia do Norte. Contudo, no momento faz-se necessária uma frente única com Kim
Jong-um em defesa do Estado operário norte-coreano e suas conquistas sociais
contra as provocações inimigas e sua arquirreacionária propaganda anticomunista.
Pelo direito de uma pequena nação oprimida se defender dispondo de tecnologia
nuclear!